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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Hospital Evangélico fecha Pronto-Socorro


hospital Evangelico

Atendimento de emergência em Curitiba e RMC volta a operar perto do limite. No Hospital do Trabalhador, a UTI está lotada e não recebe casos gravíssimos. Já os casos considerados graves, segundo a direção, ainda recebeem atendimento.
Desde a noite de quarta-feira (11), o pronto-socorro do Hospital Evangélico de Curitiba está fechado. A paralisação causa impactos em outras unidades de saúde, provocando a sobrecarga do atendimento à população em casos de urgência e emergência, que volta a operar próximo do limite da infraestrutura na capital e na região metropolitana.
Hospital de Clínicas (HC) continua com o atendimento afetado por conta da greve dos servidores técnico-administrativos, ampliando o impacto no sistema de urgência e emergência da Grande Curitiba. Segundo o assessor especial de gestão da prefeitura de Curitiba, Matheos Chomatas, juntos, HC e Evangélico somam 1,1 mil leitos: o mesmo potencial clínico da cidade de Maringá, no Noroeste do estado. “Apesar de o sistema ser robusto, ele já sofre com as paralisações. Ainda temos opções, mas é evidente que isso angustiante”, disse.
As paralisações sobrecarregam outras duas unidades que se destacam pelo atendimento de urgência e emergência. A Secretaria de Saúde do Paraná, gestora do Hospital do Trabalhador (HT), informou que o pronto-socorro está aberto, mas opera próximo da capacidade máxima. Os médicos avaliam caso a caso e, em geral, casos gravíssimos não estão sendo atendidos, por conta da falta de vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Hospital Cajuru também sente os reflexos da paralisação dos servidores do Evangélico. De acordo com a assessoria de imprensa, o pronto-socorro da unidade funciona perto do limite, mas ainda está conseguindo atender todos os pacientes de urgência e emergência que chegam ao hospital. Por volta das 16 horas, 25 pessoas eram atendidas no PS do Cajuru.
Segundo Chomatas, as pessoas vítimas de situações que demandem atendimento de urgência ou emergência são encaminhadas a outros hospitais da capital ou da região metropolitana, conforme o diagnóstico dos paramédicos. Casos de alta complexidade, por exemplo, são destinados agora à Santa Casa e ao Hospital da Cruz Vermelha, ambos em Curitiba, ou ao Angelina Caron, Hospital Nossa Senhora do Roccio e Hospital Parolin, na região metropolitana.
Para o assessor da prefeitura, o período mais crítico deve ocorrer entre as 17h30 às 20h30 e durante a madrugada, quando tendem a aumentar os casos de acidentes de trânsito e de vítimas graves. Segundo Chomatas, a situação só deve ser normalizada com a volta dos servidores do Evangélico ao trabalho.
A paralisação
A paralisação dos servidores do Hospital Evangélico começou na quarta-feira (11), por causa de um atraso no pagamento do salário e dos vales dos funcionários. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a previsão é de que os valores sejam pagos ainda nesta semana, assim que o Evangélico receber os repasses da prefeitura.
Chomatas, por sua vez, diz que a prefeitura depositou a verba nas contas da fundação que administra o Evangélico na segunda-feira (9), mas que o dinheiro pode não ter sido disponibilizado ao hospital ainda por causa dos trâmites de compensação bancária. “É importante dizer que a prefeitura recebeu o dinheiro do Ministério da Saúdena sexta-feira (6) e teria cinco dias úteis para fazer o repasse. O repasse já foi feito, mas ainda não caiu nas contas da fundação”, afirmou.
Recorrente
A situação enfrentada pela Secretaria de Saúde de Curitiba, gestora do atendimento pelo SUS na região, não é nova. No último dia 28, a capital e região metropolitana já enfrentou situação limite nos atendimentos de urgência e emergência após protesto de funcionários do Hospital Evangélico.
A deficiência de infraestrutura, porém, é histórica. O sistema de atendimento de urgência e emergência de Curitiba funciona no limite e só deve ter um aumento expressivo de capacidade em 2015, quando a prefeitura pretende colocar em funcionamento um hospital na região norte da capital, segundo matéria da Gazeta do Povo em junho.
A nova unidade terá 250 leitos, um pronto-socorro amplo capacitado para atender acidente vascular cerebral (AVC), enfarte e ortopedia, casos que ainda têm uma demanda reprimida no estado. Hoje, o atendimento hospitalar de urgência e emergência de Curitiba feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é concentrado em três unidades: Cajuru, Evangélico e Trabalhador, esse último, responsável por cerca de 60% dos casos de trauma. Além deles, o Hospital de Clínicas também recebe casos de urgência.
Juntos, os três hospitais recebem pacientes da capital e da região metropolitana e é comum, nos dias mais sobrecarregados, as ambulâncias terem de esperar pela abertura de uma vaga ou serem conduzidas de uma unidade para outra. O hospital a ser instalado na região norte aumentará em pouco mais de 30% a capacidade dessa rede, que tem hoje 805 leitos.

