Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bancos de sangue de Curitiba têm estoques em baixa por causa do frio





Hemepar e Hemobanco pedem que doadores compareçam.

Queda das temperaturas no inverno reflete na redução das doações.

Doação apresentau queda de 10% em Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)Doação caiu 40% no Hemepar de Curitiba
(Foto: Reprodução/TV Integração)
A situação dos bancos de sangue em Curitiba está comprometida por causa da redução no número de doadores, característica dessa época do ano. No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) houve uma redução de 40% na quantidade de doações. O motivo é a queda das temperaturas.
Em Curitiba, a média é de 120 doadores por dia, mas, com a chegada do inverno, esse número caiu para cerca de 70. Segundo o Hemepar, nos dias de chuva o movimento é ainda menor, quando uma média de apenas 50 pessoas procura o centro.
As reservas do tipo sanguíneo ‘O’ negativo e ‘B’ negativo são as mais baixas. Apesar da redução nos estoques de sangue, nenhuma cirurgia precisou ser cancelada até o momento. O Hemepar abastece os hospitais da capital e das cidades da Região Metropolitana de Curitiba.
No Hemobanco a situação não é diferente: os estoques estão em baixa. O banco atende a 55 instituições de saúde e clínicas em Curitiba, entre eles, o Hospital Evangélico, o Hospital Cajuru e o Hospital Infantil Pequeno Príncipe.
Segundo informações do Hospital Evangélico, todos os componentes do sangue estão em falta, inlcusive as plaquetas, que são usadas para estancar as hemorragias e têm vida útil de cinco dias. Para doar é necessário levar documento de identidade e estar bem alimentado. O doador deve ter entre 18 e 65 anos e pesar mais que 50 kg.

Hemepar
Travessa João Prosdócimo, 145 - Alto da Quinze
Horário de atendimento: das 7h30 às 18h30 de segunda a sexta-feira; sabado das 8h às18h
Informações: 0800 6454 555

Hemobanco

Rua: Capitão Souza Franco, 290
Horário de atendimento: das 8h às 19h, de segunda a sábado
Informações: 3023-5545

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Monteiro Lobato e o racismo entre nós


