Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

sábado, 11 de agosto de 2012

O BARULHO E SEUS EFEITOS SOBRE A AUDIÇÃO



O QUE É O BARULHO?
Barulho é, por definição, um som indesejável. Ele varia em sua composição em termos de freqüência, intensidade e duração. Sons que são agradáveis para algumas pessoas podem ser desagradáveis para outras. Por exemplo, os sons de música poder ser divertidos para alguns, mas outros já os consideram lesivos. Então, para um som ser classificado como "barulho", este deve ser julgado pelo ouvinte.
PERDA DE AUDIÇÃO INDUZIDA POR RUÍDO (BARULHO)
A exposição contínua a níveis de ruído superiores a 50 decibels pode causar deficiência auditiva em algumas pessoas. Há variação considerável de indivíduo para indivíduo relativa à susceptibilidade ao barulho. Entretanto, padrões têm sido estabelecidos que indicam o quanto de som, em média, uma pessoa pode tolerar em relação ao prejuízo de sua saúde.
Níveis toleráveis de poluição sonora
Os índices de poluição sonora aceitáveis estão determinados de acordo com a zona e horário segundo as normas da ABNT (n.º 10.151). Conforme as zonas os níveis de decibéis máximos permitidos nos períodos diurnos e noturnos são os seguintes.
ÁreaPeríodoDecibels (dB)
Zona de HospitaisDiurno
Noturno
45
40
Zona Residencial UrbanaDiurno
Noturno
55
50
Centro da cidade (negócios, comércio, administração).Diurno
Noturno
65
60
Área Predominante IndustrialDiurno
Noturno
70
65

ATENÇÃO! O BARULHO PODE PREJUDICAR VOCÊ.

Muitos sons em nosso ambiente excedem estes padrões e a exposição contínua a esses sons pode causar até a perda da audição. A diferença em níveis de decibels é maior do que se poderia esperar: 100 vezes mais energia sonora entra nos ouvidos em um ambiente de 95 dB do que num ambiente de 75 dB.
A perda auditiva típica observada com as pessoas que possuem uma longa história de exposição a ruído é caracterizada por perda de audição na faixa entre 3000 e 6000 Hz . Na fase precoce à exposição, uma perda de audição temporária é observada ao fim de um período, desaparecendo após algumas horas. A exposição contínua ao ruído resultará em perda auditiva permanente que será de natureza progressiva e se tornará notável subjetivamente ao trabalhador no decorrer do tempo. Estas mudanças nos limiares auditivas podem ser monitoradas através de testes audiométricos e isto alertará os médicos que as medidas preventivas deverão ser iniciadas. Nos estágios avançados, uma perda de audição nas freqüências altas afetará seriamente a habilidade para entender a fala normal. Em geral, pessoas com perdas auditivas nas freqüências altas não experimentarão dificuldades para detectar a fala, mas terão problemas para entender conversações.
TABELA DE IMPACTO DE RUÍDOS NA SAÚDE - VOLUME/REAÇÃO EFEITOS NEGATIVOS EXEMPLOS DE EXPOSIÇÃO
VOLUMEREAÇÃOFEITOS NEGATIVOSEXEMPLOS DE LOCAIS
Até 50 dB
Confortável (Limite de OMS)
Nenhum
Rua sem Tráfego
Acima de 50 dB
O organismo Humano começa a sofrer impactos do ruído.
De 55 a 65 dB
A Pessoa fica em estado de alerta não relaxa
Diminui o poder de conscentração e prejudica a produtividade no trabalho intelectual.
Agência bancária
De 65 a 70 dB (início das epidemias de ruído)
O organismo reage para tentar se adequar ao ambiente, mimando as defesas
Aumenta o nível de cortisona no sangue, diminuindo a resistência imunológica. Induz a liberação de endorfina tornando o organismo dependente. É por isso que muitas pessoas só conseguem dormir em locais silenciosos com o rádio ou TV ligados. Aumenta a concentração de colesterol no sangue.
Bar ou restaurante lotado
Acima de 70
O organismo fica sujeito a estresse degenerativo além de abalar a saúde mental
Aumentam os riscos de enfarte, infecções, entre outras doenças sérias
Praça de alimentação em shopping centers
Ruas de tráfego intenso.
Obs.: O quadro mostra ruídos inseridos no cotidiano das pessoas. Ruídos eventuais alcançam olumes mais altos. Um trio elétrico, por exemplo, chega facilmente a 130 dB(A), o que pode provocar perda auditiva induzida, temporária ou permanente.
ZUMBIDO INDUZIDO PELO BARULHO
Embora a causa exata de zumbido seja desconhecida, muitos pacientes que têm história de exposição a ruído apresentam zumbido. O barulho pode ser a causa mais provável do zumbido e este pode ou não ocorrer simultaneamente com perda auditiva. A maior parte dos pacientes que apresenta zumbido também tem problemas auditivos, mas uma pequena porcentagem (menos de 10%) tem audição dentro dos limites da normalidade.
O zumbido como resultado de exposição a ruído pode ocorrer súbita ou muito gradativamente. Quando ocorre subitamente, é freqüentemente percebido a uma intensidade razoavelmente alta e pode persistir nesse nível permanentemente. Entretanto, para outros, o zumbido é temporário e não retorna mais.
Mais comumente, o aparecimento do zumbido induzido por ruído é gradual e intermitente em seus estágios precoces. Os pacientes referem escutar um padrão médio de zumbido por um curto período de tempo após uma exposição prolongada a sons intensos. Uma vez que o paciente deixa de escutar a fonte do ruído, o zumbido desaparece rapidamente e se torna inaudível até a próxima exposição. Este padrão intermitente freqüentemente continua por meses ou anos com períodos de zumbido se tornando cada vez mais longos. Se a exposição ao barulho continua, o zumbido freqüentemente aumenta de volume e torna-se constante.
A maioria dos pacientes que tem uma longa história de exposição a ruído refere um zumbido que é tonal em qualidade e de alta freqüência, que se assemelha aos tons externos acima de 3000 Hz.
PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE AUDIÇÃO - O QUE VOCÊ DEVE FAZER
Afastar-se do barulho o máximo possível.
Usar protetor auditivo individual quando o barulho for inevitável ou não puder ser paralisado.
Reduzir o tempo que você se expõe ao barulho.
Reduzir o barulho em sua fonte.
COMO O ZUMBIDO AFETA VOCÊ
É comum para as pessoas com zumbido notarem um aumento nos seus zumbidos enquanto estão expostos ao barulho. Em função disto referem que não podem freqüentar locais populares, tais como concertos musicais, danças, festas e eventos esportivos. Elas não podem usar cortador de grama, serras, aspiradores de pó, processadores de comida, ferramentas elétricas e armas de fogo. Algumas pessoas tiveram que abandonar seus empregos ou mudar de função por causa do barulho relacionado ao trabalho. Num curto período de tempo após terem se afastado de suas funções, elas percebem que seus zumbidos retornaram aos seus níveis originais.
OUTRAS CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE COM RELAÇÃO À EXPOSIÇÃO AO RUÍDO
O barulho é conhecido por ter efeitos nocivos não somente sobre a audição, causando estresse em todo o sistema circulatório, respiratório e digestivo. Exposição prolongada ao ruído pode causar dores de cabeça, cansaço e elevação da pressão arterial. O barulho pode interferir no aprendizado de crianças e até mesmo afetar uma criança por nascer.
Se você contribuir para a redução do ruído em seu ambiente, cada órgão de seu corpo, assim como das demais pessoas ao seu redor, estarão sendo beneficiadas.

