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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

sábado, 2 de junho de 2012

O trânsito de Vênus

Stan Honda/AFP / Imagem do trânsito de Vênus (o ponto escuro na parte inferior direita do Sol) ocorrido em 8 de junho de 2004, feita por Laurent Banguet e Richard Ingham, em Nova York

O trânsito de Vênus

Semelhante a um eclipse e visível em boa parte do mundo, o fenômeno ajuda cientistas na pesquisa de planetas extrassolares.
As próximas terça e quarta-feira serão dias grandes para a astronomia. É quando ocorre o trânsito de Vênus, visível em boa parte do mundo, mas não no Brasil – a não ser pelo extremo oeste do país. Depois deste, o próximo será só em 2117.
Em séculos anteriores, o fenômeno já ajudou na medição do tamanho da Terra e da distância entre o globo terrestre e o Sol. Com a era espacial, radares passaram a fazer o serviço que antes era realizado mais à base de cálcu­­los e observação. Porém, rapidamente, os cientistas descobriram outra utilidade para o fenômeno astronômico.
2117
é ano do próximo trânsito de Vênus, depois do fenômeno que ocorre nos próximos dias 5 e 6. O Brasil poderá ver todo o evento em 2125.
A passagem de Vênus entre o Sol e a Terra ganha o no­­me de “trânsito” porque não­­ chega a ser um eclipse so­­lar, embora seja semelhante. Pelo tamanho e pela posição dos planetas – além de Vênus, há também o trânsito de Mercúrio –, eles não chegam a tapar o Sol.
“Vênus produz uma pequeníssima diminuição na luz solar observada, como um ruído. Assim podemos observar as características da atmosfera do planeta que transita”, explica o astrônomo Dietmar William Foryta, professor do­­ departamento de Física da­­ Universidade Federal do Para­­ná (UFPR).
Tudo que se sabe em relação a Vênus pode então ser usado para entender melhor planetas que existem fora do Sistema Solar, os chamados planetas extrassolares, que orbitam outras estrelas. “A observação de fenôme­­nos astronômicos raros despertam o inte­­resse pela As­­tro­­­­­­nomia e­­ ciência em geral.­­ Vários ques­­tio­­namen­­tos so­­bre­­­­ o Uni­­ver­­so­­ são imedia­­ta­­men­­te des­­per­­­­tados quando um­­ leigo­­ vis­­lum­­­­bra um­­ fe­­­­­­­­nô­­meno­­ as­­tro­­­­­­­­nômico­­ in­­co­­­­­mum”, diz­­ o­­ pro­­­­fessor­­ de Fí­­­­si­­­­ca Rogério To­­nio­­­lo, da Pon­­tifícia Univer­­si­­dade Católica do Paraná (PUC­­PR).
A Agência Espacial Ame­­ricana (Nasa, na sigla em inglês) fará uma transmissão ao vivo do trânsito de Vênus em sua página na internet, a começar às 18h30 de terça-feira. Mais tarde, vídeos do fenômeno devem aparecer no YouTube.
Para José Luís Manoel da Silva, diretor do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná, ver o fenômeno “é como apertar a mão de um craque de futebol”.
O trânsito de Vênus será do Leste para Oeste e terá a duração de 6 horas e 40 minutos, de acordo com cálculo feito pela Nasa.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sol sobreviverá à colisão da Via Láctea com Andrômeda


De acordo com os modelos, o Sistema Solar, e a Terra, deverão sobreviver à colisão, mas provavelmente serão lançados a uma nova região do espaço.

