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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Alimente-se sem culpa


Jonathan Campos / Gazeta do Povo / Erminia e Maria Fineschi Abe: boa alimentação se aprende em casaErminia e Maria Fineschi Abe: boa alimentação se aprende em casa
ESPECIAL

Alimente-se sem culpa

Comer bem é uma prática tanto saudável quanto prazerosa. Conheça pessoas que fazem disso um estilo de vida.
Para muitos, a boca é como um portão eletrônico em pane, que se abre para qualquer visitante perigoso, desde que ele seja atraente. Atração composta, muito provavelmente, por caldas açucaradas, cremes de chantilly e frituras sequinhas. Controlar a entrada desse portão, questionando a procedência e o valor dos alimentos, é ainda uma atitude pouco frequente, mas que ganha cada vez mais adeptos. Afinal, mudanças nos hábitos alimentares geram reflexos reais na saúde das pessoas. “Se no início do século 20 a Medicina percebeu que 85% das doenças eram provocadas pela falta da higienização das mãos, hoje o enfoque para a prevenção de doenças está na nutrição”, reflete o médico e professor da universidade Tuiuti Walib Salomão Mousfi. Quem aumenta o consumo de frutas, vegetais, cereais e reduz a ingestão de alimentos industrializados, refinados e ricos em colesterol, ganha também mais longevidade e qualidade de vida, destaca Mousfi.
Caminhos
Aprenda a receita do nhoque de inhame preparado por Tamara Rezende:
Ingredientes:
- 8 inhames médios descascados e cortados em 4 partes para facilitar o cozimento;
- 1 xícara de farinha de milho
Modo de preparo:
Cozinhe o inhame no vapor até ele ficar bem macio. Retire, amasse com um garfo e misture a farinha até dar o ponto. A massa deve desgrudar da mão.
Dê a forma de cilindros e depois corte em quadradinhos.
Coloque o nhoque em uma panela com água fervente e, assim que as bolinhas subirem, retire-as com uma escumadeira.
O nhoque está pronto para ser servido com o molho que preferir.
Seja com uma dieta macrobiótica, vegetariana ou onívora, a busca por uma alimentação saudável pode ser trilhada por vários caminhos. Porém, tal percurso não deve ser feito às cegas. O nutricionista e médico Daniel Boarim, autor de livros como A Dieta que Evita o Câncer, ressalta que toda dieta precisa ser planejada de maneira individual e com a supervisão de um especialista. “A questão é balancear a alimentação. Porque você pode comer carne e ter anemia ou, então, ser vegetariano, mas exagerar no açúcar e na gordura”, observa Boarim.
Segundo os especialistas, longe de ser um esforço sofrido, a adoção de hábitos alimentares saudáveis precisa ser encarada como uma prática prazerosa. Sorridentes, os donos das “bocas seletivas” vistos a seguir são prova disso.

De mãe para filha
Com 2 anos, Maria Fineschi Abe já tem o maior prazer em comer verduras. Ainda mais quando colhe os vegetais da horta da sua mãe Erminia, dona da loja Organic Lovers, especializada em produtos orgânicos. Segundo Erminia, a loja foi concebida pensando em atender sobretudo crianças e mães feito ela. Formada em Agronomia, Erminia conhece os processos de uma agricultura convencional, que abusa de técnicas que podem ser nocivas à saúde. Justamente por isso, sua loja oferece alimentos livres de agrotóxicos e hormônios, que têm efeito cumulativo no organismo. Transgênicos também passam longe dali. “Não existem pesquisas conclusivas, mas na dúvida, é melhor não colocar a saúde em risco.” E para que as novas gerações, tal como Maria, aprendam a gostar de alimentos saudáveis, Erminia dá conselhos simples. “Se a mãe não tem prazer em cozinhar, a criança não vai ter prazer em comer. Além disso, os pais precisam dar o exemplo e consumir mais verduras. Também é importante deixar a criança pequena brincar com esse tipo de comida. Afinal eles precisam desse contato. Por mais que eles se sujem e façam bagunça, depois vão comer.”
Da cidade para o campo
Colher o alimento direto da terra não é privilégio só de agricultores. Desde 2000, com a criação da Associação dos Consumidores de Produtos Orgânicos (Acopa), seus integrantes organizam visitas de consumidores às fazendas de orgânicos em torno de Curitiba. “O objetivo é aproximar os consumidores e produtores, e mostrar a diferença dessa produção orgânica do ponto de vista ambiental”, diz o agrônomo Ivo Melão, 60 anos, presidente da Acopa. Ele divulga o trabalho da ONG e a importância da alimentação saudável a quem passar por sua barraca na feira do Passeio Público, aos sábados.
Nos passeios da Acopa, um dos destinos é a chácara de Claudia Capeletti, localizada na Colônia Faria, em Colombo. Na propriedade, sua família cultiva produtos agrícolas e produz quitutes vendidos com a marca Amábile. Para Cláudia, receber a visita dos consumidores é muito positivo. “Eles ganham mais confiança na gente quando conhecem a nossa chácara. É também um momento em que aproveitamos para conscientizar sobre a produção orgânica, que respeita o tempo dos vegetais. Muita gente acha, por exemplo, que o tomate cresce o ano todo e, então, lembramos da importância de aprender a consumir o que é de época.”


