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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quando comer se torna um problema

 / Reações indesejadas a alimentos mudam a dieta de quem sofre com elas. Apesar dos sintomas parecidos, as causas são distintas Reações indesejadas a alimentos mudam a dieta de quem sofre com elas. Apesar dos sintomas parecidos, as causas são distintas Alimentação

Quando comer se torna um problema

Os sintomas gastrointestinais são clássicos tanto na intolerância quanto na alergia alimentar. A diferença é que as reações alérgicas também trazem problemas em outras áreas, sem relação com o sistema digestivo
Quem sofre com diarreia, náuseas, vômitos, distensão abdominal e, muitas vezes, osteoporose, precisa tomar cuidado para não se autodiagnosticar e acabar tomando remédios inadequados, pois, apesar de terem sintomas parecidos, intolerância e alergia a alimentos têm causas e reações distintas.
Os sintomas gastrointestinais são clássicos nas duas enfermidades. A diferença é que as reações alérgicas também trazem problemas em outras áreas, sem relação com o sistema digestivo. Urticárias, coceira, tosse e falta de ar são alguns indícios da alergia, que pode chegar a causar choque anafilático e morte.
Testes
A investigação clínica é o primeiro passo do diagnóstico. Consiste de um questionário feito pelo médico para verificar os sintomas e se há outros efeitos colaterais, como anemia. A partir das respostas, há uma definição de quais são os possíveis diagnósticos de alergia ou intolerância, que serão confirmados por testes. Veja alguns deles:
>> Prick test na pele: para diagnosticar alergias. É geralmente feito no antebraço para alimentos específicos, e a reação acontece na pele.
>> Dosagem de IgE: a imunoglobulina E (IgE) é um anticorpo que marca as reações alérgicas. A partir da quantidade total e da específica para cada alérgeno encontrada no exame de sangue é possível descobrir o causador da alergia.
>> Teste de provocação oral: para o diagnóstico de alergias sem ligação com o IgE. O paciente fica de seis a oito semanas sem o alimento que aparenta causar a alergia e, depois, é reintroduzido na dieta, com supervisão médica. É feita a provocação na pele para reconhecer os sintomas.
>> Teste de antitransglutaminase e antiendomísio: são dois testes sorológicos feitos para detectar a presença de anticorpos relacionados com a intolerância a glúten, a doença celíaca.
>> Endoscopia com biópsia do duodeno: é essencial para diagnosticar a doença celíaca. A biópsia é feita para verificar a condição do intestino delgado. Se tanto os exames sorológicos quanto a biópsia derem negativos, não há chance de intolerância a glúten.
>> Teste de tolerância com sobrecarga oral de lactose: também chamado de curva glicêmica da lactose, é feito com o paciente em jejum. Primeiramente, faz-se uma dosagem da glicemia seguida pela ingestão de uma solução de lactose. Novas medições são feitas em intervalos de 30 minutos. Se a glicemia continuar normal, o paciente não tem capacidade de digerir a lactose e transformá-la em galactose e glicose, sendo assim intolerante ao açúcar.
>> Teste de hidrogênio expirado: esse exame não é tão acessível, mas ajuda no diagnóstico de intolerâncias ligadas a carboidratos e açúcares. O processo é parecido com a da curva glicêmica, mas é feito com a coleta de ar expirado. A primeira é feita em jejum, e as seguintes, após a ingestão de uma solução diluída com o carboidrato ou açúcar em questão. Caso a quantidade de hidrogênio expirado aumente, o paciente pode ser intolerante.
>> Teste Food Detective: realizado por meio de uma coleta de uma gota de sangue, detecta anticorpos IgG (imunoglobulina G) para 59 alimentos. Feito na Inglaterra, é um exame que pode ser testado em casa. Porém, deve-se lembrar que testes acompanhados e indicados por médico especializado são mais confiáveis.
SII
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) possui sintomas parecidos com os da intolerância alimentar, mas não existe exame para diagnosticá-la. Segundo a gastroenterologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe Jocemara Gurmini, o diagnóstico é feito pela exclusão de outras possíveis doenças. A hipótese mais aceita para a ocorrência da SII é uma alteração na capacidade do intestino de mover a comida, chamada de motilidade intestinal. Ela também está ligada a diversos acontecimentos psicológicos e não possui cura. Seu tratamento deve ser multiprofissional, com a ajuda de gastroenterologistas, nutricionistas e psicólogos.
Chat
Na sexta-feira (15), a Gazeta do Povo realiza um chat em seu site com a gastroenterologista pediátrica e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe (HPP) Jocemara Gurmini para tirar dúvidas dos leitores sobre intolerâncias e alergias alimentares. O bate-papo começa às 16h30 no link www.gazetadopovo.com.br/saude, mas você já pode mandar suas dúvidas para o e-mail saude@gazetadopovo.com.br
A alergia geralmente é causada por um único tipo de alimento. Segundo o Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2007, os que mais comumente causam problemas alérgicos são leite de vaca, ovo, peixe, leguminosas, soja, crustáceos, trigo e amendoim. O termo alergia alimentar é utilizado para definir reações adversas a alimentos ligadas ao sistema imunológico.
Já a intolerância ocorre quando o corpo não consegue mais digerir determinado açúcar ou proteína, o que causa reações adversas. As duas mais conhecidas são a intolerância à lactose (compartilhada por cerca de 20 milhões de brasileiros) e ao glúten – chamada de doença celíaca – embora cada indivíduo possa desenvolver problemas em relação a qualquer tipo de alimento.
Preocupação
A doença celíaca é a mais preocupante, pois possui uma série de sintomas secundários, como anemia, abortos recorrentes, osteoporose e até mesmo intolerância à lactose. “Isso acontece porque as vilosidades do intestino ficam cobertas e os nutrientes não podem ser absorvidos. A primeira enzima que não consegue trabalhar é a lactase [responsável pela digestão da lactose – o açúcar do leite]”, explica a gastroenterologista pediátrica e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe (HPP) Jocemara Gurmini.
Além disso, as chances de uma pessoa ter a doença aumentam se um familiar tiver o mesmo problema, como explica a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, pesquisadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “Pessoas que têm os sintomas, mas especialmente com familiares com a doença, ou diabete tipo 1, doenças autoimunes, entre outras, devem ficar atentas à possibilidade da doença celíaca”, afirma, acrescentando a importância dos testes sorológicos e da endoscopia para confirmar o diagnóstico.
O tratamento possível tanto para a alergia quanto para a intolerância é a exclusão do alimento do cardápio diário. Porém, no caso da lactose, há uma esperança antes de tomar a medida radical de mudança na dieta: remédios como o Lact-aid, ainda não disponível no Brasil, possuem as enzimas da lactase e ajudam na digestão. Esse corte da ingestão de leite, por exemplo, causa preocupação de que haja falta de nutrientes, como o cálcio. “Por isso, a pessoa deve ter acompanhamento multiprofissional, com nutricionistas e médicos, para ajudar nessa dieta complicada”, diz o gastroenterologista Mauro Batista Morais, professor da Escola Paulista de Medicina da Uni­versidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Alergia ao glúten?
Alguns termos utilizados pelos pacientes são de enlouquecer gastroenterologistas. Entre eles estão as pessoas que dizem ter alergia ao glúten ou à lactose. As alergias causadas por leite e cereais são as alergias à proteína do leite de vaca e ao trigo, mediadas pela imunoglobulina E. “A intolerância acontece por conta da impossibilidade de o organismo digerir carboidratos e açúcares, que são substâncias diferentes das que causam alergia, as proteínas”, explica Jocemara Gurmini, gastroenterologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe. Entretanto a doença celíaca é desencadeada pelo glúten, que é a junção de duas proteínas encontradas em quatro tipos de cereais.
No caso da alergia ao leite, ela geralmente acontece em bebês, e a medida a se tomar é retirar o leite de vaca da alimentação da mãe, explica a chefe da divisão de Nutrição do Hospital Universitário de Brasília, Ana Paula Caio Zidório. “A alergia é identificada no primeiro ano de vida em crianças que já têm histórico de pais com alergias. A grande maioria já está curada aos dois anos e poucas passam dos cinco anos com o problema.”
Para prevenir a alergia ao trigo, alguns cuidados podem ser tomados pela mãe. Os cereais devem ser evitados na dieta da mãe e do bebê antes dos quatro meses e após os sete. Nesse período é possível incluir na dieta produtos derivados de cereais, pois é nessa fase que a criança desenvolve a tolerância aos alimentos.

