Até 2020, casos da doença que enfraquece os ossos devem crescer 15% entre brasileiros com mais de 50 anos.
Os números em relação à fratura de coluna também preocupam: atualmente, 27,5% das mulheres e 31,8% dos homens acima dos 65 anos apresentam problemas nesta área do corpo, que costuma aparecer por meio das chamadas “corcundas” em idosos. As mulheres são as principais vítimas, principalmente após a menopausa: estima-se que, de 21 milhões de brasileiras com mais de 50 anos, 2,9 milhões vivam com este tipo de fratura, que causa dor, incapacidade de realizar atividades diárias e diminui a altura da paciente em até seis centímetros.
Modo de vida
Atitudes simples ajudam a prevenir a doença
Para evitar uma doença que gera dores excruciantes, incapacita e até leva à morte, bastam atitudes simples, tomadas individualmente ou em conjunto com o médico. No campo da prevenção contra a osteoporose, é importante tomar sol – responsável por 90% da absorção de vitamina D pelo organismo humano e a consequente produção de cálcio –; ingerir verduras, leite e alimentos ricos em cálcio; realizar exercícios físicos e não fumar.
O professor do curso de Medicina da Faculdade Evangélica Bruno Perotta explica que também é importante comentar com o médico sobre eventual necessidade de realizar hemograma e descobrir o nível de vitamina D no sangue, e, se for o caso, ingerir a vitamina por meio de medicamentos.
Quem já passou dos 50 anos – em especial mulheres na menopausa – deve comentar com o médico sobre o exame de densitometria óssea. A ação é importante principalmente levando-se em conta que a osteoporose é assintomática e só costuma gerar dor quando o caso é grave e exige internação, cirurgia e imobilização por gesso. (VP)
140 mil
brasileiros devem receber o diagnóstico de osteoporose em 2020 – 15% a mais do que neste ano, segundo projeção da Fundação Internacional de Osteoporose.
A principal explicação para essa escalada da doença vem na esteira de uma boa notícia: o brasileiro está vivendo mais. “A osteoporose pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é na velhice, quando a dose de hormônios sexuais diminui no corpo, que ocorre a maioria dos casos”, explica o professor de Medicina da Faculdade Evangélica de Curitiba Bruno Perotta. Isso porque hormônios como estrogênio e testosterona têm a capacidade de reter o cálcio no organismo.
Políticas públicas
A má notícia é que, ao contrário de doenças também típicas da terceira idade, como hipertensão e diabete, a osteoporose ainda sofre de um diagnóstico precário, fruto da pouca importância dada pelo governo ao tema e do desconhecimento da classe médica sobre como identificá-la. Essa é a opinião do ginecologista Bruno Muzzi Camargos, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), entidade que participou da pesquisa internacional.
De acordo com o médico, não há políticas públicas que reforcem duas atitudes básicas nas áreas de prevenção e diagnóstico: exigir que os alimentos tenham maior adição de vitamina D e esclarecer a população e os médicos sobre a importância da densitometria óssea, exame que atesta a densidade dos ossos. Segundo a Abrasso, existem 1.850 densitômetros espalhados pelo país – 97% deles em clínicas particulares. “É como se o pobre não tivesse osteoporose”, critica Camargos.
A entidade defende que a densitometria óssea se torne tão importante quanto a mamografia e o eletrocardiograma. “O custo para o país de negligenciar o problema é muito grande. A osteoporose leva a cirurgias e internação, causa dependência e morte.” Hoje, 97% das fraturas de quadril necessitam de cirurgia e um período de internação de, no mínimo, 11 dias. Cada paciente custa em torno de R$ 8 mil ao governo. Já um densitômetro custa cerca de R$ 100 mil e cada exame pelo SUS, R$ 36.
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