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sábado, 24 de novembro de 2012

Dívidas e impasse político são ameaças ao Santo Sepulcro


Berthold Werner/Wikimedia Commons / Entrada principal da Basílica do Santo Sepulcro, local da morte e ressurreição de Jesus, segundo a tradição cristãEntrada principal da Basílica do Santo Sepulcro, local da morte e ressurreição de Jesus, segundo a tradição cristã
RELIGIÃO

Dívidas e impasse político são ameaças ao Santo Sepulcro

Lugar onde Jesus morreu e ressuscitou, segundo a tradição cristã, recebe a visita de 3 mil peregrinos por dia.
Uma dívida milionária com a companhia de água, divergências entre as várias denominações cristãs e o conflito palestino-israelense são os ingredientes do último drama que ronda o Santo Sepulcro, o lugar mais sagrado para a cristandade.
O problema teve início em 2004, quando a companhia de água Hagihon, de Jerusalém, apresentou aos responsáveis da Igreja uma conta de quase 3 milhões de euros (R$ 8,07 milhões), correspondente aos 15 últimos anos de consumo da basílica – onde, segundo a tradição, aconteceu a morte e a ressurreição de Jesus.
Natalie Behring/Reuters
Natalie Behring/Reuters / Visitantes aguardam para entrar no “túmulo” de JesusAmpliar imagem
Visitantes aguardam para entrar no “túmulo” de Jesus
As negociações não chegaram a um consenso e a empresa conseguiu recentemente que um tribunal congelasse as contas bancárias do Patriarcado Greco-Ortodoxo que, desde então, viu o banco devolver seus pagamentos e seus credores pedirem recibos e cortarem empréstimos.
A medida drástica gerou uma guerra, na qual os greco-ortodoxos proibiram o acesso dos representantes da Hagihon a suas instalações e ameaçaram fechar o acesso ao Santo Sepulcro, visitado todo ano por milhões de peregrinos e principal destino de boa parte dos turistas que Israel recebe.
Desde que os encanamentos e a água corrente substituíram as cisternas, o Santo Sepulcro foi eximido do pagamento de água, uma tradição respeitada pelas autoridades do Império Otomano, pelo Mandato Britânico, pelos líderes jordanianos e pelos israelenses, após a ocupação da Cidade Antiga e dos territórios palestinos em 1967.
Privatização
Mas o que diferentes governos permitiram e financiaram a empresa decidiu abolir. Em 1994 Jerusalém privatizou a gestão de água e a concedeu à Hagihon, que não está disposta a doar seus serviços a nenhum local, por mais sagrado que seja.
“A Igreja recebeu doações desde o século 4. Todos os governos cuidaram da basílica. Como podem os israelenses esperar que paguemos essa quantia agora?”, diz Wajeed Nuseibeh, guarda da chave do Santo Sepulcro.
Para Nuseibeh, “o mundo deve se responsabilizar pelas despesas de um lugar histórico tão importante, ao qual a cada dia chegam 3 mil pessoas e que na Semana Santa recebe mais de 20 mil fiéis”.
Críticas
O padre Stefano, sacerdote greco-ortodoxo e um dos guardas do recinto, ataca Israel: “O problema de verdade começou quando o governo israelense colocou as mãos em nossas contas. Agora não podemos pagar as despesas de nossos monges, nem nossos compromissos econômicos. Denunciamos ao governo e não pagaremos até que liberem nossas contas”.
Segundo o vigário da Custódia da Terra Santa, o franciscano espanhol Artemio Vítores, há alguns anos, durante as negociações com a Hagihon, as autoridades israelenses se ofereceram para solucionar o assunto, mas pediram que fosse escrita uma carta solicitando isso.
“É uma espécie de armadilha, porque se você pede a Israel que resolva o problema, você está de certo modo dizendo que Israel tem autoridade sobre a Cidade Antiga e sobre o Santo Sepulcro. E não se pode fazer isso porque se entra em conflito com a Jordânia, a Autoridade Palestina, a Arábia Saudita e os outros governos, portanto decidimos não fazê-lo”, justifica.
No entanto, Vítores diz que não se chegará de maneira alguma ao fechamento do lugar, justamente pelos contrapesos que há séculos gerenciam o local e dividem o poder de decisão entre três denominações cristãs: a armênia, a greco-ortodoxa e a católica romana.
Na opinião do vigário, fechar a basílica “significa fechar para milhões de peregrinos o motivo pelo qual vieram e fechar o coração do mundo cristão. Todos vêm para isso, para ver com seus próprios olhos, tocar com suas mãos. Fechar o Sepulcro é como tapar a boca ou tapar os olhos dos cristãos. E nem todo o dinheiro do mundo vale isso”.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MON recebe exposição Estruturas Brincantes; assista ao vídeo


