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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Freio na inflação e força para o PIB


Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Galeria da hidrelétrica subterrânea Parigot de Souza, em Antonina: usina da Copel é uma das que devem ter a concessão prorrogada

Redução das tarifas de eletricidade deve baixar o IPCA de 2013 em no mínimo 0,5 ponto porcentual. E dar impulso de ao menos 0,6% ao crescimento da economia.
A redução nas tarifas de energia elétrica, que será detalhada pelo governo federal na manhã de hoje e entrará em vigor no início de 2013, deve dar um alívio para a inflação e ainda um empurrão para a atividade econômica, graças ao barateamento dos custos de produção.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz do consumidor doméstico cairá 16,2% e a da indústria, até 28%. Segundo o governo, isso deve “tirar” ao menos 0,5 ponto porcentual do IPCA (índice oficial de inflação) de 2013. A Tendências Consultoria prevê um impacto até maior, de 0,55 ponto. As projeções atuais do mercado financeiro, que ainda não embutem essa redução, apontam para um IPCA de 5,54% no ano que vem, segundo relatório publicado ontem pelo Banco Central.
Renovação afeta 6% do parque da Copel
O governo atua em duas frentes para baixar as tarifas. De um lado, vai eliminar alguns encargos do setor elétrico; de outro, vai renovar concessões de geração, transmissão e distribuição que vencem em 2015 e exigir das companhias, como contrapartida, uma redução nos preços da energia desses ativos. “Cerca de 20% da capacidade de geração e 75% das linhas de transmissão vencem em 2015”, diz Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UFRJ. “Essa definição é esperada há muito tempo. É um tema que causava muita insegurança no setor”, afirma Luiz Fernando Leone Vianna, presidente do conselho de administração da Apine, que reúne produtores independentes.
A situação da Companhia Paranaense de Energia (Copel) é relativamente tranquila. Ela já havia conseguido renovar as concessões de suas maiores hidrelétricas, e as quatro que vencem neste ano – a maior é a Parigot de Souza, em Antonina – representam só 6% de seu parque gerador. Mais importante para a empresa é a prorrogação de suas linhas de transmissão e da área de distribuição. O contrato desta, válido até 2015, já prevê a renovação por mais 20 anos. (FJ)
Esses cálculos se referem somente ao item “energia elétrica residencial” do IPCA. O IBGE, responsável pelo índice, considera que a luz elétrica tem um peso de 3,35% no orçamento dos brasileiros e de 3,45% nas contas das famílias da Região Metropolitana de Curitiba. Graças às revisões tarifárias promovidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o preço da energia para as residências já recuou um pouco neste ano – 0,3% em todo o Brasil e 3,1% em Curitiba e região.
Indústria
O custo da energia para a indústria, um dos mais altos do mundo, não é contabilizado no IPCA. E o efeito indireto da redução dessa conta dependerá de cada empresário, que vai decidir se o ganho será incorporado ao lucro ou repassado ao consumidor.
Para José Mascarenhas, presidente do conselho de infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “é básico que a queda chegue ao consumidor e não adianta a indústria se apropriar dessa renda”. Segundo ele, a principal função do pacote do governo é resgatar a competitividade da indústria brasileira diante da concorrência externa. “A indústria só ganhará com isso se repassar os ganhos ao consumidor, que faz a aferição dessa competitividade”, disse. Mas, para a economista Adriana Molinari, da Tendências, esse repasse é pouco provável. “Todo ganho deve ser absorvido como margem [de lucro] pelo setor produtivo, que passa por um período conturbado”, afirmou.
Impulso
Do ponto de vista da atividade econômica, o pacote da energia deve permitir um crescimento “extra” do Produto Interno Bruto (PIB) de ao menos 5% entre 2013 e 2020, o que corresponde a 0,61% ao ano – um impulso considerável, dado que hoje o mercado projeta uma alta do PIB de apenas 1,62% em 2012 e de 4% em 2013. Essa estimativa parte do princípio de que, na média de todas as classes de consumo, a tarifa cairá 10%. Se ela baixar 20%, o crescimento adicional do PIB chegará a 8%, ou 0,97% ao ano.
Na primeira hipótese, haveria uma geração adicional de 4,5 milhões de empregos (563 mil por ano) e, na segunda, de 5 milhões (625 mil por ano). Os cálculos são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e da Fundação Getulio Vargas (FGV), e integram o Projeto Energia Competitiva, coordenado pela Abrace, entidade que reúne grandes consumidores de eletricidade.
Mercado livre pode ficar menos atraente
A eliminação de alguns dos principais encargos do setor elétrico deve ter impacto tanto no mercado regulado quanto no chamado mercado livre, que é formado por grandes consumidores e hoje responde por 27% de todo o consumo nacional. Mas não se sabe se o barateamento referente à renovação das concessões de hidrelétricas chegará aos consumidores livres. Se não chegar, esse mercado – em que preço, prazo e outras condições são negociados diretamente entre as companhias do setor e seus clientes – tende a ficar menos atraente.
“É importante que o governo detalhe, com transparência, que porcentual da redução virá da retirada de encargos e quanto virá da prorrogação de concessões”, diz Carlos Faria, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace).
O diretor da comercializadora Trade Energy, Luís Gameiro, não acredita que o governo vá beneficiar apenas o mercado cativo. “É preciso haver isonomia entre os dois mercados”, diz. (FJ)

sábado, 8 de setembro de 2012

Star Trek faz 46 anos e ganha homenagem no doodle do Google


O Google transformou as letras de seu nome em personagens da série de ficção científica. Foto: Google.com/Reprodução
O Google transformou as letras de seu nome em personagens da série de ficção científica
Foto: Google.com/Reprodução

