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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Sobrepeso afeta 25% dos alunos do Paraná


Vida e Cidadania

Quarta-feira, 19/09/2012
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo / Alunos fazem fila na hora da merenda no Colégio Estadual Ambrósio Bini: cardápio inclui frutas, verduras e produtos integraisAlunos fazem fila na hora da merenda no Colégio Estadual Ambrósio Bini: cardápio inclui frutas, verduras e produtos integrais
SAÚDE ALIMENTAR

Sobrepeso afeta 25% dos alunos do Paraná

Pesquisa feita em escolas estaduais revela aumento no índice de estudantes obesos. Má alimentação é uma das causas.
Os alunos da rede estadual de ensino do Paraná ficaram um pouco mais gordos. Cerca de 25,4% dos estudantes estão acima do peso ideal, o que significa que um a cada quatro tem, no mínimo, sobrepeso. Os dados são da 2.ª Pesquisa de Monitoramento Nutricional, realizada desde 2010 pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), que consultou 931.596 estudantes em 32 núcleos regionais de educação no ano passado. Há dois anos, esse índice era de 24,9%.
Pesquisa
Estudo norte-americano associa bisfenol a obesidade em crianças
Agência Estado
Um ano depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a fabricação e a importação de mamadeiras que continham bisfenol A em sua composição, um estudo associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos. Também é usado no revestimento de latas.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Nova York avaliaram 2.838 pessoas de 6 a 19 anos. A urina dos participantes foi analisada para quantificar a presença do bisfenol. Eles foram, então, divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade encontrada.
No grupo com menos bisfenol na urina, havia 10,3% de crianças e adolescentes obesos. Já no grupo com maior quantidade da substância, 22,3% dos participantes estavam com obesidade. O estudo será publicado hoje no Journal of The American Medical Association (Jama).
Estudos em laboratório já tinham detectado uma relação entre o bisfenol e a obesidade. Essa é, porém, a primeira pesquisa em crianças e adolescentes a avaliar essa hipótese.
Rede privada
Manual orienta donos de cantinas a oferecer comida mais saudável
Para promover melhorias na qualidade dos lanches oferecidos na rede particular de ensino, o Ministério da Saúde lançou, em parceria com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), o Manual das Cantinas Escolares Saudáveis: Promovendo a Alimentação Saudável. O livreto traz dicas de como montar cardápios atraentes e nutritivos.
Ademar Batista Pereira, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), diz que que cada escola desenvolve um trabalho específico sobre alimentação saudável, mas ressalta que a mudança deve começar em casa. “A escola pode contribuir e cuidar para que, dentro do espaço escolar, a criança não tenha contato com alimentos não saudáveis, mas não pode mudar os hábitos das famílias”, pondera.
Na Escola Atuação, os estudantes do período integral recebem cinco refeições ao longo do dia – café da manhã, almoço e jantar com sobremesa, além de outros dois lanches – cujo cardápio fica disponível no site da escola. Segundo Letícia Pesch, nutricionista da instituição,os estudantes são estimulados a consumir mais frutas e a cantina vende produtos saudáveis. “Peso não é só estética, é questão de saúde, e a escola pode ajudar na prevenção das complicações do excesso de peso”, diz. (FT)
A Lei federal 11.947
regulamentou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) que determina a compra de produtos da agricultura familiar. No Paraná, 87% das escolas já contam com esse tipo de alimento e a meta é universalizar o acesso no ano que vem.
Dê sua opinião
Como convencer as crianças a trocar salgadinhos e refrigerantes por saladas e suco de frutas?
Apesar de manter praticamente a mesma proporção da primeira edição do estudo na relação entre sobrepeso e magreza, os números são preocupantes porque revelam o tamanho do desafio que é estimular a alimentação saudável entre os alunos. O número de obesos em sala de aula, por exemplo, passou de 7,9% para 8,2%. Já a quantidade de estudantes com sobrepeso ficou praticamente estável: de 17% para 17,2%. Os quilos em excesso trazem prejuízos para a saúde e o desenvolvimento do aluno que vão além da questão estética.
Apenas cinco dos 32 núcleos de educação conseguiram reduzir o porcentual de alunos acima do peso entre 2010 e 2011. Nas regionais de Dois Vizinhos (Região Sudoeste), Cianorte (Norte) e União da Vitória (Sul) houve uma diminuição nos números de sobrepeso, mas a quantidade de obesos aumentou. Já os núcleos de Laranjeiras do Sul e Irati (ambos na Região Central) registraram reduções nas duas categorias.
Segundo a diretora de infraestrutura e logística da Su­­perintendência de De­­sen­­volvimento Edu­ca­­cio­­nal da Seed, Márcia Cris­tina Stolarski, ainda não é possível determinar se os alunos que já apresentavam um quadro de sobrepeso em 2010 passaram a ser obesos em 2011. Ela diz que os números são preocupantes e que é preciso implementar ações que colaborem com a conscientização alimentar.
Fase de crescimento
A obesidade não tem uma causa única: genética, hábitos da família, má alimentação e falta de exercícios podem influenciar no quadro. A endocrinologista pediátrica e médica do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba Gabriela Kraemer lembra que o metabolismo das crianças é diferente do de adultos, fazendo com que elas queimem as calorias com muito mais facilidade. Mas quando isso não acontece, explica Gabriela, os pais devem tomar providências para evitar que um quadro de obesidade se perpetue.
Segundo a médica, uma criança que é obesa até os 4 anos tem 30% de chance de se tornar um adulto obeso. Se o quadro é mantido até os 10 anos, a possibilidade sobe para 50%. No entanto, ao ultrapassar essa faixa etária e manter o quadro de obesidade, a probabilidade de se tornar um adulto obeso é de 80%.
A criança obesa tende a ter as mesmas doenças de um adulto com excesso de peso: altos níveis de colesterol e triglicerídeos, diabete tipo 2 e hipertensão arterial. Além disso, há risco de entrarem na puberdade precocemente, por causa de alterações na produção de hormônios.
A obesidade infantil ainda causa problemas ortopédicos nos joelhos, coluna, quadril e tornozelo. Também não se pode desconsiderar a parte emocional: ansiedade, depressão e timidez podem ser sinais de problema. “Essas crianças acabam sofrendo com o bullying justamente numa fase em que a autoestima é formada”, afirma Gabriela.
Cardápio
Escola reduz estatísticas com merenda mais verde
A falta de estrutura não foi um impeditivo para o Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré (Grande Curitiba) zerar o índice de obesos e reduzir os casos de sobrepeso entre os alunos. A instituição está instalada provisoriamente em um imóvel do município, mas já passou por outros endereços desde que perdeu seu prédio, em 2002.
Apesar de o colégio não ter refeitório e os alunos muitas vezes comerem de pé, a diretora Ivana Maria Barbosa conta que a qualidade da merenda e o apetite dos alunos melhorou bastante desde meados de 2011, com a inclusão de itens da agricultura familiar. “Recebemos muita fruta, verdura, pães caseiros. A merenda enriqueceu muito”, afirma ela, que també passou a receber produtos integrais, como barras de cereal e biscoitos.
Ivana explica que a mudança na qualidade da merenda influenciou as crianças, que passaram a comer melhor. No começo da semana, a equipe de merendeiras define o cardápio levando em conta os alimentos frescos que foram recebidos. Geralmente são servidos três lanches salgados e dois doces por semana. A merendeira Adriana Holm conta que raramente sobra alguma coisa.
Aprovação
Na tarde em que a reportagem visitou a escola, o menu incluía farofa de repolho com carne suína (que ainda é enlatada), salada de alface, maçã e um suco de caixinha para cada aluno. O prato agradou a Lucas Schanoski, de 12 anos. Aluno do Ambrósio Bini desde o início desse ano, ele conta que a merenda é melhor que a da escola municipal onde estudava antes. O garoto diz que o repolho foi uma das coisas que aprendeu a comer e gostar por causa do lanche da escola e que já pede até para a mãe preparar o prato em casa.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Assembleia mantém estado de greve e aprova calendário de luta