Prazer de cozinhar com saúde
Alimentos saudáveis como taioba, raiz de lótus e inhame fazem parte da dieta cotidiana da funcionária pública Tamara Rezende, 24 anos. Mas nem sempre foi assim. Até 2007, ela mantinha distância de legumes e verduras. “Depois de ter alguns problemas de saúde, decidi mudar meus hábitos”, diz Tamara. Inicialmente, ela seguiu a macrobiótica, dieta de origem japonesa que prescreve uma alimentação natural, equilibrada pelo yin e o yang. “Nessa época descobri muitos legumes que não conhecia e incorporei na dieta o arroz integral. Também comecei a sentir mais o sabor dos alimentos, porque na macrobiótica se usa pouco tempero.”
Apesar dos benefícios, Tamara não se sentia à vontade em um regime tão restrito e, assim, deixou a macrobiótica para adotar uma dieta mais livre e próxima do vegetarianismo – também por influência da ioga, que passou a praticar. “Eu ainda como peixe e tento deixar de consumir leite. Mas há mais de um ano eu não como carne vermelha ou de frango e, desde então, me sinto mais saudável e disposta.” Por meio de cursos de culinária vegetariana, ela também redescobriu o prazer de cozinhar e hoje explora receitas de pratos saudáveis, muitos deles tão saborosos quanto fáceis de fazer. Quem a conhece sabe que o nhoque de inhame é uma de suas especialidades.
Iara segue a feira
A ilustradora Iara Beatriz Moreira, 51 anos, mora no São Braz. Mas, semanalmente, faz questão de ir ao Seminário, à Praça da Ucrânia e ao Passeio Público para fazer compras na feira de orgânicos, que passa por esses e outros itinerários. Diante das barracas, conhece os feirantes pelo nome, assim como é reconhecida por eles – tal relação seria impensável em um supermercado. “Faz 20 anos que procuro comprar alimentos orgânicos. Afinal, é uma forma de comer com mais qualidade e vitalidade. Você sente o reflexo na sua pele”, diz ela, enquanto coloca em seu carrinho uma porção de verduras compradas do agricultor Ludovico Carachenski. Beatriz também aproveita para levar semanalmente carnes orgânicas da feira. “É um pouco mais caro, mas a diferença no sabor é muito grande”, diz ela, enquanto é atendida por Robert Jukovski, do açougue Taurino’s.

Audição: cuide deste sentido



Mel Gabardo / Gazeta do Povo
Mel Gabardo / Gazeta do Povo / Helena de Godoy Correa escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção na infância: problema exige cuidado redobrado com a audiçãoHelena de Godoy Correa escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção na infância: problema exige cuidado redobrado com a audição
SAÚDE

A ciência está vencendo a batalha contra a surdez, mas a prevenção é a melhor arma para evitar a perda auditiva.

Diferente do tradicional teste de letrinhas, check up dos olhos considerado obrigatório pela maioria das pessoas, a avaliação da audição normalmente é relegada a um segundo plano na lista de prioridades da saúde.
O problema é que, ao contrário da visão, em que a própria pessoa descobre que algo está errado, a deficiência auditiva geralmente só é percebida por outras pessoas. “O indivíduo vai se adaptando e não sente que está perdendo a audição”, alerta o médico Rogério Hamerschmidt, professor de Otorrinolaringologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Fique atento
Confira os principais sintomas de quem sofre de perda auditiva:
- Pede para o outro falar várias vezes ou isola-se socialmente.
- Dificuldade para ouvir em ambientes barulhentos.
- Zumbidos, chiados ou apitos no ouvido.
- Aumenta o volume da tevê e rádio.
- Sensação de ouvido tampado, pressão e estalos no ouvido.
- Irritabilidade.
- Finge que entendeu o que foi conversado, tendo dificuldade em admitir a perda auditiva e procurar ajuda.
- Evita situações comunicativas.
- Dificuldade de ouvir ao telefone.
Para prevenir danos ao sistema de audição, é preciso tomar alguns cuidados. Hamerschmidt recomenda, por exemplo, bom senso no uso de aparelhos de som com fones de ouvido e na frequência a festas fechadas com músicas em volume muito alto. Segundo ele, se muito repetitivas, essas duas situações podem causar perda irreversível de audição.
O otorrinolaringologista Rafael Souza Moraes indica o uso de fones com intensidade sonora compatível com a saúde auditiva. “Ajuste o volume em um local silencioso e, ao permanecer em locais mais barulhentos, resista à tentação de elevar o volume”, afirma. Moraes recomenda ainda que se use fones que cubram toda a orelha, pois fazem uma melhor vedação e bloqueiam os ruídos externos.
Evitar som alto em locais fechados, como dentro de casa, automóveis e salas de ginástica, também é uma atitude preventiva, acrescenta o otorrinolaringologista Luiz Carlos Sava, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E quem já sofre de problemas auditivos precisa tomar cuidados redobrados. É o caso da estudante Helena de Godoy Correa, 16 anos, que escuta apenas do lado direito, por causa de uma infecção no ouvido esquerdo na infância. “Fui orientada, por exemplo, a sempre colocar um volume médio no MP3”, conta.
O otorrinolaringologista Rafael Souza Moraes lembra ainda da importância dos exames periódicos, medidas de tratamento e controle dos fatores de riscos associados. Nos casos de surdez em que há o prejuízo na comunicação, o profissional aconselha a adoção de aparelhos auditivos.
Mas, por mais que tomemos todos os cuidados necessários, o envelhecimento é implacável com a audição. A perda da capacidade auditiva com o passar do tempo se chama presbiacusia e tem início a partir da quinta década de vida, salienta Moraes.

