Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Guia do eleitor - Gazeta do Povo


-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
INSTITUIÇÕES

Entenda o que faz o vereador, o prefeito e o vice-prefeito

-
SISTEMA PROPORCIONAL

Saiba como são eleitos os vereadores

-

70% das crianças até 4 anos estão fora da escola no Brasil



Quarta-feira, 03/10/2012
Walter Alves/Gazeta do Povo
Walter Alves/Gazeta do Povo /
EDUCAÇÃO INFANTIL

70% das crianças até 4 anos estão fora da escola no Brasil

Preocupação tardia do governo e ineficiência dos municípios tornam lento o ingresso da primeira infância nas salas de aula.
Somente 30,8% das crianças brasileiras de zero a 4 anos frequentam creches ou pré-escola. Em Curitiba, o número de meninos e meninas nessa faixa etária é de cerca de 222 mil, mas 65,3% deles estão fora da sala de aula. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), publicada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O atraso na área fica evidente quando o Brasil é comparado com nações desenvolvidas. Entre os países membros da Organização para a Cooperação e o Desen­vol­vimento Econômico (OCDE), em sua maioria europeus, a porcentagem de crianças com 4 anos na pré-escola é de 81%. Considerando apenas essa idade, o índice brasileiro não passa de 55%, segundo a própria OCDE.
Arquivo de família
Arquivo de família / <b>Filho em casa exige rotina organizada -</b> Silvia Francieli de Assis Martins, 30 anos, optou por não matricular o filho Artur, de 1 ano e 4 meses (foto), em uma escola de educação infantil. Ela e o marido fizeram uma programação financeira que lhe permitisse não trabalhar fora durante os primeiros anos de vida do menino. Silvia presta consultoria na área de segurança do trabalho, e exerce suas atividades profissionais de dentro da própria casa. “Ele é pequeno demais para deixá-lo numa creche, onde talvez não lhe deem a devida atenção, e onde as salas, muitas vezes, ficam lotadas”, justifica Silvia. Sobre os estímulos pedagógicos necessários, ela afirma organizar a rotina de Artur com brincadeiras, passeios diários ao ar livre, pintura e natação, duas vezes por semanaAmpliar imagem
Filho em casa exige rotina organizada - Silvia Francieli de Assis Martins, 30 anos, optou por não matricular o filho Artur, de 1 ano e 4 meses (foto), em uma escola de educação infantil. Ela e o marido fizeram uma programação financeira que lhe permitisse não trabalhar fora durante os primeiros anos de vida do menino. Silvia presta consultoria na área de segurança do trabalho, e exerce suas atividades profissionais de dentro da própria casa. “Ele é pequeno demais para deixá-lo numa creche, onde talvez não lhe deem a devida atenção, e onde as salas, muitas vezes, ficam lotadas”, justifica Silvia. Sobre os estímulos pedagógicos necessários, ela afirma organizar a rotina de Artur com brincadeiras, passeios diários ao ar livre, pintura e natação, duas vezes por semana
Uma nova atitude após a escolinha
A professora Raquel Terezinha Zanon Belniaki, 36 anos, só tem elogios para a creche em que a filha Valentina, de 3 anos (foto), está matriculada. Residente em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, Valentina frequenta desde os 2 anos de idade o Centro Municipal de Educação Infantil Jardim do Conhecimento. Segundo Raquel, desde o ingresso da filha na creche, os avanços no comportamento da menina são facilmente percebidos. “Ela conta histórias com começo, meio e fim, a memória melhorou e nossas conversas ficaram mais ricas em conteúdo”, conta. Valentina fica meio período na creche todos os dias, enquanto Raquel trabalha numa escola municipal da cidade.
Dê sua opinião
Você concorda que a pré-escola é melhor para o desenvolvimento da criança do que ficar em casa? Por quê?
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Nas últimas décadas, pesquisas dedicadas à primeira infância constataram que é nessa fase da vida que o ser humano tem o maior potencial de aprendizagem. As consequências do desenvolvimento infantil são percebidas até a idade adulta. Crianças que não recebem os estímulos necessários para a compreensão de linguagens, desenvolvimento motor e sociabilidade, entre outras habilidades, acabam tendo dificuldades em acompanhar os colegas quando chegam ao ensino fundamental.