Adir Nasser Junior

Por ampla votação, assembleia aprovou deliberações do Conselho
18/9/2012

Assembleia mantém estado de greve e aprova calendário de luta

Mais de 1.800 trabalhadores da educação sinalizaram greve no início de 2013, caso governo não implante 1/3 de hora-atividade
No dia da paralisação estadual, assembleia da categoria, hoje (18), em Curitiba, reuniu mais de 1.800 sindicalizados e deliberou pela manutenção do estado de greve, aprovada na assembleia de 30 de agosto, e aprovou o calendário de mobilizações para cobrar do governo as pautas dos professores e funcionários. A categoria aguarda o envio da mensagem legislativa da readequação do Plano de Carreira dos Funcionários à Assembleia Legislativa e o pagamento das promoções e progressões atrasadas até o dia 30 de setembro.
Ficou definido que caberá à Direção Estadual o chamamento de nova assembleia, em caso de interrupção no atendimento das demandas da categoria. Para o início de 2013, o indicativo é de greve, caso o governo não cumpra a promessa de fazer os suprimentos das vagas já com um 1/3 de hora-atividade para os professores. Além disto, a categoria mobilizada reafirmou sua disposição pelo enfrentamento permanente pela pauta pedagógica, negando toda forma de desmonte educacional.
A assembleia referendou as decisões do Conselho da Entidade, reunido no sábado em Curitiba, que, além da continuidade do estado de greve, havia discutido e aprovado o acompanhamento da tramitação da lei da readequação do Plano de Carreira dos Funcionários na Assembleia Legislativa, o que, caso não aconteça, vai ensejar duas mobilizações - no dia 9 de outubro, nas escolas, com debates dos educadores com os alunos e comunidade sobre a importância do trabalho dos funcionários da educação, e outra no dia 17, nos Núcleos Regionais de Educação.
Salão lotado - A assembleia lotou o salão da Sociedade Morgenau e requereu esforço dos companheiros para acomodar o grande número de participantes, entre os quais não filiados admitidos na condição de observadores. A assembleia foi suspensa por alguns instantes para que os educadores, que aguardavam na parte de fora, pudessem fazer o credenciamento e participar das discussões. Ontem, a Secretaria de Educação anunciou que a ausência do trabalho hoje seria computada como falta; a APP reagiu solicitando que a falta não seja consignada até que se discuta o tema em uma próxima reunião com o governo.
Segundo a presidenta da APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, o sucesso foi total na construção da unidade. "Saímos com uma pauta muito unificada, um consenso geral de continuidade do estado de greve, intensificar a nossa luta, construir os próximos passos, de que temos de convocar assembleia assim que for necessário, mas agora é o momento de toda a nossa categoria se voltar para a escola", disse a presidenta, referindo-se à necessidade de a categoria construir unidade na luta também nos locais de trabalho.
Outubro de luta - Outras iniciativas já estão definidas, segundo o calendário aprovado em Assembleia, como o ato público em conjunto do Fórum Estadual das Entidades Sindicais dos Servidores, no dia 23 de outubro, no Centro Cívico em Curitiba, tendo como bandeiras o novo modelo de saúde e novo plano de custeio da Paranaprevidência.
Ainda a categoria vai promover uma campanha ao longo de outubro, marcado para ser oMês de Valorização Profissional, com debates e exibição de vídeos para funcionários de escola e professores. Estão previstos ainda seminários macrorregionais de diretores e pedagogos, bem como reuniões dos Coletivos de Funcionários Estadual e Regionais.
Informes - Antes das deliberações, os trabalhadores da educação puderam ter conhecimento da última etapa de negociação, realizada ontem, entre APP e governo. A presidenta do sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, relatou os problemas enfrentados na negociação com relação aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre despesa com pessoal e da iniciativa da APP em buscar no Tribunal de Contas formas de mitigar as restrições da lei, o que permitiria maiores avanços para os trabalhadores. Para isso, a assembleia deliberou pelo acompanhamento da votação desta matéria no Tribunal de Contas.
A presidenta ainda informou dos avanços na discussão sobre o novo concurso do magistério, que ficará a cargo da Secretaria de Educação e da Secretaria de Administração, mas que ainda não tem definida a instituição que o levará a efeito. Cinco instituições participam da licitação por carta convite e em 15 dias deve ser definida a vencedora. A partir daí haverá o cronograma; a Seed, porém, estima que apenas a primeira etapa, a prova escrita, será realizada este ano; a prova didática, que não terá mais caráter eliminatório, mas contará com nota mínima para corte, deve ser realizada em 2013. Uma grande conquista da APP foi a eliminação da prova psicológica, inicialmente proposta pela Seed. No início das aulas, diante da carência de docentes, o suprimento será feito com PSS.
Ontem, saiu o edital do PDE 2013, no qual se encontram propostas acolhidas pelo governo com relação ao tempo de serviço completo e cursos. Não foi admitida, contudo, a liberação total das aulas extraordinárias, tema que voltará ao debate com o governo.
Remoção de funcionários - Outra conquista importante anunciada pela professora Marlei foi o inédito concurso de remoção para funcionários de escola, que acontece pela primeira vez, agora no mês de novembro, logo depois do concurso de remoção de professores, de outubro. Já o cargo de 40 horas continua sob questionamentos do Ministério Público. O debate, porém, prossegue, e a APP vai a um novo debate com o procurador-geral, Gilberto Giacoia.
Piso - Conforme já definido na reunião do Conselho, foram definidas ações de integração da APP nos debates nacionais da regulamentação da carreira docente e o acompanhamento da tramitação da ação direta de constitucionalidade na qual seis governadores contestam o critério de correção do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). Para isso serão confeccionados e distribuídos cartazes denunciando os "Traidores da Educação". A assembleia também aprovou o acompanhamento do debate e votação do Plano Nacional da Educação (PNE) no Senado Federal.

