Qual o papel da afetividade na aprendizagem infantil?
A afetividade é um dos componentes mais importantes na vida das pessoas. E, na área da Educação, não poderia ser diferente. A presença do afeto na relação entre aluno e professor é fundamental. Afinal, é principalmente por meio das interações sociais saudáveis e harmoniosas que se constrói a aprendizagem infantil.
Antes de qualquer coisa, vamos lembrar o que significa o termo afetividade. Na psicologia, o termo traduz a capacidade individual de experimentar os fenômenos afetivos, como as emoções, as paixões e os sentimentos. A afetividade consiste na força exercida por esses fenômenos no caráter das pessoas. Por isso, a afetividade tem um papel crucial no processo de aprendizagem porque influencia profundamente o crescimento cognitivo.
Como a afetividade influencia a aprendizagem
É neste contexto que os professores devem adotar uma postura de facilitadores que estimulam a aprendizagem. Na sua relação com os estudantes, os sentimentos de ambas as partes não podem ser negligenciados.
É devido à afetividade que as pessoas criam laços de amizade bastante positivos no âmbito escolar. E esses laços não se baseiam somente em sentimentos, mas também em atitudes. Portanto, num relacionamento saudável, certas atitudes precisam ser cultivadas para que o relacionamento se aperfeiçoe sempre.
O ideal é que a educação afetiva seja uma preocupação dos educadores porque ela é um aspecto que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. A escola é a continuação do lar. Por isso, não pode se limitar a promover apenas conhecimentos conceituais e teóricos, mas deve desenvolver também a personalidade dos alunos.
Voltando ao papel do professor, é ele a maior influência no processo escolar e deve ter o conhecimento de como se dá o desenvolvimento emocional e comportamental da criança em todas as suas manifestações.
O assunto é tão sério e importante que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados no Brasil, em 1997, o currículo do ensino fundamental deve visar o desenvolvimento de capacidades “de relações interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas e estéticas para que os estudantes possam dialogar de modo adequado com a comunidade, aprender a respeitar e a ser respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos e a cumprir seus deveres”.
Esta é mais uma evidência de que a dimensão afetiva deve estar inserida na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos.
Educadores atestam a importância do afeto na aprendizagem
Para Jean Piaget, considerado um dos mais importantes pensadores do século XX, “nenhum conhecimento, mesmo que puramente através da percepção, não é simples cópia do real ou se encontra totalmente determinado pela mente do indivíduo. É o produto de uma interação entre o sujeito e o objeto. É a interação provocada pelas atitudes espontâneas do organismo e pelos estímulos externos. E esse conhecimento é, portanto, aprendizagem, fruto de uma relação que nunca tem um sentido só, é o resultado dessa interação. E a afetividade é a energia que move as ações humanas, sem ela não há interesse e não há motivação para a aprendizagem”.
Outros teóricos e especialistas em Educação lembram que há fatores que dificultam o relacionamento interpessoal e apontam que a falta de afeto pode causar mágoa, medo, desconfiança, tristeza, ressentimento, decepção, vergonha e raiva. Eles admitem, ainda, que atitudes ríspidas e agressivas de um professor, por exemplo, podem promover no aluno o medo de ser rejeitado e outros sentimentos negativos que resultam num bloqueio emocional e estanca o processo de aprendizagem.
Em resumo, criança que não recebe afeto não aprende. As razões para o ser humano aprender qualquer coisa são profundamente interiores e as crianças aprendem melhor e mais depressa quando se sentem amadas, seguras e quando são tratadas como um ser único.
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