Norma freia abertura de leitos para gestação de alto risco


Vida e Cidadania

Sexta-feira, 13/07/2012
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo /
SAÚDE

Norma freia abertura de leitos para gestação de alto risco

Ministério da Saúde exige que índice de cesáreas seja inferior a 40% do total de partos feitos. No Paraná, só sete hospitais atingem essa meta.
Uma portaria do Ministério da Saúde de 1998, que tinha como intenção estimular a realização do parto normal no país, está dificultando o credenciamento de novos leitos obstetrícios de alto risco. A legislação determina que apenas hospitais com índice de partos cesáreos inferior a 40% podem ser habilitados pelo governo federal. No entanto, a taxa média de cesarianas no Brasil é de 50% – na rede privada, o índice chega a 82%. No Paraná, o índice é de 58%.
Somente sete hospitais paranaenses atendem à exigência legal e estão credenciados a receber recursos do ministério para essa área. Como a norma não é cumprida pelos demais estabelecimentos de saúde, o governo do estado adotou um mecanismo próprio para complementar a rede de atendimento a gestantes de alto risco. Por ano, R$ 11,5 milhões são destinados a 24 hospitais, com repasse fixo mensal de R$ 40 mil a cada estabelecimento, para que a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) não seja prejudicada.
SUS
Brasil perdeu 5,3 mil leitos obstétricos em sete anos
De 2005 a 2012, o Brasil perdeu 5.386 leitos obstétricos – incluindo baixa, média e alta complexidade. Em 2005, segundo o banco de dados do Sistema Único de Saúde (DataSus), o país tinha 63.933 e até abril deste ano constavam no sistema apenas 58.547 leitos. A tendência também é verificada no Paraná – no mesmo período foram desativados 474 leitos, passando de 4.058 para 3.584.
Para o presidente da Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Dênis José Nascimento, o número de leitos no país é insuficiente para a demanda, principalmente para o atendimento de gestantes de alto risco. Ele cita como exemplo o Hospital das Clínicas de Curitiba, que mesmo não sendo credenciado pelo Ministério da Saúde realiza atendimento de alto risco.
Atualização
O Ministério da Saúde informou, via assessoria de imprensa, que nos últimos anos os dados do DataSus passaram por atualizações e, por isso, há um menor número de leitos obstétricos em relação a 2005.
Em relação ao atendimento às gestantes de alto risco, o ministério informa que nos últimos três anos foram habilitadas 28 novas maternidades em todo o país – sendo 12 em 2009, seis em 2010 e 10 em 2011. (DA)
Final feliz para gravidez arriscada
Por não conseguir vaga no SUS e apresentar um quadro de saúde delicado, a bancária Francislaine Wiczneski, de 30 anos, grávida da segunda filha, decidiu buscar atendimento na rede privada. No dia 25 do mês passado, Alana nasceu prematura, com seis meses de gestação, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba.
Como Francislaine é portadora de hipertensão pulmonar, os médicos chegaram a recomendar que ela não tivesse a filha. A bancária, que já era mãe de Amanda, de 5 anos, e o marido, Caio Marcelo, não deram ouvidos aos médicos e seguiram com a gravidez – apontada pelos médicos como de alto risco para mãe e bebê. “Foi uma grande dificuldade, mas não queria tirar minha filha”, conta.
O parto teve de ser cesariana. Após 30 minutos de cirurgia, Alana veio ao mundo pesando 1,165 quilos. “Foi um parto muito complicado. Tive de ficar inalando óxido nítrico e a anestesia foi aplicada aos poucos. Na hora estavam presentes vários profissionais, como pneumologista e cardiologista”, relata. Assim que deu à luz, Francislaine seguiu para o repouso e Alana, para a UTI neonatal a fim de ganhar peso. “Estou me recuperando em casa e ela, no hospital. Todo dia vou visitá-la”, afirma. (DA)
Dê sua opinião
O Ministério da Saúde deveria rever a exigência de 40% de partos cesáreas para habilitar novos hospitais? Por quê?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
No relatório anual do ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) relata a dificuldade em credenciar novos leitos de atendimento à gestação de média e alta complexidade. O objetivo era credenciar quatro unidades do tipo secundário (intermediário) e duas do tipo terciário (risco elevado), mas apenas duas do tipo secundário foram habilitadas pelo Ministério da Saúde. De acordo com o relatório, os hospitais não demonstram interesse na habilitação, já que na maioria deles o porcentual de césareas é superior a 40%.
Segundo a superintendente de Atenção à Saúde da Sesa, Márcia Huçulak, foi necessário estipular um repasse estadual para não inviabilizar a cobertura às gestantes de alto risco. “Buscamos garantir pelo menos uma referência regional em todo o estado. Como o ministério não arreda o pé do índice de 40%, temos de buscar outras alternativas”, explica. Ela ressalta que o único motivo para que outros estabelecimentos não sejam credenciados é o índice de cesáreas ser superior ao estipulado. “Os hospitais que recebem o benefício estadual possuem leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) adulta e neonatal e têm uma equipe ideal para esse tipo de atendimento”, completa.
Debate
Para Dênis José Nas­ci­mento, presidente da Co­­­missão Nacional Es­­pe­­cia­­lizada em Gestação de Al­­to Risco da Federação Bra­­sileira das Asso­ciações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a exigência do ministério precisa ser reavaliada. “Há um excesso de gestantes de alto risco, o que leva a um aumento de cesarianas”, diz, ao justificar porque muitos hospitais não conseguem atingir a meta.
O médico obstetra Marcelo Guimarães, que trabalha no Hospital Evangélico de Curitiba – o único da capital credenciado pelo governo – o porcentual estipulado pelo ministério é muito difícil de ser cumprido. “Um índice de 50% seria mais aceitável para garantir o atendimento gratuito a um número maior de pessoas. Em muitos pacientes de alto risco, por exemplo, a chance de ocorrer uma cesárea é maior”, explica.
Nem todo caso de risco resulta em cesárea
Nem sempre uma gestação de alto risco resulta em cesariana. O médico obstetra Francisco Furtado Filho, do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, esclarece que, apesar de a chance de um parto cesárea ser maior, isso não é obrigatório. “Mesmo diante de quadros clínicos considerados de alto risco, o parto normal pode ser realizado.
Uma cesárea é indicada para casos mais urgentes, quando o procedimento precisa ser mais rápido”, explica. Além disso, segundo ele, deve-se levar em conta o quadro clínico da gestante durante o parto. “Varia conforme a avaliação da paciente. Há casos em que o melhor a se fazer é o parto normal”, ressalta Furtado.
O obstetra Marcelo Gui­marães, do Hopital Evangélico, afirma que sempre que possível é preciso priorizar o parto normal. “O risco de hemorragia e de sangramento excessivo é menor. Só é recomendável fazer cesárea em casos de alto risco em que o procedimento deve ser rápido.”
Porém, entre as mulheres, a preferência pela cesariana é maior, diz Dênis José Nascimento, da Febrasgo. “Hoje, as mulheres não querem passar pela dor do parto normal. Mas vale lembrar que a recuperação de uma cesárea é mais lenta.”

