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terça-feira, 10 de abril de 2012

Ingresso a preço de ouro


Divulgação / Bob Dylan: Curitiba ficou de fora da turnê do cantor norte-americano, segundo produtores, por falta de um espaço para abrigar o show na cidade

Valor cobrado em apresentações internacionais no Brasil pode custar mais de R$ 1 mil. Produtores alegam ter muitas despesas para trazer artistas.
Mais de 20 atrações musicais de peso passaram – ou passarão – pelo Brasil entre março e maio deste ano. Entre os shows, estão ícones como Bob Dylan (que começa as apresentações no país no próximo domingo, no Rio de Janeiro), Paul McCartney (Recife, nos dias 21 e 22 de abril, e Florianópolis, 25 de abril) e a dupla Roxette, cuja turnê também chega a Curitiba, no dia 8 de maio (veja quadro com serviço completo). Assim que foram anunciados, fãs se manifestaram nas redes sociais: o preço do ingresso está salgado.
Divulgação
Divulgação / Roxette: cachê de R$ 200 mil por apresentaçãoAmpliar imagem
Roxette: cachê de R$ 200 mil por apresentação
Turnês
Veja as datas e os valores dos ingressos para os shows de Bob Dylan, Paul McCartney e Roxette no Brasil:
Bob Dylan
15 de abril – Rio de Janeiro (Citibank Hall)
17 de abril – Brasília (Ginásio Nilson Nelson)
19 de abril – Belo Horizonte (Chevrolet Hall)
21 e 22 de abril – São Paulo (Credicard Hall)
24 de abril – Porto Alegre (Pepsi on Stage)
Ingressos à venda no sitepremier.ticketsforfun.com.br.
Os preços variam de R$ 120 arquibancada, em Brasília) a R$ 900 (camarote, em São Paulo).
Paul McCartney
21 e 22 de abril – Recife (Estádio do Arruda)
25 de abril – Florianópolis (Estádio da Ressacada)
Ingressos à venda no site www.zetks.com e nas bilheterias dos estádios.
Os preços variam de R$ 160 arquibancada superior inteira, em Recife) a R$ 980 (camarote vip, em Florianópolis).
Ingressos para a área Emotion Club, em Florianópolis – limitada para 600 pessoas e com serviços de open bar e open food –, que custam R$ 1.200, são vendidos exclusivamente pelo telefone: (48) 3216-3042, em horário comercial.
Roxette
8 de maio – Curitiba (Teatro Positivo Grande Auditório)
10 de maio – São Paulo (Credicard Hall)
12 de maio – Rio de Janeiro (Citibank Hall)
15 de maio – Brasília (Ginásio Nilson Nelson)
18 de maio – Recife (Chevrolet Hall)
Ingressos para o show em Curitiba estão à venda na bilheteria do Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), no sitediskingressos.com e nos quiosques dos shop­­­pings Palladium, Mueller e Estação.
Os preços variam de R$ 230 (meia-entrada, plateia superior, filas 16 a 28) a R$ 555 (inteira, filas 1 a 15).
Os bilhetes para ver Dylan, por exemplo, custam até R$ 900 (camarote 1 e cadeira vip em São Paulo). No show do ex-beatle em Florianópolis há ingressos de até R$ 1,2 mil, em uma área limitada para 600 pessoas que inclui serviços como transporte exclusivo, open bar e open food. Os dois exemplos citados são pensados para um público com poder aquisitivo alto, no entanto, o preço mais em conta para o show de Bob Dylan no Rio de Janeiro é de R$ 500 (cadeira lateral).
Em Curitiba, quem quiser ver a dupla sueca Roxette no Teatro Posi­­tivo vai desembolsar de R$ 230 até R$ 555. E por que o ingresso custa tanto? Segundo o diretor da Seven Entretenimento, Fá­­bio Neves, responsável pela vinda do Roxette para Curitiba em parceria com a Time For Fun, o cálculo usado para chegar ao preço final para o consumidor inclui diversos fatores. “O [show do] Roxette tem a locação do teatro, taxas de cartão de débito e crédito, que são altas, R$ 200 mil só de cachê. Fora hospedagem em hotel de luxo, transporte. O equipamento de luz e som que foi aprovado pela banda não existe em Curitiba, tivemos de trazer de fora, e custará quase R$ 64 mil”, explica. Fora as “taxas sociais”, diz a produtora Verinha Walflor, que são as pagas para o Ecad, o Imposto Sobre Serviço (ISS) para a prefeitura e, claro, o aluguel de espaço (que hoje custa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil em teatros). “É um compromisso, não temos como fugir desses itens”, alega Verinha. Porém, ela concorda que os valores são elevados. “O público tem razão de reclamar.”
Fábio Neves afirma que é preciso levar em conta os riscos. “É uma caixinha de surpresas, pior do que bolsa de valores. Se tenho um show com capacidade para 2 mil pessoas, 1.500 têm de pagar [a apresentação]. O restante é lucro ou margem de segurança.” O diretor da Seven frisa que Dylan e outros shows, como o de Morrisey (que aconteceu em março), não vieram para Curitiba por falta de espaço físico.
“O Teatro Guaíra tem a burocracia de órgão público que não é possível para uma turnê internacional, onde é necessário tomar decisões rápidas. O Morrisey queria um lugar inusitado e cogitou-se a Ópera de Arame, que é um lugar ruim. Teríamos um custo enorme para forrar o teto, senão chove dentro. É um belo cartão postal, mas não serve para nada. Tecnicamente é horrível para um espetáculo e para o público.” Neves alega ainda que o poder aquisitivo na cidade, considerado alto, não se reflete na área cultural. “Talvez falte interesse na cultura e entretenimento para pessoas que podem pagar.”
Verinha acredita que a apresentação de Paul McCartney em Floria­nó­­polis, por exemplo, foi viável pelo local (o Estádio da Ressacada, que deve receber um público de 30 mil pessoas) e o apoio do Grupo RBS. “Certamente, eles assumiram o custo de mídia, que é alto.” Falta de patrocinador local é outro empecilho para Curitiba, diz a produtora. “Não temos essa cultura. Ninguém vai dar R$ 1 milhão para assinar um grande show.”
Beneficiados
A meia-entrada é um impasse antigo e que, de acordo com os produtores, faz o preço subir – na prática, o valor praticado com o desconto seria o do ingresso cheio caso não houvesse o benefício, garantido por lei para estudantes, idosos e deficientes. “Ledo engano quem pensa que paga metade do valor. Hoje todo mundo paga inteira, e uma minoria um pouco mais, o que não é justo. Por isso, muitos buscam meios para não ter de pagar tão caro”, salienta Verinha.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mazzaropi centenário