Brasil ainda tem um milhão de crianças sem escola


Apesar de o problema ser mais grave nas regiões Norte e Nordeste, nenhum estado conseguiu até hoje incluir todas as crianças de 6 a 14 anos na escola.

São apenas cinco letras, mas rabiscá-las é um tremendo desafio. Com um caderno sobre as pernas, Mário, de 11 anos, quase desenha seu nome, a única palavra que sabe escrever, manuseando o lápis sem intimidade. O nome é fictício, a história, real. A deslumbrante paisagem que se vê da casa do menino, que só entrou para a escola há cerca de um mês, revela um problema que ainda persiste mesmo nos estados mais ricos. O franzino Mário vive seu drama particular no Morro do Vidigal, em São Conrado, debruçado sobre os bairros de maior renda do Rio.
Os números do Censo do IBGE mostram que, apesar de o problema ser mais grave nas regiões Norte e Nordeste, nenhum estado conseguiu até hoje incluir todas as crianças de 6 a 14 anos na escola. Esta população de não estudantes representa 3% do total da faixa etária. Pode parecer um percentual pequeno, mas é grave quando se considera que é quase um milhão de crianças que ainda não têm garantido um de seus direitos mais básicos, previsto pela Constituição de 1988: estudar. Se a esse grupo forem incorporados as crianças de 4 e 5 anos e os jovens de 15 a 17 (que passam a fazer parte da faixa etária de escolaridade obrigatória a partir de 2016), o número aumenta para 3,8 milhões, ou 8% do total.
Tabulações feitas pelo Globo nos microdados do Censo mostram que o problema é maior entre os mais pobres e crianças com algum tipo de deficiência. Os números também revelam que a maioria (62%) das crianças que não estudam dos 6 aos 14 chegou um dia a frequentar a escola, mas abandonou os estudos. O problema é ainda mais grave se consideradas as faixas etárias de 4 e 5 anos e de 15 a 17, que desde 2009 passaram a ser também obrigatórias, mas com prazo para adequação dos sistemas até 2016.
As razões mais citadas por especialistas para isso são falta de interesse, repetência, gravidez precoce e necessidade de trabalhar.
Mas há situações difíceis de entender. Como a de Mário (nome fictício). No Morro do Vidigal, há uma creche municipal e uma escola, a poucos metros da casa dele. Tímido, ele é um menino saudável, apto a aprender e que não esconde de ninguém que queria muito, muito estudar.
"Agora eu estou feliz", sorri e mais não diz o menino, que não conhece sequer o "i", uma das vogais de seu nome (o verdadeiro também tem a letra). Ele revela apenas o que pretende fazer com os conhecimentos que começa a adquirir com seu primeiro professor. "Quero ler jornal e gibi."
Ex-representante da Unesco no Brasil e doutor em Educação pela Universidade de Stanford, o assessor internacional para a área de educação, Jorge Werthein, diz que o primeiro passo, nada fácil, é identificar essas crianças e adolescentes.
"O Brasil é um país de contrastes. Há estados importantes com uma grande periferia urbana e muitas desigualdades econômicas. Há estados com uma área rural significativa que sofrem com a falta de escolas. Num país continental, é uma tarefa árdua chegar a essas crianças e adolescentes por estado, por capital, por região metropolitana. Mas é preciso achá-los e depois convencê-los a ingressar ou a voltar para a escola", diz.
"Depois, nós temos que repensar a escola para que ela seja um espaço não apenas prazeroso, mas em que os alunos sintam que estão aprendendo. Uma escola ruim em qualquer lugar do mundo expulsa os alunos, com repetências e abandono. Deixa para eles a mensagem de que não são capazes, o que marca de forma brutal meninos e meninas", completa Werthein.
"Houve uma evolução inegável nos últimos dez anos. Mas ainda há muita criança fora da escola, situação agravada pelas desigualdades. Entre 4 e 5 anos, há 83% estudando no Sudeste, o que ainda é ruim, mas pior é haver só 69% dentro de sala de aula no Norte", afirma Andrea Bergamaschi, do movimento Todos pela Educação. "Para reverter este quadro, precisamos de políticas públicas cirúrgicas, específicas para cada situação".

