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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Natureza de todas as eras em Neuquén

Divulgação / O vulcão Lanín, símbolo de Neuquén, presente na bandeira e no hino da província, pode ser escalado por montanhistas experientes O vulcão Lanín, símbolo de Neuquén, presente na bandeira e no hino da província, pode ser escalado por montanhistas experientes Argentina

Natureza de todas as eras em Neuquén

Sítios arqueológicos, pescaria e observação de pássaros são alguns dos roteiros possíveis na entrada da patagônia argentina
Localizada ao Norte da Patagônia, a província de Neuquén, com 550 mil habitantes, é mais um testemunho de que nossos vizinhos argentinos oferecem uma diversificada coleção de destinos charmosos. O lugar é indicado para quem gosta de pescar, caçar, observar pássaros, degustar vinhos, contemplar a natureza, curtir a neve e o agito da vida noturna. Os amantes de História Natural também se divertem por lá, em sítios arqueológicos de extrema relevância científica.
A diversão começa na capital, com o mesmo nome da província. Com 300 mil habitantes, cassinos, museus, praças e parques, Neuquén é a maior e mais rica cidade da patagônia argentina.
Serviço
Centro Paleontológico Lago Los Barreales
Em Paynemil, a 90 km de Neuquén, diariamente, das 9 às 19 horas. O circuito dura 2 horas e custa R$ 40 por pessoa.
Museu Carmen Funes
Em Plaza Huincul, a 100 km de Neuquén, de segunda a sexta-feira das 9 às 19 horas, e sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 20h30. O ingresso custa R$ 4 por pessoa.
Museu Municipal Ernesto Bachmann
Em Villa El Chocón, a 70 km de Neuquén, todos os dias, das 8 às 19 horas. Ingresso a R$ 5 por pessoa.
As maiores espécies de dinossauros herbívoros e carnívoros do mundo estão expostos em museus na patagônia argentina.
7 lagos
A famosa rota que liga San Martín de Los Andes, Villa La Angostura e Bariloche é a principal atração turística da província de Neuquén. São 110 quilômetros pela Ruta 234. Ao logo da estrada, belas paisagens dos lagos Nahuel Huapi, Espejo, Correntoso, Escondido, Villarino, Falkner, Machónico e Lacar. Em Bariloche ou San Martin de Los Andes, várias empresas oferecem o tour, que custa, em média, R$ 100 por pessoa.
Serviço
O que você precisa saber para planejar a sua viagem.
Como chegar
• Não existem voos diretos do Brasil para Neuquén. Para chegar lá, é necessário comprar um bilhete da LAN ou da Aerolíneas Argentinas e trocar de aeronave em Buenos Aires. O trecho entre a capital portenha e Bariloche dura duas horas. Os bilhetes, por trecho, custam US$ 288 na LAN e US$ 300 na Aerolíneas Argentinas. Para explorar a província, é necessário alugar um carro. A diária de um carro básico fica em torno de US$ 65.
Onde ficar
Casino Magic Hotel. Teodoro Planas, 4005, Neuquén. Diária a partir de US$ 300 com café da manhã. Informações e reservas pelo telefone +54 (0299) 445 2600 ou no site www.casinomagic.com.ar.
Hotel Land Express. Ruta 22, Neuquén. Diária a partir de US$ 225 com café da manhã. Informações e reservas pelo telefone +54 (0299) 449 0100 ou no site www.landexpress.com.ar.
Land Park Lodge & Spa. Ruta 234, Km 30, Junin de los Andes. Diária a partir de US$ 190 com café da manhã. Informações e reservas pelo (11) 2766-1616 ou no site www.landparklodge.com.
Onde comer
Restaurant Ruca Hueney. Calle Padre Milanesio esquina com a Coronel Suarez, Junin de Los Andes. Pratos típicos da culinária argentina. Bife de chorizo, parrilla, carne de cervo à milanesa e cordeiro patagônico são alguns dos pratos oferecidos. Informações e reservas pelo telefone +54 (2972) 491 113 ou no site www.ruca-hueney.com.ar.
La Toscana. J.J Lastra, 176, Ruta 22, Neuquén. O restaurante serve massas caseiras. Dona de uma das maiores cartas de vinho da região, La Toscana oferece 350 títulos para degustação. Informações e reservas pelo telefone +54 (0299) 4473 322 ou no site www.latoscanarestaurante.com.
FOTOS: Via Christi de Junin de Los Andes
Na região leste do território estão as vinícolas e plantações de maçã. Lá também está uma das maiores concentrações de fósseis de dinossauros do planeta. Na área central, uma rodovia cruza um enorme deserto, repleto de máquinas que exploram petróleo no subsolo. Ao oeste e ao sul estão a Cordilheira dos Andes, a fronteira com o Chile, os picos nevados, os rios cheios de trutas e os bosques, indicados para caçada de cervos.
É essa diversidade de atividades e programas para diferentes perfis de turistas que torna Neuquén uma alternativa mais que interessante aos tradicionais roteiros argentinos de Buenos Aires e Bariloche.
Se fosse possível criar o Jurassic Park, igual ao filme de 1993, dirigido por Steven Spielberg, o local mais indicado seria a patagônia argentina. Ao contrário da Costa Rica, locação usada pelo diretor, no território argentino foram encontrados os maiores dinossauros que já pisaram na Terra.
Era na região de Neuquén, principal província da Pa­­tagônia, a 1.200 km de Bu­­e­­nos Aires, que vivia o Ar­­gentinossauro, há 80 milhões de anos. O herbívoro quadrúpede media 40 metros de comprimento e 16 de altura e tinha entre 90 e 100 toneladas de peso.
Este e outros dinossauros estão expostos em vários museus espalhados pela província. Em Villa El Chocón, o Museu Municipal Ernesto Bachmann, no centro da cidade, há um incrível acervo paleontológico. O principal exemplar é o Giganotossauro, maior dinossauro carnívoro já descoberto. O Argentinossauro está no Museu Carmen Funes, em Plaza Huincul.
Se observar os esqueletos não basta, o vistante pode ver os gigantes em habitat natural. O sítio arqueológico, a 90 km da capital Neuquén, nas imediações do lago artificial Los Barreales, é aberto à visitação. O Centro Paleontológico guarda fósseis de 90 milhões de anos.
Rota de vinhos