Astrônomos da Nasa usaram dados do telescópio espacial Hubble para simular um dos eventos mais extremos que nossa vizinhança cósmica vai passar, o choque da Via Láctea com a galáxia de Andrômeda (M31), prevista para acontecer daqui a 4 bilhões de anos. De acordo com os modelos, o Sistema Solar, e a Terra, deverão sobreviver à colisão, mas provavelmente serão lançados a uma nova região do espaço.
"Nossos achados são estatisticamente consistentes com uma colisão de frente entre Andrômeda e nossa Via Láctea", disse Roeland van der Marel, do Space Telescope Science Institute (STScI), que administra o Hubble.
A simulação foi possível após detalhada análise de dados do telescópio espacial sobre o movimento de Andrômeda. A galáxia hoje está a cerca de 2,5 milhões de anos-luz de distância, mas avança velozmente em direção da Via Láctea devido à atração gravitacional mútua. O modelo ostra ainda que serão necessários outros 2 bilhões de anos para que as duas galáxias se unam completamente, deixando para trás seus formatos espirais e transformando-se em uma imensa galáxia elíptica.
"Depois de quase um século de especulação sobre o futuro destino de Andrômeda e da Via Láctea, finalmente temos um cenário claro de como os eventos vai se desdobrar nos próximos bilhões de anos", contou Sangmo Tony Sohn, também do STScI.
Embora as galáxias entrem em choque, as estrelas dentro delas estão tão afastadas uma das outras que elas não deverão colidir no encontro. Apesar disso, elas serão lançadas em novas órbitas em torno do novo núcleo galáctico e as simulações indicam que nosso Sistema Solar provavelmente será lançado para mais longe dele do que atualmente está.
Para deixar tudo ainda mais complicado, no entanto, a galáxia do Triângulo (M33), anã companheira de Andrômeda, vai se juntar à colisão e provavelmente se fundir ao par Andrômeda-Via Láctea. Há ainda uma pequena chance da M33 se chocar com a Via Láctea antes de Andrômeda.

Será que O Nordeste poderia se transformar numa DUBAI brasileira???????????


Seca no nordeste deixa 800 municípios em situação de emergência.

Um total de 800 municípios do Nordeste se encontram em situação de emergência devido à seca, depois do Governo declarar nesta sexta-feira que 25 novas cidades do estado da Paraíba estão nesta circunstância.
A declaração de emergência obriga à Secretaria Nacional de Defesa Civil a garantir o acesso da população do município aos programas de ajuda e a aprovar subsídios aos agricultores com suas colheitas afetadas.
O ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, analisou a situação nesta semana em reunião com parlamentares regionais para discutir ações que minimizem os efeitos da seca na zona.
O Governo pôs à disposição dos municípios uma linha de crédito de emergência por um valor total de RS$ 1 bilhão com taxas de juros subsidiadas, como forma de destinar dinheiro à economia local.
Na Bahia, 2,7 milhões de pessoas foram afetadas pela falta de chuvas, segundo a Coordenadora de Defesa Civil do estado (Cordec). A seca também afeta municípios do Ceará e Rio Grande do Norte.
Nessas regiões, os governos devem contratar Em todas estas regiões os Governos locais deveram contratar caminhões-pipa para abastecer de água às cidades mais afetadas.

Dubai: Antes e Depois


Dubai: Antes e Depois

Dubai 

certamente deve o lugar do mundo onde ocorreram as mais rápidas transformações em decorrência da ação humana. As fotos abaixo ilustram um pouco da admirável metamorfose dessa cidade, situada nos Emirados Árabes Unidos (veja a localização no Google Maps).



XIXNo início do Século XIX, Dubai já era importante polo de comércio e movimentado porto de escala para os comerciantes estrangeiros, principalmente para os que vinham da Índia.


1960Na década de 60, com o declínio do comércio de pérolas, inicia-se a exploração do petróleo, fato que impulsiona o desenvolvimento urbano e atrai imigrantes de todos os continentes.


1990Na dédade de 90, Dubai começa a expandir-se para outras áreas adjacentes à cidade velha.


1993A expansão acontece à velocidade da luz eDubai dá evidências de que se tornaria uma cidade de grandes proporções.


2003Em poucos anos, o lugar já se transformara em megalópole, apresentando a silhueta das populosas cidades ocidentais.


2007Dubai consolida-se como centro de modernidade urbana, com projetos idealizados por arquitetos de renome mundial.







2009A cidade já apresenta sinais de saturação imobiliária. A especulação e os investimentos foram altos e os seus administradores se dão conta de que não tiveram o retorno qualitativo e quantitativo que esperavam.











2012De todo modo, as construções prosseguem e a cidade cada vez mais é conhecida pela sua feição futurista, marcada por grandes eventos esportivos e culturais. Dubai firma-se como a Meca do Turismo e do Consumo no mundo árabe.










