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segunda-feira, 5 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher
Día Internacional de la Mujer - Barcelona 2009 - 004.jpg
Manifestação no Dia Internacional da Mulher.
Também chamado por Dia da Mulher
Tipo Internacional
Seguido por África do Sul, Albânia, Argélia, Argentina, Arménia, Azerbaijão, Bangladesh, Bélgica, Bielorrússia, Butão, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Bulgária, Burkina Faso, Cambodja, Camarões, Chile, China, Colômbia, Croácia, Cuba, Chipre, Equador, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Dinamarca, Finlândia, Geórgia, Grécia, Holanda, Hungria, Ilha de Formosa, Índia, Itália, Islândia, Israel, Laos, Letónia, Lituânia, Cazaquistão, Kosovo, Quirguistão, Macedónia, Malta, México, Moldávia, Mongólia, Montenegro, Nepal, Noruega, Polónia, Portugal, Roménia, Rússia, Sérvia, Suécia, Síria, Tadjiquistão, Turquia, Turquemenistão, Ucrânia, Uzbequistão, Vietname, Zâmbia
Data 8 de Março
Observações: Relembra as lutas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.
Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.
Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres. [1]

Origem

A ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América[2], em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York[carece de fontes].
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[3]
Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.[4]
Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.[5]
Em 1915, Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Christiania (atual Oslo), contra a guerra. Nesse mesmo ano, Clara Zetkin faz uma conferência sobre a mulher.
Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.[6]
Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41°edição do Dia Internacional da Mulher.
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo um dia oficial que, durante o período soviético, permaneceu como celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia uma ocasião em que os homens manifestavam simpatia ou amor pelas mulheres - uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores, pelos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia.
Na Tchecoslováquia, quando o país integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), a celebração era apoiada pelo Partido Comunista. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.

Internet tem efeito similar ao de drogas ou álcool no cérebro, diz pesquisa

  • Estudo mostrou alterações no cérebro de viciados em internet
    Estudo mostrou alterações no cérebro de viciados em internet
Viciados em internet têm alterações similares no cérebro àqueles que usam drogas e álcool em excesso, de acordo com uma pesquisa chinesa.
Cientistas estudaram os cérebros de 17 jovens viciados em internet e descobriram diferenças na massa branca - parte do cérebro que contém fibras nervosas - dos viciados na rede em comparação a pessoas não-viciadas.
A análise de exames de ressonância magnética revelou alterações nas partes do cérebro relacionadas a emoções, tomada de decisão e autocontrole.
"Os resultados também indicam que o vício em internet pode partilhar mecanismos psicológicos e neurológicos com outros tipos de vício e distúrbios de controle de impulso", disse o líder do estudo Hao Lei, da Academia de Ciências da China.
Computadores
A pesquisa analisou o cérebro de 35 homens e mulheres entre 14 e 21 anos. Entre eles, 17 foram classificados como tendo Desordem de Dependência da Internet, após responder perguntas como "Você fez repetidas tentativas mal-sucedidas de controlar, diminuir ou suspender o uso da internet?"
Os resultados então descritos na publicação científica Plos One, que poderiam levar a novos tratamentos para vícios, foram similares aos encontrados em estudos com viciados em jogos eletrônicos.
"Pela primeira vez, dois estudos mostram mudanças nas conexões neurais entre áreas do cérebro, assim como mudanças na função cerebral, de pessoas que usam a internet ou jogos eletrônicos com frequência", disse Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College, em Londres.
O estudo chinês também foi classificado de "revolucionário" pela professora de psiquiatria do Imperial College London Henrietta Bowden-Jones.
"Finalmente ouvimos o que os médicos já suspeitavam havia algum tempo, que anormalidade na massa branca no córtex orbitofrontal e outras áreas importantes do cérebro está presente não apenas em vícios nas quais substâncias estão envolvidas, mas também nos comportamentais, como a dependência de internet."