Frio será mais intenso no sábado


Credito: TNONLINE

Curitiba registrou 4,7 ºC na manhã desta sexta-feira, mas temperatura mais baixa do ano deve ser atingida neste fim de semana.
O frio intenso registrado na manhã desta sexta-feira (13) no Paraná deve ser ainda mais forte neste sábado (14) com a possibilidade de recorde de temperatura baixa em várias cidades do estado, inclusive Curitiba, segundo a previsão do Instituto Tecnológico Simepar. A previsão é que a capital registre 2ºC no início deste fim de semana, bem abaixo dos 4,3ºC da manhã do dia 1º de maio, dia mais frio em 2012 na cidade.
Nesta sexta, foi quase o recorde de temperatura baixa em Curitiba: 4,7ºC. Porém, a sensação térmica foi de aproximadamente 1ºC devido ao vento. No Sul do estado, a cidade de General Carneiro registrou –1ºC e foi a menor temperatura do Paraná nesta sexta. Outros municípios que registraram bastante frio, foram: Palmas (-0,5ºC), Pinhão (-0,4ºC) e o distrito de Entre Rios emGuarapuava (-0,3ºC).
“Tivemos duas ondas fortes de frio no outono, nos feriados do Dia do Trabalho (1º de maio) e Corpus Christi (7 de junho). Essas duas ondas de frio não foram superadas ainda como dias mais frios. Porém, amanhã (sábado) a gente talvez tenha recorde de frio do ano em algumas cidades. Curitiba deve ter de 2ºC a 3ºC, um pouquinho mais frio do que hoje (sexta)”, resumiu o metereologista do Simepar, Lizandro Jacobsen.
Há risco de geada forte em toda a região Sul e Leste do Paraná neste sábado.
Próximos dias
A previsão do tempo do Simepar aponta ainda que o domingo (15) deve ser de frio, mas sem a intensidade que deve ser registrada neste sábado. Curitiba deve ter temperatura mínima de 5ºC e ainda com risco de geada, principalmente nas áreas de baixada.
Na semana que vem, a previsão é de chuva e de um frio menos intenso. Apesar das temperaturas permaneceram baixas, não deve esfriar tanto como nesta sexta-feira. A chuva, trazida por uma instabilidade vinda da região do Paraguai ao estado, deve manter o tempo nublado até quarta-feira da semana que vem.

União relança expansão da Ferroeste


Divulgação / Locomotiva da ALL na Serra do Mar: nova ferrovia entre Guarapuava e Paranaguá não foi incluída no edital do governoLocomotiva da ALL na Serra do Mar: nova ferrovia entre Guarapuava e Paranaguá não foi incluída no edital do governo
INFRAESTRUTURA