Iniciativas incentivam empreendedorismo na conservação

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / As empre­ende­doras Terezinha Vareschi (esq.) e Bianca Reinert e Clóvis Borges, da SPVS As empre­ende­doras Terezinha Vareschi (esq.) e Bianca Reinert e Clóvis Borges, da SPVS Sustentabilidade

Ativista atrai investidor com gestão profissional

Plano de metas e resultados passa a fazer parte do vocabulário das organizações de proteção ao meio ambiente
Novo modelo
Iniciativas incentivam empreendedorismo na conservação
Diversas iniciativas no país têm usado o empreendedorismo para incentivar a conservação do meio-ambiente. A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) se inspirou no modelo da Fundação Ashoka para implementar o seu programa Empreendedores da Conservação (E-Cons).
A fundação trabalha na seleção de projetos que tenham como objetivo resolver necessidades sociais e ambientais. Com um processo de seleção criterioso, a Ashoka forma um banco de empreendedores que podem ser selecionados por financiadores interessados.
No E-Cons, o funcionamento do programa é um pouco diferente. Um único financiador apoia seis iniciativas pré-selecionadas pela SPVS. Os valores repassados para os empreendedores variam de acordo com a necessidade de cada projeto. Em média, são bolsas de R$ 4,5 mil ao mês para os seis empreendimentos selecionados, por um período de três anos.
Autossuficiência
O diretor-executivo da organização, Clóvis Borges, compara a relação da E-Cons e dos empreendedores com a de um banco e um microempresário. “Da mesma forma que o dono de uma panificadora pega empréstimo no banco para ampliar sua produção, o empreendedor da conservação vai receber apoio do financiador para expandir seus resultados”, diz.
Após o término do programa, os projetos podem se tornar autossuficientes ou então o investidor pode prorrogar o apoio. “O projeto prevê que cada empreendedor tenha uma plano de sustentabilidade do seu negócio para que ande com suas próprias pernas”, explica Borges.
Os parceiros que trabalham com educação ambiental, por exemplo, terão três anos para desenvolver metodologias e captar de clientes para o futuro.
O modelo adotado pelas organizações é resultado da percepção de ambientalistas de que a conservação do meio ambiente só é possível se for relacionada à sua importância social e econômica. “É preciso aproximar o mercado ao meio ambiente e fazer deste um negócio lucrativo para quem investe”, afirma Maurício Costa, CEO da E2 Brasil Sócio Ambiental, que está em fase de implementação da BVRio, uma bolsa de valores de ativos ambientais. A bolsa vai comercializar créditos de carbono e reciclagem.
Um exemplo de aplicação da bolsa é a comercialização de créditos de reserva legal. A legislação exige que proprietários rurais conservem uma determinada porção da cobertura vegetal original da área. Segundo a BVRio, a lei permite que aquele que possui cobertura de floresta acima do exigido transforme o excesso em Créditos de Reserva Legal (CRLs), que poderão ser negociados com proprietários rurais que possuem áreas florestais abaixo do exigido por lei. (PB)

Para atrair investidores e garantir a sustentabilidade dos negócios, algumas organizações de proteção do meio ambiente estão profissionalizando sua gestão. Planos estratégicos de metas e balanços, expressões comuns no mundo corporativo, agora passaram a fazer parte do vocabulário dos ativistas.
A curitibana Sociedade de Pesquisa Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) viu no método uma forma de atrair um parceiro para seu novo programa, o Empreendedores da Conservação (E-Cons). O HSBC Seguros, financiador da iniciativa, investirá R$ 1 milhão nos próximos três anos em seis projetos-piloto reconhecidos como ações inovadoras na área de conservação da natureza.
Um deles é o de Terezinha Vareschi, que conserva uma área de mata nativa de 36 mil metros quadrados dentro do perímetro urbano de Curitiba. Para participar do E-Cons, ela precisou apresentar um plano de crescimento, com metas e resultados para os próximos 36 meses.
O empreendimento dela visa ampliar o número de Reservas Particulares do Patrimônio Natural Mu­nicipal (RPPNM) na cidade, hoje ainda bastante reduzido, mas com potencial de crescimento. Desde que se comprometam a conservar a mata nativa local, os proprietários recebem uma série de benefícios com essas áreas, que inclusive podem se tornar um negócio lucrativo. Isenção de impostos, comercialização do potencial construtivo do terreno e exploração do ecoturismo na região da mata são algumas das vantagens oferecidas para aqueles que optam por entrar no programa.
“É uma possibilidade de transformar a conservação em um negócio como qualquer outro. Já existem RPPNMs que são aproveitadas desta maneira, com atividades comerciais sem impacto ambiental”, explica Terezinha. Uma delas é a Reserva do Cascatinha, em Santa Felicidade, onde é mantido um parque de conservação particular em que são realizadas atividades de visitação e de ecoturismo.
De acordo com a Secre­taria Municipal de Meio Ambiente, 97% dos 77 milhões de metros quadrados de mata nativa que existem em Curitiba estão localizados em áreas particulares. De 700 áreas potenciais, apenas cinco já se transformaram em RPPNM e outras 28 estão em tramitação. “Há uma grande possibilidade de expansão e é uma atividade que vai se sustentar além dos três anos de projeto”, diz a empreendedora.
Para dar corpo ao projeto, ela criou a Associação dos Protetores de Áreas Verdes Relevantes em Curitiba e Região Metropolitana (Apave), que promove reuniões com proprietários de áreas com potencial de reserva para a troca de informações.
A Apave também já pressiona a administração municipal para que alguns critérios e leis sejam revistos, entre eles a possibilidade de que o potencial construtivo das RPPNM possa ser revendido a cada oito anos.

