Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia do Trablho



O Dia do Trabalho é uma data universal.
Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador é uma data comemorativa usada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Nessa mesma data, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago.

Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. No dia 3 de maio, houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes. As manifestações e os protestos realizados pelos trabalhadores ficaram conhecidos como a Revolta de Haymarket.

Em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados, para, assim, lutar pelas 8 horas de trabalho diário. Em 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.

Após a França estabelecer o Dia do Trabalho, a Rússia foi o primeiro país a adotar a data comemorativa, em 1920. No Brasil, a data foi consolidada em 1924 no governo de Artur Bernardes. Além disso, a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser anunciadas nessa data. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.

O segredo da vida longa está nos genes


Edoardo Boncinelli, geneticista e professor na Università Vita-Salute San Raffaele, na Itália.

Após 40 anos estudando Gené­­tica, o italiano Edoardo Bon­ci­nelli, 70 anos, decidiu escrever livros para explicar aos leigos o que acontece no campo da biomedicina. Na sua mais recente publicação, Carta a um menino que viverá 100 anos – como a ciência nos fará (quase) imortais, o professor fala sobre o envelhecimento.
Boncinelli afirma que os jovens poderão, sim, chegar aos 100 anos. Ele baseia sua afirmação na resposta dada por ele mesmo a duas perguntas: por que envelhecemos e como envelhecemos. Segundo ele, depois que passamos da idade reprodutiva, a natureza “se esquece de nós”, pois ela só está preocupada com a procriação.
O envelhecimento acontece porque o corpo humano funciona como uma máquina e, como tal, nela ocorrem erros. Para consertá-los, existe um mecanismo de autorreparação que vai perdendo sua eficiência. “Portanto, depois de uma certa idade, 30 ou 40 anos, nosso corpo se enche de falhas. Envelhecimento é uma acumulação progressiva de grandes e pequenos erros em todas as partes do corpo”, falou o geneticista a uma plateia de estudantes na PUCPR, em Curitiba, em 20 de abril.
De acordo com ele, a chave da vida longa estaria na manipulação genética e na melhoria dos tratamentos para as pessoas da terceira idade. Isso porque o mecanismo de autorregulação é controlado pelos genes e já se sabe como eles funcionam. “Nós hoje, estudando moscas e vermes, podemos modificar esses genes. Alongando a vida deles em quatro, cinco e até dez vezes”, explica. Ele conta que no homem isso ainda não foi feito porque, em 1975, os cientistas responsáveis pelos experimentos decidiram não fazê-lo. “Porém o tempo passou, as técnicas melhoraram e, provavelmente, alguma coisa do gênero acontecerá num futuro próximo. Os jovens quase certamente vão vivenciar uma época em que os genes vão ser modificados.”
Além disso, ele aborda temas polêmicos, como a manipulação de embriões para verificar se há doenças genéticas. Quando perguntado se a prática de selecionar esses embriões não poderia ser considerada como eugenia, o professor prefere se esquivar. “Alguns dirão que sim. Outros que não.”
Nos últimos 100 anos, a vida média tem aumentado. Até que idade o senhor acredita que o corpo humano é capaz de chegar?
É difícil responder a essa questão. Porém, se relacionarmos nossa espécie a outras, podemos calcular que 120 anos é um objetivo razoável. Antes não era possível porque a vida nos fazia cair sempre em armadilhas. Mas agora que aprendemos a lidar com a maioria delas, eu diria que 120 anos é o limite biológico.
Se as pessoas poderão viver até os 120 anos com o aprimoramento genético, como seria o processo de envelhecimento? Há como reverter o processo de perda de capacidades motoras e mentais?
Se modificarmos os genes, tudo muda. A vida muda, mas também a juventude. Não sei se faremos, mas, se fizermos, abrimos esse horizonte. Hoje não. Hoje temos esse alongamento, mas não é mudada a relação entre juventude e velhice. Então, temos de trabalhar com aquilo que a natureza nos oferece. Substituindo as partes do corpo, regenerando tudo o que é possível. E, naturalmente, tentando manter o cérebro jovem. O cérebro não envelhece precocemente. Isso quando não existem patologias, que realmente são uma desgraça.
Mas como usar o cérebro adequadamente?
Com interesse e paixão por toda a vida. Não começar aos 80 anos. Aqueles que usam o cérebro desde criança têm um cérebro mais fresco. E, por um motivo que não conhecemos, o corpo fica mais saudável. Mesmo quando existe uma patologia como o Alzheimer, aqueles que utilizaram o cérebro por toda a vida estão comparativamente melhor. Na população, em geral, é preciso estimular o uso do cérebro por toda a vida. Mudando as formas de trabalho, que devem ser sempre de formas mais intelectuais do que de esforço físico. Isso é um sonho, mas é um sonho que precisa ser realizado.
O senhor fala em seu livro sobre o diagnóstico pré-implante embrionário para selecionar os que não apresentam doenças. Isso não é uma forma de eugenia?
Isso depende de opinião. Alguns dirão que sim. Outros que não. Eu não me meto nesse tema. E como é feito antes da implantação no útero, não pode ser considerado um aborto.
O que as pessoas podem fazer para viver melhor?
Ser contentes. Comer de tudo, mas não muito. Fazer exercícios, mas não muito. E usar o cérebro sem medo de usar muito.