Maurício de Sousa lança gibi com personagens soropositivos


Valter Campanato/ABr / Igor e Vitória são os novos personagens de Maurício de Souza, que ajudarão as crianças a entender o universo de quem é soropositivo.Igor e Vitória são os novos personagens de Maurício de Souza, que ajudarão as crianças a entender o universo de quem é soropositivo.
CONSCIENTIZAÇÃO

Maurício de Sousa lança gibi com personagens soropositivos

Por meio de Igor e Vitória, o criador da Turma da Mônica vai abordar questões como forma de contágio, o que é o vírus, como viver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome.
Brasília - Maurício de Sousa lançou nesta segunda-feira (17/09) seu primeiro gibi com personagens que têm o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Por meio de Igor e Vitória, o criador da Turma da Mônica vai abordar questões como forma de contágio, o que é o vírus, como viver com crianças soropositivas e o impacto social da síndrome.
A ideia dos personagens foi da ONG Amigos da Vida, que atua na prevenção e combate ao HIV/aids. Christiano Ramos, presidente da ONG, diz que o trabalho resolve um problema existente nas mídias voltadas para crianças. "O Maurício tem uma linguagem bem acessível, bem leve. Ele vem fazer um papel inédito, que é trabalhar a aids com muita leveza, tranquilidade e naturalidade para as crianças", disse.
Não é a primeira vez que o autor utiliza personagens de seus quadrinhos para levar informação e conscientizar seus leitores. Humberto, que é mudo, Dorinha, que não enxerga, e Luca, que não anda, mostraram que crianças com restrições físicas são crianças normais e devem ser tratadas como tal.
"Vamos usar a credibilidade da Turma da Mônica e nossa técnica de comunicação para espantar esse preconceito, principalmente do adulto, que muitas vezes sugerem medo à criançada. Vamos mostrar que a criança pode ter uma vida normal, com a pequena diferença de ter de tomar remédio a tal hora e, caso venha a se ferir, tem que ter alguém cuidando do ferimento. Fora isso, é uma vida normal", diz Maurício.
O autor diz que Igor e Vitória podem vir a fazer parte do elenco permanente da Turma da Mônica, não necessariamente citando o fato de eles serem soropositivos. Ele explica que o gibi é também voltado para os pais. "É uma revista única no mundo. E também é voltada para os pais. Criança não tem preconceito, são os pais que inoculam", diz.
Cláudia Renata, que é professora, levou seus filhos Maria Teresa e Lourenço para o lançamento. Ela diz que os filhos, antes de lerem o gibi, perguntaram quem eram aqueles novos amiguinhos. Para Lourenço, de 5 anos, são crianças normais. "Eles têm uma doença e têm que tomar um remédio. Só isso."
No gibi, Igor e Vitória, que aparecem ao lado dos personagens da Turma da Mônica, têm habilidades com esportes e levam uma vida saudável. A professora na história é quem explica que eles precisam tomar alguns remédios e que, no caso de se machucarem, um adulto deve ser chamado para tomar os cuidados adequados.
São 30 mil exemplares do gibi, que serão distribuídos gratuitamente nas brinquedotecas do Distrito Federal, na pediatria dos hospitais da Rede Amil (um dos patrocinadores do projeto) e nos hospitais públicos do governo do Distrito Federal.
O objetivo da ONG Amigos da Vida é que em 2012 as histórias de Igor e Vitória cheguem também a São Paulo, ao Rio de Janeiro, a Porto Alegre, a Curitiba, a Salvador e ao Recife.

Sobrepeso afeta 25% dos alunos do Paraná


Vida e Cidadania

Quarta-feira, 19/09/2012
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo / Alunos fazem fila na hora da merenda no Colégio Estadual Ambrósio Bini: cardápio inclui frutas, verduras e produtos integraisAlunos fazem fila na hora da merenda no Colégio Estadual Ambrósio Bini: cardápio inclui frutas, verduras e produtos integrais
SAÚDE ALIMENTAR