30 mil km de estradas federais ao “Deus dará”

Thiago Tereda / Infraestrutura

30 mil km de estradas federais ao “Deus dará”

Metade da malha rodoviária brasileira administrada pelo Dnit está sem manutenção após escândalos que colocaram licitações sob suspeita

A crise que atingiu o De­­par­­tamento Nacional de In­­fraestrutura de Transportes (Dnit) no ano passado provocou um efeito colateral que atinge milhões de motoristas até hoje. Como herança, as denúncias de corrupção deixaram metade das rodovias públicas administradas pelo órgão no país sem contratos para obras de manutenção e recuperação viária. São 30 mil quilômetros à espera de operações tapa-buraco, drenagem e sinalização, o equivalente a 55% de um total de 54,5 mil quilômetros. No Paraná, são 173 quilômetros (ver infográfico ao lado) na BR-153, que corta o estado entre o Norte Pioneiro e a Região Sul.
A origem do escândalo remonta a 2008, quando o Dnit abriu edital para a contratação de projetos executivos de engenharia para recuperar metade da malha rodoviária. Muitos desses contratos não saíram do papel e o que avançou foi retido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou falhas em projetos e suspeitas de superfaturamento. Os problemas respingaram na cúpula do Dnit, acusada de cobrar propina com fins eleitorais. Na ocasião, todos os procedimentos licitatórios em andamento foram suspensos temporariamente.
Desperdício
“Estado não atua para evitar os problemas; Assim gasta mais”
Como a União se mostra incapaz de zelar pelas rodovias federais, a pesquisadora Gilza Blasi acredita que a privatização das estradas poderia ser o caminho para que o Brasil tivesse vias em melhores condições. “O Estado só age quando existe um problema. Não atua para evitar os problemas. Assim, os gastos sempre são maiores”, afirma.
Gilza acredita que o governo deveria ser fiscalizador de obras viárias. “Qualquer situação no poder público exige licitação e isso leva tempo. Com uma empresa fazendo apenas o serviço de manutenção e restauração de vias, as melhorias seriam mais rápidas”, diz.
O presidente do Crea-PR, Joel Krüger, discorda da tese de que privatizar é o melhor caminho. “Os custos para os motoristas se deslocarem podem ser muito altos. A gente paga imposto para que o Estado tenha a obrigação de cuidar das rodovias da melhor maneira”, afirma.
Gilberto Cantú, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná, não é contra pedagiar as rodovias, desde que isso se reflita em melhorias nas condições de tráfego. “Mas os valores teriam de ser revistos para não onerar os motoristas”, salienta.
Segundo ele, a situação das rodovias federais públicas do país piorou muito depois da crise no Dnit. “Isso causou um abandono nas rodovias que coloca em risco a vida dos motoristas e ainda aumenta o custo de manutenção dos veículos.” (DA)
Estopim
Entenda como se deu a crise no Dnit em 2011:
Denúncia
A crise começou no Ministério dos Transportes depois de o Partido da República (PR) ser acusado de ter um esquema de financiamento eleitoral por meio de superfaturamento de obras licitadas a partir de 2008. O valor desviado era dividido entre o PR e parlamentares dos estados em que a obra era realizada.
Afastados
O diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot; o presidente da Valec (empresa pública do ramo de construções), José Francisco das Neves e o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, foram afastados dos cargos pela presidente Dilma Rousseff. O então ministro Alfredo Nascimento perdeu o cargo.
Delta
Uma das empresas beneficiadas no esquema seria a Delta, empresa envolvida nos escândalos de corrupção investigados pela CPI do Cachoeira. O Dnit é o maior cliente dos serviços prestados pela Delta. Atualmente, a construtora tem 99 contratos ativos com a autarquia. Juntos, somam R$ 2,518 bilhões.
Buracos
Você conhece outros trechos de rodovias no Paraná que precisam de manutenção?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
A Controladoria-Geral da União (CGU) apresentou relatório de auditoria em setembro de 2011. O órgão constatou 66 irregularidades em 17 processos analisados no Ministério dos Transportes. O trabalho apontou prejuízo potencial de R$ 682 milhões, em um total de R$ 5,1 bilhões fiscalizados.
Promessa
Em meio às denúncias, as estradas ficaram abandonadas. Agora, para licitar as obras novamente, o departamento está revisando os projetos com as 50 empresas que tinham vencido as concorrências anteriores. Em paralelo, equipes técnicas da autarquia estão desenvolvendo projetos próprios.
Em janeiro passado havia a previsão de uma nova licitação, no valor de R$ 16 bilhões, para contratação de obras nos 30 mil quilômetros sem manutenção, mas a concorrência não saiu do papel. O Dnit não explicou porque a previsão não se confirmou. Apenas informou que pretende licitar contratos avaliados em R$ 10 bilhões ainda nesse ano, o que seria suficiente para a manutenção de pelo menos 11 mil quilômetros.
Por meio da assessoria de imprensa do órgão, o diretor-geral Jorge Fraxe assegura que a malha não ficará sem contrato de manutenção. “Não será uma única licitação. Serão realizadas licitações em todas as superintendências regionais do Dnit e também em Brasília”, garantiu.
Riscos
Especialista na área de transportes e professora da Universidade Federal do Para­­ná (UFPR), Gilza Blasi ressalta que a falta de manutenção é um problema crônico nas rodovias federais. Segundo ela, isso resulta em falta de segurança aos usuários. “Com uma rodovia sem manutenção não há segurança viária”, diz.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Joel Krüger, que também leciona na Pontifícia Universidade Católica (PUC), explica que um asfalto sem manutenção adequada por um período de cinco a sete anos sofre danos que comprometem a segurança dos motoristas. “A chuva e a passagens de veículos vão desgastando as rodovias. Se o asfalto é preparado para aguentar 15 anos, por exemplo, tem de fazer medidas preventivas a cada cinco ou sete anos. Caso contrário, a segurança é totalmente comprometida”, afirma.
12 mil km de vias estaduais receberão obras
O governo do estado homologou na semana passada licitações para a execução de obras de conservação e manutenção de 11,8 mil quilômetros da malha rodoviária estadual. Serão investidos cerca de R$ 840 milhões nas intervenções, segundo o governo do estado. As obras serão executadas pelas regionais do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Cascavel. As obras foram divididas em 27 lotes. A execução dos projetos vai envolver 25 empreiteiras.
O programa foi dividido em três segmentos. O primeiro é denominado de Conservação e Recuperação Descontínua com Melhoria do Estado do Pavimento. Com recursos de R$ 410 milhões, essa etapa contempla 2 mil quilômetros de rodovias em elevado processo de deterioração.
Boa parte dessa malha serve como corredor de transporte regional ou estadual. O objetivo do programa é alcançar 85% de nível bom e muito bom nas condições do pavimento. Os outros 15% deverão estar, pelo menos, em nível razoável. Com isso o objetivo é eliminar rodovias em situações consideradas como ruins ou péssimas.
Reparos
O segundo segmento é o de Conservação de Pavimentos e tem previstos mais R$ 290 milhões. Neste programa, os serviços serão basicamente a execução de reparos em pequenos segmentos, principalmente para melhoria da drenagem. O trabalho será estendido por aproximadamente 8 mil quilômetros de rodovias estaduais pavimentadas que apresentam atualmente menor grau de deterioração.
Outros R$ 139 milhões serão investidos em serviços de limpeza, drenagem, sinalização e controle da vegetação. Essa será terceira etapa e terá objetivo de garantir maior visibilidade da sinalização.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Brasil tem 3,4 milhões de menores trabalhando, aponta OIT