Professor influencia hábito de leitura, diz pesquisa



Essa foi a terceira pesquisa da série (iniciada em 2001) e, pela primeira vez, os docentes aparecem no topo da lista.
Se o país quiser melhorar o índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil, 45% apontaram os mestres como tal.
Essa foi a terceira pesquisa da série (iniciada em 2001) e, pela primeira vez, os docentes aparecem no topo da lista. No levantamento anterior, feito em 2007, as mães eram a figura mais lembrada nesse quesito. Elas apareciam com 49% das indicações, ante 33% dos professores. Dessa vez, tiveram dois pontos porcentuais a menos que eles: 43%.
“Isso mostra a crescente importância da escola frente ao papel dos pais, que muitas vezes não conseguem dar esse exemplo”, afirma Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro. “Logo, se tem esse status de influenciador, o professor precisa ser letrado, gostar de ler.”
No Brasil, no entanto, muita gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores - segundo a metodologia, pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007.
Nesses quatro anos, o número de livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela preferência das atividades de lazer. Em 2011, 28% disseram gostar de ler jornais revistas, livros e textos na internet no tempo livre. O porcentual era de 36% na pesquisa anterior, em 2007. Enquanto isso, o índice de quem gosta de assistir à TV subiu de 77% para 85%.
“Estamos muito longe de alcançarmos países historicamente leitores, como Espanha e Portugal, que registram 10,3 e 8,5 livros/ano por habitante, respectivamente”, diz Karen. No Brasil são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões.

Biblioteca
Um antídoto para isso, explica Karen, é exatamente o estímulo à biblioteca, equipamento ainda em desuso por aqui. “Precisamos ter estratégias. O público vai se interessar por um acervo bem catalogado, que tenha os livros mais vendidos, uma estante de obras que sempre se renove”, diz.
A pesquisa mostrou que 75% da população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria (71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28% dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local para emprestar livros de literatura.
“Isso nos leva a pensar que se deve estabelecer modelos mais atrativos, com internet e filmes, por exemplo. E eu não acho que isso vá tirar o foco do local. Pelo contrário, serve de isca. A pessoa entra sem pensar no livro e sai de lá apaixonada por literatura.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Esquiva Falcão perde por apenas um ponto e fica com a prata no boxe


Reuters
Reuters / Punição tirou o ouro do brasileiro Esquiva FalcãoPunição tirou o ouro do brasileiro Esquiva Falcão
LONDRES-2012

Esquiva Falcão perde por apenas um ponto e fica com a prata no boxe

Brasileiro é superado por 15 a 14 pelo japonês Ryota Murata após receber uma punição no terceiro round.
O brasileiro Esquiva Falcão perdeu a decisão do boxe olímpico, categoria até 75 kg, para o japonês Ryoto Murata por 15 a 14. A luta foi apertada e o asiático foi beneficiado por uma punição recebida por Falcão no terceiro round. Mesmo assim, com a medalha de prata, o boxeador capixaba se tornou o dono do melhor resultado da história do país na modalidade em Olimpíadas.
Apesar do revés, o brasileiro mostrou-se feliz com a medalha. “Estou satisfeito com o resultado. Na próxima, virei para o ouro. A prata é ótima e irei trabalhar mais ainda. Amanhã [domingo] é dia dos pais e esta medalha vai para o meu e para minha família no Brasil”, afirmou o boxeador que, assim com o medalhista de bronze na categoria até 81 kg Yamaguchi Falcão, é filho do ex-boxeadorTouro Moreno.

Esta foi foi a quarta medalha de prata do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres e a terceira medalha do boxe, que somou também dois bronzes. Ao todo, o país contabiliza 15 medalhas, sendo três de ouro.
"Agora é treinar, ver mais lutas, ir para fora para melhorar tecnica e fisicamente e tentar ser campeão do mundo", declarou Falcão, que ainda não decidiu se irá migrar para o MMA.
A luta
No primeiro round, a arbitragem deu vitória ao japonês Ryoto Murata por 5 a 3 numa luta bastante equilibrada. No segundo round, Esquiva Falcão dominou com maior intensidade, mas apenas um ponto de vantagem concedido a favor do brasileiro, 5 a 4.
A luta foi marcada por excessivos clintches de ambos os lados, mas apenas o brasileiro foi punido no terceiro assalto com a perda de um ponto. E justamente este ponto fez falta: 5 a 5 no terceiro round e placar final de 15 a 14, diferença mínima.
“Tomei punição e achei injusta. Pois os dois estavam agarrando. No caso, teria de tirar ponto dos dois. Acho que o árbitro o favoreceu e o pontinho fez diferença”, disse Esquiva após a luta.