MON recebe exposição Estruturas Brincantes; assista ao vídeo

A instalação, do artista plástico Geraldo Zamproni, está no espelho d’água do Museu e faz parte da comemoração dos dez anos do museu.
CADERNO G | 1:10

MON apresenta a exposição Estruturas Brincantes

Como parte da comemoração de seu aniversário de dez anos, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, inaugurou na noite da última quinta-feira (22) a instalação Estruturas Brincantes, do artista plástico Geraldo Zamproni, no espelho d'água do museu
A instalação Estruturas Brincantes, do artista plástico Geraldo Zamproni, é composta de estruturas feitas de fibras de vidro e que flutuam no espelho d’água do museu. A exposição pode ser conferida gratuitamente.
Para quem quiser conhecer outras exposições do MON, ele funciona de terça a domingo, das 10h às 18h.
Venda de ingressos até 17h30
Preços: R$ 4 inteira e R$ 2 para professores e estudantes com identificação
Entrada gratuita: menores de 12 anos, maiores de 60 anos e grupos pré-agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental

Mano Menezes é demitido da seleção brasileira


Antonio Scorza / AFP / Após 40 partidas em pouco mais de dois anos, Mano Menezes foi demitido da seleção brasileiraApós 40 partidas em pouco mais de dois anos, Mano Menezes foi demitido da seleção brasileira
SELEÇÃO BRASILEIRA

Mano Menezes é demitido da seleção brasileira

Saída do técnico foi concretizada após reunião entre dirigentes da CBF nesta sexta-feira. Felipão, atualmente desempregado, é o mais cotado para assumir o cargo.
Mano Menezes não é mais o técnico da seleção brasileira. A demissão foi definida na tarde desta sexta-feira (23) após uma reunião entre o presidente da CBF, José Maria Marin, o vice, Marco Polo del Nero, e o diretor de seleções da CBF, Andres Sanchez, na sede da Federação Paulista de Futebol. Mano assumiu a seleção depois da Copa do Mundo de 2010 e comandou a seleção em 40 partidas.
Trajetória
Mano Menezes chegou à seleção depois do fracasso do Brasil de Dunga na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. O treinador tinha a função de comandar uma seleção renovada, que estreou já com Paulo Henrique Ganso e Neymar entre os titulares. Mas o time que ele montou para a Copa América, em 2011, fracassou, eliminado nas quartas de final da competição do ano passado na Argentina.
O treinador falhou na tentativa de montar um time para a Copa do Mundo de 2014, que será jogada no Brasil. O seu maior teste foi nos Jogos Olímpicos de Londres, entre julho e agosto. Mas a geração de Lucas, Neymar, Oscar e Leandro Damião ficou com a medalha de prata, perdendo a final para o México.
Ainda assim, Mano ficou no cargo. Chamou Kaká de volta e definiu o quarteto de ataque com o jogador do Real Madrid ao lado de Oscar, Hulk e Neymar. A partir de setembro, a equipe evoluiu, goleando a China, o Iraque e o Japão. Mas aí veio o empate contra a Colômbia e a atuação pouco convincente diante da Argentina no Superclássico das Américas.
O treinador comandou o Brasil em 40 jogos, conquistando 27 vitórias, seis empates e sete derrotas. O problema é que a equipe tropeçou diante dos principais adversários de expressão que pegou nos últimos dois anos.
O técnico caiu depois de desavenças com Marin, que ultimamente já não confirmava a permanência do treinador a longo prazo.
O nome de Luiz Felipe Scolari é o mais cotado para ocupar a vaga. O treinador está desempregado desde que deixou o Palmeiras, neste ano, devido aos maus resultados da equipe, que acabou rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Marin esteve em Buenos Aires na noite de quarta-feira, para o jogo entre Brasil e Argentina, decisão doSuperclássico das Américas e que acabou sendo o último da era Mano. Mas foi embora quando o jogo estava 1 a 1. Não viu a decisão por pênaltis, a vitória do Brasil e a conquista do primeiro título da seleção brasileira em sua gestão.
A atitude contrasta com o que fez na final da Olimpíada de Londres, sua primeira competição no cargo. Logo após a derrota para o México em Londres-2012, o presidente da CBF foi ao vestiário e fez um discurso de apoio a Mano Menezes e aos jogadores.
Dias depois, em Estocolmo, onde a seleção venceu um amistoso contra a Suécia, Marin fez questão de falar com Mano na frente das câmeras. Apertou-lhe a mão, abraçou-o, deu entrevistas para bancá-lo no cargo.
Há duas semanas, no anúncio das sedes da Copa das Confederações, Marin foi novamente vago ao falar sobre a continuidade de Mano. "Vamos esperar passar o Natal", disse, quando questionado sobre o assunto.
Após a vitória nos pênaltis sobre a Argentina, o treinador fez um balanço positivo do ano da seleção - ressaltou o segundo semestre -, mas voltou a falar que "agora é o momento de ter serenidade".
Depois da derrota na decisão da Olimpíada, a seleção colecionou bons resultados. Bateu Suécia, África do Sul, China, Iraque e Japão; empatou com a Colômbia.
Nos duelos entre as seleções locais de Brasil e Argentina, os comandados por Mano venceram por 2 a 1 em Goiânia e perderam pelo mesmo placar em Buenos Aires. Mas levaram o título nos penais.
O ano oficialmente acabou para a seleção brasileira, que só volta a jogar no dia 6 de fevereiro de 2013, contra a Inglaterra, em Wembley.