Aristóteles e o papel da razão

Nada está no intelecto antes de ter passado pelos sentidos

 

Josué Cândido da Silva*

Apesar de ter sido discípulo de Platão durante vinte anos, Aristóteles (384-322 a.C.) diverge profundamente de seu mestre em sua teoria do conhecimento. Isso pode ser atribuído, em parte, ao profundo interesse de Aristóteles pela natureza (ele realizou grandes progressos em biologia e física), sem descuidar dos assuntos humanos, como a ética e a política.

Para Aristóteles, o dualismo platônico entre mundo sensível e mundo das ideias era um artifício dispensável para responder à pergunta sobre o conhecimento verdadeiro. Nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos", dizia o filósofo.

Isso significa que não posso ter ideia de um teiú sem ter observado um diretamente ou por meio de uma pesquisa científica. Sem isso, "teiú" é apenas uma palavra vazia de significado. Igualmente vazio ficaria nosso intelecto se não fosse preenchido pelas informações que os sentidos nos trazem.

Mas nossa razão não é apenas receptora de informações. Aliás, o que nos distingue como seres racionais é a capacidade de conhecer. E conhecer está ligado à capacidade de entender o que a coisa é no que ela tem de essencial. Por exemplo, se digo que "todos os cavalos são brancos", vou deixar de fora um grande número de animais que poderiam ser considerados cavalos, mas que não são brancos. Por isso, ser branco não é algo essencial em um cavalo, mas você nunca encontrará um cavalo que não seja mamífero, quadrúpede e herbívoro.

O papel da razão

Conhecer é perceber o que acontece sempre ou frequentemente. As coisas que acontecem de modo esporádico ou ao acaso, como o fato de uma pessoa ser baixa ou alta, ter cabelos castanhos ou escuros, nada disso é essencial. Aristóteles chama essas características de acidentes.

O erro dos sofistas (e de muita gente ainda hoje) é o de tomar algo acidental como sendo a essência. Através desse artifício, diziam que não se pode determinar quem é Sócrates, porque se Sócrates é músico, então não é filósofo, se é filósofo, então não é músico. Ora, Sócrates pode ser várias coisas sem que isso mude sua essência, ou seja, o fato de ser um animal racional como todos nós.

Mas como nós fazemos para conhecer a definição de algo e separar a essência dos acidentes? Aí está o papel da razão.

A razão abstrai, ou seja, classifica, separa e organiza os objetos segundo critérios. Observando os insetos, percebo que eles são muito diferentes uns dos outros, mas será que existe algo que todos tenham em comum que me permita classificar uma barata, um besouro ou um gafanhoto como insetos? Sim, há: todos têm seis pernas. Se abstrairmos mais um pouco, perceberemos que os insetos são animais, como os peixes, as aves...

Ato ou potência

E poderíamos ir mais longe, separando o que é ser, do que não é. E aqui chegamos à outra grande contribuição de Aristóteles: se o ser é e o não-ser não é, como dizia Parmênides, então como é possível o movimento?

Segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo, uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da potência ao ato.

Qual a causa?

Por outro lado, se as coisas mudassem completamente ao acaso, não poderíamos conhecê-las. Conhecer é saber qual a causa de algo. Se tenho uma dor de estômago, mas não sei a causa, também não posso tratar-me. Conhecendo a causa é possível saber não só o que a coisa é, mas o que se tornará no futuro. Pois, se determinado efeito se segue sempre de uma determinada causa, então podemos estabelecer leis e regras, tal como se opera nos vários ramos da ciência.

Existem quatro tipos de causas: a causa final, a causa eficiente, a causa formal e a causa material. Por exemplo, se examinarmos uma estátua, o mármore é a causa material, a causa eficiente é o escultor, a causa formal é o modelo que serviu de base para escultura e a causa final é o propósito, que pode ser vender a obra ou enfeitar a praça.

Há uma hierarquia entre as causas, sendo a causa final a mais importante. A ciência que estuda as causas últimas de tudo é chamada de filosofia. Por isso, a tradição costuma situar a filosofia como a ciência mais elevada ou mãe de todas as ciências, por ser o ramo do conhecimento que estuda as questões mais gerais e abstratas.