Arquivo/Agência Brasil / Censo 2010

Brasil tem 3,4 milhões de menores trabalhando, aponta OIT

O número aponta queda maior que 10% em relação aos mais de 3,9 milhões de menores de idade que trabalhavam em 2000
12/06/2012 | 11:05 | Agência O Globo
Um estudo feito a partir dos dados do Censo de 2010 aponta que 3,4 milhões de crianças e adolescentes trabalham no Brasil. O número aponta queda maior que 10% em relação aos mais de 3,9 milhões de menores de idade que trabalhavam em 2000. O estudo, elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Fórum Nacional para a Prevenção e Eliminação do Trabalho Infantil (FNPeti) e divulgado nesta terça-feira, aponta, porém, que há regiões do país onde houve forte crescimento do trabalho infantil nessa década, como Roraima, Amapá, Amazonas e Distrito Federal.
Apesar da queda geral do número de menores trabalhadores no Brasil, piorou o indicador referente àquelas crianças entre 10 e 13 anos que estão fazendo algum tipo de trabalho. Eram 700 mil em 2000 e subiram a 710 mil na última medição. As regiões que mais passaram a empregar essas crianças foram Norte e Centro-Oeste, mas também a região Sudeste viu o número de crianças de até 13 anos que estão trabalhando crescer 15%, de 2000 a 2010, com maior alta em São Paulo e Rio de Janeiro.
"Isso é preocupante, já que essa faixa etária corresponde aos anos anteriores à conclusão do ensino fundamental e seu impacto sobre a aprendizagem, conclusão escolar ou abandono escolar ou não ingresso no ensino médio, é imediato", segundo nota divulgada pelo FNPeti nesta terça-feira, no dia mundial pela eliminação do trabalho infantil.
Em evento no Ministério da Justiça, FNPeti, OIT, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e 79 entidades representativas dos empregadores, trabalhadores, governo federal, operadores do Direito e organizações não governamentais e outras entidades lançaram hoje a campanha "Vamos acabar com o trabalho infantil. Em defesa dos direitos humanos e da justiça social".

Exemplar, Lei Maria da Penha padece de falta de estrutura


Marcos Labanca/ Gazeta do Povo /
DIREITOS HUMANOS

Exemplar, Lei Maria da Penha padece de falta de estrutura

Brasil não tem delegacias, juizados e casas-lares em número suficiente para proteger as mulheres vítimas de violência.
Vista pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma legislação exemplar no combate à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha esbarra em dificuldades estruturais para ser aplicada na prática. A falta de delegacias especializadas, juizados especiais e casas-abrigo comprometem a eficácia da lei criada para proteger a mulher e punir os agressores. Mesmo quando essas estruturas existem, os funcionários são em número insuficiente e mal treinados.
Os dois principais desafios mapeados pela Comis­­são Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a Violência contra a Mulher, que deve vir ao Paraná no próximo dia 25, remetem justamente à falta de estrutura física e recursos humanos em dois órgãos essenciais para fazer valer a lei: as delegacias especiais de atendimento à mulher (Deam) e os juizados de violência doméstica.
Acusação
Entidades de proteção à mulher denunciam delegacia de Curitiba
Movimentos sociais de defesa da mulher acusam a Delegacia da Mulher de Curitiba de descumprir a Lei Maria da Penha. Entre os atos de omissão, a suposta exigência de flagrante para lavrar boletim de ocorrência (BO) e o pedido para que a mulher voltasse ao seu bairro de origem para fazer o BO na delegacia da região. A denúncia foi feita na semana passada à seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Temos notícia de que a delegacia se recusa a atender as mulheres e alega que, por falta de policiais, é preciso retornar à delegacia do bairro. Também são despreparados, perguntam à mulher várias vezes se ela tem certeza de que sofreu violência. É um constrangimento e uma nova violência contra a vítima”, diz Ludmilla Nascarella, conselheira da ONG Espaço Mulher. “Sem o BO, a mulher fica de mãos atadas, não consegue audiência no juizado para ter direito à medida protetiva, por exemplo.”
A delegada titular da delegacia, Maritza Haisi, nega os fatos e diz que a ordem é para que o servidor atenda toda vítima que procure o serviço. O problema, de acordo com ela, é que a delegacia não tem competência para investigar certos tipos de crime, como os de natureza patrimonial ou homicídios. “O decreto que criou a delegacia [da mulher] limitou a atuação dela, e, nesse caso, até fazemos o primeiro atendimento, mas o BO é encaminhado para a delegacia que trata daquele crime específico.”
A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Sandra Lia Barwinski, diz que o fato de a delegacia ter sido criada por decreto em 1985, antes da Lei Maria da Penha (2006), realmente limita o seu poder de investigação, mas que é preciso esclarecer os servidores de que a autoridade policial tem a obrigação de receber toda e qualquer denúncia. (VP)
Entre as melhores do mundo
A Lei Maria da Penha, aprovada por 80% da população brasileira segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo em 2011, também é elogiada ao redor do mundo. Conforme relatório publicado em 2009 pelo Fundo de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), a legislação brasileira está entre as três melhores do mundo no quesito combate à violência contra a mulher. As outras duas são a Lei de Violência Doméstica da Mongólia e a Lei de Proteção Contra a Violência da Espanha, ambas aprovadas em 2004.