Instituto Mazzaropi/Divulgação / O personagem Jeca, o mais célebre na carreira de Mazzaropi, teve origem no livro Urupês, de Monteiro 
LobatoO personagem Jeca, o mais célebre na carreira de Mazzaropi, teve origem no livro Urupês, de Monteiro Lobato

O comediante, produtor e diretor, um dos nomes mais populares na história do cinema brasileiro, viveu em Curitiba quando garoto. Ele completaria 100 anos amanhã se estivesse vivo.

Amácio tinha 12, 13 anos quando o pai, Bernardo, preocupado com a vontade crescente do garoto de virar artista de circo e cair no mundo, tomou uma decisão radical: enviá-lo para passar uns tempos com o avô paterno, o italiano Amázzio Mazzaropi, de quem herdara o nome e que morava em Curitiba, onde era proprietário de uma loja de tecidos na Rua XV de Novembro, coração da cidade.
Instituto Mazzaropi/Divulgação
Instituto Mazzaropi/Divulgação / Ampliar imagem
Cronologia
Saiba mais sobre a vida e a carreira de Mazzaropi:
• 1912 – Amácio Mazzaropi nasce no dia 9 de abril, em São Paulo
• 1926 – Aos 14 anos, começa a viajar com um circo, mas volta para a casa dos pais, em Taubaté, três anos mais tarde.
• 1931 – Torna-se diretor e o principal ator em um teatro de um convento de Taubaté.
• 1935 – Convence toda a família a entrar para a trupe. Cria o Teatro de Emergência – um barracão de tábuas corridas, coberto de lona.
• 1944 – Uma doença do pai consome o dinheiro de Mazzaropi, e ele dissolve a trupe.
• 1945 – Transfere seu pavilhão de teatro para a cidade de São Paulo e passa a morar no Tucuruvi. Assina contrato com o Teatro Colombo.
• 1946 – Faz seu primeiro programa de rádio, o Rancho Alegre, onde cantava e contava piadas. O sucesso lhe rende o segundo show, Brigada da Alegria. No mesmo ano, começa a trabalhar com Hebe e, mais tarde, com Dercy Gonçalves
• 1950 – É convidado para fazer um show de humor no primeiro canal de tevê brasileiro, a TV Difusora de São Paulo.
• 1951 – Faz o primeiro programa da TV Tupi, do Rio de Janeiro, O Maior Caipira do Rádio Brasileiro.
• 1951 – É chamado para um teste na Companhia Cinematográfica Vera Cruz. Com 39 anos, Mazzaropi faz o primeiro filme, Sai da Frente.
• 1958 – Vende tudo o que tem para criar sua própria produtora, a Pam Filmes, lança Chofer de Praça e passa a cuidar do lançamento e distribuição.
• 1959-1962 – Sob o comando de José Bonifácio de Oliveira, o Boni, Mazzaropi comanda um programa de variedades na TV Excelsior de São Paulo.
• 1960 – Estreia Jeca Tatu. Pouco depois, assume a direção pela primeira vez no longa As Aventuras de Pedro Malasartes.
• 1961 – É lançado seu 12.º filme, Zé do Periquito e inicia a construção do primeiro estúdio. Também estreia o primeiro filme colorido da produtora, Tristeza do Jeca .
• 1974-1978 – Produz e lança uma série de filmes com o personagem Jeca Tatu: O Jeca Macumbeiro, Jeca contra o Capeta, Jecão... Um Fofoqueiro no Céu, O Jeca e Seu Filho Preto e A Banda das Velhas Virgens.
• 1979 – Já bastante debilitado pela septicemia, roda seu último filme, O Jeca e a Égua Milagrosa. Chega a começar a produção de Maria Tomba Homem.
• 1981 – Morre em São Paulo, aos 69 anos.
Fonte: Folhapress
Segundo a biografia Sai da Frente!, assinada pela jornalista carioca Marcela Matos e publicada pela editora Desiderata, Amázzio recebeu o neto com entisiasmo e carinho. Queria proporcionar a ele os mimos e o conforto que, em tempos mais difíceis, não havia conseguido oferecer aos filhos. O pré-adolescente, no entanto, não revelou grande talento para o comércio, e mal conseguia diferenciar um tecido do outro.