O doodle do Google deste sábado homenageia os 46 anos da série de TV americana Star Trek - Jornada nas Estrelas, no Brasil -, transmitida originalmente de 8 de setembro de 1966 a 1969. O Google transformou as letras do seu nome em personagens do programa, e o logotipo é interativo e permite que se crie uma história clicando em alguns itens. Clicando na porta, por exemplo, o cenário muda. Chegando na outra sala, os personagens podem ainda se "transportar" para outro lugar.
Apesar de ter sido exibida até o fim da década de 60, a série tornou-se popular ao ser transmitida em reprises nos anos 70, fazendo sucesso até hoje. Personagens como Kirk e Spock ainda são lembrados como referências na ficção científica.
Os doodles do Google
O Google costuma comemorar datas importantes para a humanidade, como aniversários de invenções e personalidades ligadas à cultura e à política, por exemplo, com customizações do logo na página inicial do site de buscas. O primeiro doodle surgiu em 1998, quando os fundadores do Google criaram um logotipo especial para informar aos usuários do site que eles estavam participando do Burning Man, um festival de contracultura realizado anualmente nos Estados Unidos.
O sucesso foi tão grande que hoje a companhia tem uma equipe de designers voltada especialmente para a criação dos logotipos especiais. Já foram criados mais de 300 doodles nos Estados Unidos e mais de 700 para o resto do mundo.
Para ver alguns dos doodles do segundo trimestre de 2012, clique aqui.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Audição: cuide deste sentido


Mel Gabardo / Gazeta do Povo
Mel Gabardo / Gazeta do Povo / Helena de Godoy Correa escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção na infância: problema exige cuidado redobrado com a audiçãoHelena de Godoy Correa escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção na infância: problema exige cuidado redobrado com a audição
SAÚDE

A ciência está vencendo a batalha contra a surdez, mas a prevenção é a melhor arma para evitar a perda auditiva.

Diferente do tradicional teste de letrinhas, check up dos olhos considerado obrigatório pela maioria das pessoas, a avaliação da audição normalmente é relegada a um segundo plano na lista de prioridades da saúde.
O problema é que, ao contrário da visão, em que a própria pessoa descobre que algo está errado, a deficiência auditiva geralmente só é percebida por outras pessoas. “O indivíduo vai se adaptando e não sente que está perdendo a audição”, alerta o médico Rogério Hamerschmidt, professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Fique atento
Confira os principais sintomas de quem sofre de perda auditiva:
- Pede para o outro falar várias vezes ou isola-se socialmente.
- Dificuldade para ouvir em ambientes barulhentos.
- Zumbidos, chiados ou apitos no ouvido.
- Aumenta o volume da tevê e rádio.
- Sensação de ouvido tampado, pressão e estalos no ouvido.
- Irritabilidade.
- Finge que entendeu o que foi conversado, tendo dificuldade em admitir a perda auditiva e procurar ajuda.
- Evita situações comunicativas.
- Dificuldade de ouvir ao telefone.
Para prevenir danos ao sistema de audição, é preciso tomar alguns cuidados. Hamerschmidt recomenda, por exemplo, bom senso no uso de aparelhos de som com fones de ouvido e na frequência a festas fechadas com músicas em volume muito alto. Segundo ele, se muito repetitivas, essas duas situações podem causar perda irreversível de audição.
O otorrinolaringologista Rafael Souza Moraes indica o uso de fones com intensidade sonora compatível com a saúde auditiva. “Ajuste o volume em um local silencioso e, ao permanecer em locais mais barulhentos, resista à tentação de elevar o volume”, afirma. Moraes recomenda ainda que se use fones que cubram toda a orelha, pois fazem uma melhor vedação e bloqueiam os ruídos externos.
Evitar som alto em locais fechados, como dentro de casa, automóveis e salas de ginástica, também é uma atitude preventiva, acrescenta o otorrinolaringologista Luiz Carlos Sava, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E quem já sofre de problemas auditivos precisa tomar cuidados redobrados. É o caso da estudante Helena de Godoy Correa, 16 anos, que escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção no ouvido esquerdo na infância. “Fui orientada, por exemplo, a sempre colocar um volume médio no MP3”, conta.
O otorrinolaringologista Rafael Souza Moraes lembra ainda da importância dos exames periódicos, medidas de tratamento e controle dos fatores de riscos associados. Nos casos de surdez em que há o prejuízo na comunicação, o profissional aconselha a adoção de aparelhos auditivos.
Mas, por mais que tomemos todos os cuidados necessários, o envelhecimento é implacável com a audição. A perda da capacidade auditiva com o passar do tempo se chama presbiacusia e tem início a partir da quinta década de vida, salienta Moraes.

Concurso Menina Fantástica chega a Curitiba


Divulgação / O apresentador Zeca Camargo e a top Izabel Goulart em frente ao ônibus do concurso Menina FantásticaO apresentador Zeca Camargo e a top Izabel Goulart em frente ao ônibus do concurso Menina Fantástica
OPORTUNIDADE

Concurso Menina Fantástica chega a Curitiba

Neste sábado (dia 8), acontece a seletiva estadual de onde sairão três candidatas.
Curitiba recebe neste sábado (dia 8), o ônibus do concurso "Menina Fantástica", promovido pela TV Globo e produzido pela Mega Models.
Três candidatas sairão da seletiva paranaense. Desde a estreia, os quatro ônibus do concurso já percorreram cinco estados, 64 cidades e cerca de 10 mil quilômetros.
Serviço
Seletiva paranaense do concurso "Menina Fantástica": dia 8 de setembro, às 9 horas, noRadisson Hotel (Av. Sete de Setembro, 5.190, Batel)
Na semana passada aconteceram as primeiras seletivas estaduais em Goiânia e em Rio Branco. Entre mais de 2 mil candidatas que passaram pelos ônibus foram escolhidas 30 meninas (15 de cada estado). Do Acre as três semifinalistas são: Ana Caroline Silva Ferreira, de Porto Velho, Giovanna Prado Lopes, de Rio Branco, e Lívia Maria Saraiva Lima, de Porto Velho.
De Goiás, passaram para a semifinal Yohana Alves, de Trindade, Renata Guerra, de Anápolis, e Ana Caroline Viana, de Anápolis.
Na próxima semana, os ônibus continuam seus trajetos. O roteiro completo está no site do projetowww.meninafantastica.com.br.
Depois dessa fase, acontecem cinco semifinais em locações especiais, cartões-postais de cada uma das cinco regiões brasileiras. De cada semifinal, saem duas finalistas, num total de dez meninas.
Em novembro, as dez classificadas seguem para a casa da "Menina Fantástica", em São Paulo. Durante quatro semanas elas serão acompanhadas de perto pela top model Izabel Goulart e pelo ator Daniel Rocha e vão vivenciar todas as fases e desafios do trabalho de modelo.

