Resumo
Este artigo analisa os cordões da inclusão como instrumentos de identificação e comunicação não verbal, utilizados para promover acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiências, transtornos ou condições específicas. Ao adotar diferentes cores e símbolos, esses cordões permitem que a sociedade reconheça, respeite e atenda de maneira mais humanizada indivíduos em situações de vulnerabilidade, contribuindo para o fortalecimento de uma cultura inclusiva.
Introdução
A inclusão social é uma pauta prioritária nas últimas décadas, impulsionada pela Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU, 2006) e pela Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015). No entanto, muitas condições — como autismo, epilepsia, ansiedade ou dificuldades de comunicação — são invisíveis a olho nu, gerando barreiras atitudinais e sociais.
Nesse contexto, surgem os cordões da inclusão, representados por cores e padrões específicos, que funcionam como marcadores visuais de acessibilidade. Seu objetivo é tornar perceptível o que muitas vezes é invisível, facilitando o atendimento preferencial, o respeito às diferenças e o combate ao preconceito.
Desenvolvimento
1. Os tipos de cordões e seus significados
Na prática, diferentes cores representam distintas condições:
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Cordão Girassol: identifica pessoas com deficiência oculta.
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Cordão Autismo: sinaliza pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
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Cordão Roxo: representa pessoas com epilepsia.
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Cordão Amarelo: identifica deficiência intelectual ou múltipla.
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Cordão Vermelho: voltado para pessoas com dificuldades de comunicação.
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Cordão Verde: sinaliza indivíduos que enfrentam ansiedade.
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Cordão Laranja: utilizado por pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
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Cordão Rosa: voltado para quem possui sensibilidade sensorial.
Esses cordões funcionam como símbolos de empatia e comunicação silenciosa, permitindo que profissionais de saúde, educação, transporte e serviços em geral reconheçam e respeitem as necessidades do usuário.
2. A função social e pedagógica dos cordões
Mais do que simples acessórios, os cordões atuam como ferramentas de conscientização social. Em escolas, podem contribuir para a valorização da diversidade e para o combate ao bullying. Em ambientes públicos, ajudam a reduzir constrangimentos e situações de discriminação, assegurando o princípio da dignidade humana.
3. Desafios e limitações
Apesar do avanço, a utilização dos cordões ainda enfrenta desafios, como:
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falta de padronização nacional;
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desconhecimento da população sobre seus significados;
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escassez de políticas públicas que regulamentem seu uso.
Portanto, sua eficácia depende não apenas da adoção individual, mas também de campanhas de sensibilização e capacitação de profissionais.
Conclusão
Os cordões da inclusão constituem uma estratégia simples e de grande impacto social. Eles representam não apenas um recurso de acessibilidade, mas também um símbolo de empatia e respeito às diferenças. Sua difusão no Brasil deve ser acompanhada de políticas públicas de conscientização, treinamentos institucionais e regulamentações que garantam sua efetividade. Assim, será possível construir uma sociedade mais inclusiva, solidária e justa.
Referências
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BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2015.
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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nova York: ONU, 2006.
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MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer?. São Paulo: Moderna, 2006.
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SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
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ALMEIDA, M. A.; LOPES, F. A. Educação Inclusiva: fundamentos e práticas pedagógicas. São Paulo: Cortez, 2020.