Brasil bate EUA e conquista o bi olímpico no vôlei feminino


Ivan Alvarado/Reuters
Ivan Alvarado/Reuters /
LONDRES 2012

Brasil bate EUA e conquista o bi olímpico no vôlei feminino

Depois de perder o primeiro set, brasileiras erram menos, viram o jogo e ficam com o ouro em Londres.
seleção feminina de vôlei do Brasil espantou o fantasma dos Estados Unidos e ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Londres, após vencer a grande final, de virada, por 3 sets a 1 (11/25, 25/17, 25/20 e 25 a 17), de virada.
Com a vitória, o time repetiu o feito de Pequim e se tornou bicampeão olímpico. O técnico José Roberto Guimarães é tricampeão olímpico - além de Pequim e Londres, o técnico foi campeão em Barcelona (1992), com a seleção masculina de vôlei.
O jogo
Depois de uma primeira fase péssima, o time de Zé Roberto dependeu de uma combinação de resultados para se classificar para a fase eliminatória. Curiosamente, a classificação brasileira veio após uma vitória dos Estados Unidos contra a Turquia na primeira fase – principal concorrente para a vaga.
No momento de maior dúvida sobre a seleção, o time brasileiro enfrentou a Rússia nas quartas de final e venceu após ter de salvar seis match points. Após isso, vitória fácil contra o japão na semi até chegar à reedição da final de Pequim, diante dos Estados Unidos, e conquistar mais um ouro olímpico.
A final
As americanas não deram chances para as brasileiras no primeiro set. Com uma ótima recepção, os Estados Unidos conseguiram abrir boa vantagem no placar logo no começo do set, especialmente com a oposta Destinee Hooker. A vantagem americana foi ficando cada vez maior devido, também, aos muitos erros cometidos pelo Brasil. Quando não paravam no bloqueio de Jordan Larson, as brasileiras jogavam muitas bolas para fora, cedendo nove pontos em erros no primeiro set. Com uma marcação forte em Fernanda Garay e Thaisa – destaques do Brasil na competição - o time do técnico Hugh McCutcheon fechou facilmente o set em incríveis 25 a 11.
Percebendo o bom momento americano, o técnico Zé Roberto mudou a estratégia do time, não enfrentando o bloqueio dos Estados Unidos e trabalhando a bola. Apostando em um bom saque, o viu seu bloqueio funcionar – desorientando a recepção dos EUA. Com a marcação do Brasil mais eficiente, o ataque americano não conseguiu ser tão efetivo como no primeiro set. Na metade do set o Brasil imprimiu um ritmo forte e viu Sheila virar bolas importantes, abrindo oito pontos de vantagem e fechando o segundo set em 25 a 17.
O terceiro set foi mais equilibrado, com as duas equipes errando menos. Encarando mais pelo meio, a pedido do técnico, o Brasil conseguiu explorar o bloqueio, principalmente com Garay. O técnico McCutcheon teve que pedir duas paradas para tentar quebrar o bom aproveitamento das brasileiras no ataque, mas – com frieza – o Brasil seguiu virando as bolas, com destaques para Jaqueline e Sheila. Depois de um bom rally e um erro no saque americano, Sheila atacou na paralela e fechou em 25 a 20 o terceiro set.
Os Estados Unidos apostaram no bom saque de Megan Hodge no quarto set, mas - com paciência – o Brasil soube trabalhar a bola. Com forte bloqueio, as americanas foram se perdendo na partida e viram Sheila, Garay e Jaqueline crescerem ainda mais na partida, virando quase todas as bolas. Sem desespero, o time brasileiro forçou o saque, obrigando as americanas a tentar mudar a tática, sem sucesso.
O Brasil encaixou aces, bolas na paralela, bloqueios e largadinhas, mostrando bom desempenho em todos os fundamentos. Perdidas em quadra, as americanas não conseguiram evitar a derrota, após um bom ataque Fer Garay. O Brasil sagrava-se campeão olímpico, novamente, coroando uma campanha de reação que resultou no lugar mais alto do pódio.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sindicato diz que maioria das universidades federais mantém greve


De acordo com o comando de greve, até quarta-feira (8), docentes de 57 universidades haviam decidido em assembleia pela continuidade da greve, que já dura quase três meses.

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) divulgou comunicado nesta quinta-feira (9) informando que a greve dos professores das universidades federais está mantida na maioria das instituições. De acordo com o comando de greve, até quarta-feira (8), docentes de 57 universidades haviam decidido em assembleia pela continuidade da greve, que já dura quase três meses, rejeitando a proposta do governo.

Até o momento, apenas a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), uma das entidades que representam os docentes das universidades federais, aceitou o acordo com o governo. Duas instituições filiadas ao Proifes já aprovaram o fim da greve, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além do Instituto Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Paraná (IFPR).
A proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento prevê reajustes que variam entre 25% e 40% para todos os docentes, aplicados de forma parcelada até 2015. De acordo com o sindicato, que representa a maior parte da categoria, o impasse nas negociações com o governo não foi superado e os reajustes atingem a categoria de forma desigual, “prejudicando os docentes e aprofundando as distorções”.
O comando nacional de greve do Andes defende no comunicado que “a greve permanece firme e coesa”. De acordo com o texto, “os docentes têm clareza do significado da luta e cobram reabertura de negociações, visando o atendimento da pauta de reivindicações, a qual objetiva o avanço da educação pública”.