O quadro "Menina Fantástica" é exibido no Fantástico, aos domingos, pela RPCTV.

Unicef: trabalho infantil é “causa significativa” do abandono escolar


Josué Teixeira / Gazeta do Povo / Criança acompanha mãe, catadora de papel, na jornada de trabalhoCriança acompanha mãe, catadora de papel, na jornada de trabalho
BALANÇO

Unicef: trabalho infantil é “causa significativa” do abandono escolar

De acordo com o levantamento, 638 mil crianças entre 5 e 14 anos exercem atividade laboral, apesar de a legislação brasileira proibir o trabalho para menores de 16 anos.
O relatório Todas as Crianças na Escola em 2015 – Iniciativa Global pelas Crianças Fora da Escola, divulgado nesta sexta-feira (31) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alerta para a persistência do trabalho infantil entre as crianças em idade escolar, o que prejudica o direito dessa população à educação. De acordo com o levantamento, 638 mil crianças entre 5 e 14 anos estão nessa situação, apesar de a legislação brasileira proibir o trabalho para menores de 16 anos. O grupo representa 1,3% da população nessa faixa etária, mas para o fundo não pode ser desconsiderado porque o trabalho infantil é uma “causa significativa” do abandono escolar.
Segundo o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), César Callegari, o estudo do Unicef traz uma fotografia importante dos desafios que o Brasil tem pela frente: garantir a educação para todas as crianças e jovens brasileiros, incluindo não só essa parcela da população, mas favorecendo sua permanência na escola. Ele ressaltou, no entanto, que o país conquistou avanços significativos principalmente na útlima década.

Cultural
"Se olharmos não apenas a fotografia, mas o filme dos últimos anos, veremos que o Brasil conseguiu incluir nos últimos 12 anos mais de 5 milhões de crianças e jovens que estavam fora da escola. Tínhamos 8,7 milhões, entre 4 e 17 anos, nessa situação em 1997 e agora são 3,69 milhões", disse Callegari. Ele citou a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) como um dos mecanismos mais importantes para esse avanço, ao viabilizar "recursos firmes e mensais" para que cada município e estado garanta a matrícula de crianças na pré-escola e de jovens no ensino médio.
Estudos mostram que os índices de trabalho infantil caíram nas últimas décadas, mas ficaram estagnados nos últimos cinco anos. O levantamento do Unicef inclui tanto crianças e jovens que desenvolvem atividades econômicas, quanto aqueles que se ocupam de serviços domésticos com duração superior a 28 horas semanais. A coordenadora do Programa de Educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva, diz que o momento econômico que o Brasil vive tem feito crescer o número de meninos e meninas responsáveis pelas tarefas do lar.
“Quando temos uma situação de oferta de emprego grande, isso pode acarretar aumento do trabalho infantil doméstico para as meninas, que substituem a mãe que foi para o mercado de trabalho. Essas meninas ficam com a responsabilidade de cuidar dos irmãos, lavar louça, arrumar a casa”, explica Salete. Para a representante do Unicef, uma das principais barreiras para superar essas práticas é cultural. Em muitas famílias, o trabalho desde a infância é considerado normal e importante para o desenvolvimento. Além das tarefas do lar, outro “nicho” do trabalho infantil está na zona rural, onde logo cedo jovens ajudam a família no trabalho do campo.
“O trabalho agora é localizar essas famílias e entender o que leva aquela criança a trabalhar e o que pode ser feito para convencer a família de que aquele trabalho não é adequado”, aponta Salete. A questão socioeconômica também tem grande peso no ingresso precoce no mercado de trabalho. O relatório mostra que mais de 40% das crianças de 6 a 10 anos, de famílias com renda familiar per capita até um quarto de salário mínimo, trabalham. Esse percentual cai para 1,2% no grupo de famílias com renda superior a dois salários mínimos por pessoa.
Do total de crianças de 5 a 14 anos que trabalham, 93% estudam. O relatório mostra o trabalho infantil como uma grande barreira tanto para as crianças que estão fora do sistema de ensino, quanto para aquelas que frequentam a escola. Mesmo quem está regularmente matriculado terá o desempenho escolar prejudicado pelas outras tarefas que desempenha.
“Essa questão interfere de fato na qualidade do ensino, já que a criança que trabalha tem menos condição de aprendizagem porque fica cansada e desatenta. E se ela não está na escola, dificilmente vai largar o trabalho para estudar”, ressalta Salete.
De acordo com o relatório, 375.177 crianças na faixa de 6 a 10 anos estão fora da escola – o que corresponde a 2,3% do total dessa faixa etária. Dessas, 3.453 trabalham (0,9%) e, nesse grupo, a maioria é negra (93%). O número de crianças de 11 a 14 anos que só trabalham é cerca de 20 vezes maior que na faixa anterior: 68.289.

Resoluções para um feliz bicentenário.


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DESENVOLVIMENTO

Resoluções para um feliz bicentenário.