Confusão sobre idade para entrar no ensino fundamental completa 6 anos


Criado por lei em 2006, o ensino de 9 anos ainda provoca dúvidas nos municípios do Paraná, que adotam normas próprias para as matrículas das crianças.

Instituído em 2006 pela Lei Federal 11.274, o ensino fundamental obrigatório de 9 anos, com início aos 6 anos de idade da criança, teve até 2010 para ser implantado. Mas entre ações judiciais, leis locais e resoluções conflitantes ainda há dúvidas a respeito da data correta para ingresso no 1.° ano dessa etapa de escolaridade. Um novo capítulo dessa história foi iniciado em outubro, com a divulgação do último parecer do Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE).
Pelo documento, que orienta escolas públicas e privadas do Paraná, crianças que completam 6 anos até 31 de março devem obrigatoriamente ser matriculadas no 1.° ano do fundamental em 2013. Todas as que completam 6 anos desta data até 31 de dezembro devem continuar mais um ano na educação infantil, a menos que os pais façam uma manifestação expressa solicitando “antecipação” da matrícula.
Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Marcelo Elias/Gazeta do Povo / <b>“Ela já está alfabetizada” -</b> Em 2013 Sophia vai direto para o 1.° ano de uma escola particular. A menina completa 6 anos somente em setembro, mas, segundo a mãe, já está alfabetizada e pode ir para o ensino fundamental. “Não tive conversas com a escola, pois ela começou a estudar lá com 4 anos, no infantil 4, e agora é natural que vá para o 1.° ano depois do infantil 5. Ela já está alfabetizada e continuar na educação infantil ia ser maçante”, diz Fabiane Bonafini Zanatta Flizikowski, de 37 anos. Mas o ingresso no ensino de 9 anos se torna uma preocupação para Fabiane quando o assunto é a filha caçula, que tem 2 anos. “Ela faz aniversário dia 8 de janeiro e estará na turma com crianças que farão 6 anos só no fim do ano. Ela será a mais velha e a mais madura”, contaAmpliar imagem
“Ela já está alfabetizada” - Em 2013 Sophia vai direto para o 1.° ano de uma escola particular. A menina completa 6 anos somente em setembro, mas, segundo a mãe, já está alfabetizada e pode ir para o ensino fundamental. “Não tive conversas com a escola, pois ela começou a estudar lá com 4 anos, no infantil 4, e agora é natural que vá para o 1.° ano depois do infantil 5. Ela já está alfabetizada e continuar na educação infantil ia ser maçante”, diz Fabiane Bonafini Zanatta Flizikowski, de 37 anos. Mas o ingresso no ensino de 9 anos se torna uma preocupação para Fabiane quando o assunto é a filha caçula, que tem 2 anos. “Ela faz aniversário dia 8 de janeiro e estará na turma com crianças que farão 6 anos só no fim do ano. Ela será a mais velha e a mais madura”, conta
Chat
A Gazeta do Povo promove hoje, às 16h30, um chat sobre o assunto com a especialista em Educação Cristina Cardoso.
A orientação do CEE foi mo¬¬tivada por uma consulta feita pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), que tem recebido muitos questionamentos de municípios paranaenses sobre as matrículas no fundamental. “No Paraná a questão está complicada e essa confusão prejudica crianças e suas famílias”, afirma a presidente da Undime, Cleuza Repulho. A dúvida das escolas é pertinente: apesar de o CEE e o Conselho Nacional de Educação (CNE) defenderem a diferenciação pelo aniversário dos estudantes, há uma lei estadual (16.049/09) que derruba essa data de corte e dá às crianças o direito de frequentar o 1.° ano independentemente do dia em que completam seis anos.
Liminar
Antes da lei, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) já havia obtido na Justiça, em 2007, uma liminar determinando que as escolas fizessem a matrícula de todas as crianças que completassem 6 anos no decorrer do 1.° ano. Segundo o MP-PR, antes disso muitas famílias reclamavam por não conseguirem vaga. No ano passado, o Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) também recomendou que os estabelecimentos de ensino desconsiderassem totalmente uma restrição do CNE, de 2010 (que seguia no mesmo sentido que o parecer do CEE), por entender que a orientação viola a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Sem saber se seguem a recomendação dos conselhos estadual e nacional ou se obedecem à decisão judicial, as escolas se veem divididas e a matrícula das crianças acaba sendo definida de acordo com a postura do município onde moram. “O município não tem espaço para negociação. Ainda que discorde da liminar, ele se vê em situação complexa, pois está passível de processo jurídico”, afirma a doutora em Educação Catarina Moro.