Monteiro Lobato e o racismo entre nós

15/9/2012 19:45,  
Eu já não era tão jovem quando se dizia que a melhor definição de bobo era do sujeito que não consegue mascar chiclete e andar ao mesmo tempo.
Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar
Acho que isso se aplica ao debate sobre Monteiro Lobato. É nosso maior autor infantil. Deixou uma obra densa e complexa, com várias contribuições ao entendimento do país. Mas Lobato era um autor racista e isso não pode ser escondido nem disfarçado. Precisa ser reconhecido e discutido pelos brasileiros, num sinal de respeito por nossa história e pelas vítimas de uma atitude que nossa Constituição define com crime inafiançável. Creio que devemos esse favor às futuras gerações, já que pouco podemos fazer pelas passadas, além de realizar um esforço para conhecer e estudar as dores do tempo em que viveram.
O racismo de Lobato aparece para crianças, quando ele fala do “beiço” de Tia Anastácia, de sua “carne preta” e chega a dizer que ela subia numa árvore como “macaca de carvão.” O racismo para adultos foi explicitado em sua correspondência privada. Em cartas, ele admitiu que tinha inveja dos norte-americanos que tinham sido capazes de formar uma organização como Ku Klux Klan, associação terrorista que sequestrava, torturava e enforcava negros no Sul, como uma vingança pela abolição da escravatura.
Este aspecto da obra de Lobato é horrível e inaceitável mas não é um traço pessoal do autor. É expressão do Brasil daquela época. Aprendi com Edward Said, um dos grandes autores de nosso tempo, indispensável para entendermos outro tipo de preconceito – contra povos árabes – que nenhum homem está 100% livre dos atrasos mentais de sua época.
Estamos condenados a carregar, por herança familiar e social, as mazelas de nossa cultura e nosso meio. Podemos nos considerar felizes quando somos capazes de reconhecer e nos emancipar de parte deles, em vez de apenas reproduzir e fortalecer as forças daninhas que foram interiorizadas em nossa formação. Mas ninguém é 100% livre de seu passado.
Fingir que o racismo não existe e denunciar toda reação como patrulha politicamente correta é um ato simplista, de quem se esconde atrás da liberdade de expressão para manter a discriminação e o preconceito.
Tempo de escravidão
Quando Lobato escreveu muitos de seus livros infantis, a escravidão fora abolida há apenas 50 anos. Os antigos escravos eram marginalizados, discriminados e segregados.
Sem resposta aceitável para uma situação aberrante e vergonhosa, a cultura oficial brasileira daquela época olhava para estes brasileiros e tudo aquilo que representavam como uma visão de superioridade – racismo. Era uma fora de jogá-los para fora da história. Sofriam porque mereciam. A escravidão, no fundo, era justa. Civilizava o negro, dizia outro grande escritor, José de Alencar, adversário empedernido da abolição, mesmo em 1888. A ciência explicava as raças e, com elas, as diferenças entre os homens, dizia o racismo científico que inspirava outro grande autor, Euclides da Cunha.
Num momento posterior, tentou-se adotar uma outra visão sobre essa condição do negro. A de que vivíamos numa democracia racial, onde todos eram iguais e não havia preconceito em função da cor da pele. Hipocrisia organizada, a ideologia da democracia racial atingiu um ponto maior de sofisticação a partir de um silogismo maroto. Já que os homens de ciência não reconhecem raça como um valor científico, biológico, e os homens são animais que acreditam na ciência, o racismo simplesmente não pode existir.
Sabemos que tem gente que se julga muito inteligente e ganha a vida repetindo isso. Coisa de quem não sabe conviver com duas ideias diferentes. Racismo está na cultura, nos livros, no pensamento e, como vimos, em Monteiro Lobato. O porteiro da balada que cria dificuldade para deixar um negro entrar não tirou nota 10 em biologia, certo?
Se você for honesto pode encontrar racismo até na obra de Gilberto Freyre, que não queria ser racista e condenava o racismo quando era capaz de enxergá-lo – o que não acontecia sempre, como nós sabemos, a partir da regra de que ninguém zera sua herança cultural ou ideológica. os 100%. Freyre chega a atribuir o temperamento, a inteligência e outros traços de um indivíduo ao fato de ser descendente de branco, negro ou indígena. Dizia, por exemplo, que o negro possuía uma “energia sempre fresca e nova quando em contato com a floresta tropical,” sugerindo que isso explicava que fosse usado no trabalho duro do engenho. Comparando populações brasileiras, Freyre dizia que o caráter “alegre, expansivo, sociável, loquaz” dos brasileiros nascidos da Bahia, devia-se ao elemento “negróide” de sua constituição, em contraste com populações “tristonhas, aladas, sonsas e até sorumbáticas” de outros Estados, que seriam “menos influenciadas pelo sangue negro e mais pelo indígena.”
É esta herança que devemos debater, discutir e impedir que seja retransmitida às novas gerações.
Eu acho, por isso, que o racismo da obra de Lobato deve ser exposto e colocado, em sala de aula, nas conversas de pais e filhos e toda vez que uma criança passar por aquelas palavras horríveis, deprimentes – mas que, nós sabemos, fizeram parte da experiência de homens e mulheres de uma época.
Contra a proibição
Sou contra proibir uma obra de Lobato – e também seria contra proibir O Mercador de Veneza, com várias passagens contra judeus, sucesso absoluto junto a certo publico na Alemanha nazista — embora eu entenda a indignação de quem teve essa ideia.
Entendo porque é humilhante ser ofendido e ouvir, como resposta, que deve ser assim mesmo porque afinal de contas a Constituição garante a liberdade de expressão.
É verdade. Mas a Constituição garante, também, o respeito a dignidade de cada cidadão – e o racismo é uma forma brutal de ataque à dignidade.
Minha opinião é que cabe ao Estado, num país que teve a coragem de colocar o combate ao racismo na própria Constituição, ser coerente com seus princípios e tomar a iniciativa de combater o racismo aonde ele se encontra. Não vale esconder nem fingir que não existe.
É por isso que sou favorável a ideia que as edições de Caçadas de Pedrinho, reconhecidas pelo MEC, sejam acompanhadas de uma nota explicativa capaz de situar Lobato e seu tempo. Este debate deve ser feito, irá formar crianças e jovens melhores. É um dever com todos brasileiros.

Supremo decide se obra de Lobato é racista


terça, 11 de setembro de 2012 • 21:00
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza, hoje (11), uma audiência de conciliação para discutir a polêmica adoção de livros de Monteiro Lobato pela rede pública de ensino. Um mandado de segurança apresentado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) e pelo técnico em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto alega que a obra de Monteiro Lobato tem “elementos racistas”.

A discussão envolve a obra Caçadas de Pedrinho. Em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou que os livros não fossem mais distribuídos às escolas públicas. Para justificar a proibição, o conselho destacou trechos da obra. Um deles diz: "É guerra e das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Anastácia, que tem carne preta". Outro trecho da obra narra que “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão.”

Mesmo com a determinação, o Ministério da Educação recomendou que o CNE reconsiderasse a decisão. Houve a anulação do veto, mas o Conselho indicou que as próximas edições do livro viessem acompanhadas de uma nota técnica que instruísse o professor a contextualizar a obra ao momento histórico em que ela foi escrita.

O Instituto de Advocacia Racial informou que não quer a censura, mas tornar obrigatória a nota técnica e a formação dos educadores para que a obra seja utilizada de forma adequada na formação básica dos estudantes brasileiros.

A audiência foi convocada pelo ministro do STF, Luiz Fux, relator do mandado de segurança, que pretende um entendimento entre as partes.