Especialista explica por que os alunos não gostam da escola


Leandro Quintanilha
Do UOL, em São Paulo
  • Color
    Para Daniel T. Willingham, o aprendizado tem de ser uma experiência mais envolvente
    Para Daniel T. Willingham, o aprendizado tem de ser uma experiência mais envolvente
Crianças podem se lembrar de detalhes do cenário de um jogo de videogame que conheceram no fim de semana, mas não saber do que tratava a aula a que acabaram de assistir no colégio. No livro “Por que os alunos não gostam da escola?” (Editora Campus), o cientista cognitivo americano Daniel T. Willingham dá a resposta: o aprendizado tem de ser uma experiência mais envolvente. 
Willingham, que é professor de Psicologia na Universidade de Virgínia, ressalta que o processo de aprendizado precisa de mais significado. Na prática, contexto, historinhas, brincadeiras, emoção. Veja o que ele tem a ensinar. 

Como estudante, o senhor gostava da escola?

Em geral, não gostava muito. Não era um estudante motivado. As coisas começaram a mudar no terceiro ano do ensino médio. Foi quando descobri a psicologia e fiquei muito entusiasmado para estudar o assunto. 

O senhor escreveu que o cérebro não foi concebido para pensar. Por quê?

Pensar é um processo lento, cansativo e incerto. Pense em resolver um problema – um problema matemático, como escolher um restaurante que agrade a todos em um grupo de oito pessoas. Isso toma tempo, energia, atenção e pode ser que a decisão final não seja satisfatória. Talvez, você nem chegue a uma solução. 

Qual é a participação da memória nesse processo?

Diante de um problema, tendemos a pensar se já passamos por algo semelhante antes. Se sim, nós nos perguntamos se o resultado anterior foi satisfatório, para repetir a solução usada naquela situação. Como pensar é um processo desgastante, usamos a memória para não ter que pensar de novo.

Dez maneiras de ajudar as crianças na escola

Foto 1 de 10 - Pensar é um processo lento, cansativo e incerto. Mas é possível obter prazer pensando quando se chega a um resultado bem-sucedido, como resolver um problema matemático Thinkstock

O que os professores podem fazer para tornar o aprendizado mais interessante?

No livro, argumento que é importante que os alunos realmente compreendam as perguntas para poder respondê-las. Muitas das perguntas que fazemos na escola são aplicáveis a adultos. “Por que precisamos aprender o Teorema de Pitágoras?” A importância do que é ensinado deve ser muito bem explicada aos alunos. Perguntas não são interessantes para quem não as compreende.