"Se há a liminar e alguma escola não obedecer, isso é um descumprimento de ordem judicial e há sansões cabíveis. As escolas tiveram anos para se preparar, agora devem atender as crianças", diz
Ana Carla Harnatiuk, doutora em Educação e professora da UFPR e das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil).
Preocupações pedagógicas
As primeiras orientações do Ministério da Educação (MEC) consideravam a proposta pedagógica para o primeiro ano adequada para crianças de seis anos completos, e não incompletos, segundo a doutora em Educação Catarina Moro, que por razões pedagógicas concorda com a data de corte proposta pelos conselhos de educação e com a possibilidade de escolha dos pais. "A grande questão do direito à matrícula das crianças de seis anos deveria estar ligada à etapa que melhor sirva a criança e muitas vezes essa etapa vai ser na educação infantil e não no ensino fundamental. Desconheço pessoas da área pedagógica que tenham outra interpretação.”
Por outro lado, a mestre e doutoranda em Educação Cristina Cardoso considera a liminar do MP justa, pois a criança com 6 anos tem de ter acesso ao fundamental. Com essa questão resolvida, ela afirma que se deve partir para a qualidade da proposta pedagógica. “Se fôssemos antes preparar a escola, quanto tempo iria levar?”, questiona.
A possível imaturidade¬¬ de uma criança pode ser uma condição que muda rapi¬¬da¬¬¬¬¬¬¬¬mente, segundo Fátima Chueire Hollanda, assessora pe¬¬dagógica do Sindicato das Escolas Particulares do Pa¬¬raná. “Uma criança que fica na educação infantil pode per¬¬ceber que no 1.º ano está muito grande em relação aos colegas.”
Fátima defende que as escolas precisam estar adaptadas para as crianças com seis anos incompletos. Cristina Cardoso concorda: “Se for pra trabalhar no 1.° ano o que se trabalhava na primeira série é uma coisa, mas se forem conteúdos e elementos que não roubem a infância da criança e oportunizem condições de educação de qualidade social não há problemas”, diz.
Para Ministério Público, data de corte confronta decisão judicial
Para a promotora Hermínia Dorigan de Matos Diniz, do MP-PR, o último parecer do CEE confronta decisão judicial e está sendo analisado. Ela rechaça a data de corte de 31 de março e diz que os pais não devem ser os responsáveis pela escolha entre educação fundamental e infantil. “O ensino fundamental é considerado uma etapa obrigatória e tem de ter critério objetivo. Não cabe a mim como mãe, leiga pedagógica e juridicamente, decidir se vou matricular ou não no 1.° ano", diz. "No ano em que a criança completa seis anos, a escola tem a obrigação de recebê-la e os pais têm a obrigação de matriculá-la”, ressalta. Hermínia recomenda aos pais que não conseguirem matricular o filho com seis anos incompletos no 1.° ano que procurem o Conselho Tutelar ou o MP.
Segundo o vice-presidente do CEE, José Dourival Peres, o posicionamento do conselho não vai contra a lei estadual ou a liminar do MP. Ele lembra que a Lei Federal 11.494/07 permite que as crianças permaneçam na pré-escola até o término do ano em que completam seis anos. “Nenhuma lei obriga a permanência da criança na educação infantil ou a matrícula no ensino fundamental, então cabe aos pais a decisão.
A família também tem de opinar e, se decidir pela matrícula, o município tem de aceitar”, conta. Para Peres, ao antecipar o ingresso de crianças com seis anos incompletos no 1.° ano, há a possibilidade de os alunos terem problemas de adaptação. Por isso, os pais devem assinar um termo de responsabilidade. A exigência é considerada equivocada pelo MP, que deve se pronunciar nos próximos dias a respeito da nova resolução do CEE.