O Brasil nasceu falido, e quase quebrou tantas vezes depois. Hoje, 190 anos depois da Independência, pode se orgulhar de uma série de conquistas. Derrotou a inflação, virou “grau de investimento” e tornou-se um dos maiores mercados consumidores do mundo. Mas ainda está longe de ser considerado um país desenvolvido. Algumas atitudes, no entanto, podem colocá-lo no caminho certo até 2022, quando completará 200 anos como país independente.
Para um país que nasceu falido, o Brasil até que se saiu bem.
Aprendizado
Segundo cálculo do Todos pela Educação, em 2009 apenas 28,9% dos estudantes do 3º ano do ensino médio tinham aprendizado adequado de português, pouco mais que os 25,8% de 2001. No mesmo período de oito anos, regrediu de 11,6% para 11% o porcentual de alunos com domínio básico de matemática.
Despesas
Mesmo excluindo da conta os juros da dívida, de 1991 a 2010 o dispêndio do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) saltou de 13,7% para 22,4% do PIB, conforme estudo dos economistas Fabio Giambiagi e Fernando Honorato Barbosa.
Fontes
Além das fontes já mencionadas nos textos, esta reportagem se valeu dos bancos de dados do IBGE, Banco Central, Ipea, Banco Mundial, OCDE e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Também se baseou em informações de livros de Laurentino Gomes (1808 e 1822) e Adolfo Sachsida (Fatores determinantes da riqueza de uma nação, em parceria com João Batista de Brito Machado, e 10 fantasmas que assombram uma nação, este inédito). Outra fonte fundamental foi o livro 2022: propostas para um Brasil melhor no ano do bicentenário, coletânea de 17 artigos organizada por Fabio Giambiagi e Claudio Porto.
Interatividade
O que o Brasil deve fazer para ser um país mais desenvolvido daqui a dez anos? Mande as suas sugestões!
Quando D. Pedro I proclamou a Independência, há 190 anos, o Tesouro não tinha reservas – o rei D. João VI havia raspado os cofres pouco antes de voltar a Portugal. As principais atividades econômicas decaíam. A arrecadação de impostos só co­­bria metade das despesas públicas. E o governo, sem alternativas, teve de recorrer a empréstimos no exterior e literalmente fabricar dinheiro, botando lenha na fogueira da inflação. Com pequenas diferenças, essa história se repetiria várias vezes nos dois séculos seguintes.
Hoje o Brasil tem a confiança de seus credores; é “grau de investimento”. Mes­­mo a contragosto, o governo administra suas contas com um mínimo de responsabilidade. A inflação não assusta mais, a taxa de desemprego já não envergonha e ultimamente até os juros andam mais civilizados.
O problema é que a fórmula que garantiu a maioria das conquistas recentes está esgotada. A combinação de aumentos reais do salário mínimo, políticas de transferência de renda e estímulos ao consumo, que tirou dezenas de milhões de brasileiros da pobreza e criou um dos maiores mercados consumidores do mundo, hoje mal garante o “pibinho” do curto prazo. Se o país sonha em um dia ser chamado de “desenvolvido”, terá de ir além.
A receita é simples e conhecida. A dificuldade em aplicá-la reside no fato de que ela exige uma profunda mudança de hábito. Teremos de abandonar nossa ancestral obsessão pelo rápido, cômodo e indolor e substituí-la por uma mentalidade de longo prazo. Teremos, enfim, de levar a sério a máxima de que antes de colher é preciso semear, cultivar e, sobretudo, ter paciência.
Não será fácil. Na definição do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, os brasileiros são “cigarras que trabalham”: suam a camisa, mas, ao contrário da formiga da fábula, não têm o costume de se precaver para o futuro. E nosso futuro reserva, entre outros tantos desafios, o da demografia: a fração de idosos na população está aumentando e a de jovens, diminuindo. Isso significa, por exemplo, que nossa já deficitária Previdência Social terá cada vez mais beneficiários e menos contribuintes.
O que fazer
Com base em artigos, livros e entrevistas, a Gazeta do Povo preparou uma lista de cinco resoluções que, se cumpridas ao longo dos próximos dez anos, poderão nos colocar a caminho de um “feliz bicentenário”. É sabido que, por mais bem-sucedido que seja, o país dificilmente chegará a 2022 em uma condição de desenvolvimento similar à dos países mais avançados. Mas dá para chegar perto.
“Ter um feliz 2022 não é um resultado fácil de ser obtido. Vamos imaginar que o ‘feliz’ signifique um país com alto nível de produtividade e baixo nível de desigualdade. Neste caso, não chegaremos lá. Mas poderemos nos considerar no caminho certo se fizermos nossa tarefa de casa”, diz Cláudio Shikida, professor e pesquisador de Eco­nomia do Ibmec/MG.
O leitor notará que a lista de resoluções não inclui propostas como manipular o câmbio, proteger a indústria nem escolher os setores da economia que “merecem” vencer. A ideia desta reportagem foi enumerar escolhas e tarefas que possam nos ajudar a caminhar pelas próprias pernas – é isso, afinal, o que se deve esperar de um país independente.
1 - Difícil encontrar quem discorde: se o Brasil tivesse de escolher uma única frente para concentrar os esforços para se tornar um país mais desenvolvido, ela teria de ser a educação básica. “Um país em que os jovens terminam a educação básica sem autonomia para montar e tocar seu projeto de vida não é um país independente”, resume Priscila Cruz, diretora-executiva do mo­­­­vimento civil Todos pela Educação.
Uma sociedade pouco escolarizada exige pouco de seus governantes e não participa da discussão e da escolha de políticas públicas. Tem renda média limitada, já que a maioria dos trabalhadores ocupa vagas de baixa qualificação. É mais desigual, pois a minoria esclarecida absorve a maior parte das riquezas. É também uma sociedade pouco inovadora, feita de instituições e empresas ineficientes.
Por isso, melhorar a educação brasileira é hoje tão importante quanto foi derrotar a inflação nos anos 1990. Mas será bem mais trabalhoso. Embora nas últimas duas décadas tenha havido um avanço expres­­sivo no acesso à escola e na alfabetização, a qualidade continua precária. O grau de aprendizado dos alunos do ensino fundamental avança, mas muito devagar, e o ensino médio enfrenta uma assustadora estagnação.
“Essas fragilidades se refletem até nos gargalos de infraestrutura. O Brasil tem séria dificuldade de planejar e executar projetos”, exemplifica Armando Dalla Costa, profes­­sor do mestrado e doutorado em Desenvolvimento Econômico da UFPR.
Negligência
Estudo dos economistas Fer­­nando de Holanda Barbosa Filho e Samuel Pessoa mostra que os 5,2% do PIB que o governo investe em educação estão bem próximos à média dos países desenvolvidos (5,7%). O problema está na distribuição dos recursos, que negligencia a educação básica. O gasto público brasileiro com o ensino médio, por exemplo, é de apenas US$ 1.427 por aluno, menos de um sexto do que a Coreia do Sul investe (US$ 9.620). Por outro lado, o ensino superior brasileiro recebe US$ 10.950 por aluno, mais que o sul-coreano (US$ 8.920).
“Além de mais investimento, precisamos de uma boa gestão da rede de escolas. De uma formação dos professores voltada à sala de aula, e não só à teoria. E de uma política de valorização que estimule os melhores alunos do ensino mé­­dio a seguir a carreira docente”, diz Priscila Cruz, do Todos pela Educação. “Mas essas políticas têm de ser conduzidas de forma harmônica. Não adianta apostar em apenas uma delas.”
2 - Sim, o governo gasta muito e gasta mal. Mas a culpa não é só dele. A má qualidade e o constante crescimento das despesas públicas, que alimentam o avanço da carga tributária e limitam os recursos disponíveis para investimentos, têm a chancela da sociedade. São frutos de nossas escolhas.
A partir da “Constituição Cidadã” de 1988, que consagrou no Brasil o Estado do bem-estar social, nos convencemos de que tudo deve ser assegurado pelo governo. Levando esse princípio às últimas consequências, com o passar dos anos nossos representantes no Congresso e no Poder Executivo criaram uma infinidade de despesas obrigatórias e uma generosa legislação previdenciária que engessaram quase todo o Orçamento.
O resultado é que o gasto público cresce sempre mais rápido que a própria economia brasileira. Pior: há pouquíssimo espaço para cortes, por causa da rigidez nas despesas com transferências a estados e municípios, pessoal, INSS e outras.
Proposta
Levando em conta essa rigidez dos gastos, os economistas Fabio Giambiagi e Fernando Honorato Barbosa chegaram a uma fórmula para os próximos dez anos na qual, apenas moderando o crescimento da despesa, o governo conseguiria ampliar o investimento e ainda diminuir sua dívida. Eles propõem dois limites, a serem estabelecidos em lei: 1) o desembolso com pessoal não pode subir mais de 1,5% ao ano; e 2) a despesa total crescerá 1 ponto porcentual abaixo do avanço do PIB, de forma que, se a economia crescer 4%, o gasto não aumentará mais que 3%. Além disso, a regra para correção do salário mínimo teria de ser trocada: em vez de inflação mais variação do PIB de dois anos antes, seria de inflação mais 1% ao ano.