Um menino e seus cães em Ivan e Os Cachorros

05 de março de 2012 | 11h 26

Sozinho, um menino viveu nas ruas de Moscou entre os quatro e os seis anos. Nesse meio tempo, sua única companhia era um bando de cães, que o acompanhava aonde quer que ele fosse. A história é verídica e foi nela que a britânica Hatie Naylor se inspirou para escrever a peça Ivan e os Cachorros. Em entrevista à reportagem, a dramaturga falou sobre seu processo para criar a obra, que foi concebida originalmente para o rádio. Depois de ser transmitido pela BBC, o texto chegou aos palcos de Londres, Nova York e, agora, merece uma versão brasileira, dirigida por Fernando Villar.
- Qual a diferença entre compor uma peça para o rádio e escrever para o teatro?
- Há muitas diferenças técnicas. Você tem que ser muito mais claro no rádio. Até porque é muito mais fácil perder algo se você está apenas ouvindo, sem ver. As cenas também podem ser muito mais curtas no rádio e começarem no meio, o que é mais difícil no teatro.
- Ivan e os Cachorros conquistou importantes prêmios. Qual é, na sua opinião, a causa dessa boa acolhida?
- Acho que é a história que ressoa. Todos nós imaginamos uma comunhão possível entre homens e animais. E Ivan conquistou justamente isso.
- Na peça, você se vale de uma história verídica como inspiração. O que a levou a eleger esse episódio como tema?
- Muitas razões, mas talvez o principal motivo seja a experiência do selvagem em uma paisagem urbana. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

IVAN E OS CACHORROS - Cultura Inglesa. R. Dep. Lacerda Franco, 333. 3814-0100. Sáb. e dom.: 20h30. Ingr.: R$ 20. Até 1º/4

domingo, 4 de março de 2012

Grande Sertão: Veredas

Guimarães Rosa e o universalismo filosófico do sertão

Oscar D'Ambrosio*

Reprodução
Página dos manuscritos originais de O Grande Sertão: Veredas
Médico e diplomata, o escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908 - 1967) é um dos mais importantes exemplos nacionais de autor que consegue ser, ao mesmo tempo, regional e universal. Embora o cenário de seus textos seja geralmente o sertão mineiro, seu domínio vocabular e as questões existenciais que levanta conferem a sua obra uma densidade que atinge leitores de todo o planeta.

Escrito em 1956, "Grande Sertão: Veredas" reúne as principais qualidades do escritor mineiro, principalmente o uso da linguagem popular e regional, muito influenciada pela língua falada. Isso sem contar uma das características do autor: a invenção de palavras e o desenvolvimento dos mais variados tipos de construções sintáticas.

Histórias de jagunços

O narrador é o jagunço Riobaldo, que conta suas aventuras pelo sertão a um ouvinte mais letrado que ele. A imensidão da paisagem cria um contraponto com a pequenez do homem e a sua dificuldade de se relacionar com o entorno e com os outros seres humanos.

Riobaldo, durante três dias, relata a sua história, repleta de episódios de lutas entre bandos rivais de jagunços e as forças repressoras oficiais. Após a morte da mãe, é levado para a fazenda de seu padrinho. Embora comece a estudar, logo aceita o convite para integrar o bando de Zé Bebelo. Combate, assim, o célebre Hermógenes e, posteriormente, deserta, ingressando em outro bando, onde conhece Reinaldo.

Surge entre os dois uma grande amizade. Tornam-se companheiros inseparáveis de luta e Reinaldo revela seu verdadeiro nome, Diadorim. O relacionamento entre os dois tem episódios memoráveis, como o momento em que Riobaldo conhece Otacília, por quem se apaixona.