União relança expansão da Ferroeste

Governo contratará estudos do trecho entre Cascavel e Maracaju (MS), que pode ampliar exportações do Centro-Oeste via Paranaguá. Pacote inclui trecho final da Ferrovia Norte-Sul.
O governo federal relançou o edital para contratar os estudos que pretendem tirar do papel o antigo projeto de ampliação da Ferroeste, de Cascavel (Oeste do Paraná) até Maracaju (MS). O trecho tem custo estimado em R$ 2,1 bilhões e faz parte de um projeto estimado em R$ 13,7 bilhões para a ampliação das ferrovias da Região Sul.
Além do ramal de 420 quilômetros entre o Paraná e o Mato Grosso do Sul – que formaria um corredor ferroviário de 1.116 quilômetros entre Maracaju e Paranaguá –, o edital inclui ainda o último trecho de 1,2 mil quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, entre Panorama (SP) e o Porto de Rio Grande (RS). Os dois trechos constavam de outro edital, de abril de 2011, que foi cancelado por causa dos escândalos que envolveram o Ministério dos Transportes e paralisaram todas as obras e licitações do setor.
Modelo
Novos trechos terão passagem compartilhada
Nos próximos oito anos, o governo federal pretende ampliar de 29 mil para 40 mil quilômetros a malha ferroviária brasileira. O governo prevê também um novo modelo de concessão, com livre circulação de vagões sobre os trilhos por meio do direito de passagem e do tráfego mútuo, além de metas por trecho.
No modelo atual, as concessionárias detêm o monopólio dos ramais onde atuam e cobram para conceder a outras empresas o direito de passagem. Dos 29 mil quilômetros de trilhos, 28,4 mil são administrados por empresas privadas. O novo modelo deve valer apenas para os novos trechos, que deverão ser compartilhados por diferentes empresas de logística.
Para Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Brasileira dos Transportadores Ferroviários (ABTF), aquilo que se apresenta bonito vai ser desastroso no futuro. “Colocar vários operadores num mesmo trecho de ferrovia pode resultar em um nível de ineficiência entre 20% e 40%. Se um trem quebra na linha, aquele que vem atrás terá prejuízos com a carga parada. Imagine esse cenário em um trecho de movimentação intensa”, argumenta. Segundo Vilaça, as ferrovias precisam de escala e gestão verticalizada para poder operar com eficiência.
Recuperação
5 mil quilômetros de linhas ociosas terão de ser renovados
Em junho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determinou a recuperação de cinco mil quilômetros de ferrovias abandonados que estão sob concessão das empresas América Latina Logística (ALL), Ferrovia Centro-Atlântica e Transnordestina Logística. Ao todo, são 49 trechos, cuja recuperação é estimada em R$ 5 bilhões.
No Paraná, três ramais foram contemplados pela determinação da ANTT: 92 quilômetros entre Maringá e Cianorte; 16 quilômetros que ligam Morretes a Antonina; e o trecho mais longo de 237 quilômetros entre Jacarezinho e Piraí do Sul.
De acordo com Renata Trevisan, gerente de relações corporativas e patrimônio da ALL, que administra os trechos no estado, a deliberação da ANTT determina que as concessionárias recomponham o trecho na mesma condição de recebimento.
Para a ALL, no entanto, a estimativa de R$ 5 bilhões está distante da realidade. “Recebemos trechos em péssimos e agora estamos trabalhando para corrigir o equívoco, que foi deixar sem manutenção os ramais que não eram utilizados para o transporte de carga.” A ALL diz que já iniciou a recuperação, mas ainda não tem estimativas de quanto ela deve custar.
Embora não estejam no edital, também podem entrar no pacote a “Ferrovia do Frango”, entre Chapecó, no Oeste catarinense, e o Porto de Itajaí, além de um ramal entre as cidades gaúchas de Carazinho e Uruguaiana.
Quando finalizados, esses quatro trechos poderão alavancar o volume de exportação não só em Paranaguá, mas também nos Portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Rio Grande. “Esse projeto pode amenizar os gargalos das ferrovias do Sul, na medida em que vai atender de forma integrada os três estados”, diz Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Brasileira dos Transportadores Ferroviários (ABTF).
Prioridade
No embalo dos investimentos públicos, que prometem ampliar em 2,7 mil quilômetros a malha ferroviária da Região Sul, lideranças e entidades representativas do estado ligadas ao Fórum Permanente Futuro 10 Paraná trabalham para incluir nos projetos do governo a construção de uma nova ferrovia entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá, trecho considerado prioritário para o estado. O traçado, presente no edital de abril de 2011, não está contemplado no novo edital.
“Estamos buscando com o Ministério dos Transportes meios para formalizar uma parceria institucional de cooperação técnica e iniciar um pré-estudo de viabilidade da ferrovia entre Guarapuava e Paranaguá”, explica o professor Roberto Gregório da Silva Junior, superintendente do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A intenção, segundo ele, é subsidiar o governo com informações técnicas e fazer com que o trecho seja incluído nos próximos editais.
O senador Sérgio Souza (PMDB) apresentou emenda de R$ 1,5 bilhão no Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 para a construção do trecho. “Estive recentemente em reunião com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que garantiu que a construção de uma nova ferrovia ligando o Mato Grosso do Sul até o Porto de Paranaguá sairá em lotes. O primeiro já foi contemplado no edital lançado em 18 de junho pela Valec [estatal que atua no setor]”, disse.
A construção do trecho entre Guarapuava e Paranaguá poderia, segundo Jaime Sunye Neto, presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), aumentar em 80% o transporte por trilhos, diminuindo a sobrecarga sobre as rodovias do estado. O pré-estudo de viabilidade deve começar ainda neste ano e a ideia é que seja subsidiado pelo governo federal através de programas de transferência de recursos para a UFPR.
Governo tenta retomar investimentos no setor
Se concretizados, os R$ 13,7 bilhões previstos para a expansão da malha ferroviária da Região Sul devem aumentar a restrita participação do poder público nos investimentos no setor. Nos últimos 14 anos, a União investiu apenas R$ 1,39 bilhão na melhoria e ampliação das ferrovias no país, diante dos R$ 28,58 bilhões aplicados pelas seis concessionárias que, juntas, detêm 97% dos 29 mil quilômetros de ferrovias brasileiras.
Na próxima década, o Brasil precisará investir um montante equivalente a R$ 151,3 bilhões em melhorias, readequações, ampliação da malha e implementação do transporte de passageiros, segundo pesquisa de 2011 da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Falta de planejamento
“Nós não conseguimos executar os projetos de infraestrutura da década de 1970 e hoje pagamos o preço da falta de planejamento e de um sistema de gestão burocrático e ineficiente. É preciso acelerar esse conjunto de obras para recuperar o tempo perdido em ferrovias, portos e aeroportos”, afirma Rodrigo Vilaça, presidente da ABTF.
Segundo ele, a malha ferroviária brasileira ainda está longe dos 52 mil quilômetros que deveria ter, levando em conta as necessidades e a extensão do país. Mas ele avalia que os investimentos anunciados marcam o início de uma década de recuperação que deve levar a um atendimento básico porém mais eficiente.
Ao menos no papel
“As ferrovias estão no planejamento e antes não estavam. Isso já é um grande avanço”, diz. Em 2011, as concessionárias investiram R$ 4,6 bilhões e a União, apenas R$ 143 milhões. Para 2012, a projeção de investimentos das concessionárias é de R$ 5,3 bilhões, enquanto o governo anunciou R$ 37 bilhões para as ferrovias nos próximos oito anos – o que dá uma média anual de pouco mais de R$ 4,6 bilhões.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Presidente da Fifa diz que sabia de propinas, mas não podia agir


Reuters / Joseph Blatter diz que sabia de propinas na FifaJoseph Blatter diz que sabia de propinas na Fifa
ESCÂNDALO

Presidente da Fifa diz que sabia de propinas, mas não podia agir

Joseph Blatter tinha conhecimento dos pagamentos irregulares dados para João Havelange e Ricardo Teixeira.
Pressionado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, confirmou que ele está citado nos documentos do Tribunal de Zug que, na quarta-feira (12), revelou o escândalo do pagamento de propinas paraJoão Havelange e Ricardo Teixeira. Pelos documentos, fica claro que Blatter sabia de tudo e ainda defendeu na corte os brasileiros. Nesta quinta, em declaração ao site oficial da entidade, o cartola suíço se defendeu, alegando que nos anos 1990 o pagamento de subornos não era um crime na lei suíça e que portanto, não tinha o que denunciar.
"Sabendo do que?”, questionou ao ser indagado se ele sabia do verdadeiro esquema de corrupção na entidade. Nos documentos, a corte apenas fala de um indivíduo marcado como P1. Mas diante da pressão, Blatter decidiu reconhecer que a referência no documento é sobre ele mesmo. "Sim, sou eu”.