PA: professora de universidade é investigada por crime de racismo


A educadora, que teria ofendido o segurança, dá aulas de ciências das religiões afro-brasileiras e tem doutorado em antropologia.


A polícia de Belém está investigando uma professora universitária suspeita de atitude racista contra um segurança. Rubens trabalha como vigilante em um prédio da Universidade Estadual do Pará.
O segurança disse que impediu a entrada de dois alunos pela portaria, depois de receber uma ordem da direção para não deixar ninguém entrar por ali no turno da noite. Os estudantes chamaram a professora Daniela Cordovil, que estava dentro da universidade. O segurança disse que foi ofendido pela professora, que ficou irritada com a proibição. “Ela veio por dentro da universidade, chegou até a mim e me xingou, me chamou de macaco, de idiota, de guarda vestido de palhaço”, revela Rubens dos Santos.
Um estudante gravou imagens da confusão com o celular.
Aluno: A senhora o chamou de macaco, foi isso?
Daniela Cordovil: 
Palhaço, tu é um macaco também, tu é um imbecil.
Aluno:
 Eu sou um macaco? Imbecil?
Daniela Cordovil:
 É um macaco, vai chamar de crime agora?
O caso foi parar na delegacia. A polícia registrou um termo de ocorrência por injúria racial e encaminhou à justiça, que vai ouvir o segurança e a professora. Se Daniela for condenada, a pena é de até três anos de prisão e multa, que podem ser convertidas em pagamento de indenização e prestação de serviços comunitários.

“Se ela falou alguma coisa contra alguém, você sabe que em um momento de raiva você fala alguma coisa que não se deveria falar. Então, no momento, ela vai se reservar ao direito de só falar em juízo”, afirmou Claudiomar Cardoso, advogado da professora.
A professora, que teria ofendido o segurança, dá aulas de ciências das religiões afro-brasileiras e tem doutorado em antropologia. Além de ser ouvida pela justiça, Daniela também deverá prestar esclarecimentos à Universidade Estadual do Pará, que lamentou o incidente e informou que vai apurar o caso.

Nova York aprova proibição a refrigerantes tamanho grande


Quem violar a proibição, que não inclui os refrigerantes diet, poderá ser multado em 200 dólares.

Nova York - A cidade de Nova York aprovou nesta quinta-feira (13/09) a primeira proibição dos Estados Unidos aos refrigerantes de tamanho grande, na mais recente e polêmica medida para combater a obesidade e suas complicações letais em um país que está mais gordo do que nunca.
Com oito votos a favor e uma abstenção, o conselho de saúde da cidade proibiu as bebidas ricas em açúcar com mais de 16 onças fluídas (aproximadamente 470 ml) praticamente em todos os locais em que são vendidos, com a exceção das lojas de conveniência e mercados.
Quem violar a proibição, que não inclui os refrigerantes diet, poderá ser multado em 200 dólares.
Os opositores, que acreditam que a medida fere a liberdade pessoal e chamaram o prefeito Michael Bloomberg de "babá", prometeram continuar com a oposição, possivelmente entrando na Justiça para barrar ou derrubar a medida antes que ela entre em vigor, em março de 2013.
"É triste que o conselho queira limitar nossas escolhas. Somos inteligentes o bastante para tomar nossas decisões sobre o que comer e beber", disse em um comunicado Liz Berman, comerciante e presidente da organização New Yorkers for Beverage Choices.
O secretário de Saúde Thomas Farley comemorou a aprovação da medida como um passo importante para tornar os nova-iorquinos mais saudáveis e disse que é provável que ela seja copiada em outros lugares do país -- assim como a proibição ao cigarro e à gordura trans.
"Esse é um passo histórico para tratar de um problema de saúde importante de nossa época", afirmou Farley na reunião imediatamente depois da votação.
Recentemente Farley disse que, se os resultados da lei "reduzirem apenas um refrigerante por pessoa a cada duas semanas de 20 onças para 16 onças, os nova-iorquinos poderiam evitar o ganho coletivo de 2,3 milhões de libras (cerca de 1 milhão de quilos) por ano. Isso reduziria a epidemia de obesidade e evitaria muitas doenças desnecessárias".
Cerca de um terço dos norte-americanos são obesos e aproximadamente 10% da conta da saúde do país está ligada a doenças relacionadas à obesidade, como o diabete tipo 2, doenças do coração e hipertensão, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Distúrbios psíquicos surgidos na adolescência são os mais graves


Distúrbios psíquicos surgidos na adolescência são os mais graves

Mudanças de humor e reações bruscas podem confundir os pais, escondendo sintomas de males como a depressão.