  • No Brasil, menos de 10% dos mu­­nicípios têm uma Deam e as que estão em fun­­cionamento não têm policiais suficientes para atender as vítimas e investigar os casos. O Paraná é um exemplo. Apenas 11 dos 399 municípios do estado têm uma Deam, o que corresponde a 2,7% do total.
Na capital, a única delegacia especializada vive sobrecarregada desde que a lei foi aprovada, em 2006. Segundo a delegada titular, Maritza Haisi, naquele ano foram instaurados 127 inquéritos, com uma equipe de 18 servidores. Em 2011, o efetivo aumentou para 36 profissionais, mas o número de inquéritos subiu de forma exponencial: havia 8 mil em trâmite.
No caso dos juizados especiais, a situação é similar. Existem 60 deles em todo o país, dois no Paraná (Curitiba e Londrina), embora a demanda seja até dez vezes maior. Nestes locais são apreciados pedidos importantes, como o da medida protetiva, que impede o agressor de chegar perto da vítima. “Os investimentos são incompatíveis com a grandeza da lei”, analisa a médica legista Maria Letícia Fagundes, autora do Projeto MaisMarias, que esclarece a população a respeito da lei.
Ela lembra que outro mecanismo importante de combate à violência praticamente inexiste no estado: as casas-abrigo, para onde são encaminhadas as vítimas que correm risco de morte. Hoje, no Paraná, há apenas um local deste tipo na capital e cinco no interior. No Brasil, existem 70.
“É muito pouco. Cerca de 50% das mulheres correm risco de vida e não poderiam voltar para suas casas”, diz. O resultado é desanimador sob qualquer prisma: ou as mulheres denunciam, voltam para casa e apanham (ou são mortas), ou desistem de denunciar, pois sabem que terão de encarar o companheiro. Ambas as atitudes enfraquecem a tão comemorada lei. Segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado no mês passado, 68% dos casos de agressão à mulher ocorrem dentro de casa.
Não existem estatísticas confiáveis
A falta de dados sobre a violência contra a mulher também preocupa as autoridades. Se hoje o Brasil resolvesse de fato o problema da falta de orçamento para o setor, ainda assim não saberia por onde começar, já que as estatísticas inexistem ou são pouco confiáveis. “Sabemos que o Paraná é o terceiro estado onde mais morrem mulheres, mas não sabemos quem são elas, se fizeram boletim de ocorrência, se procuraram o serviço de proteção da Justiça e se foram atendidas”, explica a deputada federal Rosane Ferreira (PV-PR), uma das integrantes da CPMI.
Esse vazio estatístico também é apontado pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), outro membro da comissão, como o grande desafio do Brasil na área. O parlamentar sentiu pessoalmente tal dificuldade: ao pedir dados para a CPMI, ouviu dos estados que as informações inexistiam ou não estavam tabuladas e disponíveis. “Ainda não concluímos os trabalhos, mas já percebemos que há um total desaparelhamento do Estado para cumprir a lei com eficácia. No país todo”, avalia Rosinha.
No próximo dia 25, os parlamentares visitarão órgãos que integram a rede de proteção à mulher no Paraná, como a Secretaria de Estado da Segurança Pública e o Tribunal de Justiça, além da Assembleia Legislativa do Paraná.
OAB vai propor melhorias no atendimento
Até o dia 25, um grupo de estudos da OAB no estado, coordenado pela advogada Sandra Lia Barwinski, deverá colocar em votação uma série de medidas que visam ao aprimoramento da infraestrutura de atendimento à mulher no Paraná. Serão discutidas em torno de 20 propostas, e o objetivo é que pelo menos dez sejam encaminhadas à CPMI que trata do tema no Congresso. O documento pretende focar em particularidades enfrentadas pelo Paraná na área. A primeira, de acordo com Sandra, é a ausência de um centro de reeducação do agressor, uma medida elogiada mundo afora, mas que ainda não é realidade em Curitiba.
Hoje, há iniciativas isoladas, como a do juizado especial da capital, que oferece oficinas, palestras e encontros com psicólogos para os agressores, além de conversas entre o casal para tentar entender o que leva à violência. Nenhuma, no entanto, é política de Estado. “São iniciativas individuais, como a da juíza, mas não foram formalizadas, institucionalizadas”, diz a advogada.
Outra medida urgente é a estruturação da Defensoria Pública no estado, com a consequente criação de um núcleo de atendimento à mulher vítima de agressão. Hoje, cerca de 80% das vítimas são das classes C, D e E, negras ou pardas e sem escolaridade nem renda para contratar um advogado, o que demonstra a urgência de tal iniciativa.
Por fim, o órgão recomendará que seja criado um núcleo da OAB dentro das delegacias, com um advogado pago pelo Estado, e que esteja presente no local 24 horas por dia para prestar esclarecimento sobre a lei às vítimas, além da presença do delegado durante os plantões, algo que hoje não ocorre, por falta de efetivo.