Das 100 escolas com maior nota no Enem, só duas são do Paraná


Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo / Colégio Positivo: investimento em leitura explicaria ascensãoColégio Positivo: investimento em leitura explicaria ascensão
ENSINO MÉDIO

Das 100 escolas com maior nota no Enem, só duas são do Paraná

O Colégio Positivo e a UTFPR foram as únicas instituições do estado que entraram na lista das mais bem colocadas do país.
O Paraná tem apenas dois colégios entre os cem mais bem colocados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011, participação bem inferior à dos estados da Região Sudeste do país. São Paulo colocou 31 colégios entre aqueles com as maiores médias na prova e o Rio de Janeiro, 23. Estados do Nordeste também incluíram mais escolas que o Paraná no top 100. As notas por instituição de ensino foram divulgadas ontem pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Para o doutor em Educação e professor do Núcleo de Políticas Educacionais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Ângelo Ri­­cardo de Souza, a quantidade de escolas que cada estado conseguiu incluir entre as melhores posições deve ser relativizada, já que o número de colégios de ensino médio existentes em cada estado também é variável. No entanto, uma hipótese que justificaria a superioridade dos números de outras regiões é o fato de a UFPR, universidade com o vestibular mais concorrido do estado, dar ao Enem um peso baixo na seleção dos estudantes se comparado à importância que outras universidades federais conferem ao exame.
Filtro
Escolas top selecionam melhores alunos
Folhapress
A lista de melhores colégios possui escolas privadas que criaram unidades apenas com os melhores alunos. E muitas só surgiram depois que o MEC passou a divulgar as notas. Educadores dizem que os colégios têm criado artifícios para melhorar no ranking e, assim, a análise fica prejudicada, já que os melhores colégios não estão disponíveis a qualquer aluno.
Entre as 20 melhores escolas, ao menos três privadas que foram criadas após o início do ranking dizem fazer seleção de alunos. São elas: o Objetivo Integrado (SP), Elite do Vale do Aço (MG) e Motivo-Unidade 2 (PE) . “Quem faz isso [criar unidades para bons estudantes] não está preocupado em construir uma boa escola, que precisa contar com todos os perfis de alunos”, afirma Madalena Guasco Peixoto, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP. Responsável pela rede Objetivo (cuja unidade Integrada foi a melhor do país, com nota 73,1), João Carlos Di Genio diz que há entrevista com candidatos, para selecionar o que pode formar uma “elite intelectual”. Ele afirma que não há provas.
Entenda
A nota divulgada ontem corresponde à média das quatro provas objetivas do Enem. A pontuação da redação não foi considerada. O MEC divulgou o desempenho de 10.076 escolas, 40,56% do total. A divulgação considerou apenas os colégios em que ao menos 50% dos concluintes do ensino médio participaram. Além disso, essas escolas deveriam ter no mínimo dez alunos no último ano do médio.
As 10 melhores escolas no Paraná
Colégio Positivo (sede) – 686,5
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (Curitiba) – 655,2
Colégio Universitário (Londrina) – 647,8
Colégio Dom Bosco (Curitiba – Subsede IV) – 647,3
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (Ponta Grossa) – 640,1
Colégio Marista Santa Maria (Curitiba) – 638,9
Colégio Militar de Curitiba (Curitiba) – 638,5