Sobrepeso afeta 25% dos alunos do Paraná

Pesquisa feita em escolas estaduais revela aumento no índice de estudantes obesos. Má alimentação é uma das causas.
Os alunos da rede estadual de ensino do Paraná ficaram um pouco mais gordos. Cerca de 25,4% dos estudantes estão acima do peso ideal, o que significa que um a cada quatro tem, no mínimo, sobrepeso. Os dados são da 2.ª Pesquisa de Monitoramento Nutricional, realizada desde 2010 pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), que consultou 931.596 estudantes em 32 núcleos regionais de educação no ano passado. Há dois anos, esse índice era de 24,9%.
Pesquisa
Estudo norte-americano associa bisfenol a obesidade em crianças
Agência Estado
Um ano depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter proibido a fabricação e a importação de mamadeiras que continham bisfenol A em sua composição, um estudo associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos. Também é usado no revestimento de latas.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Nova York avaliaram 2.838 pessoas de 6 a 19 anos. A urina dos participantes foi analisada para quantificar a presença do bisfenol. Eles foram, então, divididos em quatro grupos, de acordo com a quantidade encontrada.
No grupo com menos bisfenol na urina, havia 10,3% de crianças e adolescentes obesos. Já no grupo com maior quantidade da substância, 22,3% dos participantes estavam com obesidade. O estudo será publicado hoje no Journal of The American Medical Association (Jama).
Estudos em laboratório já tinham detectado uma relação entre o bisfenol e a obesidade. Essa é, porém, a primeira pesquisa em crianças e adolescentes a avaliar essa hipótese.
Rede privada
Manual orienta donos de cantinas a oferecer comida mais saudável
Para promover melhorias na qualidade dos lanches oferecidos na rede particular de ensino, o Ministério da Saúde lançou, em parceria com a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), o Manual das Cantinas Escolares Saudáveis: Promovendo a Alimentação Saudável. O livreto traz dicas de como montar cardápios atraentes e nutritivos.
Ademar Batista Pereira, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), diz que que cada escola desenvolve um trabalho específico sobre alimentação saudável, mas ressalta que a mudança deve começar em casa. “A escola pode contribuir e cuidar para que, dentro do espaço escolar, a criança não tenha contato com alimentos não saudáveis, mas não pode mudar os hábitos das famílias”, pondera.
Na Escola Atuação, os estudantes do período integral recebem cinco refeições ao longo do dia – café da manhã, almoço e jantar com sobremesa, além de outros dois lanches – cujo cardápio fica disponível no site da escola. Segundo Letícia Pesch, nutricionista da instituição,os estudantes são estimulados a consumir mais frutas e a cantina vende produtos saudáveis. “Peso não é só estética, é questão de saúde, e a escola pode ajudar na prevenção das complicações do excesso de peso”, diz. (FT)
A Lei federal 11.947
regulamentou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) que determina a compra de produtos da agricultura familiar. No Paraná, 87% das escolas já contam com esse tipo de alimento e a meta é universalizar o acesso no ano que vem.
Dê sua opinião
Como convencer as crianças a trocar salgadinhos e refrigerantes por saladas e suco de frutas?
Apesar de manter praticamente a mesma proporção da primeira edição do estudo na relação entre sobrepeso e magreza, os números são preocupantes porque revelam o tamanho do desafio que é estimular a alimentação saudável entre os alunos. O número de obesos em sala de aula, por exemplo, passou de 7,9% para 8,2%. Já a quantidade de estudantes com sobrepeso ficou praticamente estável: de 17% para 17,2%. Os quilos em excesso trazem prejuízos para a saúde e o desenvolvimento do aluno que vão além da questão estética.
Apenas cinco dos 32 núcleos de educação conseguiram reduzir o porcentual de alunos acima do peso entre 2010 e 2011. Nas regionais de Dois Vizinhos (Região Sudoeste), Cianorte (Norte) e União da Vitória (Sul) houve uma diminuição nos números de sobrepeso, mas a quantidade de obesos aumentou. Já os núcleos de Laranjeiras do Sul e Irati (ambos na Região Central) registraram reduções nas duas categorias.
Segundo a diretora de infraestrutura e logística da Su­­perintendência de De­­sen­­volvimento Edu­ca­­cio­­nal da Seed, Márcia Cris­tina Stolarski, ainda não é possível determinar se os alunos que já apresentavam um quadro de sobrepeso em 2010 passaram a ser obesos em 2011. Ela diz que os números são preocupantes e que é preciso implementar ações que colaborem com a conscientização alimentar.
Fase de crescimento
A obesidade não tem uma causa única: genética, hábitos da família, má alimentação e falta de exercícios podem influenciar no quadro. A endocrinologista pediátrica e médica do Hospital Pequeno Príncipe de Curitiba Gabriela Kraemer lembra que o metabolismo das crianças é diferente do de adultos, fazendo com que elas queimem as calorias com muito mais facilidade. Mas quando isso não acontece, explica Gabriela, os pais devem tomar providências para evitar que um quadro de obesidade se perpetue.
Segundo a médica, uma criança que é obesa até os 4 anos tem 30% de chance de se tornar um adulto obeso. Se o quadro é mantido até os 10 anos, a possibilidade sobe para 50%. No entanto, ao ultrapassar essa faixa etária e manter o quadro de obesidade, a probabilidade de se tornar um adulto obeso é de 80%.
A criança obesa tende a ter as mesmas doenças de um adulto com excesso de peso: altos níveis de colesterol e triglicerídeos, diabete tipo 2 e hipertensão arterial. Além disso, há risco de entrarem na puberdade precocemente, por causa de alterações na produção de hormônios.
A obesidade infantil ainda causa problemas ortopédicos nos joelhos, coluna, quadril e tornozelo. Também não se pode desconsiderar a parte emocional: ansiedade, depressão e timidez podem ser sinais de problema. “Essas crianças acabam sofrendo com o bullying justamente numa fase em que a autoestima é formada”, afirma Gabriela.
Cardápio
Escola reduz estatísticas com merenda mais verde
A falta de estrutura não foi um impeditivo para o Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré (Grande Curitiba) zerar o índice de obesos e reduzir os casos de sobrepeso entre os alunos. A instituição está instalada provisoriamente em um imóvel do município, mas já passou por outros endereços desde que perdeu seu prédio, em 2002.
Apesar de o colégio não ter refeitório e os alunos muitas vezes comerem de pé, a diretora Ivana Maria Barbosa conta que a qualidade da merenda e o apetite dos alunos melhorou bastante desde meados de 2011, com a inclusão de itens da agricultura familiar. “Recebemos muita fruta, verdura, pães caseiros. A merenda enriqueceu muito”, afirma ela, que també passou a receber produtos integrais, como barras de cereal e biscoitos.
Ivana explica que a mudança na qualidade da merenda influenciou as crianças, que passaram a comer melhor. No começo da semana, a equipe de merendeiras define o cardápio levando em conta os alimentos frescos que foram recebidos. Geralmente são servidos três lanches salgados e dois doces por semana. A merendeira Adriana Holm conta que raramente sobra alguma coisa.
Aprovação
Na tarde em que a reportagem visitou a escola, o menu incluía farofa de repolho com carne suína (que ainda é enlatada), salada de alface, maçã e um suco de caixinha para cada aluno. O prato agradou a Lucas Schanoski, de 12 anos. Aluno do Ambrósio Bini desde o início desse ano, ele conta que a merenda é melhor que a da escola municipal onde estudava antes. O garoto diz que o repolho foi uma das coisas que aprendeu a comer e gostar por causa do lanche da escola e que já pede até para a mãe preparar o prato em casa.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Assembleia mantém estado de greve e aprova calendário de luta


