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terça-feira, 11 de junho de 2013

Mudar a disposição das carteiras abre espaço para outra postura dos estudantes e contribui com o aprendizado

Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo / Sala de estudos do Colégio Arquidiocesano é um exemplo de área diferenciada de aprendizagemSala de estudos do Colégio Arquidiocesano é um exemplo de área diferenciada de aprendizagem
ESTRUTURA

Mais interação em salas flexíveis

Mudar a disposição das carteiras abre espaço para outra postura dos estudantes e contribui com o aprendizado.
Pode parecer um detalhe, mas a disposição dos móveis em uma sala de aula influencia o aprendizado. A distribuição das carteiras e de outros objetos pedagógicos – assim como sua conservação – afeta a forma como os alunos se relacionam e interagem com o professor.
Conectados
Acesso a computador deveria ser ilimitado, dizem especialistas
Levar o computador para dentro da sala de aula é outro fator apontado por educadores como benéfico para um ambiente escolar mais produtivo. A tendência – e a indicação – é de que o laboratório de informática deixe de existir e que o recurso multimídia se torne parte efetiva do mobiliário. Para a coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, Regina Scarpa, o computador precisa estar sempre à disposição do aluno para que possa ser consultado a qualquer momento. Na mesma linha, Paulo Ross, professor de Pedagogia da UFPR, vê o computador como um recurso didático no mesmo patamar do livro e que não deve ter acesso limitado. Entretanto, tornar essa ideia em realidade não é uma tarefa fácil, principalmente para escolas públicas. Além da questão financeira, o espaço físico deve estar preparado para receber o equipamento. Essas adequações levam tempo e exigem, muitas vezes, reestruturação de vários ambientes.
Mudança
A sala de aula deve ser agradável e funcional, mas não única. A diversidade de ambientes também é importante para os alunos e deve se adequar a cada atividade. No caso do ensino integral, a mudança de ambiente é mais importante ainda, pois evita que o estudante se canse e tenha o rendimento intelectual comprometido. “Aqui, os professores têm autonomia para escolher o lugar mais adequado para aplicação de sua proposta de trabalho”, diz a gestora de Educação Infantil e Ensino Fundamental do Bom Jesus Internacional, Giselle Merlin de Andrade.
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A organização tradicional das cadeiras – enfileiradas e voltadas para frente – ainda é a mais usada, mas há outros arranjos que deixam de colocar o professor como único detentor do conhecimento. Ordená-las em círculo ou em forma de “U” possibilita que os estudantes troquem informações entre si e se sintam à vontade para expor suas ideias, o que, pelas teorias pedagógicas modernas, é a forma mais eficiente de aprendizado.
Para incentivar esse tipo de experiência, algumas escolas contam com salas de aula especiais que permitem ao aluno organizar o ambiente da forma que acha mais propício ao estudo. No Colégio Arquidiocesano de Curitiba, por exemplo, há uma sala dessas usada no contraturno. Lá, as carteiras são encaixáveis para formar círculos ou pequenos grupos. Os alunos usam o espaço para debater assuntos vistos em sala e são monitorados por outro estudante. “Tem funcionado bem. Conseguimos que eles participem e se dediquem”, diz a orientadora pedagógica da escola, Valéria de França Busato.
No ensino superior, principalmente em pós-graduações, as carteiras enfileiradas têm dado espaço a bancadas para vários alunos. Esse modelo ainda não é usado na educação básica – com exceção da educação infantil – mas seria, segundo a coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita, Regina Scarpa, o ideal e algo para ser usado no futuro. “Na proposta de educação que se deseja hoje, não cabe mais aquela distribuição espacial tradicional da sala de aula, que limita o protagonismo do aluno e a interação com os colegas.”
A grande preocupação com o uso de bancadas é que elas abrem espaço para que os alunos brinquem e conversem durante a aula. Porém, Regina explica que até esse tipo de “distração” é positiva e favorece o aprendizado.
Organização
Não é só a disposição dos alunos que afeta o aprendizado. A organização do ambiente também é importante para que meninos e meninas queiram permanecer no espaço e não tenham dificuldade para se concentrar. Iluminação e ventilação adequadas, boa conservação de quadro-negro, piso e janelas e quantidade certa de alunos por sala são fatores que, somados, melhoram ou pioram o espaço de estudo.
A professora da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR Ermelinda Tho­maschesk explica que ambientes apertados e em péssimo estado até podem gerar desentendimentos e violência entre os alunos. Por outro lado, quando há espaço para movimento e mobiliário adequado, a convivência torna-se agradável e produtiva.

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