Quinta-feira, 01/03/2012
Salários
Mercadante defende reajuste para professores no Senado
O ministério definiu para este ano o valor de R$ 1.451 por mês, o que
representa um aumento de 22,22% em relação ao ano passado.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta
quarta-feira (29) o reajuste do piso salarial dos professores, atualizado na
última segunda-feira. O ministério definiu para este ano o valor de R$ 1.451
por mês, o que representa um aumento de 22,22% em relação ao ano passado.
Mercadante admitiu que o reajuste foi "forte", mas afirmou que a
medida é necessária para garantir aos professores "salários
competitivos".
"Evidente
que é um esforço muito grande para Estados e prefeituras (o reajuste), não há
que se negar", disse o ministro em audiência pública na Comissão de
Educação e Cultura do Senado. "O professor tem que ter um salário
competitivo em relação a outras profissões que ele possa aderir".
Ontem,
governadores de dez Estados e vários prefeitos desembarcaram em Brasília para
cobrar no Senado a mudança do parâmetro usado para reajustar o piso dos
professores. Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) indicam que o
impacto financeiro para as prefeituras com a elevação dos salários será de R$ 7
bilhões. A conta considera o gasto com os inativos. A entidade diz que, sem a
ajuda da União, o piso provocará desequilíbrio nas prefeituras.
Mercadante
disse que é preciso alcançar um "equilíbrio" na questão do salário
dos professores. Ele disse que no Congresso pode ser rediscutido o índice de
reajuste adotado. Uma lei de 2008 determina que o aumento considere o gasto por
aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Escola Básica (Fundeb).
Prefeitos e governadores defendem a adoção do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC).
Na
sua exposição, Mercadante fez uma sugestão, que classificou como
"individual" e não uma posição de governo, para garantir recursos
para a educação no médio prazo. Ele pediu ao Congresso que aprove a destinação
de um terço dos royalties recursos do pré-sal sejam repassadas ao longo de dez
anos para a área. "Por que não discutimos educação e pré-sal
juntos?", questionou.
Ao
responder a uma pergunta do presidente da comissão, senador Roberto Requião
(PMDB-RR), o ministro ressaltou que a elevação dos salários dos professores tem
que ser acompanhada da "melhoria na qualidade de ensino no País".
Para ele, o Estado tem de assegurar o direito do aluno à aprendizagem. Ele
disse que o ministério pretende se valer de novas tecnologias para melhorar a
aprendizagem, como computadores, tablets e ensino à distância.
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