Leitura de jornal no currículo


Aniele Nascimento / Gazeta do Povo / Atualmente, o projeto Ler em Pensar faz parte da rotina de 509 instituições de ensino em todo o ParanáAtualmente, o projeto Ler em Pensar faz parte da rotina de 509 instituições de ensino em todo o Paraná
PROJETO DE LEI

Leitura de jornal no currículo

Proposta na Assembleia Legislativa prevê a distribuição de jornais e revistas em escolas da rede pública do Paraná.
Alunos de escolas públicas de todo o Paraná podem ter garantido o acesso a jornais e revistas em sala de aula. O estímulo à leitura de periódicos no ambiente escolar já tem o apoio de várias entidades civis e a atividade tem sido analisada em diversas pesquisas acadêmicas. Assim como já ocorre na Bahia e em Santa Catarina, a prática tem a possibilidade de se tornar obrigatória nas instituições paranaenses caso um projeto de lei seja aprovado na Assembleia Legislativa.
A proposta elaborada pelo deputado Ney Leprevost (PSD) estabelece esse tipo de exercício como atividade extracurricular e determina que escolas públicas de ensino fundamental e médio recebam, diariamente, pelo menos um exemplar de um jornal local ou regional e, mensalmente, uma revista de informação de amplitude nacional. A escolha dos periódicos será feita por meio de processo licitatório e o contrato deve se limitar ao período correspondente ao calendário escolar anual.
Opinião
Um desafio instigante e que vale a pena
Rafaela Bortolin, repórter da Gazeta do Povo, mestranda em Educação pela PUCPR e pesquisadora do uso de jornais em sala de aula
Acompanho de perto as atividades do projeto Ler e Pensar desde 2009 para elaborar a minha dissertação de mestrado sobre o uso de jornais na escola. Um tema apaixonante.
Relatos de professores envolvidos com a ação dão os detalhes de suas experiências. As histórias vão da “bagunça inicial” – com todos os alunos curiosos, folheando os jornais e fazendo uma série de perguntas – aos momentos de discussão – quando os jovens associam as matérias ao seu dia a dia, aos problemas de sua comunidade ou às suas experiências de vida. Tudo é visto pelos educadores como oportunidade para despertar o lado crítico, autônomo e cidadão dos estudantes que, na maioria dos casos, tinham pouco ou nenhum contato com a mídia impressa fora das aulas.
Trabalhar com o jornal na escola abre as portas para que a comunidade escolar seja capaz de analisar o mundo, fazer críticas e agir sobre ele, de maneira conjunta e consciente, para modificá-lo. Durante esse período da pesquisa, descobri que o jornal em si não educa e pode se tornar apenas um recurso a mais, como outros que são subutilizados nas escolas. Porém, a combinação de uma capacitação bem estruturada para professores, a disponibilidade de materiais atualizados, o apoio da equipe pedagógica e muita força de vontade por parte dos docentes gera resultados incríveis.
Como alguns professores dizem, “dá muito trabalho” usar o jornal na escola. São horas e até dias para elaborar uma boa ideia, reunir edições, planejar aulas e desenvolver atividades que despertem a curiosidade nos alunos. É preciso tudo isso para fazer com que os jovens leiam o jornal além do que está escrito, levando-os a refletir e produzir suas próprias opiniões sobre os assuntos e, em um plano maior, sobre a sua comunidade, a sociedade e o mundo do qual fazem parte.
O desafio não é fácil, mas mostra-se altamente instigante e vale muito a pena.
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Como o jornal pode ser usado de forma criativa em sala de aula?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Uma das maiores incentivadoras da prática é a Associação Nacional de Jornais (ANJ). Em 2008, uma pesquisa qualitativa promovida pela instituição – da qual participaram alunos e professores de escolas públicas e particulares de sete capitais brasileiras – destacou o uso do jornal como ferramenta de aprendizagem. O desenvolvimento do hábito da leitura, a ampliação do vocabulário, a assimilação de conteúdo e o estímulo ao senso crítico surgiram como os maiores benefícios.
A ANJ mantém desde 1982 o programa Jornal e Educação, um meio de incentivar as empresas associadas a lançarem iniciativas que aproximem jovens estudantes da leitura de periódicos. Segundo dados da associação, existem hoje 50 programas de incentivo à leitura de jornais no país. Em geral, os acordos são firmados entre empresas jornalísticas e prefeituras, escolas privadas, sindicatos ou bibliotecas. Só na Região Sul, há 16 programas que levam o conteúdo dos periódicos a alunos da educação básica.
Aplicação
Para a professora doutora Lídia Maria Gonçalves, pes­­quisadora do tema na Universidade Estadual de Londrina (UEL), o maior benefício da prática é o desenvolvimento do gosto pela leitura – base para o desenvolvimento intelectual e que não se dá somente por meio de livros didáticos. Ela destaca ainda que a mídia impressa pode conectar alunos ao mundo em que estão inseridos, ligando os temas do ambiente escolar às questões sociais contemporâneas. “Ao mesmo tempo em que os alunos têm contato com a norma culta da língua, eles passam a conhecer assuntos de interesse público. É uma forma de ligar a escola com a vida.”
A faixa etária dos alunos não é um problema para a pesquisadora. Com as devidas adaptações, Lídia defende que é possível incluir os jornais no cotidiano escolar desde a educação infantil. “É claro que alunos da pré-escola não sabem decodificar, mas a leitura é muito mais do que decodificação. É compreensão e interpretação. E isso elas fazem”, diz. Com crianças pequenas, temas abordados pela mídia impressa podem ser usados em projetos desenvolvidos em sala de aula, como o trânsito ou o meio ambiente.
Famílias e turmas inteiras envolvidas
A Escola Municipal Antônio José de Carvalho, de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, recebe um exemplar da Gazeta do Povo diariamente. A escola é uma das centenas de instituições participantes do projeto Ler e Pensar e, há cerca de quatro anos, tem seu corpo docente envolvido intensamente com o jornal. “Ele [o jornal] se tornou uma ferramenta imprescindível. A primeira coisa que fazemos quando chegamos é separar o que vai ser usado nas atividades em sala naquele dia”, conta a supervisora Maria Rita de Paula Lima.
Maria Rita explica que, com as reportagens, as turmas desenvolvem trabalhos sobre saúde bucal, tratamento do lixo e uso consciente da água, por exemplo. Sempre que alguma matéria referente a esses assuntos é publicada, o professor responsável a aproveita nas atividades e o resultado do exercício vai para os blogues de cada turma.
Na página www.clubedosdentes.blogspot.com, que pertence à turma do 5.º ano B, é possível conferir as atividades desenvolvidas pelos alunos a partir de reportagens que abordam o combate ao fumo, a saúde bucal e os males que o álcool pode causar. Já a turma do 5.º ano A cuida de temas relacionados ao trânsito e se mantém atenta a tudo o que é publicado sobre o assunto. O resultado dos trabalhos pode ser visto em www.transitocultiveessaideia.blogspot.com.
“Maleta Viajante”
Na Escola Atuação, da rede privada, alunos do 2.º ao 5.º ano também usam edições da Gazeta do Povo de forma pedagógica. Em um dos projetos, chamado de Maleta Viajante, cada criança leva para casa uma mala com uma página do jornal e um caderno. Como tarefa de casa, o estudante deve interpretar uma das reportagens em conjunto com os pais. No dia seguinte, ele apresenta para a turma o que entendeu sobre aquela notícia.
De acordo com a professora Alesandra Gaspar Lamb, a recepção das famílias diante do projeto é muito positiva. “Eles nos contam que ficam sabendo de vários assuntos em casa porque o filho deles leu primeiro, aqui na escola.”
Ler e Pensar
O projeto Ler e Pensar foi criado pela Gazeta do Povo em 1999 e é mantido a partir de parcerias com secretarias municipais de Educação, instituições de ensino superior, patrocinadores, apoiadores, além de educadores e pedagogos de escolas públicas e particulares. Em 12 anos, o projeto beneficiou cerca 600 mil estudantes e 5 mil professores em 40 municípios paranaenses. Hoje, 509 escolas públicas, privadas e organizações não governamentais estão vinculadas ao projeto.
No ano passado, o Ler e Pensar venceu a categoria Newspaper in Education do Prêmio Mundial Jovens Leitores, promovido pela Associação Mundial de Jornais (WAN), que reconhece ações encabeçadas por empresas jornalísticas e voltadas à formação de jovens leitores.