De acordo com estudos acadêmicos, a prevalência de doenças psiquiátricas na faixa etária da infância e da adolescência gira em torno de 10% a 15%, e quanto mais cedo os distúrbios se manifestam, mais graves elas são, afirma o psiquiatra e professor adjunto da Unifesp Rodrigo Bressan. Por isso, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos: a alteração do modo de agir tão comum em adolescentes pode nem sempre ser algo tão normal como se pensa.
Reabilitação
Diagnóstico precoce favorece tratamento
O tempo de recuperação para quem sofre de problemas psiquiátricos depende muito do diagnóstico precoce. Por isso, é importante que a família perceba a doença o mais cedo possível. “Quanto antes, mais rápida é a reabilitação do paciente”, declara o psiquiatra João Luiz Martins, da Unidade Intermediária de Crise e Apoio à Vida.
Conforme o psiquiatra e conselheiro fiscal da Sociedade Paranaense de Psiquiatria Marco Antônio Bessa, dependendo do tipo de transtorno e do tratamento, é possível que chegar à cura. “Depressão e ansiedade, por exemplo, se diagnosticadas precocemente e tratadas corretamente, costumam ter resultados bons. Mas, se não tratadas ou tratadas de forma incorreta, o risco de cronificar é muito grande.” Segundo Bessa, um dos grandes empecilhos que dificultam o tratamento adequado é a própria resistência da família em aceitar a situação e procurar um especialista.
Transtornos mentais causam envelhecimento
Distúrbios mentais como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, se não tratados corretamente, podem aumentar a chance de a pessoa ter alguns tipos de câncer, problemas cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), envelhecimento precoce e diminuição da expectativa de vida. Com base nisso, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão envolvidos em um projeto que, desde 2009, acompanha um grupo de adolescentes com alto risco de desenvolver tais problemas. O objetivo é descobrir a hora certa de agir antes que os transtornos se manifestem intensamente, evitando, assim, situações graves no futuro.
Para isso, a pesquisa está em busca de uma metodologia eficaz para essa prevenção. De acordo com o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor adjunto da Unifesp e um dos pesquisadores do projeto, além da utilização de estratégias psicoterápicas, como a redução do consumo de drogas e álcool, a intenção é fazer uso de substâncias neuroprotetoras, que poderiam blindar as células do cérebro e diminuir o risco de manifestação dessas doenças.
Toxinas
Clarissa Gama, profes­so­­ra de psiquiatria na Uni­versidade Federal do Rio Gran­­de do Sul e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), ressalta que, além de afetarem a aprendizagem, quando não tratados, os distúrbios são responsáveis por alterar a fisiologia do organismo devido às substâncias tóxicas que liberam durante o surto. “É uma exposição muito grande a processos que aceleram a liberação de tóxicos e, por isso, quem sofre com esses transtornos tem uma expectativa de vida menor e pode desenvolver câncer, problemas do coração e hipertensão”, relata.
Conforme o psiquiatra e conselheiro fiscal da Sociedade Paranaense de Psiquiatria (SPP) Marco Antônio Bessa, situações exageradas de irritabilidade, isolamento social, afastamento da família e amigos são possíveis sintomas de que alguma coisa não vai bem e de que o adolescente está precisando de ajuda. “Se esses sintomas acabam impactando outras áreas, o isolamento ou a agressividade se tornam comuns, é momento de se preocupar”, diz.
Foi o que aconteceu com Vitor*. Quando tinha 17 anos, a mãe, a assistente social Maria*, notou que o isolamento do menino não era comum. Aos poucos, o que seria apenas uma característica da personalidade dele se tornou uma justificativa para que Maria procurasse um especialista, que logo diagnosticou a depressão.
Após oito meses de tratamento com antidepressivos, Vitor se sentiu melhor e resolveu deixar de lado os remédios. Algum tempo depois veio a reação que a família não esperava. Em uma manhã, o adolescente levantou confuso, nervoso e agitado e, com um soco, esmiuçou o vidro da janela do seu quarto. “O soco no vidro foi a primeira reação dele. Depois disso, fui procurar ajuda psiquiátrica, e o médico identificou na hora que meu filho estava com transtorno obsessivo compulsivo e também com sintomas de esquizofrenia. Procurei ajuda imediatamente, logo depois do soco, porque sabia que aquilo não era normal”, relatou a mãe.
Hereditariedade
O soco de Vitor tem ex­pli­cação. De acordo com o psiquiatra da Unidade In­termediária de Crise e Apoio à Vida João Luiz Martins, na maioria dos casos, pessoas com distúrbios mentais não têm consciência de suas reações nos momentos de crise, pois não conseguem perceber que não respeitam limites. Para ele, além de fatores ambientais, como morte dos pais, crises na família, bullying e estresse, o histórico familiar prevalece muito no desenvolvimento de um distúrbio. “Adolescentes com transtorno, muitas vezes, têm casos na família de alguma pessoa com patologia psiquiátrica, depressão, e isso com certeza contribui para que esse adolescente venha a ter um problema também.”
Segundo a psiquiatra e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Trans­lacional em Medicina Clarissa Gama, filhos de pessoas com esquizofrenia têm 15 vezes mais chances de desenvolver a mesma doença do que os que não têm nenhum caso na família. Vitor pode servir de exemplo para explicar a influência genética na manifestação de problemas mentais, já que Maria sofreu de depressão quando era mais jovem. “Eu tive problemas, sofri de depressão. De uma certa forma, isso me ajudou com o Vitor porque conheço psiquiatras e não tenho preconceito contra os tratamentos. Muita gente acha que quem procura psiquiatra é louco, mas eu sei que não. Já passei por isso e não tive medo de buscar ajuda para o meu filho”, relatou a mãe.