A simulação indica que, com essas medidas, a dívida líquida do setor público cairia de 35% para 10% do PIB em 2022. Também em relação ao PIB, as contas públicas, hoje deficitárias, passariam a ter um superávit anual de mais de 2%, o que abriria espaço para o investimento federal saltar de 1% para 3% e o investimento total da economia, de 19% para os sonhados 25%. E mesmo com os ajustes propostos, haveria, segundo os economistas, “um importante aumento per capita das despesas sociais” com saúde, educação, Bolsa Família, benefícios assistenciais e INSS.
Mas, como dizem os autores do estudo, “fazer políticas públicas requer escolhas, tomada de decisão e disciplina”. E isso não depende só de vontade do governo ou do parlamento, mas da chancela dos brasileiros.
3 - O Brasil investe pouco, e país que investe pouco não tem perspectiva de crescimento duradouro. Está condenado a avançar lentamente ou a viver de “voos de galinha”, alternando breves períodos de expansão forte com outros de estagnação. Está fadado a ter custos de produção crescentes e empresas menos competitivas.
A fórmula não tem segredo: quanto maior o desembolso com máquinas e equipamentos (para produzir e transportar outros bens) e obras de infraestrutura (para garantir energia à indústria e facilitar o escoamento da produção), maior será a capacidade da economia de crescer de forma sustentável, sem provocar desequilíbrios capazes de freá-la na sequência.
Para se ter ideia de quanto o Brasil negligencia esse princípio, basta recordar o que ocorre com rodovias, portos e aeroportos quando a economia vai bem, ou observar o que se passa com as redes de telefonia móvel depois de anos de venda recorde de aparelhos.
Especialistas defendem que, para crescer 5% ao ano, o Brasil teria de investir entre 23% e 25% do PIB, o que conseguiu no “milagre econômico” dos anos 1970 e em parte da “década perdida” de 1980. Mas hoje estamos longe disso. Em 2011, o setor público e as empresas investiram o equivalente a 19,3% das riquezas geradas pelo país, e no primeiro semestre deste ano a taxa caiu a 18,3%, índice capaz de sustentar um crescimento anual de 3% ou 4%, apenas.
Boa parte da culpa é do setor público, que, asfixiado pelo aumento dos gastos correntes, tem de investir menos e manter nas alturas a carga tributária – que, por sua vez, inibe o investimento privado. “Embora cobre mais impostos que na década de 1970, o setor público investe hoje menos que naquela época”, diz o economista Mansueto Almeida. Em 1976, governos arrecadaram 25% do PIB e investiram 4%; no ano passado, os índices foram de 36% e 2,5%, respectivamente.
De acordo com o economista Cláudio Frischtak, presidente da consultoria Inter.B, os recursos destinados especificamente à infraestrutura não são suficientes nem para preservar o que já existe: a manutenção exige cerca 3% do PIB ao ano, mas, mesmo com o impulso do PAC, de 2008 a 2011 o país aplicou só 2,3% do PIB no setor.
Bom sinal
O recém-lançado programa de concessões vai melhorar um pouco o quadro: nos cinco primeiros anos, deve incrementar os recursos para infraestrutura em 0,4% do PIB. “A presidente Dilma foi pragmática. Finalmente reconheceu que o governo não consegue investir mais e convocou o setor privado”, diz Almeida. Apesar dessa boa notícia, os especialistas insistem: o governo tem de melhorar a execução de seus próprios projetos, o que exige, entre outras coisas, a despolitização de órgãos e estatais responsáveis pelo setor.
4 - Um episódio da época do Brasil colonial ajuda a ilustrar a importância da pesquisa e da inovação para o sucesso econômico.
Quando D. João VI e a corte portuguesa se mudaram para o Brasil, em 1808, a mineração – sua principal fonte de sustento – definhava. Quem apontou a saída foi um geólogo alemão: para compensar o esgotamento do ouro de aluvião, depositado em margens e leitos de rios, era preciso investir na busca pelo ouro escondido nas entranhas da terra. Mas, como conta Lucas Figueiredo no livro Boa ventura!, a tarefa exigia estudar o solo, usar maquinário, construir galerias subterrâneas. Nada feito: a coroa e os mineradores não estavam dispostos a desenvolver um novo método nem apostar no desconhecido, muito menos esperar por resultados. Quem o fez, décadas depois, foram as mineradoras estrangeiras.
O desprezo pela pesquisa ficou para trás, mas o montante que o Brasil destina a ela ainda deixa a desejar. Em 2010, o país investiu só 1,16% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D), não muito mais que dez anos antes (1,04%). Os países da OCDE gastam em média 2,4% do PIB nessa área. A Coreia do Sul desembolsa 3,7%; Israel, 4,4%.
A relevância do Brasil na publicação de artigos científicos tem crescido: saltou de 1,3% para 2,7% do total mundial entre 1999 e 2009. Mas ainda falta transformar a pesquisa em produtos e serviços inovadores ao alcance da sociedade. O número de patentes brasileiras é muito baixo: enquanto os sul-coreanos conseguiram 12.508 registros nos Estados Unidos em 2010, o Brasil obteve 219.
O investimento brasileiro também está muito concentrado no governo, responsável por 53% dos aportes em P&D em 2010. Em paí­ses como Alemanha, Coreia do Sul e Japão, mais de dois terços dos investimentos são feitos pelo setor privado. Uma das explicações para a timidez das empresas brasileiras está no fato de que nossa economia ainda é relativamente fechada. Protegidos da concorrência estrangeira, muitos setores não veem por que aprimorar sua gestão nem seus produtos.
Fronteira
Para Lucas Dezordi, economista-chefe da Inva Capital e coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo, a área ambiental é uma fronteira promissora a ser explorada pela ciência brasileira. “Preservar não significa desprezar o potencial econômico. A integração de economia e meio ambiente se dará pelas fronteiras da tecnologia”, diz.
Um estudo de Elimar Pinheiro do Nascimento e Alexandre Mattos de Andrade segue a mesma linha: “Incentivos governamentais diretos, combinados com a corrida para a imagem verde nas empresas, reforçariam o estímulo para inovações tecnológicas orientadas para a descarbonização da economia”, afirmam os pesquisadores.
5 - O setor público pode fazer muito para estimular o crescimento da economia brasileira, mas há ao menos um caso em que o ideal é que ele se abstenha: o Estado precisa urgentemente parar de atrapalhar quem se arrisca a empreender. Quase dois séculos de independência não bastaram para abandonar esse vício, subproduto do regime cartorial que herdamos da coroa portuguesa.
Hoje quem pretende abrir uma empresa no Brasil tem de cumprir 13 procedimentos, o que demora em média 119 dias, segundo o estudo “Doing Business”, do Banco Mundial. Em uma lista de 183 países, só quatro (Suriname, Congo, Venezuela e Guiné Equatorial) tomam mais tempo dos empresários iniciantes. Na média dos países desenvolvidos que fazem parte da OCDE, o processo exige apenas cinco procedimentos e 12 dias.
Tempo perdido
A burocracia brasileira diminuiu nos últimos anos– em 2007 eram 17 etapas e 150 dias – graças a algumas iniciativas do governo. Mas continua monstruosa, e não se restringe aos primeiros passos de uma empresa. Depois de aberta, ela terá de enfrentar outras maratonas, como a do pagamento de impostos. “Tão problemático quanto o tamanho dos tributos é o tempo que se gasta para pagá-los”, diz o economista Adolfo Sachsida, professor da Universidade Católica de Brasília (UCB).
De acordo com o “Doing Business”, as empresas brasileiras gastam 2,6 mil horas por ano para preparar e pagar os principais impostos e contribuições previdenciárias. Um recorde. As firmas bolivianas, em segundo lugar da lista, perdem “apenas” 1.080 horas; em países da OCDE, gasta-se 186 horas, em média.
O tempo perdido no Brasil tem muito a ver com a necessidade de acompanhar constantes mudanças nas regras. União, estados e municípios editam em média 46 normas tributárias por dia útil, mais de 11 mil por ano, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
“Todo dia as casas legislativas aprovam dezenas de ‘pequenas leis’ que, juntas, vão travando mais e mais a atividade empresarial. Isso mina a produtividade e, portanto, o crescimento de longo prazo”, diz Sachsida. “O sucesso econômico de um país está intimamente ligado ao seu grau de liberdade econômica. Enquanto punirmos quem quer produzir, de pouco adiantam os esforços em outras direções.”
Um estudo de Fernando Veloso, professor do Ibmec/RJ, defende menos barreiras não só à criação de empresas, mas também ao fechamento delas – que demora em média quatro anos, segundo o Banco Mundial. O excesso de regulação, diz Veloso, inibe a entrada de firmas mais eficientes e a saída das menos produtivas, perpetuando a ineficiência.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Brasil entra para o ranking dos 50 mais competitivos