Diadorim, então, em acalorada discussão, chega inclusive a ameaçá-lo com um punhal. Essa relação ambígua é de grande lirismo, pois o narrador não sabe como lidar com o sentimento de afeto que tem por um homem. Paralelamente, pouco a pouco, Riobaldo ganha importância entre os jagunços, assumindo a liderança do bando.

Deus, diabo e a morte

Em uma das principais cenas do livro, próximo a Veredas-Mortas, nome altamente significativo em seu simbolismo de limite entre a vida e a morte, Riobaldo faz, como o célebre personagem Fausto, um pacto com o diabo. Ele quer vencer os traidores que causaram diversas mortes aos colegas de luta.

A grande revelação do romance ocorre quando Diadorim enfrenta Hermógenes. Ambos morrem em combate e Riobaldo descobre então que o companheiro jagunço era, na verdade, uma mulher, chamada Maria Deodorina da Fé Bettancourt Marins, filha de um célebre líder de jagunços, Joca Ramiro.

Findas as aventuras e a descoberta inesperada, Riobaldo adoece. Ao se recuperar, recebe a notícia da morte de seu padrinho e herda duas fazendas. Aprofunda então uma questão que o acompanhava: teria ele feito mesmo um pacto com o diabo, conseguindo sobreviver a numerosas emboscadas e traições? O compadre Quelemém de Góis responde brilhantemente sua dúvida: "Tem cisma não. Pensa para diante. Comprar ou vender, às vezes, são as ações que são as quase iguais..."

Frases como "o sertão é do tamanho do mundo" e "viver é perigoso" pontuam um romance que, acima de tudo, levanta importantes questões sobre a vida e a relação do homem com Deus, o diabo e a morte. As veredas do ser humano são tratadas com extrema sutileza e, enfocadas numa linguagem ímpar, oferecem densa reflexão sobre as célebres perguntas da filosofia ocidental: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?

Os Sertões

Livro de Euclides da Cunha reúne história, literatura e jornalismo

Oscar D'Ambrosio*

Reprodução
Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, em trajes militares
"Para mim, foi uma das grandes experiências da minha vida de leitor. Foi realmente o encontro com um livro muito importante, com uma experiência fundamental. Um deslumbramento, realmente, um dos grandes livros que já se escreveram na América Latina". As palavras do consagrado escritor peruano Mario Vargas Llosa sobre "Os Sertões" (1902), de Euclides da Cunha, mostram bem a importância do livro para a própria discussão do que significa ser brasileiro.

Em 1981, a partir da leitura da obra euclidiana e das próprias pesquisas, Vargas Llosa publicou "A Guerra do Fim do Mundo", na qual, assim como Euclides, aborda o fato histórico conhecido como Guerra de Canudos. Ocorrido entre 1893 e 1897 no sertão baiano, o episódio resultou, após quatro expedições militares, na destruição do arraial dos rebeldes e na morte de seu líder religioso, Antônio Conselheiro.

Escritor, sociólogo, repórter jornalístico, historiador e engenheiro carioca, Euclides da Cunha (1866 - 1909) dividiu seu livro em três partes: "A Terra", "O Homem" e "A Luta". Inicialmente, descreve o sertão baiano, o relevo do Planalto Central brasileiro e a paisagem da região, com sua aridez, dias quentes, noites frias e árvores sem folhas e espinhentas.

Antônio Conselheiro

Na segunda parte, o foco é lançado especificamente sobre os sertanejos e a figura carismática de Antônio Conselheiro, líder religioso que se instalou numa fazenda chamada Canudos com seus seguidores. Na terceira, concentra-se na batalha entre as forças governamentais, preocupadas com a repercussão daquela comunidade monárquica num país já republicano, e os seguidores do místico pregador.

O maior mérito de Euclides foi o de trabalhar simultaneamente com ciências como sociologia, geografia e história. Considerado um trabalho pré-modernista, cruza dados de diversas origens para construir a sua visão do homem brasileiro. Para isso, informações sobre relevo, solo, fauna, flora e clima são importantes para ele construir uma descrição do ambiente (sertão nordestino) e uma análise da psicologia e dos costumes dos sertanejos.