Bancários iniciam greve e fecham agências em Curitiba


Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo / Categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%)Categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%)
GREVE

Bancários iniciam greve e fecham agências em Curitiba

Caixas eletrônicos funcionam normalmente, mas, em alguns bancos, não há envelopes disponíveis para a realização de depósitos
A Gazeta do Povo está promovendo uma cobertura interativa com os leitores, para compartilhar informações sobre as agências bancárias abertas e fechadas. Para participar, compartilhe informações pelo Twitter, com o uso da hashtag #gpgreve, e pelo Facebook, no perfil da Gazeta do Povo – Economia. Os comentários são replicados no quadro abaixo.
A reportagem percorreu dez agências bancárias do Centro da cidade e todas estavam fechadas pela manhã. Os caixas eletrônicos funcionam normalmente, porém, três locais, entre os visitados, não tinham envelopes para a realização de depósitos. São eles: Itaú, da Marechal Deodoro da Fonseca; Banco do Brasil, da Praça Tiradentes; e Caixa Econômica Federal, da Praça Carlos Gomes.
Nos locais em que faltam envelopes, os funcionários que auxiliam as pessoas nos postos de auto atendimento fazem recomendações aos clientes. A maioria deles diz para as pessoas procurarem o quanto antes agências dos bairros, pois não se sabe até quando os bancos dos locais mais afastados do Centro ficarão abertos.
A estimativa do Sindicato dos Bancários de Curitiba é de que, em um primeiro momento, as agências da região central fiquem fechadas. O movimento deve se espalhar com o passar dos dias para outros pontos da cidade.
Segundo o sindicato, as entidades patronais não entraram em contato nem fizeram contraproposta após a decisão pela paralisação e a categoria decidiu por iniciar a greve. A categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%).
Funcionários também reivindicam participação nos lucros de três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese (R$ 2.416,38) e vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outras solicitações.
Os bancários entregaram a pauta com as reivindicações no dia 1º de agosto; a data-base da categoria é 1º de setembro. Após nove rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), não houve acordo para o índice de reajuste.
Durante a greve, os caixas de auto-atendimento vão continuar funcionando normalmente para atender aos clientes.
Segundo balanço do Dieese, quase a totalidade das categorias (97%) que fecharam acordo no primeiro semestre do ano tiveram aumento real e a média de aumento real recebido foi de 2,23% --o melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pelo órgão desde 1996.
Os bancários argumentam que os altos executivos dos quatro principais bancos --Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander-- deve crescer 9,7% entre 2011 e 2012.
No ano passado, os bancários cruzaram os braços durante 21 dias, na greve que contou com participação recorde dos cerca de 500 mil bancários.
Febraban
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, disse na sexta-feira (14) que a entidade tinha até esta segunda para negociar com os bancários em vários Estados.
"Continuamos intensamente em processo de negociação. O interesse é evitar a paralisação, que não é boa para os bancos nem para os bancários --e muito menos para a população", disse o executivo. Portugal não comentou qual poderia ser a contraproposta dos bancos.

5 passos para achar a escola ideal.



Terça-feira, 18/09/2012
Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo /
MATRÍCULAS

5 passos para achar a escola ideal.