História do Dia dos Namorados


A história do Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a São Valentim. A associação com o amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.
bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.
Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de fevereiro - também marca a véspera de lupercais, festas anuais celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do matrimônio) e de Pan (deus da natureza). Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade.
Outra versão diz que no século XVIIingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como a união do Dia dos Namorados. A data foi adotada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o The Valentine's Day. E na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a).
Atualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupidocom asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa. Estima-se que, mundo fora, aproximadamente mil milhões (Portugal) (um bilhão no Brasil) de cartões com mensagens românticas são enviados a cada ano, tornando esse dia um dos mais lucrativos do ano. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes no Brasil.
O dia de São Valentim era até há algumas décadas uma festa comemorada principalmente em países anglo-saxões, mas ao longo do século XX o hábito estendeu-se a muitos outros países.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Gazeta do Povo no Canadá: o melhor de dois mundos


Divulgação / Montreal no verão: os canadenses aproveitam muito o solMontreal no verão: os canadenses aproveitam muito o sol
Chegar a Montreal é passar uma fronteira num mesmo território, sem precisar mostrar o passaporte. Montreal é cosmopolita, mas faz questão de deixar claro sua forte influência francesa. Nem por isso despreza o que a colonização inglesa e a cultura norte-americana têm a oferecer. O resultado é um mix do melhor dos dois mundos: há shoppings, museus, galerias de arte, festivais de música e teatro e uma infinidade de atividades que atendem aos diferentes perfis de turistas.
Montreal tem esse nome por causa do Monte Royal, uma colina que se abre para o rio São Lourenço e que hoje é o maior parque da cidade. Moradores e visitantes aproveitam a vista para a baía e suas pistas de corrida. No inverno, a neve permite esportes como caminhadas com raquetes e esqui.

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Divulgação / Catedral de Notre Dame, em MontrealCatedral de Notre Dame, em Montreal
Mas é verão no Canadá e todos estão ávidos pelo sol. Mesmo que a temperatura marque 13 graus acompanhados por um ventinho gelado, vestidos e regatas com chinelos e bermudas estão nas ruas. Hora de cruzar a cidade de bicicleta e aproveitar a infinidade de eventos.
A cidade estava movimentada com a realização do Grand Prix e os protestos estudantis, que discutem os reajustes nas mensalidades das universidades.
A cidade tem jovens do mundo todo, que frequentam as quatro universidades (duas francesas e duas inglesas). A moçada nas ruas garante um astral descontraído, como o que acontece em Mile End, bairro universitário cheio de lojinhas descontraidas, cafés e casas compartilhadas. Na cidade velha, a região do porto também concentra atrações imperdíveis como a Catedral de Notre Dame. A riqueza de detalhes no altar mor e iluminação dos vitrais em seus três domos são de arrepiar.
O verão é a estação dos festivais. O primeiro é o de música francesa, o FrancoFolies, que fecha ruas centrais epara o trafego e coloca restaurantes e comerciantes nas ruas para atendimento dos pedestres. Tudo é motivo pra sair de casa. Até a Fórmula 1 foi motivo para um festival no Quartier des Spectacles, região que concentra os recintos artísticos da cidade.
Arte, aliás, esta em toda parte. Até no meio da rua: uma obra de Fernando Botero ornamentava a fachada de um hotel na cidade velha. E não era reprodução. A peça é de coleção particular e estava na rua para deleite dos transeuntes.
Saímos de Toronto ainda bem impactados pelo episódio do tiroteio no Eaton Centre. Inevitável acompanhar o noticiário sobre a busca pelo suspeito e a situação das vítimas. O assunto está na capa dos jornais há quatro dias e os canadenses são enfáticos em afirmar que tudo é muito surpreendente. A polícia diz que tudo não passou de um acerto de contas, já que tanto o rapaz que morreu como o outro, ferido durante o tiroteio, têm envolvimento com gangues.

 / Lago Muskoka, na província de OntárioLago Muskoka, na província de Ontário
Whatever... deixemos isso um pouco de lado, já que a missão aqui é outra. Seguimos para a região de Muskoka, ainda na província de Ontário. O lugar é um santuário ecológico, cheio de parques e lagos, uma espécie de litoral dos canadenses. Casa de veraneio, traillers, hotéis-fazenda e pequenos vilarejos ao melhor estilo Twin Peaks compõem o cenário.
Ali os canadenses passam as férias, tanto no inverno quanto no verão. A área é dedicada aosesportes outdoor, como canoagem, cavalgadas, pescaria, escaladas e acampamentos.
Depois de receber instruções de uma simpática guia de 10 anos de idade de como conduzir um cavalo, fiz um passeio pelos domínios de um dos hotéis mais antigos da região. O Deerhurst Resort foi fundado em 1896, fica a 15 minutos de Huntsville, tem acomodações para casais e famílias de até seis pessoas e oferece uma infinidade de atividades ao ar livre, no inverno e no verão.