Para chegar à 48ª posição desta edição do Relatório Global de Competitividade, o País subiu cinco lugares desde o ano passado.

Pela primeira vez, o Brasil entrou para o ranking dos 50 países mais competitivos no Relatório Global de Competitividade, divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Econômico Mundial. Para chegar à 48ª posição desta edição do ranking, o País subiu cinco lugares desde o ano passado.
No topo do ranking, pelo quarto ano consecutivo, está a Suíça. Cingapura ficou em segundo lugar, seguido por Finlândia, Suécia, Holanda e Alemanha. Já os Estados Unidos caíram da quinta posição que ocupavam em 2011 para o sétimo lugar. Em oitavo, nono e décimo lugares ficaram Reino Unido, Hong Kong e Japão, respectivamente.
De acordo com o responsável pela análise dos dados brasileiros, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, o ranking foi afetado pela incerteza crescente por causa da crise na Europa, da vulnerabilidade norte-americana e da desaceleração da China. A Fundação coordena a coleta e a análise de dados brasileiros.
Avaliação brasileira
A melhor avaliação sobre a macroeconomia nacional ajudou a puxar o País para a lista dos 50 mais competitivos. Este ano, o Brasil subiu 53 posições no critério "ambiente macroeconômico", saindo da 115ª colocação em 2011 para a 62ª. O salto, segundo a Fundação Dom Cabral, pode ser consequência da exclusão do indicador "spread bancário" do estudo deste ano. O indicador costuma ser "problemático" para o País, de acordo com a fundação mas foi retirado da análise de 2012 por ser considerado ineficiente para comparar o grau de eficiência bancária nos diversos países.
Arruda explica que as medidas tomadas pelo governo Dilma Rousseff de redução da taxa básica de juros e consequente na queda dos juros bancários teriam impacto positivo para a colocação do País no ranking, mas não conseguiriam fazer com que o "ambiente macroeconômico" subisse tantas posições.
Além da macroeconomia, o "uso de tecnologias de informação e comunicação" também ajudou a tornar o País mais competitivo, de acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial. O indicador sobre "sofisticação dos negócios", apesar de ter caído dois pontos de 2011 para 2012, ainda é positivo - o Brasil ficou em 33º lugar.
Do outro lado, os níveis de "confiança nos políticos" e "eficiência das políticas de governo" colocam o País em 121ª e 111ª posição, respectivamente. O Brasil também fica mal posicionado na avaliação da "qualidade da infraestrutura de transportes" (79ª posição), da "qualidade da educação" (116ª posição) e do "volume de taxação como limitador ao trabalho e investimentos" (144ª posição). No pilar "inovação", o Brasil caiu da 44ª para 49ª posição. O resultado, avalia Arruda, está ligado à falta de mão de obra qualificada.
O relatório é feito com dados estatísticos nacionais e internacionais, além de pesquisa de opinião feita com executivos. Em 2012, o estudo analisou a competitividade de 144 países.