* Nomes fictícios
Dê sua opinião
Que tipo de estrutura os pais dispõem para auxiliar no diagnóstico de distúrbios mentais dos filhos adolescentes?

País sofre derrame de remédios falsos


Vida e Cidadania

Segunda-feira, 17/09/2012
 /
CONTRABANDO

País sofre derrame de remédios falsos

Quantidade de medicamentos adulterados apreendidos no Brasil cresceu 12 vezes de 2010 para 2011, segundo levantamento preliminar da Anvisa.
Utilizados, em teoria, para barrar os sintomas de doenças e trazer alívio físico e psicológico, parte dos medicamentos em circulação no país pode representar um grave – e às vezes ignorado – risco à saúde. Somente no último ano, o número de remédios falsificados apreendidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aumentou 12 vezes em relação a 2010: foram 850 mil unidades flagradas na mão de ambulantes, lojas e até farmácias.
O balanço, que ainda é preliminar e deve ser oficializado nos próximos meses em um relatório oficial do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), leva em conta somente as operações coordenadas pela Anvisa. Porém, o crescimento do mercado informal de medicamentos, que conta também com produtos contrabandeados, roubados e de venda proibida no Brasil, é corroborado pelas estatísticas de outros órgãos de segurança, como a Receita Federal. Ano passado, fiscais apreenderam nas aduanas brasileiras R$ 14,7 milhões em remédios – um crescimento de 133,5% en comparação com 2010.
Como se proteger
Conheça cinco dicas essenciais para identificar medicamentos falsificados e garantir a procedência do remédio:
Evite a automedicação
Só tome remédios receitados pelo seu médico. Apesar da boa intenção, conselhos de vizinhos ou pessoas da família podem levar a doses erradas ou até ao agravamento da doença.
Compre só em farmácias
Não adquira remédios pela internet ou em feiras, camelôs e ambulantes. Compre medicamentos em farmácias e drogarias, de preferência, naquelas que você já conhece.
Observe a embalagem do remédio
Na hora da compra, observe o invólucro do medicamento com atenção. Na caixa deve constar a data de validade, o número do registro no Ministério da Saúde, o nome do farmacêutico responsável pela fabricação e o número da inscrição no Conselho Regional de Farmácia. Além disso, a caixa traz um selo de plástico transparente, que é rompido quando a embalagem é aberta. Outro detalhe importante: a bula do medicamento não pode ser uma fotocópia.
Peça ajuda ao farmacêutico
A localização das informações na embalagem do remédio podem variar de um produto para outro. Se você tiver dificuldade em encontrar os dados, procure o farmacêutico do estabelecimento. O nome dele deve estar escrito em uma placa colocada em local visível na farmácia ou drogaria.
Fique atento aos efeitos
Se o remédio que sempre foi eficaz deixar de fazer efeito de repente ou se os sintomas da doença piorarem, procure seu médico com urgência. Ele vai corrigir o tratamento da doença e, se necessário, acionar a Vigilância Sanitária para investigar o medicamento.
Fonte: Anvisa e Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Crime hediondo
Falsificar ou adulterar medicamentos é crime hediondo, previsto no artigo 273 do Código Penal, e pode levar a 15 anos de prisão, além de aplicação de multa. A mesma pena também atinge quem importa, vende ou distribui o remédio pirata.
Serviço
Como denunciar
Denúncias ou suspeitas podem ser encaminhadas por meio do Disque-Saúde (0800-611997), pelosite da Anvisa, nas secretarias municipais de saúde ou nos serviços de atendimento ao consumidor dos laboratórios que fabricam o medicamento suspeito.
Dê sua opinião
Você costuma conferir as marcas de segurança na embalagem de seu medicamento?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Já os registros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontaram, somente no primeiro semestre deste ano, 456,4 mil unidades apreendidas de medicamentos contrabandeados ou roubados – 85,5 mil somente no Paraná. Ano passado, inclusive, o estado respondeu por 63% do total apreendido pela PRF em todo o país. “Praticamente 99% das apreensões são feitas em fiscalizações de rotina, principalmente em ônibus de linha. É comum encontrar os comprimidos junto às roupas dos passageiros, dentro de mochilas e até na sola de sapatos”, relata o inspetor da PRF no Paraná, Wilson Martines.
Apesar de efetiva, a ação dos órgãos de fiscalização pode estar mascarando as estatísticas de remédios falsificados que entram no Brasil. O chefe do posto da Anvisa em Foz do Iguaçu, José Rodrigues de Matos, reconhece que não há números concretos sobre a presença desses remédios no Paraná ou no país. Isso porque os produtos contrabandeados não chegam, na grande maioria dos casos, a ser analisados. Como são fruto de comércio irregular, são encaminhados para destruição sem que seja feito um teste para avaliar se poderiam ser usados.
Alerta oficial
Neste ano, a Anvisa já publicou sete resoluções determinando a apreensão e inutilização de lotes de remédios falsificados – seis casos eram de anabolizantes, inibidores de apetite e comprimidos para impotência.
“Os medicamentos mais falsificados são aqueles que mais custo-beneficio trazem, ou que têm o maior valor agregado. Ninguém falsifica Aspirina”, afirma o assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF), José Luiz Miranda Maldonado. “O problema é que, como tem procedência duvidosa e não se sabe qual a sua real composição, esse remédio pode trazer outros problemas de saúde para quem consome, mascarando a doença, causando uma intoxicação ou até a morte”, completa.
Problema global
Conforme dados da Interpol, os medicamentos falsificados são produzidos principalmente no leste asiático – sendo a China uma das principais potências mundiais na fabricação de remédios, tanto legais quanto piratas. Em 2008, cerca de dois terços dos remédios falsificados detectados no mundo foram despachados do leste asiático. Os mais visados são aqueles de custo elevado, venda restrita e usados para tratamento de disfunção erétil, obesidade e como anabolizantes.
Internet
Medicamentos de origem suspeita são acessíveis
Apesar do cerco aos remédios falsificados e contrabandeados ter aumentado nos últimos anos, a facilidade na aquisição de medicamentos de origem suspeita, principalmente pela internet, ainda desafia as autoridades. Em comunidades de sites de relacionamento é fácil encontrar propaganda de remédios a preços módicos.
Em anúncio publicado na rede social Orkut, um internauta de Curitiba oferece um comprimido de Cialis (utilizado para disfunção erétil) por R$ 10 – um terço do preço cobrado, em média, nas farmácias, A entrega, segundo o anunciante, é “em mãos ou motoboy”.
Também é possível achar remédios de venda controlada, como a sibutramina, usada como inibidor de apetite. Desde outubro do ano passado, a Anvisa restringiu o uso do medicamento, que só pode ser comprado mediante receita e a assinatura de um termo de responsabilidade pelo paciente na farmácia. Em anúncios na internet, comerciantes informais oferecem a sibutramina sem fazer qualquer restrição – basta apenas entrar em contato por e-mail ou celular.
Para a Anvisa, apesar de nestes casos não ser possível comprovar que se tratam de medicamentos falsificados, os preços baixos podem indicar que os remédios têm origem duvidosa, nenhuma garantia de qualidade ou até mesmo que são roubados. O perigo é ainda maior com o uso de produtos controlados, que somente deveriam ser utilizados mediante prescrição médica.
Venda informal
O Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) alerta ainda que também é comum a venda informal em feiras livres, camelôs e até em farmácias, drogarias e lojas – o que evidencia a importância da fiscalização de rotina feita pela Anvisa e órgãos de segurança.