Dubai no Google Maps | Clique para ampliar

Obama ordenou onda de ataques cibernéticos ao Irã, diz "NYT"


A operação, chamada de "Jogos Olímpicos", começou após um erro de programação dos cientistas iranianos que revelou informações sigilosas sobre a usina nuclear de Natanz, em meados de 2010.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou uma série de ataques cibernéticos aos sistemas que controlam o programa nuclear do Irã, de acordo com reportagem do jornal "New York Times" divulgada nesta sexta-feira (1º).
Segundo a publicação, a operação, chamada de "Jogos Olímpicos", começou após um erro de programação dos cientistas iranianos que revelou informações sigilosas sobre a usina nuclear de Natanz, em meados de 2010.
Após colher o fragmento, os americanos desenvolveram, junto com Israel, um vírus para atingir o sistemas iranianos. O código, conhecido como Stuxnet, foi descoberto por cientistas de Teerã, mas, mesmo assim, Obama ordenou os ataques cibernéticos.
Foram desenvolvidas versões atualizadas do vírus, que chegaram a paralisar temporariamente de mil a 5.000 centrífugas de Natanz, que são responsáveis pelo enriquecimento de urânio. As informações foram divulgadas por funcionários de segurança americanos, europeus e israelenses.
De acordo com o vice-presidente da empresa de antivírus Symantec, Carey Nachenberg, o código é 50 vezes maior que um vírus de internet comum.
Sabotagem
O "New York Times" informa que os ataques aconteceram nos últimos 18 meses e diminuíram o ritmo de enriquecimento de urânio nas usinas iranianas. Teerã negou que o Stuxnet tenha interferido nas operações, mas afirma que detectou o código.
Nos últimos meses, o Irã anunciou o desenvolvimento de um departamento do Exército especializado em segurança passiva para enfrentar os ataques ocidentais.
Apenas recentemente os Estados Unidos reconheceram que interferem em sistemas de inimigos, ainda que tenham admitido ter entrado apenas em sites do grupo terrorista Al Qaeda.

À Educação: “10% do PIB, já!”


À Educação: “10% do PIB, já!”

A campanha “10% do PIB, já!”, apoiada pela professora-educadora Amanda Gurgel, visa sensibilizar o Poder Executivo e o Poder Legislativo a destinarem à educação 10% do Produto Interno Bruto do país.

Para superar dificuldades como: baixos salários, transporte precário, salas de aula superlotadas e até a proibição a professores/as de comerem a merenda oferecida aos alunos, possam ser superadas.

Amanda Gurgel é aquela distinta professora do Rio Grande do Norte, que, revoltada com as agruras de lidar com a educação, resolveu dar um depoimento que silenciou deputados do RN em audiência pública. E, após sua fala fazer sucesso no You Tube, ela virou uma liderança nacional de sua classe. Veja o vídeo

A partir de então, a educadora Amanda, promove a campanha. E entre as suas mobilizações, além de estar visitando várias cidades do país, está organizando, para o dia 31/5, às 20h, um novo tuitaço #dezporcentodopibja

Somando-se a estas ações, há ainda um abaixo-assinado online - aqui

Apoie! Eu apoio totalmente esta campanha: 10% DO PIB JÁ!

Nova droga pode ter motivado caso de canibalismo em Miami


Frame de vídeo do último sábado exibe policiais ao lado do homem nu (segundo à direita sob a ponte), que foi morto após se recusar a parar de mastigar .... Foto: AP
Frame de vídeo do último sábado exibe policiais ao lado do homem nu (segundo à direita sob a ponte), que foi morto após se recusar a parar de mastigar o corpo de sua vítima
Foto: AP