Vereadores de Almirante Tamandaré aprovam aumento de 100% nos próprios salários


Vereadores de Almirante Tamandaré aprovam aumento de 100% nos próprios salários

Apesar de veto do Executivo, prefeito e vice ganharão 48% a mais a partir de 2013.
A partir de 2013, os vereadores de Almirante Tamandaré, cidade na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), passarão a receber cerca de R$ 9.800 – o salário atual é de pouco mais de R$ 4.900. Isso representa um aumento de 100% e vale a partir de 2013. Com isso, os novos legisladores eleitos em outubro irão ganhar o dobro do que os atuais representantes.
Já o prefeito terá uma remuneração de R$ 16.000, R$ 5.200 a mais do que a quantia atual. Os respectivos projetos de lei que autorizam os reajustes foram votados na última semana pelaCâmara dos Vereadores e já foram publicados no Diário Oficial do município.

Aldinei Siqueira
, presidente da casa, alega que não quis assinar por ser contra o que estava proposto. “A realidade do nosso município não comporta isso. Eu sou totalmente contra”, afirma Siqueira.O projeto que trata do reajuste para os vereadores foi aprovado por seis votos a cinco. Já o que trazia novos números de remuneração para o prefeito foi aprovado por cinco votos a quatro. Este último, ao ser encaminhado para sanção do Executivo, foi vetado. Porém, ao retornar para a Câmara, acabou sendo promulgado. “O presidente da Câmara não quis promulgar. O regimento diz que tem que ser o vice”, afirma o vereador Osvaldo Stival, vice-presidente da câmara, que votou a favor dois dois projetos.
A justificativa para manter o aumento para o prefeito foi fazer uma correção no valor pago atualmente. “O prefeito está saindo e vetou o projeto, se eximindo de responsabilidade. Foi apenas uma correção já que no último mandato não houve reajuste para prefeito e vice”, diz Stival.
Já no caso dos salários dos vereadores, o vice-presidente garante que foi feito dentro da legalidade. “Está dentro do orçamento que a câmara poderia pagar. Poderia ser um salário de até R$ 11.000 que ainda seria comportado pela lei, mas fizemos um meio termo. E, além disso, é só para a próxima legislatura, tem que pensar que pode ser que ninguém que está aqui hoje volte”, diz o vereador, que é candidato e almeja entrar no quinto mandato.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vereadores de Almirante Tamandaré aumentam em 100% salário para 2013


O prefeito terá aumento de 48%.

04/09/12 às 16:32
A mesa da Câmara Municipal de Almirante Tamandaré publicou na última edição do Diário Oficial do município que o prefeito terá um aumento salarial de 48% e os vereadores terão um aumento de 100% a partir do ano que vem.
Os vereadores de Almirante Tamandaré passarão a receber R$ 9.800 a partir de 2013. Atualmente o salário é de R$ 4900. Já o prefeito terá um salário de R$ 16.000, sendo que hoje a remuneração é de R$ 10.800.

As principais discussões foram realizadas em sessões extraordinárias e nenhuma consulta popular foi feita sobre o assunto.

Lanche saudável: cuidado de todos


Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / Merenda do Colégio Estadual Leôncio Correia é feita com produtos orgânicosMerenda do Colégio Estadual Leôncio Correia é feita com produtos orgânicos
HÁBITO

Lanche saudável: cuidado de todos

Pais e professores podem trabalhar juntos para que a alimentação dos jovens seja mais nutritiva em escolas públicas e privadas.
Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / O peso e a alimentação dos alunos do Centro José de Paiva Netto são controlados pela nutricionista Silvana SelemeAmpliar imagem
O peso e a alimentação dos alunos do Centro José de Paiva Netto são controlados pela nutricionista Silvana Seleme
De olho na lancheira
Confira dicas de como preparar a lancheira de seu filho e como controlar o que ele come na escola:
Escolha bem os alimentos
Alimentação saudável é sinônimo de feijão, legumes e verduras, frutas e leite. Entre os exemplos de alimentação não saudável estão frituras, embutidos, biscoitos e bolachas, guloseimas e refrigerantes.
Varie sempre
Coloque na lancheira o máximo de variedade possível entre os grupos alimentares. Por exemplo, componha o lanche com um alimento do grupo dos cereais, um do grupo das frutas, legumes e verduras, e outro do grupo dos leites, queijos e iogurtes.
Cuide com a quantidade
Lanches pela manhã ou à tarde devem compor de 10% a 15% das necessidades calóricas diárias, valor que varia de acordo com a idade. O lanche de crianças entre 4 e 6 anos deve ter até 300 calorias; entre 6 e 9 anos, até 350 calorias; e de 12 a 18 anos, até 450 calorias.
Incentive novos hábitos
Inscreva seu filho em aulas de culinária saudável adequadas para a idade dele e sugira que a escola promova o conceito e cursos aos estudantes.
Procure o nutricionista
Todo refeitório de escola precisa ter a orientação de um nutricionista. Ele pode dar dicas sobre como compor os lanches e explicar como é feita a seleção do que é servido na escola.
Busque informações
Para acabar com as dúvidas sobre nutrientes e grupos de alimentos, acesse o Guia Alimentar para a População Brasileira no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/nutricao).
Fonte: Redação com fontes consultadas.
33% das crianças
de 5 a 9 anos sofrem de excesso de peso no Brasil, segundo uma pesquisa do IBGE. O problema é maior na área urbana do que na rural – 37,5% e 23,9%, respectivamente.
Biscoitos e salgados
são mais consumidos por crianças e adolescentes do que adultos. A quantidade ingerida chega a ser 50% superior, segundo dados do IBGE. Os jovens também consomem sete vezes mais salgadinhos, quatro vezes mais biscoitos recheados e três vezes mais biscoitos doces.
O sobrepeso
é a realidade de 17,1% dos alunos matriculados na rede estadual de educação. 8,1% atingem o grau da obesidade, conforme o Monitoramento Nutricional 2011, feito pela Seed.
21,7% dos estudantes
entre 10 e 19 anos têm excesso de peso, segundo pesquisa de 2008 do IBGE. Em 1970, o índice era de 3,7%.
Interatividade
Como é a alimentação nas escolas que você conhece? O que precisa mudar para que as crianças revertam o hábito de comer alimentos não saudáveis?