Adir Nasser Junior

Por ampla votação, assembleia aprovou deliberações do Conselho
18/9/2012

Assembleia mantém estado de greve e aprova calendário de luta

Mais de 1.800 trabalhadores da educação sinalizaram greve no início de 2013, caso governo não implante 1/3 de hora-atividade
No dia da paralisação estadual, assembleia da categoria, hoje (18), em Curitiba, reuniu mais de 1.800 sindicalizados e deliberou pela manutenção do estado de greve, aprovada na assembleia de 30 de agosto, e aprovou o calendário de mobilizações para cobrar do governo as pautas dos professores e funcionários. A categoria aguarda o envio da mensagem legislativa da readequação do Plano de Carreira dos Funcionários à Assembleia Legislativa e o pagamento das promoções e progressões atrasadas até o dia 30 de setembro.
Ficou definido que caberá à Direção Estadual o chamamento de nova assembleia, em caso de interrupção no atendimento das demandas da categoria. Para o início de 2013, o indicativo é de greve, caso o governo não cumpra a promessa de fazer os suprimentos das vagas já com um 1/3 de hora-atividade para os professores. Além disto, a categoria mobilizada reafirmou sua disposição pelo enfrentamento permanente pela pauta pedagógica, negando toda forma de desmonte educacional.
A assembleia referendou as decisões do Conselho da Entidade, reunido no sábado em Curitiba, que, além da continuidade do estado de greve, havia discutido e aprovado o acompanhamento da tramitação da lei da readequação do Plano de Carreira dos Funcionários na Assembleia Legislativa, o que, caso não aconteça, vai ensejar duas mobilizações - no dia 9 de outubro, nas escolas, com debates dos educadores com os alunos e comunidade sobre a importância do trabalho dos funcionários da educação, e outra no dia 17, nos Núcleos Regionais de Educação.
Salão lotado - A assembleia lotou o salão da Sociedade Morgenau e requereu esforço dos companheiros para acomodar o grande número de participantes, entre os quais não filiados admitidos na condição de observadores. A assembleia foi suspensa por alguns instantes para que os educadores, que aguardavam na parte de fora, pudessem fazer o credenciamento e participar das discussões. Ontem, a Secretaria de Educação anunciou que a ausência do trabalho hoje seria computada como falta; a APP reagiu solicitando que a falta não seja consignada até que se discuta o tema em uma próxima reunião com o governo.
Segundo a presidenta da APP-Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, o sucesso foi total na construção da unidade. "Saímos com uma pauta muito unificada, um consenso geral de continuidade do estado de greve, intensificar a nossa luta, construir os próximos passos, de que temos de convocar assembleia assim que for necessário, mas agora é o momento de toda a nossa categoria se voltar para a escola", disse a presidenta, referindo-se à necessidade de a categoria construir unidade na luta também nos locais de trabalho.
Outubro de luta - Outras iniciativas já estão definidas, segundo o calendário aprovado em Assembleia, como o ato público em conjunto do Fórum Estadual das Entidades Sindicais dos Servidores, no dia 23 de outubro, no Centro Cívico em Curitiba, tendo como bandeiras o novo modelo de saúde e novo plano de custeio da Paranaprevidência.
Ainda a categoria vai promover uma campanha ao longo de outubro, marcado para ser oMês de Valorização Profissional, com debates e exibição de vídeos para funcionários de escola e professores. Estão previstos ainda seminários macrorregionais de diretores e pedagogos, bem como reuniões dos Coletivos de Funcionários Estadual e Regionais.
Informes - Antes das deliberações, os trabalhadores da educação puderam ter conhecimento da última etapa de negociação, realizada ontem, entre APP e governo. A presidenta do sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, relatou os problemas enfrentados na negociação com relação aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre despesa com pessoal e da iniciativa da APP em buscar no Tribunal de Contas formas de mitigar as restrições da lei, o que permitiria maiores avanços para os trabalhadores. Para isso, a assembleia deliberou pelo acompanhamento da votação desta matéria no Tribunal de Contas.
A presidenta ainda informou dos avanços na discussão sobre o novo concurso do magistério, que ficará a cargo da Secretaria de Educação e da Secretaria de Administração, mas que ainda não tem definida a instituição que o levará a efeito. Cinco instituições participam da licitação por carta convite e em 15 dias deve ser definida a vencedora. A partir daí haverá o cronograma; a Seed, porém, estima que apenas a primeira etapa, a prova escrita, será realizada este ano; a prova didática, que não terá mais caráter eliminatório, mas contará com nota mínima para corte, deve ser realizada em 2013. Uma grande conquista da APP foi a eliminação da prova psicológica, inicialmente proposta pela Seed. No início das aulas, diante da carência de docentes, o suprimento será feito com PSS.
Ontem, saiu o edital do PDE 2013, no qual se encontram propostas acolhidas pelo governo com relação ao tempo de serviço completo e cursos. Não foi admitida, contudo, a liberação total das aulas extraordinárias, tema que voltará ao debate com o governo.
Remoção de funcionários - Outra conquista importante anunciada pela professora Marlei foi o inédito concurso de remoção para funcionários de escola, que acontece pela primeira vez, agora no mês de novembro, logo depois do concurso de remoção de professores, de outubro. Já o cargo de 40 horas continua sob questionamentos do Ministério Público. O debate, porém, prossegue, e a APP vai a um novo debate com o procurador-geral, Gilberto Giacoia.
Piso - Conforme já definido na reunião do Conselho, foram definidas ações de integração da APP nos debates nacionais da regulamentação da carreira docente e o acompanhamento da tramitação da ação direta de constitucionalidade na qual seis governadores contestam o critério de correção do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN). Para isso serão confeccionados e distribuídos cartazes denunciando os "Traidores da Educação". A assembleia também aprovou o acompanhamento do debate e votação do Plano Nacional da Educação (PNE) no Senado Federal.