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Divulgação / Deerhurst Resort é um dos hotéis mais antigos da região, fundado em 1896Deerhurst Resort é um dos hotéis mais antigos da região, fundado em 1896
Depois, hora de testar os músculos. O parque deAlgonquin fica a uma hora de viagem de carro de Huntsville. Tem um completo centro de visitantes, onde é possível conhecer mais da vida selvagem de ursos, veados, alces e castores, que têm ali seu habitat natural. A experiência, porém, fica mais completa com a prática de canoagem em um dos incontáveis lagos da região. A minha foi no Opeongo Lake. Em um canoa, com remos em punho, percorremos o lago observando os diques dos castores, aves e até um bambi.
O caminho até Ottawa, capital do país, é feito entre campos e fazendas. O cenário dos traillers e lagos muda para típicas cidades do interior, como Renewen, com 8 mil habitantes, a 80 quilômetros da capital. As três da tarde, a lanchonete fast food está lotada de velhinhos.
A região de Ottawa é o início da parte francesa do Canadá. A forte influência da colonização está presente nas legendas dos museus, por exemplo: de um lado da ponte, o primeiro idioma é o inglês. Em Gatineau, do outro lado, é o francês. A cidade alia construções históricas e modernas, e ainda tem um clima de boêmia encantador.
É do alto da torre do relógio do Parlamento Hill, edifício oficial do governo federal, onde funcionários públicos e políticos dividem os corredores e gramados com visitantes e escolares, que é possível contemplar a bela vista de Ottawa e Gatineau. Do lado de lá, na já na província de Quebec, há o Museu da Civilização. O prédio imponente conta a história da colonização do Canadá em instalações que primam pela cenografia. A área dos totens dos aborígines é imperdível. Por US$ 5, um water táxi leva o visitante pelo lago até o outro lado, em 15 minutos.

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Divulgação / Museu da Civilização em Quebec, CanadáMuseu da Civilização em Quebec, Canadá
Do lado de cá, Ottawa oferece muito lazer. A área do BayWard Market merece uma inspeção minuciosa de suas lojas, boutiques, restaurantes, pubs, barracas de frutas, temperos e outras delícias. Alerta gastança no ar: dá para fazer um bom estrago nas economias.
A cidade escolhida para ser a capital do país tem um clima muito diferente de Toronto. Mais gente desocupada nas calçadas, mas também mais artistas de rua, adolescentes barulhentos e mais efervescência cultural. Há uma boa oferta de galerias de arte e lojas de design de móveis e objetos. E a porta de entrada para o pedaço canadense mais francês na América do Norte.

Londrina lidera reclamações de raios laser apontados para aviões


Roberto Custódio/Arquivo/Jornal de Londrina / Avião sobrevoa Londrina: cidade teve 55 casos de denúncia de uso de laser

Apesar de ações de conscientização realizadas pela Infraero, número de relatos dos pilotos continua crescendo. Até maio deste ano 49 casos foram reportados. Em todo o Brasil, a cidade lidera o números de reclamações.

O número de casos de incidência de raios laser em direção às cabines de aviões durante operações de pouso e decolagem mais que dobrou em Londrina em 2012. Até maio deste ano, os pilotos reportaram 49 ocorrências do tipo, contra 30 no mesmo período de 2011, um aumento de 63%. Um levantamento recente divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostrou que o Aeroporto Governador José Richa de Londrina lidera o número de ocorrências no país, com 55 casos registrados até 4 de junho.
A gerente de navegação aérea em Londrina, Claudia Cristine Pedrazani Venâncio, disse que aInfraero já tomou várias providências com relação ao problema, no entanto, o número de casos continua crescendo. Entre as ações realizadas, estão palestras junto ao Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi) de Londrina explicando os perigos da utilização do raio laser na direção das aeronaves. “O assunto foi divulgado em reuniões de condomínios dos prédios”, contou.
Representantes da Infraero também fizeram visitas ao Camelódromo de Londrina, onde o produto é comercializado para explicar sobre o uso correto dele. “Também entramos em contato com os moradores da Gleba Palhano e distribuímos panfletos de orientação no aeroporto”, afirmou Claudia.
O aumento de reclamaçoes por parte dos pilotos não ocorreu apenas em Londrina. De acordo com o Cenipa, nos primeiros cinco meses deste ano, o número dobrou com relação ao mesmo período de 2011. Foram 670 casos contra 250 registrados no ano passado.
Segundo Claudia, apesar de ser crime o ato de apontar laser para aviões, é difícil identificar os autores e prendê-los em flagrante. Ela lembra apenas de um caso em Londrina, em que os controladores de voo conseguiram identificar de onde partiu o laser. A polícia chegou a tempo de apreender alguns adolescentes na praça que fica na região do terminal aéreo.
Ainda de acordo com a gerente de navegação aérea, além do risco à vida dos passageiros, a “brincadeira” do raio laser gera uma série de transtornos para pilotos e controladores de voos. “Para pousar, o piloto precisa enxergar a pista. Já teve casos de o piloto não enxergar, perder a aproximação e ter que arremeter a aeronave”, contou. Além de assustar os passageiros, o procedimento acaba atrasando o voo e gerando uma sobrecarga de trabalho aos controladores, responsável por sequenciar o pouso e decolagem das aeronaves.
Luz provoca perda momentânea da visão
Reportagem publicada em 24 de junho de 2011 no JL, mostrou as principais consequências do ato de apontar o feixe de raio laser em direção aos olhos dos pilotos. Quando o feixe de luz atinge o painel de acrílico provoca um grande reflexo dentro da cabine. O oftalmologista Marcelo Rosa Gameiro explicou que esse tipo de incidente não provoca danos graves para os olhos dos pilotos. Segundo ele, o “clarão” provoca a perda momentânea da visão. “A pupila fecha e a visão fica comprometida. Como o raio atinge, na maioria das vezes, apenas um olho, o piloto perde noção de profundidade, o que é muito importante para a aterrissagem perfeita”, disse.
O tempo para a visão voltar ao normal é de aproximadamente 20 segundos. Contudo, para um piloto de avião esse é um período muito grande. Como o período de aproximação no aeroporto é de aproximadamente um minuto e meio, a perda temporária da visão corresponde a 30% deste tempo.
Artigo científico publicado na revista Conexão Sipaer (volume 2, número 2, de março/abril 2011) – especializada em segurança de voo – informou que ao ter a visão ofuscada pela luz, o piloto pode desviar da rota de aproximação. “Luzes indesejadas na cabine de pilotagem durante um procedimento afetam a consciência situacional dos tripulantes, particularmente durante a noite, quando instintivamente os pilotos tentarão identificar de onde provêm as emissões luminosas, expondo-se a riscos imensuráveis.”

Sobre a Rio+20


Baía de GuanabaraA Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.

A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.

O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência terá dois temas principais:

 
  • A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
  • A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16  e 19 de junho, serão programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Os preparativos para a Conferência

A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões doComitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.
Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.

O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.
Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.
Baixe aqui a apresentação em slides  com o histórico da Rio+20 - ("Como chegamos até aqui")