A revolta é vista como fruto da grave crise econômica e social da região, marcada por secas cíclicas, latifúndios improdutivos, desemprego e fé numa salvação milagrosa que pouparia os habitantes da região do sofrimento. Essa crença, como mostra Euclides, começou a ser explorada pela imprensa e pelo clero como uma tentativa de retomar a monarquia, jogando a opinião pública contra os seguidores da revolta.

Descrição rigorosa

Euclides, que testemunhou os fatos como repórter do jornal "O Estado de São Paulo", escreveu trechos impressionantes no seu poder descritivo, como o tratamento dado pelos soldados às vítimas: "Agarravam-nas pelos cabelos, dobrando-lhes a cabeça, esgargalhando-lhes o pescoço e francamente exposta a garganta, degolavam-nas".

Hábil escritor ao traçar, nas duas partes iniciais, uma rigorosa descrição do cenário do conflito e, na parte final, apresentar a fome, a peste, a miséria, a violência e a insanidade da guerra, Euclides verifica como Antônio Conselheiro e seus seguidores passaram por um massacre desnecessário, no qual os dois lados radicalizaram.

Como bem aponta o escritor, na narrativa que cativou Vargas Llosa, "Canudos não se rendeu", mas resistiu até seus últimos defensores: um velho, dois adultos e uma criança, vencidos por uma força muito maior e mais violenta.

Senhora

Análise da obra de José de Alencar

Reprodução
O romancista José de Alencar
Dentra a obra de José de Alencar, "Senhora" é um de seus romances mais urbanos - Alencar se dedicou também ao chamado romance indianista, tais como "O Gurarani" e "Iracema"; aos romances regionalistas, como "O Gaúcho" e "O Sertanejo", e históricos, "As Minas de Prata" e "A Guerra dos Mascates".

Enquanto romance urbano, anterior ao aparecimento do realismo em nossa literatura, ele é fundamentalmente uma crônica de costumes, um retrato da Corte ou da sociedade fluminense na segunda metade do século 19. Ou seja o texto focaliza a época em que o próprio escritor viveu. Nesse sentido, é muito apropriado o comentário do crítico Alfredo Bosi sobre os romances urbanos de José de Alencar:

"Alencar, cioso da própria liberdade, navega feliz nas águas do remoto e do longínquo. É sempre com menoscabo ou surda irritação que olha o presente, o progresso, "a vida em sociedade"; e quando se detém no juízo da civilização, é para deplorar a pouquidade das relações cortesãs, sujeitas ao Moloc do dinheiro. Daí o mordente de suas melhores páginas dedicadas aos costumes burgueses em 'Senhora' e 'Lucíola'".

Em outras palavras, Alencar critica a sociedade que lhe é contemporânea, não a partir da perspectiva de uma transformação futura, mas na da nostalgia de um passado que só na ficção pode reviver plenamente. De qualquer modo, é em "Senhora" e "Lucíola" que atinge o ponto alto em termos de crítica social e procura se aprofundar na psicologia das personagens femininas, traçando o que se convencionou chamar de seus "perfis de mulher".

Resumo do Enredo

De qualquer modo, publicado em 1875, "Senhora" traz características inequivocamente românticas, como se pode ver pelo núcleo de seu enredo, simples, atrelado ao esquematismos dos dramas de amor do romantismo: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral.

Passado algum tempo, Aurélia, já órfã, recebe uma grande herança do avô e ascende na escala social. Ainda ressentida com o antigo namorado, resolve vingar-se dele. Sabendo que Fernando, ainda solteiro, andava em dificuldades financeiras, resolve comprá-lo para marido. Na época, o Segundo reinado, vigora o regime de casamento dotal, em que o pai da noiva (ou, no caso, ela mesma) deveria dar um dote ao futuro marido.

Assim, através de um procurador, Fernando recebe uma proposta de casamento e a aceita sem saber exatamente com quem se casará - interessa-lhe apenas o dinheiro, cem contos de réis, que vai receber por isso. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela.