Blatter não falou com a imprensa e apenas respondeu perguntas feitas por sua própria assessoria de imprensa, em uma mensagem controlada. "O senhor supostamente sabia (do pagamento de propinas)”, questionou o site da Fifa. "Saber o que? Que comissão eram pagas? Naquela época, tais pagamentos podiam ser deduzidos até mesmo de impostos como gastos de negócios", disse. "Hoje, seriam punidas pelas lei. Não se pode julgar o passado com base nos padrões de hoje”, indicou. "Caso contrário, acabaria como justiça moral. Eu não poderia saber de uma ofensa que na época não era ofensa”, se defendeu.
Segundo ele, a decisão de manter seu nome de forma anônima no documento não foi dele, mas da própria corte, que decidiu que pessoas que não estava sendo acusadas teriam sua privacidade protegida. Blatter defende a ideia de que todo o documento fosse publicado, sem tarjas ou letras substituindo nomes, como no caso da empresas ligadas a Teixeira ou os nomes das redes de TV que deram dinheiro aos cartolas, inclusive no Brasil.
Blatter da todos os sinais de que não vai reabrir o passado. Segundo ele, a comissão de ética da Fifa apenas irá garantir que o mesmo não se repita a partir de agora. Sobre o futuro de Havelange como presidente de honra da entidade, o dirigente insiste que ele não tem poderes para decidir o que acontecerá com o brasileiro e que apenas o Congresso da Fifa pode tomar uma decisão, em 2013. "O Congresso nomeou como presidente honorário. Só o Congresso pode decidir o seu futuro", disse.

Comissão Mista aprova parecer da MP do Código Florestal


Texto só será votado plenário da Câmara após a análise das emendas propostas ao relatório, o que deve acontecer somente em agosto.

A comissão mista responsável pela análise prévia da medida provisória que preenche lacunas no Código Florestal aprovou nesta quinta-feira (12) o parecer da Medida Provisória (MP).
A MP, no entanto, só poderá ser encaminhada ao plenário da Câmara após a análise das emendas propostas ao relatório na comissão mista, o que deve acontecer somente em agosto.
E depois de ser submetida ao voto no plenário da Câmara, ainda terá de receber o aval do Senado para então ser encaminhada à sanção presidencial. A MP deve passar pelas duas Casas até 8 de outubro ou perde a eficácia.
A sessão de votação do relatório, redigido pelo senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), foi marcada por diversos embates e manobras regimentais que prolongaram a discussão por horas.

Sete morrem durante comemorações do título do Palmeiras em SP


Marcos Assunção comemora o gol de Betinho, que garantiu o título / Piervi Fonseca/Folhapress

Segundo policiais militares, os atiradores, em parte dos casos, ocupavam um veículo de passeio e nos demais passaram atirando em uma moto.

Nove ataques a torcedores do Palmeiras que comemoravam o segundo título do clube naCopa do Brasil deixaram, no início da madrugada desta quinta-feira, 12, um saldo, por enquanto, de sete pessoas mortas e duas feridas, no bairros do Jardim Mutinga Jardim Baronesa e Jardim Munhoz Júnior, na zona norte de Osasco região oeste da Grande São Paulo.
As vítimas, todas a princípio do sexo masculino, foram atendidas nos prontos-socorros municipais Antonio Giglio, no Centro, Helena Maria e Mutinga, na zona norte. Segundo policiais militares do 42º Batalhão, os atiradores, em parte dos casos, ocupavam um veículo de passeio e nos demais passaram atirando em uma moto.
O delegado do 10º Distrito Policial, do Jardim Baronesa, percorreu alguns dos locais dos crimes e os hospitais para onde as vítimas foram levadas.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

30% dos professores em formação no Brasil cursam graduação a distância


Vida e Cidadania

Quarta-feira, 11/07/2012
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Jonathan Campos/Gazeta do Povo /
EDUCAÇÃO