Bancários iniciam greve e fecham agências em Curitiba


Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo / Categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%)Categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%)
GREVE

Bancários iniciam greve e fecham agências em Curitiba

Caixas eletrônicos funcionam normalmente, mas, em alguns bancos, não há envelopes disponíveis para a realização de depósitos
A Gazeta do Povo está promovendo uma cobertura interativa com os leitores, para compartilhar informações sobre as agências bancárias abertas e fechadas. Para participar, compartilhe informações pelo Twitter, com o uso da hashtag #gpgreve, e pelo Facebook, no perfil da Gazeta do Povo – Economia. Os comentários são replicados no quadro abaixo.
A reportagem percorreu dez agências bancárias do Centro da cidade e todas estavam fechadas pela manhã. Os caixas eletrônicos funcionam normalmente, porém, três locais, entre os visitados, não tinham envelopes para a realização de depósitos. São eles: Itaú, da Marechal Deodoro da Fonseca; Banco do Brasil, da Praça Tiradentes; e Caixa Econômica Federal, da Praça Carlos Gomes.
Nos locais em que faltam envelopes, os funcionários que auxiliam as pessoas nos postos de auto atendimento fazem recomendações aos clientes. A maioria deles diz para as pessoas procurarem o quanto antes agências dos bairros, pois não se sabe até quando os bancos dos locais mais afastados do Centro ficarão abertos.
A estimativa do Sindicato dos Bancários de Curitiba é de que, em um primeiro momento, as agências da região central fiquem fechadas. O movimento deve se espalhar com o passar dos dias para outros pontos da cidade.
Segundo o sindicato, as entidades patronais não entraram em contato nem fizeram contraproposta após a decisão pela paralisação e a categoria decidiu por iniciar a greve. A categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%).
Funcionários também reivindicam participação nos lucros de três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese (R$ 2.416,38) e vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outras solicitações.
Os bancários entregaram a pauta com as reivindicações no dia 1º de agosto; a data-base da categoria é 1º de setembro. Após nove rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), não houve acordo para o índice de reajuste.
Durante a greve, os caixas de auto-atendimento vão continuar funcionando normalmente para atender aos clientes.
Segundo balanço do Dieese, quase a totalidade das categorias (97%) que fecharam acordo no primeiro semestre do ano tiveram aumento real e a média de aumento real recebido foi de 2,23% --o melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pelo órgão desde 1996.
Os bancários argumentam que os altos executivos dos quatro principais bancos --Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander-- deve crescer 9,7% entre 2011 e 2012.
No ano passado, os bancários cruzaram os braços durante 21 dias, na greve que contou com participação recorde dos cerca de 500 mil bancários.
Febraban
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, disse na sexta-feira (14) que a entidade tinha até esta segunda para negociar com os bancários em vários Estados.
"Continuamos intensamente em processo de negociação. O interesse é evitar a paralisação, que não é boa para os bancos nem para os bancários --e muito menos para a população", disse o executivo. Portugal não comentou qual poderia ser a contraproposta dos bancos.

5 passos para achar a escola ideal.



Terça-feira, 18/09/2012
Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo /
MATRÍCULAS

5 passos para achar a escola ideal.