Mais de 38 milhões de brasileiros estão acima do peso, segundo a Organização Mundial da Saúde. A obesidade mórbida é a realidade de cerca de 525 mil crianças e 140 mil adolescentes no país. As altas taxas de colesterol, pressão alta, diabete e doenças do coração – que dei­xa­ram de ser “doenças de adultos” – também crescem en­­tre o público infantojuvenil. Tais dados compõem um qua­dro preocupante que merece atenção dentro de casa e nas escolas.
De olho na alimentação dos estudantes, instituições de ensino e o poder público têm adotado medidas e elaborado programas para oferecer refeições mais nutritivas e estimular os jovens a ter uma vida mais saudável. No mesmo caminho, novas leis são criadas para enfrentar o problema.
No Centro de Educação Infantil José de Paiva Netto, mantido pela Legião da Boa Vontade, por exemplo, as 900 refeições servidas diariamente para cerca de 200 crianças passam por rigoroso controle nutricional. O resultado é conferido trimestralmente, com a pesagem e medição de cada aluno.
De acordo com a nutricionista responsável, Silvana Seleme, quando há sinais de problemas no acompanhamento nutricional das crianças, pais e professores são avisados. “Além disso, fazemos testes de aceitabilidade de novos alimentos e as crianças participam de um projeto, no qual elas montam uma horta isenta de agrotóxicos, consumindo o que produzem depois”, conta.
Cantinas
Conforme a última Pes­quisa Nacional de Saúde do Escolar, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde, apenas um terço dos alunos matriculados no ensino fundamental da rede privada consomem frutas e hortaliças em pelo menos cinco dias da semana. Já refrigerantes e frituras fazem parte da rotina alimentar de 40% deles.
A maioria das cantinas comerciais está localizada em escolas particulares. Isso faz com que a qualidade nutricional do que é servido no balcão seja inferior à da comida dos refeitórios das escolas públicas. Com o intuito de incentivar os colégios particulares a oferecerem alimentos com menos sódio, açúcar e gordura, a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) firmou um acordo neste ano com o Ministério da Saúde.
O pacto segue a mesma linha da Lei Estadual da Can­tina Saudável, de 2004, que já proibia a comercialização de diversos doces, refrigerantes, sucos artificiais, salgadinhos e frituras em escolas públicas e privadas. “O hábito alimentar começa a se formar na infância e esse hábito não é formado apenas em casa. A escola tem papel fundamental nesta educação”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quando o acordo foi anunciado.
Segundo Noely Luiza Des­chermayer Santos, diretora de Ensino da Educação Infantil do Sindicato das Es­colas Particulares do Para­ná (Sinepe/PR), cada escola particular pode ter um car­dápio diferenciado, desde que ele seja montado por um nutricionista para que te­nha adequação nutricional. Esse profissional também tem o papel de fazer a educação nutricional e orientação de boas práticas de manipulação de alimentos às cozinheiras, professoras e orientações aos pais.
Esse trabalho com a família é fundamental e requer intervenções diárias, segundo Silvana. “É ainda mais importante depois de férias e feriados, quando as crianças ficam mais tempo em casa e recebem alimentação não tão nutritiva. Como profissionais da saúde, precisamos persistir para que a alimentação saudável atinja não só as crianças na escola, mas também sua família e amigos”, afirma.
Da horta para a escola vizinha
Além de uma refeição com frutas, verduras e legumes fresquinhos, produzidos na vizinhança da Escola Estadual Leôncio Correia, em Curitiba, os alunos do colégio passaram a receber produtos orgânicos neste ano. Por uma preferência dos estudantes, a merenda mais parece um almoço. Macarrão, arroz, feijão, risoto e sopa são servidos no lanche da manhã, às 10 horas, com variações ao longo da semana. Segundo Nilza Alves, servidora do colégio, a merenda tem uma aceitação muito boa entre os alunos. “Isso se deve muito à dedicação e criatividade das merendeiras”, conta.
Assim como ocorre na Leôncio Correia, alimentos frescos produzidos por agricultores familiares chegam a estudantes de outros 1.807 estabelecimentos estaduais de ensino, nos 399 municípios do Paraná. Atualmente, 87% das escolas estaduais adquirem alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar, resultado da Lei 11.947/09, que regulamenta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e determina o uso de pelo menos 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Edu­cação (FNDE) na compra de produtos desse tipo para a alimentação escolar.
De acordo com Márcia Cristina Stolarski, diretora de Infraestrura e Logística da Secretaria de Estado da Educação, o cardápio de cada escola é definido pelo perfil e preferência dos alunos. “Algumas escolas que têm alunos com nível socioeconômico mais alto não querem arroz e feijão na merenda, querem lanche. Já aquelas com alunos mais carentes preferem pratos que sustentam mais”, conta.