30% dos professores em formação no Brasil cursam graduação a distância

Dentre 1,3 milhão de estudantes de cursos de formação de docentes, mais de 400 mil estão inscritos em cursos de EAD.
Cerca de um terço dos futuros professores no Brasil cursa graduação a distância, segundo dados do Censo do Ensino Superior 2010, divulgado no fim do ano passado. Os números mostram a importância desse tipo de ensino para a qualificação de docentes: dentre 1,3 milhão de estudantes de cursos de formação de professores, mais de 400 mil estão inscritos em instituições de Educação a Distância (EAD). Dos 230 mil que concluíram uma licenciatura há dois anos, 70 mil saíram da EAD e a formação de educadores responde por 55% dos cursos on-line oferecidos no país.
Para os especialistas, a oferta desse tipo de ensino influencia na qualificação dos professores no Brasil. “Há dez anos, tínhamos um contingente muito grande de docentes que atuavam nas escolas sem formação adequada para isso, então o governo federal usou a EAD em universidades públicas como forma de incentivar esse pessoal a se graduar”, explica a responsável pela Coordenadoria de Educação a Distância da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Angelita Quevedo.
Formação
Nos cursos de formação de professores a distância, a tendência é que as turmas sejam formadas por pessoas que já têm uma graduação e querem refinar sua formação (docentes que são graduados em uma área e dão aulas em outra, e optam por fazer uma segunda graduação nessa área) ou que já atuam em sala de aula, mas não têm formação para lecionar.
Desempenho
Graduações a distância também passam por avaliação
Todas as instituições que oferecem graduações na modalidade EAD passam por avaliações de desempenho. Como as instituições de ensino federais e particulares respondem ao Ministério da Educação (MEC), os cursos são avaliados frequentemente. Entre as instituições estaduais, os critérios de avaliação são definidos pela secretaria estadual de educação.
A responsável pela Coordenadoria de Educação a distância da PUCSP, Angelita Quevedo, explica que a avaliação tem três partes. Antes do curso, o MEC analisa a proposta, vai até o local para verificar a veracidade das informações e faz um relatório sobre a infraestrutura, a grade curricular e as características da graduação, aprovando-a ou não.
“Depois, quando a primeira turma é formada, a graduação é reavaliada e novas verificações são realizadas periodicamente. A última parte do conceito é dada pelo Enade, exame obrigatório para os alunos. A partir dessas avaliações é dada uma nota de um a cinco, que resulta no conceito do curso.”
Uma das vantagens da EAD para os professores em formação é que eles não precisam sair de onde moram, o que democratiza o acesso e possibilita que docentes de cidades do interior, que não contam com universidades, possam concluir um curso superior.
A professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Maria de Fátima Guerra de Sousa cita que, na UnB, 2 mil professores já foram formados a distância em 13 municípios do Acre em cursos como Pedagogia, Educação Física e Artes Cênicas. “Se não fosse a EAD, imagine a dificuldade para um estudante de Cruzeiro do Sul [cidade no Oeste do Acre] obter um diploma de licenciatura da UnB.”
Para ela, a educação a distância é uma forma de chegar aonde o aluno está e provocar mudanças na comunidade onde vive. “A formação motiva os professores a continuarem estudando e a trabalharem de maneira mais qualificada com seus alunos.”
Qualidade
Segundo a professora da UnB, é mito achar que a EAD não capacita adequadamente os profissionais para atuar nas escolas. “Não é a distância que determina a qualidade de uma graduação, mas vários outros fatores, como o material oferecido, os espaços para discussão com professores e alunos, o embasamento teórico e a oferta de experiências práticas, e isso pode ser suprido por um bom curso a distância”.
Quanto à estrutura dos cursos, a formação a distância mantém as mesmas exigências da presencial. “Há uma legislação que assegura que todos os cursos de licenciatura devem ter 400 horas obrigatórias de estágio dentro de uma escola e isso também vale para os a distância”, explica Angelita.
Além do cumprimento de estágio, o aluno ainda tem a exigência de cumprimento de atividades acadêmicas, realiza provas, faz apresentação de TCC e só termina o curso se atingir a média de notas estabelecida pela instituição. “Todos esses requisitos aumentam o grau de exigência e reforçam a qualidade da formação oferecida.”
EAD concilia formação e trabalho
Depois de fazer uma graduação em Administração, duas pós-graduações – uma delas em Metodologia do Ensino –, e lecionar disciplinas técnicas em escolas estaduais até 2008, o comerciante Carlos Olimpio Borck Neto, de 56 anos, decidiu voltar à universidade em busca de uma formação mais abrangente e hoje é aluno do último período da graduação a distância em Pedagogia do Centro Universitário Uninter. “A Pedagogia foi uma forma de aprender sobre como lecionar, mas, principalmente, refletir e conhecer o cidadão que quero formar na escola. Hoje, me sinto preparado para ser um professor muito melhor”, diz. A opção pelo ensino a distância veio pela possibilidade de conciliar as aulas e o trabalho em sua loja. “Percebi que assim conseguiria me organizar melhor para estudar”, explica.
Crítica
Especialista diz que falta de contato pessoal não é preocupante
Entre as críticas à formação de professores pela EAD um dos argumentos mais recorrentes é que a qualificação desses profissionais seria inconsistente, por não oferecer o contato entre os colegas e a troca de experiências em sala. Para a doutora em Educação e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ana Beatriz Gomes Carvalho, isso não chega a ser um problema. “O que é determinante é ter o embasamento teórico, oferecido pelas aulas, e a prática construída nos estágios durante o curso, além de ter um espaço para discussão e troca de ideias, que podem ser feitas tranquilamente no ambiente virtual.”
O contato com a internet é, segundo ela, um diferencial positivo dos alunos de cursos a distância, que teriam uma formação mais sólida sobre o uso de tecnologia em sala. “Eles são alunos de uma plataforma virtual, sabem lidar com tecnologia e são formados para trabalhar com esse novo ambiente de aprendizagem.”

Rodrigo Santoro indicado ao prêmio ALMA


Divulgação / Santoro foi indicado ao prêmio que celebra os artistas latinos nos Estados UnidosSantoro foi indicado ao prêmio que celebra os artistas latinos nos Estados Unidos
CINEMA

Rodrigo Santoro indicado ao prêmio ALMA

Ator brasileiro disputará o prêmio com o porto-riquenho Benicio del Toro E o cubano Andy García.

O brasileiro Rodrigo Santoro foi indicado na categoria de melhor ator do prêmio ALMA, que celebra os artistas latinos nos Estados Unidos, por seu papel no filme "O Que Esperar Quando Você Está Esperando".
Santoro disputará o prêmio com o porto-riquenho Benicio del Toro ("Selvagens"), o cubano Andy García ("For Greater Glory: The True Story of Cristiada") e o mexicano Diego Boneta, pelo musical "Rock of Ages".