Está aberta a temporada de matrícula escolar para 2013. Para os que vão ingressar em uma nova etapa do ensino fundamental ou mudar de escola, os pais têm em média dois meses para procurar e decidir qual o local ideal para o filho. A busca pode parecer fácil, mas para que o resultado seja o melhor possível é preciso ficar atento a pequenos detalhes, que vão desde as atividades extracurriculares até o tipo de exposição que a instituição realiza em seus murais. Confira as principais dicas dos especialistas:
Valores
Transição não deve eliminar ações lúdicas
Para os pais de crianças que vão sair da educação infantil e ingressar no 1.º ano do ensino fundamental, a escolha da escola requer mais atenção. Como se trata de uma fase que tem um nível maior de exigência, os filhos podem se sentir inseguros se a mudança for brusca. “A escola não pode focar só na alfabetização. É preciso que haja espaço para o lúdico, que ela possa brincar bastante, ir ao parque”, diz a professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná Adriane Knoblauch.
Um dos problemas que podem ocorrer nessa transição é o aluno não ter sua individualidade atendida – como acontecia na pré-escola –, já que a dinâmica do ensino torna-se outra. Por isso, de acordo com a coordenadora de educação infantil da Escola Ursinho Pimpão, Renata Reiz, o professor precisa estabelecer um vínculo afetivo e transmitir segurança e confiança. “Se houver muita discrepância entre o trabalho entre a antiga e a nova escola o aluno pode ter dificuldade em se integrar à nova rotina.”
Escolha criteriosa
Pensando nisso a pedagoga Andrea Mara Bella Cruz visitou sete escolas para seu filho Pedro, 6 anos, que começa no ensino fundamental ano que vem. “Queria algo que se assemelhasse ao ambiente que encontrei na educação infantil, ou seja, um lugar em que ele fosse estimulado, mas que ao mesmo tempo fosse respeitado em sua individualidade.”
Andrea também fez algo muito indicado pelos educadores, conversou com pais que tinham filhos nas instituições de interesse. Isso importa porque nem sempre pedagogos e diretores cumprem o que prometem nas entrevistas.
Indicadores
Os indicadores de desempenho, como o Índice de Educação Básica (Ideb), podem ser levados em conta na hora de escolher o melhor colégio. Escola com bom desempenho revela um bom trabalho. Entretanto os especialistas recomendam que a família não se prenda pelo melhor desempenho, ou seja, queira apenas a escola que ficou em primeiro lugar, já que as provas não conseguem refletir toda a realidade de uma escola.
Se arrependimento matasse...
Quais os itens que você não reparou na busca pela escola do seu filho e que você sente falta agora? E o que você indica como critério para que uma escola seja considerada boa?
O primeiro ponto a ser levado em conta – e o mais importante segundo os educadores – é o tipo de valor moral que a escola transmite, a sua ideologia. É importante que seja a mesma dada em casa pela família, para que os discursos não sejam contraditórios e não confunda a criança. Para saber quais são esses valores, é preciso descobrir a proposta pedagógica da instituição, conversando com o diretor e pedagogo.
Segundo a professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Adriane Knoblauch, se os pais forem religiosos e desejarem que a religião esteja presente na educação formal, as escolas confessionais são o ideal. Vale lembrar que nem todas as dirigidas por religiosos são confessionais, é preciso que o assunto esteja no currículo.
Se a família valoriza a competitividade e quer que a criança seja preparada desde cedo para o mercado e aprenda a se superar e a superar os outros, vale ficar de olho em instituições que premiam os melhores alunos. “Observe os murais: se apenas poucos trabalhos estiverem lá – e não de todos os alunos – é um sinal de que ela privilegia o desempenho”, diz Adriane. Porém se a criança for ansiosa, a competição pode estimular esse sentimento, causar estresse precoce, afetar seu desempenho e causar baixa autoestima, como explica o pesquisador e doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Malheiro.
Perto ou longe?
As opções de boas escolas são muitas e estão por toda a cidade. Então é comum ficar em dúvida se é melhor deixar a criança estudar perto de casa ou se vale a pena investir em uma mais longe, que seja preciso atravessar a cidade. A orientação é que a família observe se os horários disponíveis dos pais ou responsáveis irão bater com o do filho, para que dê tempo de levá-lo e buscá-lo sem que ele chegue atrasado. “Atrasos frequentes geram atritos na família”, comenta a professora da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR Joana Romanowski. No caso dos que vão de transporte escolar, os pais precisam calcular se ele não ficará mais de uma hora dentro do veículo, o que deixa a criança cansada e menos disposta a aprender.
De olho na sala e na segurança
Muitas instituições apostam em belas e suntuosas estruturas para chamar a atenção da família. Mas é importante ter em mente que tecnologia de última geração, piscina e fachada impecável não são relevantes para o aprendizado. O importante é, segundo Adriane, observar a sala de aula. É lá que o aluno vai passar a maior parte do tempo. Por isso perceba se é bem arejada – para evitar que a criança sinta sono –, se as atividades de artes ficam expostas – o que significa que a professora valoriza o trabalho dos alunos – e, no caso das turmas de alfabetização, se há recursos visuais que incentivem o aprendizado. “É um ponto a favor a instituição ter salas temáticas, como de geografia, ciências e matemática”, diz.
Quanto ao espaço externo, é bom olhar os parques, ver se há área verde, se existem brinquedos seguros e condizentes com a idade das crianças. A segurança é outro item relevante e uma das grandes dúvidas dos pais segundo a diretora da sede Batel do Colégio Dom Bosco, Célia Bitencourt. O ideal é que o colégio controle a entrada de pessoas nos horários de aula, que saiba como a criança vai embora e que só a entregue ao responsável.
Deixe a criança desempatar
Além de todas as características, durante uma visita à escola é importante observar como estão os alunos que estudam ali. Se estão felizes e soltos ou apreensivos e desanimados. Isso será uma amostra de como as crianças se sentem naquele ambiente. Uma dica: depois de separar pelo menos três escolas que agradem, os pais devem levar o filho para conhecê-las e deixar que ele desempate. “A família tem de ter em mente que mesmo que ele observe todos os fatores, não é ela que vai ficar ali, mas a criança. Então o lugar tem de ser agradável para ela acima de tudo. É ela quem tem de olhar e dizer: é aqui que eu quero ficar”, explica Joana.
Para um bom resultado, precisa existir uma identidade entre aluno e escola. Os educadores são unânimes em falar que se a criança não gostar do local, não se sentir bem lá e estimulada, terá dificuldade em aprender.
Extras
Uma parte do que se aprende na escola está no currículo básico que é estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) e, portanto, vale para todos os colégios. Outra parte vai depender do plano pedagógico da instituição, que pode incluir desde dança e natação na educação física, até disciplinas como empreendedorismo. Nesse caso os pais devem ter em mente o que desejam para o filho e conversar na escola sobre como são trabalhados os conteúdos extracurriculares. Dentro deles estão também as festas, eventos e feiras de ciências. “Isso incentiva a atividade em grupo e mostra que a escola não prioriza conteúdo, mas formação”, fala Célia. Mas para dar conta de tudo isso é imprescindível um profissional qualificado e competente. Claro que é o dia a dia que permite uma conclusão, mas existe uma técnica simples que pode ser usada durante as visitas, sugerida pela gestora do Colégio Bom Jesus Nossa Senhora de Lurdes, Cleide Barbosa: pedir que o diretor mostre a quantidade de professores com formação, especialização, mestrado e doutorado. Esse é um bom indicativo de qualidade.