Sexta-feira confirma recorde de medalhas do país em Jogos Olímpicos


Daniel Castellano / Gazeta do Povo - enviado especial
Daniel Castellano / Gazeta do Povo - enviado especial / Ida do vôlei masculino à final garantiu recorde de medalhas do país em uma mesma edição de OlimpíadaIda do vôlei masculino à final garantiu recorde de medalhas do país em uma mesma edição de Olimpíada
LONDRES-2012

Sexta-feira confirma recorde de medalhas do país em Jogos Olímpicos

Com a confirmação do vôlei masculino do Brasil na final, o país garante 16 medalhas em Londres, uma a mais do que em Pequim-2008 e Atlanta-1996.

Olimpíada de Londres será lembrada como os Jogos com mais medalhas conquistadas peloBrasil. Nesta sexta-feira, a seleção de vôlei masculino bateu a Itália por 3 sets a 0 e confirmou vaga na final, a exemplo de Pequim-2008, quando o time ficou com a prata. Com isso, o país garantiu a 16.ª medalha nesta Olimpíada: uma a mais do que em Pequim-2008 e Atlanta-1996(veja abaixo).
Até agora, os brasileiros já colocaram 12 medalhas no peito. Foram dois ouros com Arthur Zanetti, nas argolas da ginástica artística, e Sarah Menezesno judô. Duas pratas, de Thiago Pereira, nos400m medley da natação, e Emanuel e Alison, no vôlei de praia masculino.
Pequim 2008 – 15 (3 ouros, 4 pratas, 8 bronzes)
Maurren Higa Maggi (ouro no Atletismo - Salto em Distância)
Cesar Cielo (ouro na Natação - 50m livre)
Vôlei Feminino (ouro)
Vôlei Masculino (prata)
Futebol Feminino (prata)
Bruno Prada e Robert Scheidt (prata na Vela - Star)
Fabio Luiz e Márcio Araújo (prata no Vôlei de Praia)
Ketleyn Quadros (bronze no Judô - Leve)
Leandro Guilheiro (bronze no Judô - Leve)
Tiago Camilo (bronze no Judô - Super-Médio)
Cesar Cielo (bronze na Natação - 100m livre)
Natália Falavigna (bronze no Taekwondo - 67kg)
Fernanda Oliveira e Isabel Swan (bronze na Vela - 470)
Emanuel e Ricardo (bronze no Vôlei de Praia)
Futebol Masculino (bronze)
Atlanta 1996 - 15 (3 ouros, 3 pratas, 9 bronzes)
Jaqueline Silva e Sandra Pires (ouro no Vôlei de Praia)
Marcelo Ferreira e Torben Grael (ouro na Vela - Star)
Robert Scheidt (ouro na Vela - Laser)
Adriana Samuel e Mônica Rodrigues (prata no Vôlei de Praia)
Gustavo Borges (prata na Natação - 200m livre)
Basquete Feminino (prata)
André Domingos, Arnaldo Oliveira, Edson Luciano e Robson Caetano (bronze no Atletismo - 4x100m)
Futebol Masculino (bronze)
André Johannpeter, Doda, Luiz Felipe de Azevedo e Rodrigo Pessoa (bronze no Hipismo - Salto por Equipes)
Henrique Guimarães (bronze no Judô - Meio-Leve)
Aurélio Miguel (bronze no Judô - Meio-Pesado)
Gustavo Borges (bronze na Natação - 100m livre)
Fernando Scherer (bronze na Natação - 50m livre)
Kiko Pelicano e Lars Grael (bronze na Vela - Tornado)
Vôlei Feminino (bronze)
Atenas 2004 - 10 (5 ouros, 2 pratas, 3 bronzes) – melhor no número de ouros
Rodrigo Pessoa (ouro no Hipismo - Salto Individual)
Robert Scheidt (ouro na Vela - Laser)
Marcelo Ferreira e Torben Grael (ouro na Vela - Star)
Emanuel e Ricardo (ouro no Vôlei de Praia)
Vôlei Masculino (ouro)
Adriana Behar e Shelda (prata no Vôlei de Praia)
Futebol Feminino (prata)
Leandro Guilheiro (bronze no Judô - Leve)
Flávio Canto (bronze no Judô - Meio-Médio)
Vanderlei Cordeiro de Lima (bronze no Atletismo - Maratona)
Além disso, são oito bronzes. Um deles foi conquistado nesta sexta com o pugilistaYamaguchi Falcão, que perdeu nas semifinaisdo boxe na categoria até 81 kg. Os outros sete são: Juliana e Larissa (vôlei de praia feminino), Adriana Araújo (boxe até 60 kg), Felipe Kitadai (judô até 60 kg), Rafael Silva (judô mais de 100 kg), Mayra Aguiar (judô até 78 kg), Cesar Cielo (natação 50m livres), e Robert Scheidt e Bruno Prada (vela classe Star).