"A festa é uma celebração dos artistas que defendem e promovem uma imagem socialmente ativa da cultura hispânica nos meios de comunicação", afirma um comunicado do Conselho Nacional da Raça (NCLR), a maior organização hispânica de direitos humanos dos Estados Unidos e que organiza a premiação.
Entre as mulheres , as indicadas são a mexicana Salma Hayek ("Selvagens"), Eva Longoria ("For Greater Glory: The True Story of Cristiada"), Eva Mendes ("Girl in Progress"), Roselyn Sánchez ("Ato de Valor") e Zoe Saldana ("Colombiana").
A cerimônia de premiação acontecerá no dia 21 de setembro em Los Angeles.

terça-feira, 10 de julho de 2012

"Foi um sinal de Deus", diz homem que soltou pomba durante velório de dom Eugenio Sales.


O voluntário da Cruz Vermelha Gilberto de Almeida, de 60 anos, saiu de casa na manhã desta terça-feira com uma missão: representar o presidente da entidade, que estava viajando, no velório de dom Eugenio Sales. No meio do caminho, ao ver uma criança mostrar para a mãe algumas aves em um abatedouro da Rua Doutor Bulhões, no Engenho de Dentro, teve a ideia de comprar uma pomba para homenagear o cardeal.
"A pomba branca representa a paz. Achei que seria uma maneira simbólica de soltá-la durante a cerimônia e agradecer tudo o que ele fez pela Cruz Vermelha. Ele sempre ajudou as nossas campanhas."

"Não dá para explicar. Foi uma coisa impressionante. Minhas pernas começaram a tremer. Quando já estávamos dentro da igreja, eu perguntei se queriam que eu a tirasse de lá e um diácono disse "Deixa aí. Isso é um sinal de Deus"."
A ave, que custou R$ 25 e era para ser apenas uma singela homenagem, virou um fato curioso, que chamou a atenção dos fieis e de toda a imprensa: a pomba, ao ser solta, voou e pousou sobre o caixão. E ali ficou por mais de uma hora, provocando muitos comentários dos fieis como "É a presença do Espírito Santo".
Gilberto mora em Água Santa, na Zona Norte, e tem quatro filhos. A primeira vez que ouviu falar em dom Eugênio foi quando ele ainda era criança, em 1963, durante uma enchente que atingiu a Praça da Bandeira e deixou sua família desabrigada.
Além de trabalhar na Cruz Vermelha, Gilberto, que já foi engraxate na Praça Onze, é corretor de imóveis. O voluntário conta que é batizado na Igreja Batista (evangélica), mas que não é adepto a nenhuma religião.
"Eu não frequento igrejas. Entro em todos os lugares onde haja necessitados, vou a qualquer lugar por causa das obras sociais."
Após passar o dia inteiro ao lado do caixão de dom Eugenio Sales, a pomba branca escolheu a missa das 18h para voar para fora da Catedral Metropolitana. Os fiéis têm até as 15h de quarta-feira para comparecer ao velório, que acontecerá inclusive durante a madrugada.

Escola separada por sexo se adapta ao tempo dos alunos


Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo / Barnils: pais devem ter a liberdade de escolher para seus filhos a metodologia de ensino que mais se ajusta às suas perspectivasBarnils: pais devem ter a liberdade de escolher para seus filhos a metodologia de ensino que mais se ajusta às suas perspectivas
ENSINO ALTERNATIVO

Escola separada por sexo se adapta ao tempo dos alunos

Josep Maria Barnils, presidente da Associação Europeia de Educação Diferenciada.
O mundo tem assistido a um aumento significativo do número de escolas separadas entre meninos e meninas. O crescimento ocorre, principalmente, pelos bons resultados escolares obtidos por alunos dessas escolas nos Estados Unidos e na Inglaterra. No Brasil, a volta da educação diferenciada nos ensinos fundamental e médio ainda é pouco conhecida e vista com cautela em muitos setores – apesar de o país já ter 503 instituições do gênero, segundo o Ministério da Educação. Para o educador espanhol Josep Maria Barnils, presidente da Associação Europeia de Educação Diferenciada, a falta de conhecimento do método provoca desinformação e reduz a liberdade de escolha dos pais. Antes de participar de uma conferência sobre o tema em Curitiba, em abril, ele deu uma entrevista para a Gazeta do Povo. Confira os principais trechos da conversa:
O que é a educação diferenciada e por que defender esse método?
Quanto mais uma pessoa sabe, mais é livre. Por isso gostaria de dizer que, em primeiro lugar, a minha principal defesa é que os pais tenham a liberdade de escolher para seus filhos a metodologia de ensino que mais se ajusta às suas perspectivas. A educação diferenciada é aquela na qual meninos e meninas estudam em escolas separadas no período que segue a educação infantil, ou seja, a partir do ensino fundamental até o ensino médio. Pedagogicamente, não existe a necessidade de separá-los antes ou depois, na universidade. O principal motivo da separação nessa idade são os melhores resultados de aprendizagem alcançados nas escolas assim configuradas.
Quantas escolas de educação diferenciada existem no mundo?
Há dois anos entramos em contato com mais de 100 países e 70 nos responderam com números dessas escolas. Só com as respostas recebidas, chegamos ao número de 240 mil escolas, 47 milhões de alunos.
Por que a educação separada por sexo parece ser mais eficaz?
É notório que a evolução dos meninos e das meninas, tanto física como psicologicamente, é totalmente diferente. Um menino de 12 anos continua sendo um menino, enquanto uma menina da mesma idade é praticamente uma mulher. A educação diferenciada, nesse sentido, acerta ao se adaptar aos tempos de cada um dos sexos, ao tratar um menino ou uma menina de acordo com suas características, seu processo de aprendizagem, seu processo evolutivo etc. As meninas na presença dos meninos, por exemplo, tendem a ter notas piores nas áreas de Exatas. Os meninos, por outro lado, sofrem o mesmo processo no âmbito de Humanas. Se a educação é diferenciada, no entanto, tanto elas como eles tendem a ter melhores desempenhos nessas áreas e em todo o processo educativo.
Essa separação não dificulta a convivência com o outro sexo?
De maneira nenhuma. A escola representa, em geral, apenas 25% da vida social de um estudante. Se uma criança ou adolescente pertence a uma família saudável, ele não deixa ter outros ambientes – esportivos, sociais etc. –, nos quais acaba tendo contato com o outro sexo. A separação, que se restringe apenas na sala de aula, por outro lado, dá mais segurança a meninas e meninos, que acabam se sentindo à vontade em qualquer ambiente social.