Está aberta a temporada de matrícula escolar para 2013. Para os que vão ingressar em uma nova etapa do ensino fundamental ou mudar de escola, os pais têm em média dois meses para procurar e decidir qual o local ideal para o filho. A busca pode parecer fácil, mas para que o resultado seja o melhor possível é preciso ficar atento a pequenos detalhes, que vão desde as atividades extracurriculares até o tipo de exposição que a instituição realiza em seus murais. Confira as principais dicas dos especialistas:
Valores
Transição não deve eliminar ações lúdicas
Para os pais de crianças que vão sair da educação infantil e ingressar no 1.º ano do ensino fundamental, a escolha da escola requer mais atenção. Como se trata de uma fase que tem um nível maior de exigência, os filhos podem se sentir inseguros se a mudança for brusca. “A escola não pode focar só na alfabetização. É preciso que haja espaço para o lúdico, que ela possa brincar bastante, ir ao parque”, diz a professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná Adriane Knoblauch.
Um dos problemas que podem ocorrer nessa transição é o aluno não ter sua individualidade atendida – como acontecia na pré-escola –, já que a dinâmica do ensino torna-se outra. Por isso, de acordo com a coordenadora de educação infantil da Escola Ursinho Pimpão, Renata Reiz, o professor precisa estabelecer um vínculo afetivo e transmitir segurança e confiança. “Se houver muita discrepância entre o trabalho entre a antiga e a nova escola o aluno pode ter dificuldade em se integrar à nova rotina.”
Escolha criteriosa
Pensando nisso a pedagoga Andrea Mara Bella Cruz visitou sete escolas para seu filho Pedro, 6 anos, que começa no ensino fundamental ano que vem. “Queria algo que se assemelhasse ao ambiente que encontrei na educação infantil, ou seja, um lugar em que ele fosse estimulado, mas que ao mesmo tempo fosse respeitado em sua individualidade.”
Andrea também fez algo muito indicado pelos educadores, conversou com pais que tinham filhos nas instituições de interesse. Isso importa porque nem sempre pedagogos e diretores cumprem o que prometem nas entrevistas.
Indicadores
Os indicadores de desempenho, como o Índice de Educação Básica (Ideb), podem ser levados em conta na hora de escolher o melhor colégio. Escola com bom desempenho revela um bom trabalho. Entretanto os especialistas recomendam que a família não se prenda pelo melhor desempenho, ou seja, queira apenas a escola que ficou em primeiro lugar, já que as provas não conseguem refletir toda a realidade de uma escola.
Se arrependimento matasse...
Quais os itens que você não reparou na busca pela escola do seu filho e que você sente falta agora? E o que você indica como critério para que uma escola seja considerada boa?
O primeiro ponto a ser levado em conta – e o mais importante segundo os educadores – é o tipo de valor moral que a escola transmite, a sua ideologia. É importante que seja a mesma dada em casa pela família, para que os discursos não sejam contraditórios e não confunda a criança. Para saber quais são esses valores, é preciso descobrir a proposta pedagógica da instituição, conversando com o diretor e pedagogo.
Segundo a professora do Departamento de Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Adriane Knoblauch, se os pais forem religiosos e desejarem que a religião esteja presente na educação formal, as escolas confessionais são o ideal. Vale lembrar que nem todas as dirigidas por religiosos são confessionais, é preciso que o assunto esteja no currículo.
Se a família valoriza a competitividade e quer que a criança seja preparada desde cedo para o mercado e aprenda a se superar e a superar os outros, vale ficar de olho em instituições que premiam os melhores alunos. “Observe os murais: se apenas poucos trabalhos estiverem lá – e não de todos os alunos – é um sinal de que ela privilegia o desempenho”, diz Adriane. Porém se a criança for ansiosa, a competição pode estimular esse sentimento, causar estresse precoce, afetar seu desempenho e causar baixa autoestima, como explica o pesquisador e doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Malheiro.
Perto ou longe?
As opções de boas escolas são muitas e estão por toda a cidade. Então é comum ficar em dúvida se é melhor deixar a criança estudar perto de casa ou se vale a pena investir em uma mais longe, que seja preciso atravessar a cidade. A orientação é que a família observe se os horários disponíveis dos pais ou responsáveis irão bater com o do filho, para que dê tempo de levá-lo e buscá-lo sem que ele chegue atrasado. “Atrasos frequentes geram atritos na família”, comenta a professora da Escola de Educação e Humanidades da PUCPR Joana Romanowski. No caso dos que vão de transporte escolar, os pais precisam calcular se ele não ficará mais de uma hora dentro do veículo, o que deixa a criança cansada e menos disposta a aprender.
De olho na sala e na segurança
Muitas instituições apostam em belas e suntuosas estruturas para chamar a atenção da família. Mas é importante ter em mente que tecnologia de última geração, piscina e fachada impecável não são relevantes para o aprendizado. O importante é, segundo Adriane, observar a sala de aula. É lá que o aluno vai passar a maior parte do tempo. Por isso perceba se é bem arejada – para evitar que a criança sinta sono –, se as atividades de artes ficam expostas – o que significa que a professora valoriza o trabalho dos alunos – e, no caso das turmas de alfabetização, se há recursos visuais que incentivem o aprendizado. “É um ponto a favor a instituição ter salas temáticas, como de geografia, ciências e matemática”, diz.
Quanto ao espaço externo, é bom olhar os parques, ver se há área verde, se existem brinquedos seguros e condizentes com a idade das crianças. A segurança é outro item relevante e uma das grandes dúvidas dos pais segundo a diretora da sede Batel do Colégio Dom Bosco, Célia Bitencourt. O ideal é que o colégio controle a entrada de pessoas nos horários de aula, que saiba como a criança vai embora e que só a entregue ao responsável.
Deixe a criança desempatar
Além de todas as características, durante uma visita à escola é importante observar como estão os alunos que estudam ali. Se estão felizes e soltos ou apreensivos e desanimados. Isso será uma amostra de como as crianças se sentem naquele ambiente. Uma dica: depois de separar pelo menos três escolas que agradem, os pais devem levar o filho para conhecê-las e deixar que ele desempate. “A família tem de ter em mente que mesmo que ele observe todos os fatores, não é ela que vai ficar ali, mas a criança. Então o lugar tem de ser agradável para ela acima de tudo. É ela quem tem de olhar e dizer: é aqui que eu quero ficar”, explica Joana.
Para um bom resultado, precisa existir uma identidade entre aluno e escola. Os educadores são unânimes em falar que se a criança não gostar do local, não se sentir bem lá e estimulada, terá dificuldade em aprender.
Extras
Uma parte do que se aprende na escola está no currículo básico que é estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) e, portanto, vale para todos os colégios. Outra parte vai depender do plano pedagógico da instituição, que pode incluir desde dança e natação na educação física, até disciplinas como empreendedorismo. Nesse caso os pais devem ter em mente o que desejam para o filho e conversar na escola sobre como são trabalhados os conteúdos extracurriculares. Dentro deles estão também as festas, eventos e feiras de ciências. “Isso incentiva a atividade em grupo e mostra que a escola não prioriza conteúdo, mas formação”, fala Célia. Mas para dar conta de tudo isso é imprescindível um profissional qualificado e competente. Claro que é o dia a dia que permite uma conclusão, mas existe uma técnica simples que pode ser usada durante as visitas, sugerida pela gestora do Colégio Bom Jesus Nossa Senhora de Lurdes, Cleide Barbosa: pedir que o diretor mostre a quantidade de professores com formação, especialização, mestrado e doutorado. Esse é um bom indicativo de qualidade.