Outras quatro medalhas estão garantidas, mas ainda não tem a cor definida - podem ser ouro ou prata: futebol masculino, vôlei masculino efeminino e Esquiva Falcão, no boxe, categoria até 75 kg.
Se os brasileiros conquistarem três dos quatro ouros em disputa, igualarão ainda o melhor desempenho "dourado" em Olimpíadas. Em Atenas-2004, o Brasil conquistou cinco medalhas de ouro (veja quadro ao lado). Se os brasileiros ficarem em primeiro lugar nas quatro disputas, superam a marca.
Até agora, as 12 medalhas conquistadas colocam o país na 28º colocação no quadro de medalhas. Veja a lista completa .
Boxe
Os irmãos Falcão fizeram história no boxe brasileiro nesta sexta-feira. O capixabaEsquiva Falcão conseguiu a inédita vaga em uma final olímpica na modalidade para o Brasil. Ele venceu o britânico Anthony Ogogo, por 16 a 9, e será o primeiro representante do esporte nacional a disputar a medalha de ouro.
“Estou muito feliz. No último round, dei o meu gás, senti a energia das pessoas aqui e lá no Brasil e, agora, vou confiante para a final”, declarou o boxeador. Na final, o brasileiro enfrentará o japonês Ryota Murata nesta sábado às 17h45 (horário de Brasília).
Yamaguchi Falcão não conseguiu repetir o feito de seu irmão e ficou com a medalha de bronze. Ele perdeu nas semifinais do boxe, na categoria até 81 kg, para o russo Egor Mekhontcev por 23 a 11. Assim, ele iguala as melhores conquistas da modalidade até agora. Servílio de Oliveira havia conquistado a medalha de bronze em 1968 e, nesta semana, Adriana Araújo também subiu ao terceiro lugar no pódio.
Atletismo
O time feminino do Brasil no revezamento 4 x 100 metros rasos disputou a final da prova nesta sexta e ficou com a sétima colocação na prova, que teve quebra de recorde mundial pela equipe norte-americana. Os Estados Unidos completou o percurso em 40s82. As brasileiras, Ana Claudia Lemos, Franciela Krasucki, Evelyn dos Santos e Rosângela Santos , fizeram 42s91, inferior aos 42s55 da primeira fase, apenas à frente de Trinidad e Tobago, que foi desqualificada por uma falha na troca de bastão.
No masculino, o Brasil não passou da fase classificatória no revezamento 4x100 metros. Por seis centésimos de segundo, a equipe formada por Aldemir da Silva, Sandro Viana, Nilson André e Bruno de Barros, não foi à final. O grupo nacional fez a prova em 38s35. O último classificado por tempo foram os holandeses com 38s29. A final será neste sábado. No revezamento 4x400m feminino, o Brasil também foi eliminado.
Outros resultados
Na vela, Ana Barbachan e Fernanda Oliveiraterminaram em 6.º lugar na classe 470. Elas finalizaram a última regata na 6.ª colocação e não conseguiram ficar entre as três melhores na classificação geral. Ana e Fernanda tinham chances de conquistar o bronze.
Já na canoagem, Ronilson Oliveira vai disputar à final B do C-1 200m. Nesta sexta-feira ele completou a prova em 42s216, fechando com a quinta posição na sua bateria. Na semifinal, o brasileiro repetiu a posição, porém com um tempo pior: 42s560. A final B do C-1 200m está marcada para este sábado (11), às 5h45. No C-2 1.000m, ele e Erlon Silva terminaram em segundo, equivalente ao décimo lugar na soma com a bateria em que foram disputadas as medalhas.
No ciclismo, Squel Stein sofreu uma forte queda na disputa da semifinal do BMX feminino nesta sexta-feira (10). A catarinense, de 21 anos, caiu na primeira subida da prova e bateu a cabeça na pista. A brasileira foi atendida no local e precisou sair imobilizada do complexo, sendo levada ao hospital da Vila Olímpica, mas passa bem.