Vinícolas de produção diversificada oferecem visitas e degustações para turistas na região leste de Neuquén. Mas Neuquén não é só dinossauro. Os apreciadores de um bom vinho encontram na província alguns dos melhores rótulos do país, de diferentes variedades. O solo arenoso, o clima seco, os ventos moderados e uma grande amplitude térmica são os ingredientes ideais para o cultivo das uvas Chardonnay, Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Cabernet Franc e Sauvignon Blanc.
Para degustar os sabores e aromas dos vinhos patagônicos, o turista precisa alugar um carro para percorrer a região, repleta de vinícolas. As adegas mais conhecidas são a Del Fin del Mundo, Família Schroeder, Valle Perdido e Universo Austral. Todas organizam visitas guiadas, com degustações, e possuem lojas e restaurantes.
Em San Patrício del Cha­­ñar, na adega da Família Schroeder, que produz o Sauros Malbec, o visitante é convidado a percorrer uma parte dos 120 hectares de uvas plantadas e conhecer o processo de produção do vinho. É possível comer a uva no pé. A visita dura uma hora e custa R$ 20 por pessoa. A entrada é permitida apenas aos maiores de 18 anos.
Depois – ou antes – de apreciar a produção vinícola da região, o visitante pode ainda aproveitar a adrenalina nos esportes radicais ou o sossego proporcionado pelos cenários naturais, duas características ambivalentes da Patagônia.
No quesito aventura, Neu­­quén é ideal para prática de esportes de neve, nas pistas de San Martin de Los Andes e Villa La Angostura, na região sul da província. O Parque Nacional Lanin, em Junin de Los Andes, é o ponto de partida para a duríssima escalada de dois ou três dias até o cume do vulcão Lanín (3.776 metros de altitude). Escaladores locais oferecem o serviço, indicado para os iniciados na prática.
Para quem prefere a tranquilidade, Neuquén oferece uma grande quantidade de lagoas, lagos e rios, perfeitos para suaves pescarias. No sul, quase na divisa com a província de Río Negro, a truta, peixe típico da região, é o grande troféu dos pescadores, que ficam hospedados em campings ou hospedarias nas margens dos lagos.
Outra atividade permitida no lugar é a caça esportiva de alguns animais, como cervo e antílope. Empresas locais oferecem toda estrutura necessária, algumas incluem até o aluguel das armas e munições.
Roteiro da Via Christi une arte, religião e história
Em Junin de Los Andes, cidadezinha de 15 mil habitantes, localizada a 386 quilômetros de Neuquén, um parque temático apresenta a trajetória de Jesus Cristo de uma maneira inovadora. Usando a história de seu país, o arquiteto e escultor argentino Alejandro Santana, criador do parque Via Christi, interpreta a Vida de Jesus a partir de um olhar contemporâneo. Durante o período de Corpus Christi, aproximadamente 20 mil católicos participam de romarias realizadas no lugar.
Encravada na encosta de um morro, em uma floresta de pinheiros, a Via Chris­­ti conta a história do nascimento à ressurreição de Jesus, em um percurso de dois quilômetros. São 22 estátuas, de até três metros de altura. Logo na primeira escultura, dedicada ao nascimento de Jesus, é possível perceber a proposta do autor. Os rostos de Maria e de José têm características hispânicas, de mapuches – indígenas que habitavam a região.
Ao longo do circuito, outros personagens são inseridos na história de Cristo. Em uma das passagens, Jesus está rodeado por São Francisco de Assis, Martin Luther King, Madre Teresa, Gandhi, entre outros símbolos mundiais de resistência e paz.
A parábola do filho pródigo, a multiplicação dos pães e dos peixes, a Paixão, a Morte e a Ressurreição, todas as passagens bíblicas têm alguma referência histórica embutida. Em uma das estátuas, talvez a mais polêmica, Jesus é torturado por um colonizador espanhol, ao invés de um soldado romano. Em outra, soldados romanos são retratados por generais das ditaturas militares do Paraguai, Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. No fim da Via Christi, no topo da montanha, está uma grande cruz branca, erguida em 1950. De lá, é possível ter uma visão privilegiada de Junin de Los Andes, em um cenário incrível, que faz a caminhada de uma hora e meia valer a pena.
Serviço: Via Christi
O Parque da Via Christi está localizado no Cerro de la Cruz, em San Junin de Los Andes, e abre diariamente, das 9 as 17 horas. Os passeios são guiados e duram 1h30. O ingresso custa R$ 15 por pessoa.
O jornalista viajou a convite da Pastoral do Turismo do Brasil e Turismo Inteligente Empresa de Viajes y Turismo.

Parque Via Christi interpreta a vida de Jesus a partir de um olhar contemporâneoDivulgação
 

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