Em compensação, o guri virou a atração da loja, entretendo os fregueses com suas hilárias imitações. Já famoso, o comediante, que faria nesta segunda-feira, dia 9 de abril, 100 anos, lembraria em uma entrevista sua experiência curitibana nos anos 20: “Eu vendia fazendo pose, imaginando uma câmera. Tinha isso no sangue...”
Embora tenha aprendido um tanto sobre o dia a dia de uma loja, a tentativa de dissuadi-lo de fazer graça e virar artista foi inócua. Passados três meses, Mazzaropi despediu-se das casimiras e das gabardines em Curitiba e voltou para Taubaté, no interior de São Paulo, para encontrar o seu destino.
Independência
Um dos grandes nomes do humor no Brasil, e integrante do seleto grupo de comediantes clássicos do cinema nacional, ao lado de Oscarito, Grande Otelo, Ankito e Renato Aragão, Mazzaropi era jeca só na ficção. “Ele era um homem refinado. Quando o chamaram para fazer teste na Vera Cruz, esperavam que aparecesse um caipira rústico. Foi vestido com um terno bem cortado, lenço de seda”, conta a biógrafa Marcela Matos, em entrevista à Gazeta do Povo.
O ano era 1951 (leia cronologia nesta página) e o comediante, já um nome conhecido do rádio e da televisão, estrelou seu primeiro longa-metragem Sai da Frente. Embora já tivesse encarnado um tipo interiorano, e fizesse sucesso no programa O Maior Caipira do Rádio Brasileiro, que estreou no mesmo ano na TV Tupi, seu personagem no filme era urbano, ainda que com traços dos principais papéis vividos pelo comediante, sempre algo ingênuos, mas também espertos e resmungões: Isidoro, dono de um caminhãozinho, cujo apelido é Anastácio. Seu principal amigo é um cão chamado Coronel, interpretado pelo cão Duque, famoso astro da Vera Cruz.
Produtor
O primeiro “encontro” de Mazzaropi com Jeca Tatu, o tipo rural, atrasado e submisso criado por Monteiro Lobato em sua obra Urupês (1918), aconteceu em 1960, quando estrelou o filme que leva o nome do personagem, que passaria a ser sua persona mais popular. Dois anos antes, depois de já ter feito filmes com a Vera Cruz e outros estúdios, o ator havia dado um passo importante, ao criar a Pam Filmes, que passou não só a produzir, mas a lançar e distribuir seus filmes.
“Nesse aspecto, o Mazza­ropi foi um visionário, um empreendedor exemplar. Ele controlava tudo com extremo cuidado. Em 1960, ele começa a dirigir [As Aventuras de Pedro Malasartes] e passa a ter controle total sobre sua carreira, acompanhando a distribuição e a renda de seus filmes, para ter certeza de que o dinheiro chegaria a seu bolso”, conta Marcela, lembrando que as fitas chegavam aonde as linhas férreas do país alcançassem, e o comediante, para garantir a circulação de seu catálogo, forçava os exibidores a reprisar títulos mais antigos se quisessem lançar os novos.
“Ele se autofinanciava, procurando fazer um filme por ano, guardando parte da renda acumulada de um para produzir o outro, e também investindo em equipamentos”, diz a jornalista, lembrando um período na década de 70 quando os longas estrelados e dirigidos por Mazzaropi, como Jeca Macumbeiro, Jeca e Seu Filho Preto e Jeca contra o Capeta, levavam mais de 3 milhões de espectadores aos cinemas, rivalizando com blockbusters norte-americanos. Quando faleceu, em 1981, de câncer na coluna vertebral, deixou um estúdio moderno, instalado em Taubaté, hoje transformado em museu e hotel.
CULTURA E LAZER | 2:08