A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormirão em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois.

Fernando, todavia, trabalha e realiza um negócio que lhe permite levantar o dinheiro que devia a Aurélia. Desse modo, propõe-se a retituir-lhe a quantia em troca da separação. Considerando o gesto uma prova da regeneração de Fernando, Aurélia, que nunca deixara de amá-lo, é vencida pelo amor. Ao receber o dinheiro, entrega-lhe a chave de seu quarto e o casamento se consuma, afinal.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Análise do livro de Machado de Assis

Oscar D'Ambrosio*
Divulgação/Lumière
Reginaldo Farioas personificou o sarcástico defunto autor Brás Cubas no filme de 2001
Para o conceituado crítico literário americano Harold Bloom, Machado de Assis (1839-1908) é um dos 100 maiores escritores da literatura de todos os tempos. Tal afirmação dá uma dimensão de como o escritor carioca é um dos poucos autores nacionais a ultrapassar as fronteiras impostas pela língua portuguesa em termos de reconhecimento internacional.

Esse prestígio deve-se, em boa parte, ao resultado estético da sua segunda fase literária, vinculada ao realismo e iniciada justamente com "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em 1881. A obra foi seguramente a mais radical experimentação da prosa brasileira até aquele momento.

O tom diferenciador começa na própria escolha do narrador, um defunto, chamado Brás Cubas. Ao rever a sua existência, ironiza sobre a falta de sentido da vida. A história contada é bem menos importante do que os recursos linguísticos apresentados, com um narrador que diz que capítulos podem ser pulados ou lidos fora de ordem.

Mundo interior

Em seus romances ligados ao romantismo Machado não foge às convenções do gênero, embora com menos exageros que os seus contemporâneos. Nas suas criações realistas, porém, a preocupação não está na sociedade brasileira especificamente, mas sim na busca de temáticas universais, que mostrem a fragilidade humana diante das mais variadas situações, como o amor, a vida e a morte.

Ao contrário do romantismo, os personagens e as paisagens não são importantes. O centro das atenções é a maneira de contar a história e a forma como a realidade é vista. O mundo interior dos personagens é trazido para o primeiro plano. Isso ocorre em 145 capítulos curtos, alguns célebres, como o 7o, intitulado "O Delírio".

Brás Cubas conta a sua história a partir da morte, do final para o começo, amargurado por ter passado pela vida com dinheiro, mas sem aquilo que mais desejava: o reconhecimento público. No amor, também havia sido rejeitado. Virgília, presente em seu enterro, o trocara por Lobo Neves, mas depois fora sua amante.

Hipocrisia e ironia

Instaura-se, assim, o tema da hipocrisia, constante na prosa machadiana. Aos 17 anos, por exemplo, Brás conhece Marcela, prostituta espanhola radicada no Rio de Janeiro, a quem enche de presentes com o dinheiro paterno. Indignado com a descoberta de que seu dinheiro estava sendo usado com esse fim, o pai envia o protagonista para estudar na Europa, de onde retorna bacharel. Anos mais tarde, reencontra Marcela, desgastada pelo tempo implacável, dona de uma pequena loja e com o rosto marcado pela varíola.

Infeliz, Brás sonhava alcançar a fama pela invenção de um "emplasto anti-hipocondríaco, destinado a aliviar a nossa melancólica humanidade". Consegue apenas mais um fracasso para a sua coleção de insucessos, ironizados na própria dedicatória do livro: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas Memórias Póstumas".

No último capítulo, significativamente chamado "Das Negativas", existe um balanço, claramente negativo da passagem pela vida, que termina com a famosa afirmação "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria". Trata-se de uma afirmação forte, escrita por um irônico narrador, como o próprio Machado, conhecido como o Bruxo de Cosme Velho, pelo seu mágico poder de lidar com as palavras.