População indígena cresce 205% em duas décadas no Brasil


Os índios no Brasil somam 896,9 mil pessoas, de 305 etnias, que falam 274 línguas indígenas, segundo dados do IBGE.

Os índios no Brasil somam 896,9 mil pessoas, de 305 etnias, que falam 274 línguas indígenas, segundo dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a primeira vez que o órgão coleta informações sobre a etnia dos povos. O levantamento marca também a retomada da investigação sobre as línguas indígenas, parada por 60 anos.
42,3% dos índios vivem fora de terras reconhecidas
Em números absolutos, são 379 mil índigenas fora das áreas demarcadas. Dado indica a necessidade de ampliação e criação de novas reservas, mas também aponta para a migração em busca de educação e de renda, segundo especialistas. 

Leia a matéria completa
Com base nos dados do Censo 2010, o IBGE revela que a população indígena no País cresceu 205% desde 1991, quando foi feito o primeiro levantamento no modelo atual. À época, os índios somavam 294 mil. O número chegou a 734 mil no Censo de 2000, 150% de aumento na comparação com 1991.
A pesquisa mostra que, dos 896,9 mil índios do país, mais da metade (63,8%) vivem em área rural. A situação é o inverso da de 2000, quando mais da metade estava em área urbana (52%).
Na avaliação do IBGE, a explicação para o crescimento da população indígena pode estar na queda da taxa de fecundidade das mulheres em áreas rurais, apesar de o índice de 2010 não estar fechado ainda. Entre 1991 e 2000, essa taxa passou de 6,4 filhos por mulher para 5,8.
Outro fator que pode explicar o aumento do número de índios é o processos de etnogênese, quando há “reconstrução das comunidades indígenas”, que supostamente não existiam mais, explica o professor de antropologia da Universidade de Campinas (Unicamp), José Maurício Arruti.
Os dados do IBGE indicam que a maioria dos índios (57,7%) vive em 505 terras indígenas reconhecidas pelo governo até o dia 31 de dezembro de 2010, período de avaliação da pesquisa. Essas áreas equivalem a 12,5% do território nacional, sendo que maior parte fica na Região Norte - a mais populosa em indígenas (342 mil). Já na Região Sudeste, 84% dos 99,1 mil índios estão fora das terras originárias. Em seguida vem o Nordeste (54%).
Para chegar ao número total de índios, o IBGE somou aqueles que se autodeclararam indígenas (817,9 mil) com 78,9 mil que vivem em terras indígenas, mas não tinham optado por essa classificação ao responder à pergunta sobre cor ou raça. Para esse grupo, foi feita uma segunda pergunta, indagando se o entrevistado se considerava índio. O objetivo foi evitar distorções.
A responsável pela pesquisa, Nilza Pereira, explicou que a categoria índios foi inventada pela população não índia e, por isso, alguns se confundiram na autodeclaração e não se disseram indígenas em um primeiro momento. "Para o índio, ele é um xavante, um kaiapó, da cor parda, verde e até marrom", justificou.
A terra indígena mais populosa no país é a Yanomami, com 25,7 mil habitantes (5% do total) distribuídos entre o Amazonas e Roraima. Já a etnia Tikúna (AM) é mais numerosa, com 46 mil indivíduos, sendo 39,3 mil na terra indígena e os demais fora. Em seguida, vem a etnia Guarani Kaiowá (MS), com 43 mil índios, dos quais 35 mil estão na terra indígena e 8,1 mil vivem fora.
O Censo 2010 também revelou que 37,4% índios com mais de 5 anos de idade falam línguas indígenas, apesar de anos de contato com não índios. Cerca de 120 mil não falam português.
Os povos considerados índios isolados, pelas limitações da própria política de contato, com objetivo de preservá-los, não foram entrevistados e não estão contabilizados no Censo 2010.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Primeiro condenado pelo escândalo dos Diários Secretos pega 15 anos de prisão


Juíza entendeu que o ex-funcionário da Assembleia Daor de Oliveira foi fantasma e desviou R$ 1,4 milhão em salários. Ele ainda cooptou parentes para o esquema.