O senhor destaca a importância de atribuir significado ao que se ensina.

O que importa é mais fácil de lembrar. Por exemplo, um agrupamento aleatório de letras como ‘ttlceu’ é mais difícil de lembrar que uma palavra como ‘alface’. Com significado, conseguimos nos lembrar de ideias relacionadas. Isso ajuda o estudante a relacionar o que aprende ao que já sabe. Às vezes, aos próprios sentimentos. Se o aluno gosta (ou não) de alface, vai se lembrar mais facilmente da palavra.

O que mais pode favorecer a memorização?

É um processo de duas fases. A primeira parte é atribuir significado ao que se aprende e relacionar esse novo conhecimento ao que já se sabe ou já se sente. A segunda é a prática. Brinque de testar a memória. Estudos recentes indicam que isso faz muito bem. 

Preciso perguntar diretamente: afinal, por que os alunos não gostam da escola?

Apesar do título do livro, reconheço que algumas crianças gostam da escola. A verdade é que as pessoas gostam de pensar, mas desde que o pensamento seja bem-sucedido. Isto é, desde que se consiga resolver o problema em questão. É por isso que tanta gente gosta de palavras-cruzadas. Mas o jogo não pode ser fácil demais nem impossível para você. Na sala de aula, misturamos crianças com diferentes níveis de aprendizado, o que pode deixar algumas delas entediadas ou frustradas.

Para os miúdos gostarem de ler


Hugo Harada/Gazeta do Povo /
ESPAÇO

A Livraria Descobridores, especializada em literatura infantil de Portugal e de suas colônias, traz a Curitiba uma infância com sotaque lusitano.