Qual a melhor forma de vir ao mundo?


A dúvida acomete dez entre dez grávidas: qual é a melhor maneira de dar à luz? De forma natural, como as antepassadas, ou se valendo das supostas facilidades trazidas pelo avanço tecnológico? Com ou sem anestesia? E qual o melhor ambiente? No aconchego do lar ou no hospital? Não há uma só resposta, e a individualidade dos casos precisa ser respeitada – deve-se levar em conta a recomendação do médico, a segurança, o desejo da mãe, o grau de risco da gravidez, o conforto, o desenvolvimento tecnológico do local do parto e até o estado psicológico da parturiente. Também é importante se basear no que se sabe a respeito.

Os conhecimentos produzidos na área de obstetrícia têm aumentado, e pesar prós e contras dos diferentes tipos de parto dá segurança à mulher, ao médico e ao protagonista da história: o bebê que vai chegar.
Parto normal no hospital
Como é: o bebê nasce sem intervenções cirúrgicas de grande porte ou técnicas invasivas, mas pode ocorrer o uso de anestesia, medicamentos para acelerar as contrações e o corte do períneo (ligação entre ânus e vagina) para aumentar a área de passagem do bebê.Duração: em média, desde que há dilatação mínima e contrações recorrentes até o momento em que a criança sai do corpo da mãe, passam-se em média oito horas, período chamado de “trabalho de parto ativo”.Recomendação: em 85% dos casos este é o procedimento mais adequado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma vez que oferece menos riscos para a mãe (são menores as chances de hemorragias, lesões nos órgãos, infecções e problemas decorrentes de anestesia mal aplicada). O bebê também é beneficiado, uma vez que, ao passar pelo canal vaginal, tem seu tórax comprimido, o que ajuda os pequenos a expelirem fluidos dos pulmões, diminuindo os ricos de asfixia. Recuperação: a alta do hospital ocorre, em média, após dois dias. Em no máximo um mês a mãe já está totalmente recuperada.
Cesárea

Como é
: o bebê é retirado do corpo da mãe através da barriga. Os médicos fazem um corte no local, que atravessa sete camadas de tecido. É um procedimento cirúrgico, que exige anestesia. Duração: de 40 minutos a uma hora. Recomendação: em 15% dos casos é a melhor solução para garantir a segurança da mãe e do bebê. São casos em que a mãe é hipertensa, há ocorrência de hemorragias, o bebê não passa pelo canal vaginal, está em posição transversal ou a bolsa amniótica rompeu antes do tempo. Também é recomendado quando o cordão umbilical está enrolado no pescoço da criança e quando a mãe é portadora do vírus HIV. Recuperação: além de o risco de infecções ser 7 vezes maior, a recuperação da cesárea é mais demorada. A alta do hospital ocorre três dias após o parto, e a cicatrização superficial, após 15 dias. Já a permanente, quando ela atinge seu aspecto final e está resistente a trações, ocorre até três meses após o parto.
Parto humanizado (no hospital ou em casa)

Como é
: parto normal, feito em casa ou no hospital, com algumas diferenças: a mulher dá à luz na posição que escolher (geralmente de cócoras). Não há o uso de substâncias que acelerem as contrações nem anestesia, e o períneo não é cortado. Não há exames de toque e a mulher decide se quer fazer a raspagem dos pelos pubianos. O ambiente é mais calmo, com a presença de acompanhantes. 

Duração
: o bebê é quem “decide” quando vai nascer. Costuma demorar, em média, 13 horas.Recomendação: quando a gestação é de baixo risco. Em geral, a comunidade médica aprova o parto humanizado, desde que no hospital, pois em caso de complicações, a estabilização do bebê ou da mãe é mais rápida. Recuperação: a alta pode ocorrer em até um dia após o parto, e a recuperação total pode ser ainda mais rápida por conta de não haver procedimentos invasivos.
Fontes: Antônio Paulo Mallmann, médico obstetra da Maternidade Santa Brígida e professor de Ginecologia Obstetrícia da PUC-PR; Marcos Takimura, médico obstetra, gerente-médico de assistência do Hospital do Trabalhador e professor da UFPR e da Universidade Positivo.

Bancos de sangue de Curitiba têm estoques em baixa por causa do frio





Hemepar e Hemobanco pedem que doadores compareçam.

Queda das temperaturas no inverno reflete na redução das doações.

Doação apresentau queda de 10% em Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)Doação caiu 40% no Hemepar de Curitiba
(Foto: Reprodução/TV Integração)
A situação dos bancos de sangue em Curitiba está comprometida por causa da redução no número de doadores, característica dessa época do ano. No Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) houve uma redução de 40% na quantidade de doações. O motivo é a queda das temperaturas.
Em Curitiba, a média é de 120 doadores por dia, mas, com a chegada do inverno, esse número caiu para cerca de 70. Segundo o Hemepar, nos dias de chuva o movimento é ainda menor, quando uma média de apenas 50 pessoas procura o centro.
As reservas do tipo sanguíneo ‘O’ negativo e ‘B’ negativo são as mais baixas. Apesar da redução nos estoques de sangue, nenhuma cirurgia precisou ser cancelada até o momento. O Hemepar abastece os hospitais da capital e das cidades da Região Metropolitana de Curitiba.
No Hemobanco a situação não é diferente: os estoques estão em baixa. O banco atende a 55 instituições de saúde e clínicas em Curitiba, entre eles, o Hospital Evangélico, o Hospital Cajuru e o Hospital Infantil Pequeno Príncipe.
Segundo informações do Hospital Evangélico, todos os componentes do sangue estão em falta, inlcusive as plaquetas, que são usadas para estancar as hemorragias e têm vida útil de cinco dias. Para doar é necessário levar documento de identidade e estar bem alimentado. O doador deve ter entre 18 e 65 anos e pesar mais que 50 kg.