Embora especialistas reconheçam que é possível oferecer os estímulos necessários a crianças de até 3 anos em casa, o ambiente ideal para um desenvolvimento saudável exige uma série de fatores não muito comuns à maioria dos lares, como um adulto devidamente instruído para oferecer experiências construtivas, espaço amplo, atividades ao ar livre, contato com outras crianças e grupos sociais livres de violência.
A preocupação tardia do país com a instrução na primeira infância é uma das causas para a dificuldade do poder público em suprir a demanda na área. Segundo a professora do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Neide Capeletti, até a década de 80 a educação infantil era vista como uma atividade vinculada à assistência social e não propriamente à educação. “A maioria das creches era mantida por instituições de caridade e as poucas escolas infantis privadas eram voltadas às famílias mais ricas”, diz.
Ela explica que somente após a Constituição de 1988 é que se passou a entender a educação infantil como responsabilidade do Estado. Ainda assim, as redes de creches municipais só se popularizaram depois da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996.
Para o pesquisador Fran­cisco Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia, vinculado à Fundação Getulio Vargas, a lenta evolução do atendimento público no setor se deve também à ineficiência do poder municipal. “Muitos municípios não têm a menor condição financeira ou de gestão para administrar a educação infantil, por isso muitas creches são feitas via convênios com empresas”, diz.
Universalização
Para o país cumprir a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (matricular todas as crianças de 4 e 5 anos na rede pré-escolar, seja pública ou privada, até 2016), o governo federal têm previstos investimentos no setor para auxiliar os municípios. Em agosto foi anunciada a intenção de se construir 6 mil novas escolas de educação infantil até 2014. Dessas, cerca de 3 mil já estariam com os projetos aprovados.
Investimento no futuro
Estímulos nos primeiros anos de vida fazem toda a diferença
A forma como a educação infantil passou a ser vista pelo poder público se deve muito à pesquisa do professor norte-americano James Heckman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2000. Segundo ele, é a partir dos 3 anos de idade que começam a surgir as características pessoais decisivas para um bom desempenho na vida social, possibilitando, inclusive, ascensão econômica. “Baseado em projetos desenvolvidos nos Estados Unidos, Heckman constatou que cada dólar investido na educação da primeira infância deu um retorno de nove dólares para a sociedade”, explica o doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Malheiro.
Eduardo Queiroz, diretor-presidente da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, especializada em pesquisas sobre a primeira infância, também atribui a Heckman parte da relevância que o tema ganhou. O grau de detalhamento dessas pesquisas chega a mostrar que crianças devidamente estimuladas na primeira infância têm menos chances de abandonar a escola quando chegam ao ensino médio, e tendem a ter salários 36% maiores do que aqueles que não receberam suficiente atenção até os 4 anos.
Para a psicopedagoga e professora da PUCPR Maria Sílvia Bacila Winkler, a educação infantil é o melhor investimento que os pais podem fazer entre todos os ciclos da educação. “Esses seis primeiros anos de vida são a base de todas as outras aprendizagens”, afirma.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Reta final para o vestibular


Daniel Castellano / Gazeta do Povo / A pouco tempo para o início da maratona de provas, Brenda Nascimento, 18 anos, mantém o ritmo dos estudosA pouco tempo para o início da maratona de provas, Brenda Nascimento, 18 anos, mantém o ritmo dos estudos
ANSIEDADE

Reta final para o vestibular

Faltando pouco tempo para o Enem e a primeira fase da UFPR, estudantes precisam manter o ritmo e investir em atualidades.