A Justiça condenou a 15 anos e 6 meses de prisão um dos envolvidos com o esquema de desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa do Paraná mostrado pela Gazeta do Povo e pela RPC TV na série de reportagens Diários Secretos. É a primeira condenação de um acusado pelo escândalo que veio à tona em março de 2010.
O ex-funcionário da Assembleia Daor Afonso Marins de Oliveira foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e pelo desvio de cerca de R$ 1,4 milhão dos cofres do Legislativo estadual. A Justiça inocentou Daor da acusação de falsidade ideológica. A pena total foi de 15 anos, 6 meses e 10 dias de detenção. Como a sentença é de primeira instância, cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ).
Entenda o caso
Relembre os principais momentos do escândalo dos Diários Secretos:
2010
15 de março – Série de reportagens da Gazeta do Povo e da RPC TV revela um esquema de desvio de dinheiro da Assembleia por meio da contratação de funcionários fantasmas e laranjas.
24 de abril – Operação prende dez pessoas, entre elas os então diretores da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho (diretor-geral); José Ary Nassiff (diretor administrativo); e Cláudio Marques da Silva (diretor de pessoal). Bibinho é acusado de chefiar a quadrilha.
3 de maio – O MP propõe a primeira ação criminal contra os ex-diretores por formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Depois disso, os promotores ajuizaram sete ações de improbidade contra os ex-diretores e contra deputados que ocuparam a presidência e a primeira-secretaria da Assembleia.
11 de junho – Beneficiado por uma liminar do STF, Bibinho e os outros dois ex-diretores da Assembleia deixam a prisão.
26 de agosto – O STF volta atrás e anula a decisão que colocou Bibinho, Nassiff e Marques da Silva em liberdade.
8 de novembro – Começa o julgamento do primeiro processo criminal contra Bibinho e os ex-diretores.
18 de dezembro – Bibinho deixa a prisão, beneficiado por uma decisão do STF.
2011
29 de agosto – Advogados de Bibinho ganham na Justiça a suspensão dos dois processos criminais contra Bibinho, alegando que seu cliente sofre de distúrbios psiquiátricos.
11 de novembro – Perícia médica mostra que Bibinho apresenta quadro depressivo, mas que tem condições de comparecer às audiências judiciais.
2012
6 de março – Bibinho é preso novamente. Desta vez, sob a acusação de atrapalhar o processo judicial.
8 de maio – Bibinho é solto.
14 de maio – Duas novas ações são ajuizadas, pedindo bloqueio de bens de vários acusados e ressarcimentos dos valores aos cofres públicos.
Processos criminais
Expectativa é de que outras sete ações sejam julgadas ainda neste ano
Depois da publicação da série Diários Secretos, que revelou em março de 2010 o esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa, o Ministério Público (MP) entrou com duas ações criminais e outras sete de improbidade administrativa contra envolvidos no caso. As duas ações criminais foram desmembradas pela Justiça em oito processos. A reportagem apurou que os processos criminais estão mais próximos de uma sentença do que as ações de improbidade. A perspectiva é de que, até o fim do ano, elas sejam julgadas. O processo contra Daor de Oliveira foi o primeiro a ter um desfecho.
O MP ainda requereu na Justiça a devolução de mais de R$ 100 milhões que teriam sido desviados e o bloqueio de R$ 1,2 bilhão dos bens dos envolvidos para garantir a restituição aos cofres públicos.
Processos criminais
Expectativa é de que outras sete ações sejam julgadas ainda neste ano
Depois da publicação da série Diários Secretos, que revelou em março de 2010 o esquema de desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa, o Ministério Público (MP) entrou com duas ações criminais e outras sete de improbidade administrativa contra envolvidos no caso. As duas ações criminais foram desmembradas pela Justiça em oito processos. A reportagem apurou que os processos criminais estão mais próximos de uma sentença do que as ações de improbidade. A perspectiva é de que, até o fim do ano, elas sejam julgadas. O processo contra Daor de Oliveira foi o primeiro a ter um desfecho.
O MP ainda requereu na Justiça a devolução de mais de R$ 100 milhões que teriam sido desviados e o bloqueio de R$ 1,2 bilhão dos bens dos envolvidos para garantir a restituição aos cofres públicos.
R$ 200 milhões foi o valor desviado da Assembleia Legislativa por meio do esquema dos Diários Secretos. A estimativa é do Ministério Público Estadual.
A condenação de Oliveira foi determinada, no último dia 1.º, pela juíza Ângela Regina Ramina de Lucca, da 9.ª Vara Criminal de Curitiba. Ela entendeu que o acusado fazia parte de uma organização criminosa “instalada no seio da Assembleia”. O esquema, segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MP) acatada pela juíza, utilizava funcionários fantasmas para desviar dinheiro da Assembleia. O esquema, de acordo como MP, desviou R$ 200 milhões.
Parentes cooptados
O chefe desta quadrilha, segundo a investigação, era o ex-diretor-geral da Assembleia Abib Miguel, o Bibinho. Também faziam parte do esquema os ex-diretores José Ary Nassiff (Administrativo) e Cláudio Marques da Silva (de Pessoal).
Dentro da organização, segundo a denúncia confirmada pela juíza, Oliveira administrava os imóveis de Bibinho e era o responsável por umas das funções “mais relevantes para o esquema criminoso, (...) ‘angariar’ pessoas que pudessem figurar como funcionários comissionados da Assembleia”. Entre os “cooptados” por Oliveira estavam dez parentes dele: a mulher, três filhos, a irmã, três sobrinhos e as esposas de dois deles.
Os documentos pessoais dos parentes do acusado foram usados para que eles fossem contratados para cargos em comissão na Assembleia e para abrir contas bancárias em seus nomes. Todos eles, segundo a Justiça, receberam salários, mas nunca deram expediente na Assembleia – inclusive o próprio Oliveira. Um dos filhos, por exemplo, chegou a receber vencimentos mensais de R$ 32,6 mil. Só em salários pagos aos familiares de Oliveira, o desvio foi de R$ 13,2 milhões. O ex-servidor, sozinho, recebeu R$ 1,4 milhão em vencimentos.
Em depoimento, os familiares de Oliveira disseram que, a pedido dele, tiveram até de assinar um talão de cheques em branco. “Apurou-se, também, que todos ou quase todos somente tiveram acesso aos cartões dessas contas bancárias após os fatos terem sido divulgados na mídia”, escreve a juíza na sentença. O MP suspeita que Bibinho é quem ficava com os cartões e movimentava as contas.
A investigação do MP rastreou o dinheiro depositado pela Assembleia na conta desses funcionários fantasmas. Foi a partir daí que Oliveira foi condenado por lavagem de dinheiro. Na sentença, a juíza relata que parte da verba pública desviada com a participação de Oliveira (R$ 53 mil), segundo o MP, foi investida em uma das fazendas de Bibinho em Goiás. Outra parcela, não especificada na sentença, foi destinada à compra de carros antigos registrados em nome de terceiros mas que faziam parte da coleção de Abib Miguel.
Detido
Daor de Oliveira é o único dos acusados pelo caso dos Diários Secretos que está preso. A prisão foi decretada porque, durante a fase de investigações do MP, ele ficou foragido e a Justiça entendeu que ele poderia tentar fugir novamente. Oliveira está detido no Centro de Triagem II, em Piraquara, na Grande Curitiba.
Advogado diz que houve cerceamento de defesa
O advogado Nilton Ribeiro de Souza, que defende Daor de Oliveira, diz que vai recorrer da condenação ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). Um dos argumentos que ele pretende alegar é o cerceamento de defesa. Souza alega que não foram ouvidas testemunhas em favor de Oliveira e que provas usadas em outros processos do caso dos Diários Secretos não poderiam ser anexadas à ação contra seu cliente. “Uma situação como essa só poderia acontecer se fosse impossível colher novas provas, como ouvir uma testemunha que já morreu, por exemplo”, diz ele.
Durante o processo, Oliveira negou os crimes. Disse que trabalhava na Assembleia e que nunca esteve foragido, tendo permanecido em casa, sob cuidados médicos. Mas, segundo a sentença, ele admitiu em juízo “que forneceu os documentos de sua esposa e demais filhos para que eles figurassem na folha de pagamento sem que precisassem exercer qualquer atividade laboral em prol da Assembleia Legislativa”.