A polícia de Miami investiga se o estranho caso do homem que comeu parte do rosto de outro antes de ser morto pela polícia teria sido motivado pelos efeitos de um novo tipo da droga LSD conhecido como "Sais de banho".
A substância provoca um aumento da temperatura corporal e torna a pessoa mais agressiva, informou nesta terça-feira o médico Paul Adams, do Hospital Jackson Memorial de Miami, à rede de televisão "ABC". A vítima, que permanece em estado crítico no centro médico, perdeu quase 75% do rosto.
O agressor foi identificado como Rudy Eugene, de 31 anos. Ele estava completamente nu no momento dos fatos, e comeu as orelhas, o nariz e parte da testa do outro rapaz.
O crime aconteceu no sábado passado no viaduto McArthur, no centro da cidade, a caminho de Miami Beach, e tem deixado a população amedrontada.
O presidente do sindicato da polícia de Miami, Armando Aguilar, disse que pode haver semelhança entre este caso e outros recentes envolvendo "Sais de banho".
"As pessoas tiram a roupa, de repente adquirem uma força sobre-humana, se tornam violentas e ficam queimando por dentro", explicou Aguilar à "ABC".
Ele revelou que, em um dos casos envolvendo a droga, o sujeito estava caminhando sem roupa e foi atropelado por um taxista. O indivíduo pulou no teto do veículo e foram necessários 15 policiais para detê-lo.
No caso do homem que se alimentou do rosto de outro, uma testemunha que disse ter visto o ato de canibalismo quando andava de bicicleta pela área.
"O homem estava comendo o outro com a boca. Então lhe disse: 'sai daí'. O rapaz continuou cometendo o crime, arrancando a pele do cara", declarou Larry Vega ao canal "WPLG".
Vega chamou a polícia e, quando um agente chegou ao local e tentou deter o sujeito, este apenas lhe grunhiu e voltou a devorar a vítima, que estava deitada no chão, sem roupas.
O policial disparou uma vez, mas o indivíduo continuou mastigando o rosto da vítima e acabou morrendo após receber vários tiros.
"Nunca pensei que veria alguém devorando outra pessoa. Isso foi realmente espantoso", reconheceu Vega.
O terrível caso foi gravado pelas câmeras de segurança do jornal "The Miami Herald", cuja sede se encontra próxima ao local do crime.
As autoridades investigam se o agressor era morador de rua. O jornal "El Nuevo Herald" indicou nesta quarta-feira que policiais identificaram a vítima como Ronal Poppo, de 65 anos.

Brasileiros vão sofrer mais com osteoporose


Até 2020, casos da doença que enfraquece os ossos devem crescer 15% entre brasileiros com mais de 50 anos.

Os brasileiros estão cada vez mais expostos à osteoporose. Dados divulgados ontem pela Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês) revelam que 33% das mulheres e 16% dos homens acima dos 65 anos têm a doença no país. A pesquisa, uma espécie de auditoria que compilou estudos sobre osteoporose em 14 nações latino-americanas, também aponta que os casos de fratura de quadril, por exemplo, um dos mais graves, devem crescer 15% no Brasil nos próximos oito anos, passando de 121 mil neste ano para 140 mil em 2020.
Os números em relação à fratura de coluna também preo­­cupam: atualmente, 27,5% das mulheres e 31,8% dos homens acima dos 65 anos apresentam problemas nesta área do corpo, que costuma aparecer por meio das chamadas “corcundas” em idosos. As mulheres são as principais vítimas, principalmente após a menopausa: estima-se que, de 21 milhões de brasileiras com mais de 50 anos, 2,9 milhões vivam com este tipo de fratura, que causa dor, incapacidade de realizar atividades diárias e diminui a altura da paciente em até seis centímetros.
Modo de vida
Atitudes simples ajudam a prevenir a doença
Para evitar uma doença que gera dores excruciantes, incapacita e até leva à morte, bastam atitudes simples, tomadas individualmente ou em conjunto com o médico. No campo da prevenção contra a osteoporose, é importante tomar sol – responsável por 90% da absorção de vitamina D pelo organismo humano e a consequente produção de cálcio –; ingerir verduras, leite e alimentos ricos em cálcio; realizar exercícios físicos e não fumar.
O professor do curso de Medicina da Faculdade Evangélica Bruno Perotta explica que também é importante comentar com o médico sobre eventual necessidade de realizar hemograma e descobrir o nível de vitamina D no sangue, e, se for o caso, ingerir a vitamina por meio de medicamentos.
Quem já passou dos 50 anos – em especial mulheres na menopausa – deve comentar com o médico sobre o exame de densitometria óssea. A ação é importante principalmente levando-se em conta que a osteoporose é assintomática e só costuma gerar dor quando o caso é grave e exige internação, cirurgia e imobilização por gesso. (VP)
140 mil
brasileiros devem receber o diagnóstico de osteoporose em 2020 – 15% a mais do que neste ano, segundo projeção da Fundação Internacional de Osteoporose.
A principal explicação para essa escalada da doença vem na esteira de uma boa notícia: o brasileiro está vivendo mais. “A osteoporose pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é na velhice, quando a dose de hormônios sexuais diminui no corpo, que ocorre a maioria dos casos”, explica o professor de Medicina da Faculdade Evangélica de Curitiba Bruno Perotta. Isso porque hormônios como estrogênio e testosterona têm a capacidade de reter o cálcio no organismo.
Políticas públicas
A má notícia é que, ao contrário de doenças também típicas da terceira idade, como hipertensão e diabete, a osteoporose ainda sofre de um diagnóstico precário, fruto da pouca importância dada pelo governo ao tema e do desconhecimento da classe médica sobre como identificá-la. Essa é a opinião do ginecologista Bruno Muzzi Camargos, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), entidade que participou da pesquisa internacional.
De acordo com o médico, não há políticas públicas que reforcem duas atitudes básicas nas áreas de prevenção e diagnóstico: exigir que os alimentos tenham maior adição de vitamina D e esclarecer a população e os médicos sobre a importância da densitometria óssea, exame que atesta a densidade dos ossos. Segundo a Abrasso, existem 1.850 densitômetros espalhados pelo país – 97% deles em clínicas particulares. “É como se o pobre não tivesse osteoporose”, critica Camargos.
A entidade defende que a densitometria óssea se torne tão importante quanto a mamografia e o eletrocardiograma. “O custo para o país de negligenciar o problema é muito grande. A osteoporose leva a cirurgias e internação, causa dependência e morte.” Hoje, 97% das fraturas de quadril necessitam de cirurgia e um período de internação de, no mínimo, 11 dias. Cada paciente custa em torno de R$ 8 mil ao governo. Já um densitômetro custa cerca de R$ 100 mil e cada exame pe­­lo SUS, R$ 36.