A Hora da Estrela

Análise da obra de Clarice Lispector

Divulgação
A atriz Marcélia Cartaxo fez Macabea na adaptação de Suzana Amaral para o romance
Escritora nascida na Ucrânia mas radicada no Brasil desde criança, Clarice Lispector (1920 - 1977) é um caso ímpar na literatura nacional, já que sua abordagem intimista, questionadora sobre os tênues limites entre a ficção e a realidade - e sobre o próprio ato de escrever -, surge numa época em que predominava o romance regionalista, com denúncias sociais sobre a vida no Nordeste.

O impacto de sua prosa foi tamanho, que a escritora e filósofa francesa Hélène Cixous chega a dividir a literatura brasileira em dois momentos: A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice). O último livro da autora, publicado no ano de sua morte, aparentemente narra apenas o sofrimento da migrante alagoana Macabea no Rio de Janeiro.

A estrutura, porém, é bem mais complexa. Há, no texto, um tripé: a vida comum e sem graça de Macabea; a história do narrador Rodrigo; e a reflexão dele sobre a escritura. A habilidade de Clarice está em articular esses planos de uma maneira que não dificulta a leitura ou deixa o texto empolado ou pernóstico.

Sonhadora e ingênua, Macabea é o retrato da saga sem glamour de uma brasileira perante um outro Brasil, que ela desconhece. Seu namoro com Olímpico de Jesus, nome pleno de ironia, já que ele não tem nada das poderosas divindades gregas que habitavam o Monte Olimpo e muito menos do lado humano da Santíssima Trindade católica, não tem futuro algum.

Ascensão social

Macabea é trocada por Glória, colega de trabalho que, por ter um pai açougueiro, parecia oferecer ao também nordestino Olímpico uma possibilidade de ascensão econômica e social. A desilusão afetiva soma-se a uma progressiva degradação do corpo, causada por uma tuberculose.

É justamente Glória, outro nome bastante crítico, já que ela pouco tem para ser glorificado, que aconselha a deprimida Macabea a encontrar uma orientação para a sua vida, aparentemente sem sentido, numa cartomante, Madame Carlota, que anuncia um futuro pleno de felicidade com um estrangeiro.

Mercedes-Benz

Ao sair desse encontro, com a cabeça literalmente nas nuvens, Macabea é atropelada por um Mercedes-Benz. Termina assim uma existência em que predomina um grande vazio existencial, contada com momentos que evocam James Joyce, na forma como trata livremente a narrativa, e Virginia Woolf, no que diz respeito à maneira de enfocar a riqueza interior feminina.

Em sua sofisticada aula de escritura, a autora cria a saga de um personagem que, se, por um lado, alerta para o drama social da migração, acima de tudo, constrói um exercício do próprio ato de escrever e dos limites entre criador (Clarice), narrador (Rodrigo) e personagem (Macabea), um triângulo marcado pelo constante questionamento existencial.

A estrela do símbolo da Mercedes funciona de maneira metafórica, pois causa a morte da protagonista. Por outro lado, é apenas com a sua morte que Macabea consegue dar destaque a sua vida, com seu corpo desfalecido no meio da rua. Morta, torna-se estrela por um dia. A sua hora de aparecer chegou, melancólica, como toda a sua existência.