Hemepar
Travessa João Prosdócimo, 145 - Alto da Quinze
Horário de atendimento: das 7h30 às 18h30 de segunda a sexta-feira; sabado das 8h às18h
Informações: 0800 6454 555

Hemobanco

Rua: Capitão Souza Franco, 290
Horário de atendimento: das 8h às 19h, de segunda a sábado
Informações: 3023-5545

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Monteiro Lobato e o racismo entre nós


Monteiro Lobato e o racismo entre nós

15/9/2012 19:45,  
Eu já não era tão jovem quando se dizia que a melhor definição de bobo era do sujeito que não consegue mascar chiclete e andar ao mesmo tempo.
Por Paulo Moreira Leite, na coluna Vamos combinar
Acho que isso se aplica ao debate sobre Monteiro Lobato. É nosso maior autor infantil. Deixou uma obra densa e complexa, com várias contribuições ao entendimento do país. Mas Lobato era um autor racista e isso não pode ser escondido nem disfarçado. Precisa ser reconhecido e discutido pelos brasileiros, num sinal de respeito por nossa história e pelas vítimas de uma atitude que nossa Constituição define com crime inafiançável. Creio que devemos esse favor às futuras gerações, já que pouco podemos fazer pelas passadas, além de realizar um esforço para conhecer e estudar as dores do tempo em que viveram.
O racismo de Lobato aparece para crianças, quando ele fala do “beiço” de Tia Anastácia, de sua “carne preta” e chega a dizer que ela subia numa árvore como “macaca de carvão.” O racismo para adultos foi explicitado em sua correspondência privada. Em cartas, ele admitiu que tinha inveja dos norte-americanos que tinham sido capazes de formar uma organização como Ku Klux Klan, associação terrorista que sequestrava, torturava e enforcava negros no Sul, como uma vingança pela abolição da escravatura.
Este aspecto da obra de Lobato é horrível e inaceitável mas não é um traço pessoal do autor. É expressão do Brasil daquela época. Aprendi com Edward Said, um dos grandes autores de nosso tempo, indispensável para entendermos outro tipo de preconceito – contra povos árabes – que nenhum homem está 100% livre dos atrasos mentais de sua época.
Estamos condenados a carregar, por herança familiar e social, as mazelas de nossa cultura e nosso meio. Podemos nos considerar felizes quando somos capazes de reconhecer e nos emancipar de parte deles, em vez de apenas reproduzir e fortalecer as forças daninhas que foram interiorizadas em nossa formação. Mas ninguém é 100% livre de seu passado.
Fingir que o racismo não existe e denunciar toda reação como patrulha politicamente correta é um ato simplista, de quem se esconde atrás da liberdade de expressão para manter a discriminação e o preconceito.
Tempo de escravidão
Quando Lobato escreveu muitos de seus livros infantis, a escravidão fora abolida há apenas 50 anos. Os antigos escravos eram marginalizados, discriminados e segregados.
Sem resposta aceitável para uma situação aberrante e vergonhosa, a cultura oficial brasileira daquela época olhava para estes brasileiros e tudo aquilo que representavam como uma visão de superioridade – racismo. Era uma fora de jogá-los para fora da história. Sofriam porque mereciam. A escravidão, no fundo, era justa. Civilizava o negro, dizia outro grande escritor, José de Alencar, adversário empedernido da abolição, mesmo em 1888. A ciência explicava as raças e, com elas, as diferenças entre os homens, dizia o racismo científico que inspirava outro grande autor, Euclides da Cunha.
Num momento posterior, tentou-se adotar uma outra visão sobre essa condição do negro. A de que vivíamos numa democracia racial, onde todos eram iguais e não havia preconceito em função da cor da pele. Hipocrisia organizada, a ideologia da democracia racial atingiu um ponto maior de sofisticação a partir de um silogismo maroto. Já que os homens de ciência não reconhecem raça como um valor científico, biológico, e os homens são animais que acreditam na ciência, o racismo simplesmente não pode existir.
Sabemos que tem gente que se julga muito inteligente e ganha a vida repetindo isso. Coisa de quem não sabe conviver com duas ideias diferentes. Racismo está na cultura, nos livros, no pensamento e, como vimos, em Monteiro Lobato. O porteiro da balada que cria dificuldade para deixar um negro entrar não tirou nota 10 em biologia, certo?
Se você for honesto pode encontrar racismo até na obra de Gilberto Freyre, que não queria ser racista e condenava o racismo quando era capaz de enxergá-lo – o que não acontecia sempre, como nós sabemos, a partir da regra de que ninguém zera sua herança cultural ou ideológica. os 100%. Freyre chega a atribuir o temperamento, a inteligência e outros traços de um indivíduo ao fato de ser descendente de branco, negro ou indígena. Dizia, por exemplo, que o negro possuía uma “energia sempre fresca e nova quando em contato com a floresta tropical,” sugerindo que isso explicava que fosse usado no trabalho duro do engenho. Comparando populações brasileiras, Freyre dizia que o caráter “alegre, expansivo, sociável, loquaz” dos brasileiros nascidos da Bahia, devia-se ao elemento “negróide” de sua constituição, em contraste com populações “tristonhas, aladas, sonsas e até sorumbáticas” de outros Estados, que seriam “menos influenciadas pelo sangue negro e mais pelo indígena.”
É esta herança que devemos debater, discutir e impedir que seja retransmitida às novas gerações.
Eu acho, por isso, que o racismo da obra de Lobato deve ser exposto e colocado, em sala de aula, nas conversas de pais e filhos e toda vez que uma criança passar por aquelas palavras horríveis, deprimentes – mas que, nós sabemos, fizeram parte da experiência de homens e mulheres de uma época.
Contra a proibição
Sou contra proibir uma obra de Lobato – e também seria contra proibir O Mercador de Veneza, com várias passagens contra judeus, sucesso absoluto junto a certo publico na Alemanha nazista — embora eu entenda a indignação de quem teve essa ideia.
Entendo porque é humilhante ser ofendido e ouvir, como resposta, que deve ser assim mesmo porque afinal de contas a Constituição garante a liberdade de expressão.
É verdade. Mas a Constituição garante, também, o respeito a dignidade de cada cidadão – e o racismo é uma forma brutal de ataque à dignidade.
Minha opinião é que cabe ao Estado, num país que teve a coragem de colocar o combate ao racismo na própria Constituição, ser coerente com seus princípios e tomar a iniciativa de combater o racismo aonde ele se encontra. Não vale esconder nem fingir que não existe.
É por isso que sou favorável a ideia que as edições de Caçadas de Pedrinho, reconhecidas pelo MEC, sejam acompanhadas de uma nota explicativa capaz de situar Lobato e seu tempo. Este debate deve ser feito, irá formar crianças e jovens melhores. É um dever com todos brasileiros.