Colégio Bom Jesus Nossa Senhora de Lourdes (Curitiba) – 637,7
Colégio Nossa Senhora Medianeira (Curitiba) – 634,1
Bom Jesus Divina Providência (Curitiba) – 629,8
O Colégio Positivo (sede) e o câmpus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) são as únicas instituições do estado que entraram na lista das cem escolas do país com as maiores notas. O terceiro colégio paranaense mais bem colocado foi o Universitário, de Londrina, ocupando a 129.ª posição nacional.
Língua Portuguesa
Os alunos do Positivo atingiram 686,5 pontos, índice que deixou a escola na 16.ª posição no ranking nacional e na liderança no estado. Em 2010, o colégio não constava na lista geral dos 10 primeiros do Paraná. Na ocasião, a média do colégio foi 665,8.
Para Celso Maurício Hart­­mann, diretor do colégio, o salto se deve ao forte investimento em Língua Portuguesa feito pelo Positivo nos últimos dois anos. “Implementamos aulas exclusivas de redação, o que levou nossos alunos a lerem muito mais”, diz. O consultor em educação Renato Casagrande concorda com o motivo da evolução. “Como o Enem exige muita interpretação de texto, investir em Língua Portuguesa gera bons resultados.”
A UTFPR manteve-se como a instituição pública mais bem avaliada do estado. Com nota 655,2, os estudantes da Tecnológica garantiram o 92.º lugar no ranking nacional. Houve, no entanto, uma queda de 62,5 pontos em relação ao desempenho de 2010, quando a UTFPR atingiu 717,7 pontos e alcançou a 18.ª colocação. O acesso ao ensino médio da instituição se dá por meio de processo seletivo, o que confere à UTFPR a vantagem de ter um grupo de alunos altamente qualificado desde a matrícula.
Federais têm alto índice de participação
A participação dos estudantes no Enem revelou surpresas. Na UTFPR, 100% dos estudantes do ensino médio fizeram o exame, índice muito diferente do de 2010, quando apenas 48,6% compareceram para fazer a prova.
Para o professor Carlos Henrique Mariano, o expressivo volume de participação se deve à importância que os alunos da instituição dão ao Enem, graças à aceitação cada vez maior do exame por várias universidades públicas. Para ingressar na graduação da própria UTFPR, por exemplo, a nota obtida no Enem é o único critério de acesso.
No Colégio Universitário, de Londrina, a participação foi menor: apenas 61,3% dos alunos fizeram a prova. Mesmo assim o colégio teve um resultado positivo. Saltou da nona colocação no estado em 2010 para a terceira na edição de 2011, atingindo a nota 647,8.
O diretor Manuel Machado justifica o baixo interesse dos estudantes pelo exame devido à pouca relevância que as universidades estaduais do Paraná e de São Paulo dão ao exame. “O maior foco dos nossos alunos é a UEL. Um aluno que tenta Medicina, por exemplo, prefere se esforçar apenas para o vestibular”, diz.
As instituições federais foram as que registraram a maior média em volume de participação no estado (77,4%), seguidas pelas escolas privadas (72%) e só depois pelas estaduais (60%). Para o professor Ângelo Ricardo de Souza, as diferentes taxas de adesão têm relação com o papel da escola na vida das pessoas. “Por que fazer o Enem? As respostas serão distintas a depender do tipo de escola. Por isso, acho que comparar [escolas] desiguais com uma medida de igualdade não ajuda a compreender a realidade”, critica.
>>> Veja o resultado das escolas no Enem 2011:
Escolha o município e a escola e role à direita para ver os resultados.