Portugal sugere alterações em acordo ortográfico

No primeiro ano em que o acordo ortográfico da língua portuguesa começa a ser aplicado em Portugal, o secretário de Estado da Cultura do país, o escritor Francisco José Viegas, quer mudanças. Para as modificações, seria preciso reunir representantes dos oito países de língua portuguesa.
Só neste ano os alunos portugueses começaram a aprender a nova ortografia e apenas em janeiro os serviços públicos passaram a ter de usar o acordo nas as comunicações escritas. A questão foi levantada por Viegas numa entrevista televisiva. Ao Estado, Viegas disse que o problema é o caso da ortografia dupla que passou a existir.
Aplicando a regra de que as consoantes não pronunciadas devem ser eliminadas, se por um lado em vez de "acto" os portugueses passaram a escrever "ato" ou "Egipto" virou "Egito", surgiram novas divergências entre os dois lados do Atlântico: com a nova ortografia, em Portugal "espectador" passou a ser "espetador", "recepção" ganhou a forma "receção" e "cacto" se tornou "cato". Também foram mantidas diferenças em acentos, como em "Antônio" e "António" e "gênero" e "género".
"Não mencionei a necessidade de alterar o acordo ortográfico. Mencionei incorporar pequenas alterações pontuais, que têm a ver com aquilo que o próprio acordo dispõe, sobre o que é pronúncia culta, pronúncia corrente e a sua correspondente ortografia", explicou Viegas.
Viegas, formado em linguística, não quis indicar quais as mudanças no acordo seriam necessárias. "Isso não depende do poder político, mas dos especialistas e acadêmicos. Não pode ser o poder político a alterar, são as academias (Brasileira de Letras e das Ciências, de Portugal) que têm de fazer esse trabalho."
Na entrevista, ele afirmou que a possibilidade de alterar o acordo estava prevista. "Temos um quadro que nos impõe que até 2015 o acordo esteja completamente implementado. Até dezembro de 2012 podem ser feitas algumas sugestões de alterações. Aquilo que eu fiz foi simplesmente abrir uma porta."
Viegas diz ser a favor do acordo. "A partir de 1.º de janeiro de 2010, eu tinha uma coluna diária no Correio da Manhã que era escrita segundo o acordo ortográfico. Eu fui o primeiro colunista a ter uma coluna diária seguindo o acordo."
A polêmica atual a respeito do acordo começou depois que o poeta Vasco Graça Moura assumiu o cargo de diretor de uma das mais importantes instituições culturais do país, o Centro Cultural de Belém, em fevereiro. Sua primeira medida foi uma norma suspendendo a aplicação do acordo ortográfico nos serviços sob sua tutela.
Na sequência, surgiu uma petição na internet para que o Parlamento vote o fim do acordo. E o professor Ivo Barroso, da Faculdade de Direito de Lisboa, entrou com um processo pedindo a inconstitucionalidade do acordo ortográfico.

Estranheza

O romancista e presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação (Colip-MEC), Godofredo de Oliveira Neto, encarou com estranheza as declarações de Viegas. "O acordo já foi discutido nas instâncias acadêmicas e políticas competentes. Não faz sentido discutir tudo de novo." Ele recorda que o Brasil também poderia ter críticas a aspectos pontuais do acordo - como a abolição do trema -, mas decidiu ceder para garantir a adoção da proposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Lula é internado em SP com infecção pulmonar leve

Segundo boletim do hospital, ex-presidente apresenta febre baixa e ficará em observação; não há previsão de alta


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser internado no Hospital Sírio-Libanês neste domingo, 4, depois de ter apresentado febre baixa. Após exames médicos, foi constatada a presença de infecção pulmonar de leve intensidade. O ex-presidente está sendo tratado com antibióticos administrados por via endovenosa.
Lula deve permanecer internado no Sírio-Libanês nos próximos dias - Ricardo Stuckert/Divulgação
Ricardo Stuckert/Divulgação
Lula deve permanecer internado no Sírio-Libanês nos próximos dias.
Lula deve permanecer internado no hospital nos próximos dias, segundo informação que consta do boletim médico, assinado pelos médicos Antonio Carlos Onofre de Lira, diretor técnico hospitalar e Paulo Cesar Ayroza Galvão, diretor clínico.
O ex-presidente Lula está em tratamento contra um câncer na laringe desde outubro do ano passado. A equipe que o assiste é coordenada pelos médicos Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz e David Uip.
Lula havia concluído o tratamento radio-quimioterápico em 17 de fevereiro, quando teve alta do Sírio-Libanês e foi orientado a prosseguir o processo de recuperação em casa, com assistência fonoaudiológica e fisioterápica, e posteriores exames de reavaliação do seu estado de saúde.