Por dentro da carreira militar


Arte / Angélica Batista /
PROFISSÃO

Por dentro da carreira militar

Disputada, a área atrai pelos cargos e salários. As formas de ingresso são várias, mas todas exigem preparo físico e intelectual.
De R$ 4,3 mil a R$ 8,3 mil
Essa é a faixa de variação do salário militar, do posto mais baixo ao mais alto da carreira, sem as bonificações. Com elas o valor no final de carreira pode dobrar, dependendo do desempenho, tempo de serviço e formação, como outra graduação, pós-graduação e cursos.
Valeu a pena
Persistência para conquistar uma vaga no Exército
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo 
O coronel André Germer (foto), diretor do Colégio Militar de Curitiba, optou pelo Exército aos 15 anos, quando cursava o ensino médio. Resolveu fazer a inscrição para a Academia, mas, como não tinha se preparado, não passou na primeira tentativa. Depois, decidiu fazer um curso preparatório (no Brasil, existem a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Marinha, Escola Preparatória de Cadetes do Exército e Colégio Naval) e só assim foi aprovado. “Na época eu trabalhava e estudava, mas, como a concorrência é grande, precisei parar de trabalhar e só me dedicar aos estudos para conquistar a vaga”, conta.
Logo nos primeiros anos de academia, Germer percebeu que estava no caminho certo. Depois de 30 anos de carreira, ele alcançou o posto de coronel e hoje dirige um dos maiores colégios públicos da cidade, que conquistou o primeiro lugar nos últimos anos do ensino fundamental do Paraná no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) 2011 e todo ano apresenta bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Altruísmo
Médica para cuidar de quem se sacrifica pela pátria
Em 2011, aos 31 anos, Aline Dranka (foto) se formou em Medicina, sua segunda graduação. No mesmo ano prestou concurso público para oficial médico temporário do Exército e foi aprovada para trabalhar no Quartel da Lapa. Lá, é a primeira mulher a exercer a função.
O que a inspirou a seguir a carreira militar foram os valores humanitários e altruístas que Aline imaginava fazer parte do Exército. “Sou defensora dessas ideias. O militar pode sacrificar a própria vida e o médico é aquele que se sacrifica muitas vezes para salvar outra.”
No dia a dia ela se depara com atendimentos que vão desde consultas aos militares e seus familiares até inspeção de saúde nos jovens que são selecionados para o serviço militar obrigatório. Para enfrentar a correria e seguir a rotina do Exército, ela – assim como os outros oficiais – também passa por um teste de desempenho físico que é realizado três vezes por ano. “Antes de ingressar me preparei em uma acade-mia”, conta.