Médicos do HC voltam às atividades a partir desta sexta-feira

Profissionais continuam em estado de alerta, mas suspenderam a greve para não prejudicar a população.
Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (31), os médicos servidores federais doHospital de Clínicas (HC) decidiram retomar as atividades a partir da sexta-feira (1).
Durante os quatro dias de greve, mais de 4 mil consultas foram canceladas e até quarta-feira (30), 42 cirurgias eletivas foram desmarcadas.
Ao retomar as atividades, Eduardo Lourenço, chefe de urgência e emergência do HC, diz que os médicos sabem do transtorno causado e que estão preparados para a sobrecarga de trabalho. “Sabemos da importância do hospital no atendimento às pessoas e do impacto que teve a paralisação”, declarou.
Segundo o Sindicato de Médicos do Paraná (Simepar), a categoria pode voltar a paralisar caso o governo não reveja os artigos da Medida Provisória (MP) 568/12. Eles se reúnem novamente na quarta-feira (6) para deliberar se aderem à paralisação dos servidores técnico-administrativos do HC, que inicia no dia 11. “Se o governo não nos der uma resposta satisfatória, tudo é possível. Será uma decisão da maioria”, disse Lourenço.
Negociações
Durante os dias de paralisação, a categoria e o reitor negociaram com o governo. Os médicos se reuniram com o deputado revisor da medida provisória, Osmar Serraglio (PMDB-PR) no dia 29 e o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, foi ao Ministério do Planejamento e à Casa Civil na quarta-feira (30). Ele saiu otimista das reuniões com outros reitores de universidades federais com Sérgio Carneiro, do Departamento de Relações de Trabalho no Serviço Público e com Sérgio Mendonça, Secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público.
De acordo com Zaki Akel, o chefe de gabinete da Casa Civil, Carlos Carboni, disse que há espaço para rever a medida provisória e que uma equipe de técnicos do Ministério do Planejamento estuda o assunto.

Obstáculos judiciais dificultam adoção por casais homoafetivos no Brasil


Arquivo pessoal /
INFÂNCIA

São raros os casos de pessoas do mesmo sexo que conseguem adotar uma criança em conjunto, quando os dois nomes saem na certidão.