A praticamente um mês da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado nos dias 3 e 4 de novembro, e a dois meses da primeira fase da Universidade Federal do Paraná (UFPR), muitos alunos se perguntam como se preparar para a reta final. Embora a regra mude um pouco dependendo da concorrência de cada curso, é consenso entre os professores de que agora é – mais do que nunca – hora de manter o foco e não deixar o ritmo do estudo reduzir.
Simule sua nota
A equipe do Vida na Universidade desenvolveu um aplicativo no qual o aluno pode “chutar” notas da primeira fase e descobrir quanto precisar tirar na segunda fase.
Sem perder o ritmo dos estudos
Brenda Nascimento, 18 anos, é candidata ao curso de Engenharia de Produção e tenta uma vaga no ensino superior pela segunda vez. A pouco tempo para o início da maratona de provas, ela mantém o ritmo de estudos que adotou no começo do ano: cinco horas por dia em casa, fora as aulas do cursinho. “Eu acredito que minha preparação – que levei a sério o ano todo, sem deixar atrasar conteúdo – vale tanto para o Enem quanto para os vestibulares”.
Dicas
Fique de olho em pequenas sugestões que podem fazer grande diferença na hora da prova:
>> Na prova do Enem, comece respondendo os assuntos que domina. Deixe os mais difíceis para o final.
>> Como o Enem é corrigido segundo a Teoria de Resposta ao Item (TRI), se o candidato chuta tende a tirar nota mais baixa. Por isso, mesmo que você não saiba responder a questão, tente pelo menos ler com calma o enunciado. Muitas vezes a resposta – ou o caminho para ela – está lá.
>> Os simulados são bons parâmetros para medir desempenho. Use os erros cometidos para identificar as suas falhas e acertar no vestibular.
>> Para o Enem, invista em fazer exercícios das provas anteriores uma ou duas vezes por semana.
>> Revise os temas mais debatidos pela mídia durante o ano. Além de serem quentes para a redação, podem aparecer contextualizados em alguma questão, tanto no Enem quanto no vestibular.

  • Porém, engana­se quem pensa que, como a prova do Enem ocorre antes, é preciso se concentrar nela primeiro. O professor e diretor do Curso Acesso, Ivo Lessa Filho, diz que não existe uma preparação específica para o exame, pois quem está estudando para os vestibulares tradicionais dará conta de responder a prova. “Embora hoje o Enem esteja um pouco mais focado em conteúdo, ele abrange bastante análise de gráficos, números, tabelas e interpretação de texto, coisas que estão inclusas na preparação de um vestibulando” .
Por isso, os cursinhos não investem em nada muito elaborado para o Enem, como revisão de véspera, por exemplo. O que fazem é, no mês de outubro, usar o contraturno para praticar muitos exercícios nos moldes da prova. A dica de Lessa é separar uma ou duas vezes por semana no mês de outubro para a resolução de questões das últimas provas do exame, que podem ser encontradas no portal do Inep ou nos sites dos cursinhos.