Supremo decide se obra de Lobato é racista


terça, 11 de setembro de 2012 • 21:00
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza, hoje (11), uma audiência de conciliação para discutir a polêmica adoção de livros de Monteiro Lobato pela rede pública de ensino. Um mandado de segurança apresentado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) e pelo técnico em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto alega que a obra de Monteiro Lobato tem “elementos racistas”.

A discussão envolve a obra Caçadas de Pedrinho. Em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou que os livros não fossem mais distribuídos às escolas públicas. Para justificar a proibição, o conselho destacou trechos da obra. Um deles diz: "É guerra e das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Anastácia, que tem carne preta". Outro trecho da obra narra que “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão.”

Mesmo com a determinação, o Ministério da Educação recomendou que o CNE reconsiderasse a decisão. Houve a anulação do veto, mas o Conselho indicou que as próximas edições do livro viessem acompanhadas de uma nota técnica que instruísse o professor a contextualizar a obra ao momento histórico em que ela foi escrita.

O Instituto de Advocacia Racial informou que não quer a censura, mas tornar obrigatória a nota técnica e a formação dos educadores para que a obra seja utilizada de forma adequada na formação básica dos estudantes brasileiros.

A audiência foi convocada pelo ministro do STF, Luiz Fux, relator do mandado de segurança, que pretende um entendimento entre as partes.

PA: professora de universidade é investigada por crime de racismo


A educadora, que teria ofendido o segurança, dá aulas de ciências das religiões afro-brasileiras e tem doutorado em antropologia.


A polícia de Belém está investigando uma professora universitária suspeita de atitude racista contra um segurança. Rubens trabalha como vigilante em um prédio da Universidade Estadual do Pará.
O segurança disse que impediu a entrada de dois alunos pela portaria, depois de receber uma ordem da direção para não deixar ninguém entrar por ali no turno da noite. Os estudantes chamaram a professora Daniela Cordovil, que estava dentro da universidade. O segurança disse que foi ofendido pela professora, que ficou irritada com a proibição. “Ela veio por dentro da universidade, chegou até a mim e me xingou, me chamou de macaco, de idiota, de guarda vestido de palhaço”, revela Rubens dos Santos.
Um estudante gravou imagens da confusão com o celular.
Aluno: A senhora o chamou de macaco, foi isso?
Daniela Cordovil: 
Palhaço, tu é um macaco também, tu é um imbecil.
Aluno:
 Eu sou um macaco? Imbecil?
Daniela Cordovil:
 É um macaco, vai chamar de crime agora?
O caso foi parar na delegacia. A polícia registrou um termo de ocorrência por injúria racial e encaminhou à justiça, que vai ouvir o segurança e a professora. Se Daniela for condenada, a pena é de até três anos de prisão e multa, que podem ser convertidas em pagamento de indenização e prestação de serviços comunitários.

“Se ela falou alguma coisa contra alguém, você sabe que em um momento de raiva você fala alguma coisa que não se deveria falar. Então, no momento, ela vai se reservar ao direito de só falar em juízo”, afirmou Claudiomar Cardoso, advogado da professora.
A professora, que teria ofendido o segurança, dá aulas de ciências das religiões afro-brasileiras e tem doutorado em antropologia. Além de ser ouvida pela justiça, Daniela também deverá prestar esclarecimentos à Universidade Estadual do Pará, que lamentou o incidente e informou que vai apurar o caso.

Nova York aprova proibição a refrigerantes tamanho grande


Quem violar a proibição, que não inclui os refrigerantes diet, poderá ser multado em 200 dólares.

Nova York - A cidade de Nova York aprovou nesta quinta-feira (13/09) a primeira proibição dos Estados Unidos aos refrigerantes de tamanho grande, na mais recente e polêmica medida para combater a obesidade e suas complicações letais em um país que está mais gordo do que nunca.
Com oito votos a favor e uma abstenção, o conselho de saúde da cidade proibiu as bebidas ricas em açúcar com mais de 16 onças fluídas (aproximadamente 470 ml) praticamente em todos os locais em que são vendidos, com a exceção das lojas de conveniência e mercados.
Quem violar a proibição, que não inclui os refrigerantes diet, poderá ser multado em 200 dólares.
Os opositores, que acreditam que a medida fere a liberdade pessoal e chamaram o prefeito Michael Bloomberg de "babá", prometeram continuar com a oposição, possivelmente entrando na Justiça para barrar ou derrubar a medida antes que ela entre em vigor, em março de 2013.
"É triste que o conselho queira limitar nossas escolhas. Somos inteligentes o bastante para tomar nossas decisões sobre o que comer e beber", disse em um comunicado Liz Berman, comerciante e presidente da organização New Yorkers for Beverage Choices.
O secretário de Saúde Thomas Farley comemorou a aprovação da medida como um passo importante para tornar os nova-iorquinos mais saudáveis e disse que é provável que ela seja copiada em outros lugares do país -- assim como a proibição ao cigarro e à gordura trans.
"Esse é um passo histórico para tratar de um problema de saúde importante de nossa época", afirmou Farley na reunião imediatamente depois da votação.
Recentemente Farley disse que, se os resultados da lei "reduzirem apenas um refrigerante por pessoa a cada duas semanas de 20 onças para 16 onças, os nova-iorquinos poderiam evitar o ganho coletivo de 2,3 milhões de libras (cerca de 1 milhão de quilos) por ano. Isso reduziria a epidemia de obesidade e evitaria muitas doenças desnecessárias".
Cerca de um terço dos norte-americanos são obesos e aproximadamente 10% da conta da saúde do país está ligada a doenças relacionadas à obesidade, como o diabete tipo 2, doenças do coração e hipertensão, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Distúrbios psíquicos surgidos na adolescência são os mais graves


Distúrbios psíquicos surgidos na adolescência são os mais graves

Mudanças de humor e reações bruscas podem confundir os pais, escondendo sintomas de males como a depressão.