Quando Airton e Marcos chegaram em casa com os dois futuros filhos adotivos – na segunda visita antes de a adoção ser efetivada –, o mais velho olhou para eles e perguntou: “quando é que poderei chamar vocês de pai?”. Airton imediatamente respondeu: “Pode chamar já, porque acreditamos que vai dar tudo certo com o nosso processo”. Henrique, na época com 9 anos e 3 meses, saiu pela casa gritando “pai, pai, pai”.
Hoje, Airton Gonçalves de Oliveira e Marcos Antonio Scopel Buffon já vivem com os irmãos Henrique e José Guilherme há dois anos em Porto Alegre. Mas a história dos quatro ainda é um exemplo pouco comum na Justiça brasileira. Ainda são raros os casos de pares homoafetivos (como são chamados casais homossexuais) que conseguiram adotar em conjunto, quando o nome de ambos sai na certidão de nascimento do filho.
Família feliz e regularizada
Airton (à esquerda) e Marcos decidiram adotar depois de 17 anos vivendo juntos. Entraram com o pedido e, em um ano, realizaram o sonho de ter filhos. “Pedimos uma ou duas crianças com até 5 anos. Um dia nos ligaram dizendo que tinha uma de 4 anos, mas que o irmão estava com 9. Mesmo assim, decidimos conhecê-los e não deu outra. Ficamos juntos”, diz Airton.
Ele e o companheiro não tiveram problemas com a Justiça e o processo correu sem contestações. “Aqui no Rio Grande do Sul o assunto está mais avançado. Porém, incentivo que todos façam o pedido, porque não tem como tirar o preconceituoso do lugar onde está se não enfrentá-lo.” O filho mais velho, Henrique, está mais alto que os pais, segundo Airton, e vai com eles feliz para a escola. “Quem espera muito para adotar é porque quer criança recém-nascida. Mas isso não é garantia de nada. Nossos filhos são exemplares.” (PM)
Opção sexual
Pesquisas mostram que não há diferença na evolução dos filhos
Pesquisas mundo afora têm demonstrado ser falsa a ideia de que crianças criadas e educadas por homossexuais seguiriam também essa opção sexual. A afirmação é da pesquisadora e psicóloga Lídia Weber, que analisou dados empíricos coletados em outros países e concluiu, ao observá-los, que não existe diferença no desenvolvimento da criança se ela for criada por um casal hetero ou homossexual. “Quebraram-se mitos como aqueles que dizem que homossexualidade se pega por convivência”, aponta.
Um estudo conduzido por três pesquisadores norte-americanos, dois deles da Universidade da Virgínia, investigou o desenvolvimento de crianças adotivas em 106 famílias, 56 delas encabeçadas por casais homosexuais e 50 por heterossexuais. Publicada em 2010, a pesquisa mostrou que, segundo os relatos de pais e professores, de modo geral as crianças estavam se comportando de forma típica.
Lídia lembra que alguns estudos indicam que provavelmente a criança passe por mais preconceito por estar em uma família homoafetiva, mas, segundo ela, não é por isso que a adoção deve ser proibida. “É apenas uma questão de educação. A criança criada por homossexuais se desenvolve, tem autoestima e vivência escolar como as outras.”
Preconceito
Segundo a psicóloga, o próprio preconceito contra os adotados deve ser combatido. Ela cita o caso recente do filme Os Vingadores, que relacionava a vilania de um personagem ao fato de ele ter sido adotado. “Precisamos lutar contra isso.” (PM)
12 anos
é a idade estipulada pelo Ministério Público do Paraná para uma criança decidir se quer ou não ser adotada por um casal homoafetivo.
Obstáculos
Quais são as barreiras que impedem a adoção por pares homoafetivos?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Em Curitiba, por exemplo, existem quatro casais homossexuais habilitados para adotar, mas, por enquanto, eles ainda estão na fila de espera ou em processo de adaptação com os novos filhos. Há outros dois casais que esperam ser habilitados.
Consentimento
R.P.* e seu companheiro são um dos pares que conseguiram a habilitação: a decisão chegou recentemente, mas não sem sofrimentos. O processo dele e de seu companheiro, conforme explica o advogado do casal, Paulo Nalin, foi questionado em ação impetrada pelo Ministério Público do Paraná.