  • Todos os anos, mais de 6 mil estudantes se inscrevem no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para concorrer às vagas para o curso de formação de oficiais para bombeiro ou policial. Como são poucas, a concorrência chega a passar de 75 candidatos por vaga. Essa realidade, que é uma pequena amostra da dificuldade de ingressar em uma das áreas da carreira militar, demonstra como esta opção é atrativa para os jovens, não só pela estabilidade como pela possibilidade de alcançar altos postos e salários.
Para as outras áreas, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, que são em âmbito federal, os caminhos são os mesmos. A forma de ingresso é por concurso público, que pode ser via processo seletivo – vestibular – ou por editais normais de concurso. Pelo primeiro, o candidato entra na Academia, que funciona como ensino superior e confere diploma de bacharel, para ser oficial. No caso da polícia ou do bombeiro militar do Paraná, a formação é de três anos e é feita na Academia Militar do Guatupê. No Exército, Marinha e Aeronáutica, a formação dura 4 anos. No segundo, que também exige o ensino médio, o candidato não passa por formação superior e sim por um curso que dura um ano e meio, terminando como 3.º sargento. A diferença entre um e outro é que para os que têm graduação na Academia as patentes são mais elevadas.
Existe ainda uma terceira opção, que é para os profissionais formados que desejam exercer sua carreira dentro dos órgãos militares como médicos, dentistas, enfermeiros ou engenheiros. Nesse caso, ou fazem o curso superior fora e depois ingressam no Instituto Militar de Engenharia (IME), ou se graduam diretamente lá.
Segundo o major Gilson Luiz Semmer, da Polícia Militar de Curitiba, até pouco tempo havia uma quarta, que era quando os alunos dos colégios militares ou da Polícia Militar se destacavam – por causa do comportamento e das boas notas – e eram convidados a ingressar diretamente na Academia. Hoje isso não ocorre mais.
Esforço e disciplina
Independentemente da forma de ingresso, quem decide seguir uma carreira militar precisa ter em mente que vai lidar o tempo todo com hierarquia e muita disciplina. “Por isso, entre as habilidades exigidas estão equilíbrio emocional, capacidade de relacionamento e condicionamento para enfrentar os treinamentos físicos diários”, diz Semmer.
Outra capacidade importante para um militar é a disponibilidade de mudança de cidade. Quem presta um concurso para um local não necessariamente ficará nele para sempre. Por isso existem nas escolas militares do país – de ensino fundamental e médio – vagas para atender os filhos de militares que precisam mudar de uma região para outra.
Contato com a comunidade
Interagir com a comunidade e prestar serviços a ela é uma característica que tem se tornado mais forte na carreira. No caso da Polícia Militar, o trabalho exige contato direto com as pessoas não só em momentos de perigo, mas nas diversas situações do cotidiano, já que as propostas do governo são sempre de aumentar o policiamento nas ruas.
Já quem optar pela Aeronáutica vai vivenciar intensamente os serviços comunitários. O coronel da aeronáutica Gustavo Krüger explica que uma das atividades da profissão é levar alimentos e transportar equipes de saúde para regiões de difícil acesso, como a Amazônia. “As atividades vão muito além de um preparo diário para uma possível guerra, como se imagina. Estamos o tempo todo prestando serviços como esse ao País.”
Exército, Marinha ou Aeronáutica?
Os militares são unânimes em falar que a estrutura da carreira é muito semelhante no Exército, Marinha ou Aeronáutica. A diferença básica está na forma de combate de guerra, que é respectivamente chão, mar e ar. Por isso, na hora de escolher uma delas – existe ainda uma opção de policial ou bombeiro militar, que é um braço do exército–, o candidato precisa estar atento às suas aptidões.
O coronel da Aeronáutica Gustavo Krüger explica que para escolher a aeronáutica, por exemplo, o desejo de pilotar aviões e saber como eles funcionam deve ser forte, pois o cotidiano vai exigir que o oficial treine muitas horas por dia para atingir a carga horária suficiente para dominar tecnicamente o avião e atingir a performance exigida. “Para os que não querem necessariamente pilotar aviões, existem outras funções que podem ser escolhidas, como a intendência, que é na área financeira e administrativa, e a infantaria, que cuida das armas e das instalações. A escolha é feita na hora da seleção”.
>>> Confira os postos que um oficial (com graduação) e um praça (sem graduação) podem alcançar no Exército:
>>> Oficial
Aspirante (na Marinha é guarda-marinha)
2.º tenente
1.º tenente 
Capitão (na Marinha é capitão-tenente)
Major (na Marinha é capitão de corveta)
Tenente-Coronel (na Marinha é capitão de fragata)
Coronel (na Marinha é capitão de mar e guerra)
General de brigada (contralmirante na Marinha e brigadeiro na Aeronáutica)
General de divisão (vice-almirante na Marinha e general-brigadeiro na Aeronáutica)
General de Exército (almirante de esquadra na Marinha e tenente-brigadeiro na Aeronáutica)
Marechal (almirante na Marinha e marechal do ar na Aeronáutica)
>>> Praça
Soldado (na Marinha é marinheiro)
Cabo
Sargento (1.°, 2.° e 3.°)
Subtenente (na Marinha e Aeronáutica é suboficial)