Também é válido – não só para o Enem, mas para todas as provas de vestibulares – fazer um apanhado de assuntos que foram destaque na imprensa durante o ano, principalmente nas áreas de saúde pública, educação e política. Eles devem cair não só na prova de Redação e Língua Portuguesa, como em Geografia, Biologia e até Matemática, contextualizados nos enunciados das questões.
Cuidados
Com o pouco tempo que resta até as datas das provas, é comum que os alunos queiram intensificar o ritmo de estudos, principalmente para o vestibular da UFPR, que é o mais concorrido do estado. Porém os professores alertam: ou o estudante mantém a mesma quantidade de horas diárias de estudo ou, se aumentar, não pode prejudicar a alimentação e muito menos as horas de sono. “É preciso cuidar porque se estudar demais poderá ter fadiga. Se reduz, dá preguiça e perde o ritmo”, diz o coordenador pedagógico do curso Dom Bosco, Heliomar Rodrigues Pereira.
Há ainda os que não estudaram nada até agora e que pretendem começar o superintensivo, que é uma modalidade que os cursinhos oferecem nessa época, com duração de cerca de um mês, na qual são feitos exercícios que revisam os conteúdos mais importantes. Para Lessa, no entanto, é muito difícil que um candidato a um curso concorrido consiga sucesso dessa forma, ainda que não exista regra fixa.
“Se a concorrência for baixa, como um candidato por vaga, por exemplo, até dá. Fora isso é pouco provável concorrer de igual para igual com quem estuda desde fevereiro. Se for colocar na ponta do lápis, quem se dedicou desde o começo do ano viu cerca de 3 mil páginas de conteúdo”, comenta.
>>> Simule sua nota
Durante o ano, os alunos que estão no terceiro ano ou no cursinho costumam fazer simulados para saber como anda seu desempenho. Porém, eles conseguem ter uma ideia de quantas questões acertam das 80 que caem na primeira fase e até de como estão nas provas discursivas, mas não sabem se com a nota que tiram passariam ou não na segunda fase da UFPR. Isso acontece porque, desde que aderiu ao sistema de cotas, a instituição não divulga a nota final do último classificado em cada curso.
Por isso a equipe do Vida na Universidade desenvolveu um aplicativo no qual o aluno pode “chutar” notas da primeira fase – de acordo com o desempenho que tem tido nos simulados – para descobrir quanto precisa alcançar na segunda fase para ser aprovado.
O cálculo é feito segundo a nota do último aprovado em cada curso no Vestibular 2011/2012 da UFPR, divulgado com exclusividade para a Gazeta do Povo. Mas atenção: a nota de corte é usada no cálculo feito pela ferramenta para indicar aprovação ou não, mas, a pedido da Universidade, não está explícita no aplicativo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Começa hoje a demolição do Ahú