De acordo com estudos acadêmicos, a prevalência de doenças psiquiátricas na faixa etária da infância e da adolescência gira em torno de 10% a 15%, e quanto mais cedo os distúrbios se manifestam, mais graves elas são, afirma o psiquiatra e professor adjunto da Unifesp Rodrigo Bressan. Por isso, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos: a alteração do modo de agir tão comum em adolescentes pode nem sempre ser algo tão normal como se pensa.
Reabilitação
Diagnóstico precoce favorece tratamento
O tempo de recuperação para quem sofre de problemas psiquiátricos depende muito do diagnóstico precoce. Por isso, é importante que a família perceba a doença o mais cedo possível. “Quanto antes, mais rápida é a reabilitação do paciente”, declara o psiquiatra João Luiz Martins, da Unidade Intermediária de Crise e Apoio à Vida.
Conforme o psiquiatra e conselheiro fiscal da Sociedade Paranaense de Psiquiatria Marco Antônio Bessa, dependendo do tipo de transtorno e do tratamento, é possível que chegar à cura. “Depressão e ansiedade, por exemplo, se diagnosticadas precocemente e tratadas corretamente, costumam ter resultados bons. Mas, se não tratadas ou tratadas de forma incorreta, o risco de cronificar é muito grande.” Segundo Bessa, um dos grandes empecilhos que dificultam o tratamento adequado é a própria resistência da família em aceitar a situação e procurar um especialista.
Transtornos mentais causam envelhecimento
Distúrbios mentais como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, se não tratados corretamente, podem aumentar a chance de a pessoa ter alguns tipos de câncer, problemas cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), envelhecimento precoce e diminuição da expectativa de vida. Com base nisso, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão envolvidos em um projeto que, desde 2009, acompanha um grupo de adolescentes com alto risco de desenvolver tais problemas. O objetivo é descobrir a hora certa de agir antes que os transtornos se manifestem intensamente, evitando, assim, situações graves no futuro.
Para isso, a pesquisa está em busca de uma metodologia eficaz para essa prevenção. De acordo com o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor adjunto da Unifesp e um dos pesquisadores do projeto, além da utilização de estratégias psicoterápicas, como a redução do consumo de drogas e álcool, a intenção é fazer uso de substâncias neuroprotetoras, que poderiam blindar as células do cérebro e diminuir o risco de manifestação dessas doenças.
Toxinas
Clarissa Gama, profes­so­­ra de psiquiatria na Uni­versidade Federal do Rio Gran­­de do Sul e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), ressalta que, além de afetarem a aprendizagem, quando não tratados, os distúrbios são responsáveis por alterar a fisiologia do organismo devido às substâncias tóxicas que liberam durante o surto. “É uma exposição muito grande a processos que aceleram a liberação de tóxicos e, por isso, quem sofre com esses transtornos tem uma expectativa de vida menor e pode desenvolver câncer, problemas do coração e hipertensão”, relata.
Conforme o psiquiatra e conselheiro fiscal da Sociedade Paranaense de Psiquiatria (SPP) Marco Antônio Bessa, situações exageradas de irritabilidade, isolamento social, afastamento da família e amigos são possíveis sintomas de que alguma coisa não vai bem e de que o adolescente está precisando de ajuda. “Se esses sintomas acabam impactando outras áreas, o isolamento ou a agressividade se tornam comuns, é momento de se preocupar”, diz.
Foi o que aconteceu com Vitor*. Quando tinha 17 anos, a mãe, a assistente social Maria*, notou que o isolamento do menino não era comum. Aos poucos, o que seria apenas uma característica da personalidade dele se tornou uma justificativa para que Maria procurasse um especialista, que logo diagnosticou a depressão.
Após oito meses de tratamento com antidepressivos, Vitor se sentiu melhor e resolveu deixar de lado os remédios. Algum tempo depois veio a reação que a família não esperava. Em uma manhã, o adolescente levantou confuso, nervoso e agitado e, com um soco, esmiuçou o vidro da janela do seu quarto. “O soco no vidro foi a primeira reação dele. Depois disso, fui procurar ajuda psiquiátrica, e o médico identificou na hora que meu filho estava com transtorno obsessivo compulsivo e também com sintomas de esquizofrenia. Procurei ajuda imediatamente, logo depois do soco, porque sabia que aquilo não era normal”, relatou a mãe.
Hereditariedade
O soco de Vitor tem ex­pli­cação. De acordo com o psiquiatra da Unidade In­termediária de Crise e Apoio à Vida João Luiz Martins, na maioria dos casos, pessoas com distúrbios mentais não têm consciência de suas reações nos momentos de crise, pois não conseguem perceber que não respeitam limites. Para ele, além de fatores ambientais, como morte dos pais, crises na família, bullying e estresse, o histórico familiar prevalece muito no desenvolvimento de um distúrbio. “Adolescentes com transtorno, muitas vezes, têm casos na família de alguma pessoa com patologia psiquiátrica, depressão, e isso com certeza contribui para que esse adolescente venha a ter um problema também.”
Segundo a psiquiatra e integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Trans­lacional em Medicina Clarissa Gama, filhos de pessoas com esquizofrenia têm 15 vezes mais chances de desenvolver a mesma doença do que os que não têm nenhum caso na família. Vitor pode servir de exemplo para explicar a influência genética na manifestação de problemas mentais, já que Maria sofreu de depressão quando era mais jovem. “Eu tive problemas, sofri de depressão. De uma certa forma, isso me ajudou com o Vitor porque conheço psiquiatras e não tenho preconceito contra os tratamentos. Muita gente acha que quem procura psiquiatra é louco, mas eu sei que não. Já passei por isso e não tive medo de buscar ajuda para o meu filho”, relatou a mãe.

* Nomes fictícios
Dê sua opinião
Que tipo de estrutura os pais dispõem para auxiliar no diagnóstico de distúrbios mentais dos filhos adolescentes?