Matemática divertida e atraente para jovens


Ensino

Terça-feira, 10/07/2012
Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Hugo Harada/ Gazeta do Povo / Meninas demonstram agilidade com o soroban em desafioMeninas demonstram agilidade com o soroban em desafio
METODOLOGIA

Matemática divertida e atraente para jovens

Sistemas de ensino complementares se diferenciam da escola e apostam no atendimento individualizado de estudantes.
Faz tempo que a Matemática é avaliada como uma matéria difícil e indesejada pela maioria dos estudantes brasileiros. Para superar essa carga negativa, sistemas de ensino complementares procuram diferenciais metodológicos que atraiam e estimulem os alunos a aprenderem e a gostarem da disciplina. Métodos orientais e lúdicos estão entre as opções mais comuns no mercado de reforço escolar.
Método chinês é mais rápido que a calculadora
Um curioso desafio apresentou, na semana passada, em São José dos Pinhais, a milenar prática do soroban – uma técnica chinesa, popularizada no Japão, que desenvolve raciocínio lógico, memória, concentração e aumenta a capacidade para cálculos mentais. Estudantes do método competiram contra pessoas que usavam calculadoras e o resultado foi uma vitória incontestável dos sorobanistas nos quesitos agilidade e exatidão nas respostas.
Pouco difundido no Brasil, soroban é o instrumento que dá nome à técnica. Trata-se de uma armação de madeira, com peças móveis e marcações que representam unidades numéricas – parecido com um ábaco. Segundo a professora Yoneko Mizuma, que há mais de 30 anos ensina a técnica no país, em pouco tempo os alunos memorizam o posicionamento das peças – essencial para a resolução dos cálculos – e passam a resolver de cabeça operações com grandes números.
Yoneko é a responsável pela vinda do soroban ao país, na década de 1980. Para a exibição, ela partiu da cidade de Bastos (SP) com cerca de 20 alunos experientes no uso do soroban. Entre eles estava a estudante Larissa Yumi Maki, 14 anos, que representará o Brasil em um desafio internacional de cálculo mental que ocorrerá no Japão no fim do ano.
A exibição foi promovida pela SuperCérebro, que promove a técnica do soroban. “Nossa intenção é mostrar que uma técnica simples pode desenvolver competências essenciais para a vida dos alunos”, diz o diretor da empresa, Ricardo Lamas. (JDL)
Conte a sua experiência
Você conhece outros métodos alternativos de ensino? Como eles funcionam?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Embora haja consenso entre os educadores sobre a necessidade de aulas criativas, principalmente com exemplos que contemplem o cotidiano dos alunos, o ensino convencional da Matemática raramente é eficaz para uma turma inteira. É o que explica a professora do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Maria Eu­­gênia de Car­­va­­lho. “Em sala, o professor não tem o tempo adequado para dedicar a cada aluno, então, ele atinge os estudantes medianos ou bons. Aqueles que têm mais dificuldade precisam mesmo de um complemento.”
Kumon
Maria Eugênia cita o sistema adotado pela rede Kumon como exemplo. Há 35 anos no Brasil, a rede teve sua primeira unidade em Londrina e hoje conta com representantes em todo o país. O método Kumon apresenta-se como um sistema de ensino individualizado, com aulas presenciais, em que cada aluno avança nos conteúdos no seu próprio ritmo, independentemente da turma. O processo permite, por exemplo, que um aluno do 5.º ano do ensino fundamental não se limite a resolver exercícios da sua série, mas avance para conteúdos posteriores. “A característica principal é que o aluno passa a aprender sozinho. Nosso foco é o autodidatismo”, diz o coordenador de Matemática da rede, Benedito da Silva.
Outro item valorizado está nos hábitos. Segundo Silva, há o constante estímulo em desenvolver nos alunos o costume do estudo diário, sem sobrecargas. Além dos dois encontros semanais a que todo estudante do Kumon deve comparecer, cada unidade recomenda aos alunos uma rotina com atividades a serem resolvidas em casa.
Tecnologia
Também com foco no acompanhamento individual, a proposta de ensino complementar da rede Ensina Mais mira nos gostos e preferências dos adolescentes para trabalhar conteúdos matemáticos. Embora os encontros sejam presenciais, as aulas são ministradas integralmente na frente do computador e as atividades são resolvidas a partir de músicas, jogos e outros recursos digitais.
“Para os adolescentes, que já nasceram num mundo com internet e redes sociais, a aula, que era vista como uma coisa chata, passa a ser muito legal”, conta Rogério Gabriel, presidente do Grupo Prepara, proprietário da rede. Segundo ele, o encanto dos alunos é tanto que há até relatos de crianças que pedem para trocar a natação pelas aulas de Matemática no computador.
As redes de ensino complementar funcionam, geralmente, como franquias. O preço dos serviços varia de acordo com o número de aulas contratadas e a idade dos alunos.
EDUCAÇÃO | 2:01

Matemática na ponta do dedo

Professores e alunos comentam os benefícios do soroban, uma técnica chinesa, popularizada no Japão, que desenvolve raciocínio lógico, memória, concentração e aumenta a capacidade para cálculos mentais.