Segunda-feira, 01/10/2012
Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / Russi trabalhou durante 11 anos na unidade e agora ficou responsável pelo resgate históricoRussi trabalhou durante 11 anos na unidade e agora ficou responsável pelo resgate histórico
FIM DO CÁRCERE

Começa hoje a demolição do Ahú

Presídio centenário, desativado em 2006, será adaptado para receber o novo Fórum Cível da comarca de Curitiba e região metropolitana.
O silêncio impera no local que já serviu para abrigar até 900 presos. As mais de 150 celas guardam nas paredes as lembranças de quem passou pela Prisão Provisória de Curitiba que, embora hoje começa a ser parcialmente demolida, ainda povoa o imaginário popular como Presídio do Ahú. No interior dos cárceres se mantém praticamente intactos os grafites, desenhos nas paredes, as frases extraídas da Bíblia e diversos recortes de revistas. Outras frases clamam por liberdade e citam nomes e lugares que fizeram parte da vida dos presidiários.
O cheiro de urina em alguns cantos do prédio dá indícios de que alguém ainda poderia estar ali. As paredes de quase 40 centímetros de espessura testemunham o ranger das grades ecoar pelos corredores vazios. Nessas celas de aproximadamente 8 metros quadrados podiam caber deitados até nove presos. O banho era gelado. Apenas quem tivesse recomendação médica tinha direito a chuveiro elétrico. Em alguns desses cubículos, o número era limitado a três pessoas.
O pátio destinado ao banho de sol abriga as traves de futsal e as tabelas de basquete. Ao mesmo tempo em que ali era o espaço da recreação dos presos, também era o palco de muitos planos de fuga, consumo de drogas e brigas. A maioria das ‘reuniões’ de presos ocorria ao pé de uma pintura de Jesus Cristo – no canto esquerdo do pátio. “Era ali que a maioria das rebeliões era traçada. Além do consumo de maconha e outras drogas”, conta Félis Russi Filho, que trabalhou por 11 anos como assistente social do presídio do Ahú e hoje é responsável pelo resgate histórico do espaço.
No subsolo do Ahú, um calabouço frio e úmido com cinco solitárias se deteriora com o passar dos anos. Cada solitária de um metro de largura por 1,70 de altura e 1,80 m de comprimento foi cúmplice de sofrimento de inúmeros detentos por cerca de 50 anos – ao menos entre 1925 e 1975. “Esse local não era mais usado há tempos. Muito provavelmente foi utilizado mais fortemente em épocas de regime militar”, conta Russi.
Abandonado, o prédio do presídio – que traçou os primeiros passos dos 104 anos do sistema penitenciário no Paraná – carrega os desgastes do tempo. São rachaduras, problemas de fiação, sujeira e bolor espalhados pelas seis galerias. O prédio inaugurado em 1903, como Hospício Nossa Senhora da Luz, teve suas obras iniciadas em 1896 e funcionou até janeiro de 1907. No ano seguinte deu lugar ao presídio.
Reforma
Desativado desde agosto de 2006, o presídio deve ser revitalizado. Ainda não há um plano efetivo em andamento. A ideia inicial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) era transformar todos os 67,7 mil metros quadrados em um Centro Judiciário, projeto adiado por falta de recursos. A obra total é orçada, segundo o presidente do TJ, Miguel Kfouri Neto, em R$ 750 milhões. Por isso, o centro deverá ser realizado por etapas.
De acordo com Kfouri, parte das dez edificações anexas ao presídio do Ahú começa a ser demolida hoje. Nessa região, ocupando 15,6 mil metros quadrados, será construído o novo Fórum Cível da comarca da Região Metropolitana de Curitiba. As obras estão estimadas em R$ 14 milhões. A previsão é de que em janeiro estejam concluídas.
“O prédio histórico do Ahú será preservado. O local deve abrigar um museu penitenciário. Estudamos uma parceria público-privada para poder colocar o plano do Centro em ação. A iniciativa privada poderia utilizar parte do terreno para construção de prédios comerciais, por exemplo”, afirma Kfouri.

1
VIDA E CIDADANIA | 2:31

Antigo Presídio do Ahú deve virar museu

Abandonado, o centenário prédio permanece intacto. Palco de mortes, sofrimentos e rebeliões, o local aguarda projeto para ser revitalizado.

Parada da Diversidade reúne milhares de pessoas em Curitiba


Hugo Harada/Gazeta do Povo / Participantes capricharam no visualParticipantes capricharam no visual
PASSEATA

