Espetáculo surpreende pelos números aéreos e é a terceira apresentação da companhia canadense a passar por Curitiba
A
Gazeta do Povo acompanhou na noite de quinta-feira (14) o ensaio do
espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, que estreia nesta sexta-feira,
em Curitiba. Confira as fotos:
Ensaio do espetáculo VarekaiDaniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Confira a reportagem do Caderno G publicada na última quinta-feira sobre o espetáculo:
O espetáculo Varekai é a terceira montagem do Cirque du Soleil a passar por aqui (
veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
É também a mais moderna da companhia canadense já montada no Brasil.
Concebido em 2002, o show é visualmente mais elaborado do que Alegría,
criado em 1994 e apresentado em 2007, e do que Quidam, que teve a
estreia mundial em 1996, mas que só chegou ao país em 2009.
E, desta vez, o maior destaque são os números aéreos. Uma das razões
para isso vem do próprio enredo de Varekai, que se inspira no mito grego
de Ícaro, ser fantástico que tem a cera das asas derretida ao voar em
direção ao sol. O ato de ousadia leva o protagonista a cair em uma
floresta mágica, que é habitada por seres fantásticos, na qual se vê
diante do desafio de superar os próprios limites e descobrir uma vida
nova.
A queda do personagem, interpretada no início da apresentação por um
artista envolto em uma rede, serve como introdução à beleza dos
movimentos e à suavidade da iluminação predominantes no espetáculo. Além
desse número, as acrobacias no início do terceiro ato, que dispensam a
rede de proteção, são algumas das mais impressionantes de toda a
montagem. A coreografia de dança sobre muletas é outro dos momentos mais
memoráveis do espetáculo, e serve de exemplo da técnica e da
complexidade envolvidas.
Mais humor
Apesar de ter os seus momentos sombrios, Varekai é, na maior parte do
tempo, um show alegre. As cenas protagonizadas pelos palhaços, que
aparecem em incursões no meio da apresentação, dão a ela bastante leveza
e humor. Inclusive, eles são os responsáveis pelos truques de mágica e
pela interação com a plateia, a esquentando para o início de cada ato.
Um dos momentos mais divertidos é aquele em que o palhaço canta “Ne Me
Quitte Pas” (Jacques Brel) enquanto corre atrás da luz do holofote, que
teima em fugir dele. Entretanto, mesmo rendendo muitas risadas, esses
números parecem desligados do enredo da apresentação.
A palavra “varekai” significa “onde quer que seja” em língua cigana, e
presta homenagem à cultura circense vinda dos povos itinerantes. Essa
exaltação às raízes fica clara nas músicas interpretadas ao longo do
espetáculo, que são tocadas ao vivo, e na própria estrutura montada para
receber o público, uma espécie de tenda de luxo.
Pelo fato de os shows se darem nessa estrutura e de o número de
cadeiras ser limitado, ninguém sai prejudicado por ter escolhido
assentos mais distantes do palco. Esteja onde estiver, é possível ver
bem cada uma das estripulias. A apresentação, com cerca de duas horas de
duração, tem dois intervalos de meia hora e estrutura aconchegante para
o público.
Em turnê pelo Brasil desde o ano passado, Varekai já passou por seis
estados e deve receber até o fim do ano 500 mil pessoas. O show poderá
ser visto pelos curitibanos até o dia 15 de julho, quando seguirá para o
Rio Grande do Sul, última parada no país. Segundo a organização da
companhia no Brasil, até o ano que vem o país receberá a turnê de um
novo espetáculo que ainda será definido.