O promotor defendeu que a adoção só poderia ocorrer com o consentimento da criança, que deve ter mais de 12 anos de idade, e se for do sexo oposto. O caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e neste ano a corte deu ganho de causa ao casal, com adoção sem restrições. Agora os dois estão na expectativa de conseguir o tão desejado filho.
Apesar de R.P. defen­der que a Justiça se mostrou preconceituosa, a juíza da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Curitiba, Maria Lúcia de Paula Es­píndola, considera a visã­o equivocada. “A Justiça sempre teve papel importante na proteção dos direitos da minoria. Reforço que desde que estou na Vara [2009] não houve qualquer restrição a esses pedidos”, afirma.
É difícil saber quantos casais homossexuais, no Paraná e no Brasil, conseguiram adotar em conjunto, até porque a permissão depende de cada Vara da Infância e Juventude e não há dados compilados a respeito. Provavelmente o primeiro caso de adoção em conjunto no Paraná está em Cascavel e ocorreu em 2010 (não foram encontrados outros casos no estado). O juiz que julgou a causa, Sergio Luiz Kreuz, ressalta que aquele foi o único processo do tipo em que atuou. Já no Brasil, o primeiro caso de adoção conjunta foi em 2006, no Rio Grande do Sul.
Um casal homoafetivo pode procurar diretamente a Vara da Infância e da Juventude para se habilitar à adoção. Durante muito tempo, porém, a grande dificuldade enfrentada pelos pares homossexuais foi a interpretação distinta de juízes e promotores sobre as leis existentes. Um exemplo é o que exige o Estatuto da Criança e do Adolescente: a adoção, quando feita por pares, deve ocorrer apenas quando houver união estável. A questão é que muitos operadores do Direito, por mais que o casal homossexual estivesse junto há anos, não reconheciam essa união. O apoio veio no ano passado, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva como união estável.
Adoções no país são unilaterais
Diante da dificuldade da adoção conjunta, pares homoafetivos se acostumaram a buscar outros caminhos para conseguir realizar o sonho de ter filhos. Normalmente uma das partes, sozinha, entrava com o pedido de adoção e mascarava o fato de ter um companheiro ou companheira.
“Paulatinamente se percebeu que não havia porque não dar a adoção ao par homoafetivo. Pelo contrário, notou-se um prejuízo enorme, porque a criança ficava sem o vínculo jurídico com o outro pai (ou mãe), ficava desassistida, sem direito à pensão alimentícia, à visita e à herança no caso de uma separação”, explica a advogada Viviane Girardi, autora do livro Famílias contemporâneas, filiação e afeto: a possibilidade jurídica da adoção por homossexuais.
Para a juíza Maria Lúcia de Paula Espíndola, da 2.ª Vara da Infância e Juventude de Curitiba, a decisão do STF de reconhecer a união estável só reforçou o que já previa a Constituição. “No meu entender, ao vedar a discriminação por sexo, raça, cor e origem e inserir o princípio de igualdade entre os direitos fundamentais dos cidadãos, a Constituição passou a ensejar a adoção por pessoas homoafetivas e também reconheceu como entidade familiar a união entre pessoas do mesmo gênero”, avalia.
Concentração
Nem todos os operadores do Direito, no entanto, entendem assim. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) é um dos órgãos que têm recorrido das ações de adoção por pares homoafetivos, exigindo que a criança dê o consentimento, ou seja, que tenha mais de 12 anos.
O promotor Murillo José Digiácomo, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, destaca que essa não é uma posição geral do MP-PR e que ali há espaço para diversos posicionamentos. “Para mim, o importante é que os casais demonstrem que têm um ambiente familiar adequado e estejam preparados para condições presentes e futuras para a adoção.” Digiácomo lembra que a adoção por homossexuais não é uma questão pacificada e que cada promotor pode defender o seu pensamento.
Viviane Gi­rardi, afirma, porém, que se houver uma negativa de adoção para um casal homoafetivo, claramente por discriminação, eles (ou elas) podem entrar com um processo por causa do preconceito. “E olha que aparecem justificativas ridículas nos processos. Uma vez li uma decisão que dizia que não era possível habilitar as duas mulheres, mas, que se uma delas quisesse se habilitar sozinha, isso seria possível.”