Os irmãos Marco e Sofia Vieira Busetti têm apenas 7 e 4 anos, respectivamente. Mas, sem querer, acabaram levando seus pais, Marco Antônio e Rossana, a fazer uma aposta importante: abrir, em Curitiba, uma loja especializada em literatura infantil, com livros publicados por editoras de Portugal e de suas ex-colônias. Um negócio original, intrigante, porém arriscado.
Toda essa história começou quando Marco Antônio, professor da PUCPR e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), de 47 anos, embarcou com a mulher e os filhos pequenos para Lisboa, onde iria cursar, durante um ano, um programa de pós-doutorado em Engenharia de Produção no Instituto Superior Técnico. Ao chegar à capital portuguesa, se instalaram em um apartamento no bairro Parque das Nações, à beira do Rio Tejo.
Hugo Harada/Gazeta do Povo
Hugo Harada/Gazeta do Povo / Os irmãos Marco e Sofia Vieira Busetti: curiosidade literáriaAmpliar imagem
Os irmãos Marco e Sofia Vieira Busetti: curiosidade literária
Prateleira
Apostando na valorização de livros publicados originalmente em língua portuguesa e na tentativa de estreitar os laços entre os países que fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Descobridores dispõe de títulos como:
• Debaixo do Arco-íris Não Passa Ninguém, do angolano Zetho Cunha Gonçalves, ilustrado pelo moçambicano Roberto Chichorro.
• O Beijo da Palavrinha, de Mia Couto e ilustrado por Malangatana, ambos de Moçambique.
• O Filho do Vento, de José Eduardo Agualusa, com ilustrações de António Ole, ambos de Angola.
Premiados
No acervo da Descobridores, criteriosamente selecionado, constam títulos premiados nos principais eventos nacionais e internacionais de literatura, como: a Bologna Children’s Book Fair (Itália), a Feira do Livro de Frankfurt (Alemanha), o Prêmio Compostela para Álbuns Ilustrados (Espanha), o CJ Book Festival (Coreia do Sul), além de títulos premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, seção brasileira do International Board on Books for Young People (IBBY).
Braille
Para crianças deficientes visuais, há títulos em braille, como O Livro Negro das Cores, de Menena Cottin, premiado na Feira de Bologna, na categoria New Horizons, em 2007, publicado pela editora Bruaá, de Portugal. Em breve, outros títulos em braille serão incluídos no acervo.
Bilíngues
Além de várias edições nacionais bilíngues, a Descobridores dispõe de títulos em mais de um idioma lançados por editoras portuguesas. Confira alguns deles:
• Azul Blue Bleu, de Gémio Luis e Eugénio Roda (português, inglês e francês).
• O Metrô Vem Correndo, de Dong-Jun Shin (português e coreano).
Na esquina da nova residência da família, havia uma livraria chamada Cabeçudas, especializada em obras infantis, que logo se tornou o local favorito de Marco e Sofia em toda a cidade, uma espécie de refúgio lúdico onde as crianças liam, se divertiam e interagiam com outros miúdos lisboetas.
Navegadores
A mãe, Rossana, 44, que leciona há anos no curso preparatório de professores do Colégio Sagrado Coração de Jesus, antigo magistério, ficou muito interessada pelo recém-despertado interesse de Marco e Sofia, fascinados com os livros e suas belas encadernações, e instigados pela atmosfera ao mesmo tempo aconchegante e alegre da Cabeçudas. Assim nasceu o projeto da Descobridores.
Inaugurada no último dia 18 de abril no coração do bairro Batel, à Rua Coronel Dulcídio, a livraria – a poucas quadras de outro espeaço literário voltado ao público infantil, a Bisbilhoteca, na Carlos de Carvalho – recebeu esse nome por dois motivos. Um, em homenagem à temporada lusa dos Busetti em 2011, conta Marco Antônio, diz respeito ao glorioso passado dos portugueses, navegadores visionários e desbravadores de novas fronteiras quando o mundo entrava em expansão no Renascimento. O outro, por conta do espírito fuçador e curioso das crianças, sempre em busca de algo a decifrar, a experimentar.
Nas estantes da Desco­bri­dores, além de obras de literatura infantil publicadas por editoras brasileiras, de autores nacionais e estrangeiros, pais e filhos vão encontrar um número substancial de títulos lançados em Portugal e trazidos, junto com quase todo o mobiliário da loja, da terra de Luís de Camões (leia mais no quadro ao lado). A caminho também estão livros de Moçambique e Angola, já encomendados de editoras desses países. “Nossa exigência fundamental é que sejam obras de literatura, e não meros produtos comerciais”, diz Rossana.
Em um espaço pensado para os pequenos, onde toda a decoração convida à brincadeira, mesmo quando o assunto são as letras, o visitante mais curioso vai encontrar títulos bastante inusitados, capazes de ir parar na biblioteca de qualquer marmanjo, mesmo os que não tenham crianças em casa. Entre eles, uma bela edição de O Silêncio da Água, de José Saramago, vencedor do Nobel de Literatura, com ilustrações de Manuel Estrada, e publicada pela casa portuguesa Caminho.
Talvez maior surpresa, no entanto, cause uma coloridíssima Antológia Poética, assinada pelo poeta português Manuel Maria de Barbosa l’Hedois du Bocage (1765 –1805), mais conhecido pelo teor picante e erótico de seus textos. O livro, ilustrado por André da Loba, é da editora K de Livro, responsável por outra antologia, com desenhos de Pedro Proença, de outro grande poeta lusitano, Fernando Pessoa, também disponível na loja, onde, segundo os donos, tudo está à venda. Dos brinquedos aos livros, passando por um irresistível móbile com várias imagens do próprio poeta do desassossego.
Serviço:
Livraria Descobridores 
R. Coronel Dulcídio, 540 – Batel, (41) 3046-0444. De terça-feira a sábado, das 10 às 19 horas, e aos domingos, das 14 às 18 horas.