Parada da Diversidade reúne milhares de pessoas em Curitiba

Passeata atravessou a Avenida Cândido de Abreu, no Centro, com seis trios elétricos seguidos por multidão animada.
A Parada da Diversidade reuniu milhares pessoas em Curitiba neste domingo (30). Os participantes percorreram, em passeata, a Avenida Cândido de Abreu, em Curitiba.
Movimento pede que espaço seja rebatizado para “Praça do Homem Nu e da Mulher Nua”
Praça 19 de Dezembro, no centro de Curitiba, é também conhecida como “Praça do Homem Nu” devido à estátua de autoria dos artistas Erbo Stenzel e Humberto Cozzo. Contudo, o Homem Nu da praça tem uma companheira - uma mulher igualmente nua, sentada a certa distância, à sua direita.
O movimento LGBTT, no entanto, não acha justo o fato de a praça ser chamada apenas de Praça do Homem Nu, ainda que seja apenas um apelido, de acordo com Ton Cris Paiva, da equipe de eventos do movimento. “Não queremos rebatizar a praça, apenas deixar o nome mais justo. Tem a estátua de uma mulher lá também”, esclarece Paiva.
De acordo com Igor Francisco, da assessoria de comunicação da associação da parada da diversidade, o uso do apelido incluindo a mulher é uma prática de divulgação já usada pelo movimento feminista e tem como objetivo diminuir as influências do machismo. “Por conta disso, nós trabalhamos com o nome “Praça do Homem Nu e da Mulher Nua”.
Segundo a organização do evento, o público atingiu a meta estabelecida para este ano, ficando em torno de 100 mil pessoas. Já para a Polícia Militar (PM) a presença ficou em 7 mil pessoas. A Guarda Municipal, que fez uma estimativa na concentração de saída do evento, no início da tarde na Praça 19 de Dezembro, registrou 10 mil presentes.
Animados, os participantes foram até a Praça Nossa Senhora da Salette, em frente ao Palácio Iguaçu, onde a Associação Paranaense da Parada da Diversidade (Appad) organizou shows previstos para serem realizados até as 20h30. Esta é a 17ª edição do evento em Curitiba e a 7­ª organizada pela Appad.
Celebrar a diversidade
O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, fez um discurso durante o início oficial do evento. Ele disse estar feliz ao lado do marido David Harrad e do filho Alyson. "Este é um dia especial para nós, uma oportunidade de celebrar a diversidade", disse.
O menino Alyson, de 11 anos, pôde ser adotado pelo casal apenas neste ano. Toni e David começaram os trâmites para a adoção em 2005. Por ser o primeiro caso de adoção conjunta por um casal homoafetivo na Vara da Infância de Curitiba, o órgão levou três anos para proferir a sentença: os dois só poderiam adotar meninas, e desde que elas tivessem mais de 12 anos. O casal recorreu à justiça e apenas em 2012 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu a autorização para a emissão da nova certidão de nascimento ao menino, emitida em agosto.
Dançando com os pais no trio elétrico, Alyson pediu a palavra e também fez seu discurso, pedindo o fim da homofobia.
Clima
Entre os presentes no evento, grupos de amigos, casais e famílias se divertiam ao som dos seis trios elétricos que tocavam músicas pop e eletrônicas. O estudante João Victor Assis, de 17 anos, foi pela primeira vez à parada. Ele é heterossexual e foi está na Parada em apoio à causa das lésbicas, gays bissexuais e travestis (LGBT). "Estou aqui com meus amigos porque acho importante as pessoas mostrarem que todos devem ter os mesmos direitos na sociedade", diz.
Já a estudante Juliane Prestes, 18 anos, é homossexual e participa pela quarta vez do evento. "Não gosto muito de festa, mas venho porque acho importante lutar pelos nossos direitos", relata. Ela comenta que percebeu um aumento no número de participantes nos últimos anos e acha que isso é sinal de maior aceitamento à diversidade.
Entre as bandeiras com as cores do arco-íris, símbolo da comunidade LGBT, via-se também as plumas e fantasias dos representantes da escola de samba curitibana Acadêmicos da Realeza. "Adoramos a festa, que é muito divertida, e aproveitamos também para apoiar a causa", explica a arquiteta Bianka Gevieski, que é diretora social e cultural da escola de samba.
Tema
A parada deste ano teve como tema “Seus direitos, nossos direitos, direitos humanos, por um Paraná livre do racismo, machismo e homofobia”. A organização aproveitou a oportunidade para pedir que os participantes sejam conscientes na hora de votar no próximo domingo e que escolham candidatos a favor da diversidade e dos direitos iguais para todos.
A passeata teve também um grupo de abre alas formado por deficientes auditivos carregando uma faixa com os questionamentos para a sociedade sobre inclusão e preconceito.
Bloqueios no trânsito
O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), a Secretaria Municipal de Transito de Curitiba (Setran) e a Guarda Municipal bloquearam o trânsito na região entre as 11 horas e o final da tarde. Segundo a Setran, a Rua Paula Gomes estve fechada depois da esquina com a Mateus Leme; a Cândido de Abreu teve bloqueios na Praça 19 de Dezembro, na Heitor Stockler de França, na Comendador Fontana, na Lysimaco Ferreira da Costa e na Santiago de Oliveira.
Segundo informações oficiais da PM, não houve registro de incidentes como brigas ou confusões durante a passeata.