Torneio de arremesso de celular alerta sobre descarte correto de eletrônicos


Christian Rizzi/Gazeta do Povo / Torneio ocorrido em Foz fez um importante alerta à população sobre o descarte correto de aparelhos eletrônicosTorneio ocorrido em Foz fez um importante alerta à população sobre o descarte correto de aparelhos eletrônicos
CONSCIENTIZAÇÃO

Torneio de arremesso de celular alerta sobre descarte correto de eletrônicos

Quinta edição do evento, que ocorreu em Foz do Iguaçu, arrecadou mais de 400 celulares e 20 notebooks, que serão destinados à reciclagemA 5ª edição do Torneio Sul-Americano de Arremesso de Celular e o 4º Torneio Mundial de Arremesso de Notebook, realizados neste domingo (16) em Foz do Iguaçu, na região oeste, fez um importante alerta à população sobre o descarte correto de aparelhos eletrônicos. Para participar, cada competidor tinha que doar dois quilos de alimentos e levar o aparelho a ser arremessado pelos ares.
No Arremesso de Celular, na categoria masculina, o primeiro lugar ficou com Ricardo Borges de Oliveira, com 99,17 metros. Já no feminino, Anieli Maria Alves atingiu a marca de 63,26 metros. “É a primeira vez que participo do torneio e fico muito feliz, por ter ganhado e por ter aprendido mais sobre o descarte correto do lixo eletrônico”, comemorou Ricardo Borges, de 19 anos.
Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Christian Rizzi/Gazeta do Povo / Cerca de 400 celulares foram coletados durante o eventoAmpliar imagem
Cerca de 400 celulares foram coletados durante o evento
E se o objetivo da competição era mesmo conscientizar a população, na família de Valdir Rinaldi deu certo. Ele levou os filhos Pedro e Carolina, de 13 e 11 anos para competirem. “Viemos para brincar, mas sabemos que os celulares que estavam guardados lá em casa numa gaveta não podiam ser simplesmente jogados na lixeira de casa, e aqui encontramos a maneira certa de descartá-los”, revelou Rinaldi.
Já a competição de Arremesso de Notebook, a única no mundo neste formato, arrecadou 20 computadores para descarte e teve como vencedor Calixto Adelino Junior, que atingiu 34,41 metros. “O objetivo das competições não é quebrar recordes, mas sim conscientizar a população sobre os perigos do descarte do lixo eletrônico de forma incorreta”, destacou o coordenador do evento, Gabriel Santos.
Além dos 20 notebooks arrecadados, a organização recebeu mais de 400 celulares, mas, sem antes, serem arremessados pelos competidores. A empresa iguaçuense, Krefta Tecnologia em Serviços ficou responsável por receber esses materiais e dar a destinação correta. “Primeiro vamos separar os aparelhos por tipo e componentes e, depois, vamos encaminhar para empresas de reciclagem em São Paulo, Curitiba e Cascavel”, explicou a engenheira ambiental da empresa, Gabriela Krieger.
Descarte consciente
Os iguaçuenses que não puderam participar do evento, mas têm em casa algum aparelho eletrônico sem uso, podem entrar em contato com a empresa Krefta Tecnologia, pelo telefone (45) 3028-6200, e receber orientações sobre o descarte do lixo eletrônico.
Segundo a engenheira ambiental, Gabriela Krieger, a partir de 2014 deve entrar em vigor no Brasil uma lei que regulamenta o descarte correto de lixos eletrônicos em todos os municípios do país. A ideia é proibir que qualquer material reciclável se misture com o lixo doméstico nos aterros sanitários.
“Essa regulamentação vai contribuir e muito com o meio ambiente e com a saúde dos seres humanos, pois sabe-se que os equipamentos eletrônicos contêm metais pesados em sua composição e que esses resíduos, quando expostos ao meio ambiente causam sérios dados à saúde, tanto dos seres humanos, quanto das plantas e animais”, completou.