Qual a melhor forma de vir ao mundo?


A dúvida acomete dez entre dez grávidas: qual é a melhor maneira de dar à luz? De forma natural, como as antepassadas, ou se valendo das supostas facilidades trazidas pelo avanço tecnológico? Com ou sem anestesia? E qual o melhor ambiente? No aconchego do lar ou no hospital? Não há uma só resposta, e a individualidade dos casos precisa ser respeitada – deve-se levar em conta a recomendação do médico, a segurança, o desejo da mãe, o grau de risco da gravidez, o conforto, o desenvolvimento tecnológico do local do parto e até o estado psicológico da parturiente. Também é importante se basear no que se sabe a respeito.

Os conhecimentos produzidos na área de obstetrícia têm aumentado, e pesar prós e contras dos diferentes tipos de parto dá segurança à mulher, ao médico e ao protagonista da história: o bebê que vai chegar.
Parto normal no hospital
Como é: o bebê nasce sem intervenções cirúrgicas de grande porte ou técnicas invasivas, mas pode ocorrer o uso de anestesia, medicamentos para acelerar as contrações e o corte do períneo (ligação entre ânus e vagina) para aumentar a área de passagem do bebê.Duração: em média, desde que há dilatação mínima e contrações recorrentes até o momento em que a criança sai do corpo da mãe, passam-se em média oito horas, período chamado de “trabalho de parto ativo”.Recomendação: em 85% dos casos este é o procedimento mais adequado, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma vez que oferece menos riscos para a mãe (são menores as chances de hemorragias, lesões nos órgãos, infecções e problemas decorrentes de anestesia mal aplicada). O bebê também é beneficiado, uma vez que, ao passar pelo canal vaginal, tem seu tórax comprimido, o que ajuda os pequenos a expelirem fluidos dos pulmões, diminuindo os ricos de asfixia. Recuperação: a alta do hospital ocorre, em média, após dois dias. Em no máximo um mês a mãe já está totalmente recuperada.
Cesárea

Como é
: o bebê é retirado do corpo da mãe através da barriga. Os médicos fazem um corte no local, que atravessa sete camadas de tecido. É um procedimento cirúrgico, que exige anestesia. Duração: de 40 minutos a uma hora. Recomendação: em 15% dos casos é a melhor solução para garantir a segurança da mãe e do bebê. São casos em que a mãe é hipertensa, há ocorrência de hemorragias, o bebê não passa pelo canal vaginal, está em posição transversal ou a bolsa amniótica rompeu antes do tempo. Também é recomendado quando o cordão umbilical está enrolado no pescoço da criança e quando a mãe é portadora do vírus HIV. Recuperação: além de o risco de infecções ser 7 vezes maior, a recuperação da cesárea é mais demorada. A alta do hospital ocorre três dias após o parto, e a cicatrização superficial, após 15 dias. Já a permanente, quando ela atinge seu aspecto final e está resistente a trações, ocorre até três meses após o parto.
Parto humanizado (no hospital ou em casa)

Como é
: parto normal, feito em casa ou no hospital, com algumas diferenças: a mulher dá à luz na posição que escolher (geralmente de cócoras). Não há o uso de substâncias que acelerem as contrações nem anestesia, e o períneo não é cortado. Não há exames de toque e a mulher decide se quer fazer a raspagem dos pelos pubianos. O ambiente é mais calmo, com a presença de acompanhantes. 

Duração
: o bebê é quem “decide” quando vai nascer. Costuma demorar, em média, 13 horas.Recomendação: quando a gestação é de baixo risco. Em geral, a comunidade médica aprova o parto humanizado, desde que no hospital, pois em caso de complicações, a estabilização do bebê ou da mãe é mais rápida. Recuperação: a alta pode ocorrer em até um dia após o parto, e a recuperação total pode ser ainda mais rápida por conta de não haver procedimentos invasivos.
Fontes: Antônio Paulo Mallmann, médico obstetra da Maternidade Santa Brígida e professor de Ginecologia Obstetrícia da PUC-PR; Marcos Takimura, médico obstetra, gerente-médico de assistência do Hospital do Trabalhador e professor da UFPR e da Universidade Positivo.