Paulo Camargo fala da importância de Mazzaropi no cinema

O empreeendedor das artes no Brasil viveu em Curitiba por três meses

Inocência - Visconde de Taunay


Publicado na segunda metade do século 19, o romance Inocência pertence à vertente do Romantismo conhecida como regionalismo romântico, caracterizada por apresentar paisagens, costumes e comportamentos típicos de determinadas regiões do Brasil. É nesse aspecto, aliás, que a obra se aproxima do Realismo. Os aspectos do Romantismo podem ser percebidos nos temas trabalhados pelo autor: a idealização do amor e o final trágico.

O dualismo na obra também está presente no enredo e na linguagem. Há uma nítida oposição entre o mundo rural, representado por Pereira, e o mundo urbano, na figura de Meyer. Também há um mescla entre a linguagem culta (expressa pelo narrador) e a linguagem regional (especialmente no discurso de Pereira).
Gênero
Romance
Narrador
Em terceira pessoa e onisciente.
Personagens principais
Pereira: Pai de Inocência. Homem rude, com visão machista e patriarcal, como demonstra o trecho a seguir: “Esta obrigação de casar as mulheres é o diabo! Se não tomam estado, ficam juraras e fanadinhas...; se casam podem cair nas mãos de algum marido malvado... E depois, as histórias! Ih meu Deus, mulheres numa casa, é coisa de meter medo... São redomas de vidro que tudo pode quebrar... Enfim, minha filha, enquanto solteira, honrou o nome de meus pais... O Manecão que se agüente, quando a tiver por sua .. Com gente de saia não há que fiar... Cruz! botam famílias inteiras a perder, enquanto o demo esfrega um olho.”
Inocência: Bela, pura e ingênua. É um exemplo de idealização romântica.
Meyer: Naturalista alemão que pesquisa os insetos da flora brasileira. Representa o mundo urbano e civilizado, que se opõe à concepção machista de Pereira. Essas duas visões de mundo entram em conflito quando Meyer elogia a beleza de Inocência. O que para ele é algo normal, corriqueiro, para Pereira representa uma ofensa, uma transgressão da boa conduta dentro de uma casa de família.
Cirino: Homem bom, mas fraco, que se auto-intitula médico quando na verdade não passa de um curandeiro. Apaixona-se por Inocência e é assassinado por Manecão.
Manecão: Homem rude e violento para quem Inocência está prometida.
Tico: Anão mudo que vigia Inocência.
Tempo
A narrativa se desenrola em meados do século 19.
Espaço
Sertão do Mato Grosso.

Fonte: João Amálio Ribas, professor em Curitiba do Acesso e do Bom Jesus e, em Ponta Grossa, dos colégios Marista e Sagrada Família.
LIVROS UFPR 2011/2012 | 12:24

Inocência – Visconde de Taunay

Inocência pertence à vertente do Romantismo conhecida como regionalismo romântico, caracterizada por apresentar paisagens, costumes e comportamentos típicos de determinadas regiões do Brasil. Assista à análise do professor João Amalio Ribas.