Pechincha com nostalgia


Roberto Dziura Júnior/ Gazeta do Povo / Discos e livros são os destaques do sebo Trovatore, em Curitiba: é preciso tempo para ver tudoDiscos e livros são os destaques do sebo Trovatore, em Curitiba: é preciso tempo para ver tudo
RARIDADES

Pechincha com nostalgia

Espalhados pela cidade, sebos físicos fazem a alegria de universitários e colecionadores. Para os que não têm tempo ou paciência, versão virtual é a solução.
Os sebos (lojas que comercializam livros e revistas usados) são uma mão na roda para fãs de literatura e antiguidades. Além de oferecer produtos por um preço menor que os novos, ainda possibilitam encontrar títulos raros ou esgotados e, com sorte, até mesmo edições autografadas. Em Curitiba, há inúmeros sebos, especialmente no centro da cidade. Sejam pequenos e improvisados ou grandes e muito organizados, os locais atraem desde estudantes que pechincham títulos acadêmico até colecionadores atrás de raridades.
Mas garimpar livros em sebos físicos não é tarefa para qualquer um: há os desprovidos de paciência e também os que são impedidos pela rinite. Para esses casos, vários sites reúnem os acervos de sebos do Brasil inteiro e permitem a compra pela internet.
A um clique
Precisa de um livro, não quer sair de casa para comprá-lo e ainda economizar? Há vários sites que reúnem os acervos de sebos de todo o Brasil. Confira:
www.estantevirtual.com.br: oferece mais de 10 milhões de títulos de livros usados e seminovos .
www.sebosonline.com : disponibiliza um amplo acervo de livros, revistas, gibis, CDs, DVDs, VHS e discos de vinil, dos raros aos novos.
www.livronauta.com.br: são mais de 3,5 milhões de livros de mais de 500 sebos do Brasil, além de CDs, DVDs e LPs.
www.sebol.com.br: sistema criado em 2001 para facilitar a troca, compra e venda de livros entre internautas. Tem cerca de 51 mil livros cadastrados.
www.livrosdificeis.com.br: especializado em buscar livros raros ou esgotados. O cliente solicita a busca por um determinado título, que é procurado em bibliotecas particulares, internet e leilões, sem custo adicional.
Antiguidades
Dona de sebo há 22 anos, Valeria Vargas Costa entrou no ramo por causa da paixão por coisas antigas: livros, fotografias, gravuras e LPs encantavam a ela e ao marido. “A gente sentia a falta de um sebo em Curitiba que não vendesse só livros, mas que tivesse uma loja do colecionador. Por isso montamos a Trovatore e o Fígaro”, conta.
Os dois sebos da família vendem diversos itens além dos livros – de cartões postais a porcelanas. As antiguidades são voltadas para os colecionadores. Já os livros – romances, acadêmicos ou técnicos – são oferecidos por preços menores que os novos, para atingir um público mais diversificado. “O livro tem de estar sempre vivo na estante das pessoas, e não morto em uma biblioteca que ninguém mexe”, defende Valeria.
Pelas prateleiras da Tro­­va­­tore e do Fígaro, já passaram algumas relíquias. Valeria e o marido costumam receber ligações de pessoas que querem fazer doações ou se desfazer de suas bibliotecas particulares. Com isso, já adquiriram obras de ilustres paranaenses, como o historiador David Carneiro, o escritor Valêncio Xavier e o crítico Temístocles Linhares, que tinha grande parte de sua coleção composta por primeiras edições autografadas pelos autores. “Nosso papel é de salvamento da memória, principalmente do Paraná. Adoro trabalhar em sebo: meus concorrentes são meus amigos e meus fregueses são amigos também”, resume.
Cuide bem
Quer que seus livros fiquem bem conservados por mais tempo? Aí vão algumas dicas:
- A poluição traz partículas de graxa que se depositam nos livros e penetram no papel. Uma dica é fazer uma higienização periódica nos livros, a cada dois meses. Use um pincel de cerdas largas para varrer os cortes do livro. Na encadernação, use uma flanela limpa e seca.
- Se aparecerem manchas de fungos em capas plastificadas, você pode limpá-las com uma solução de lisoforme diluído em um litro de água. Se a capa não é plastificada, use pó de borracha branca: friccione suavemente e limpe com pincel. Nas capas de couro, são recomendadas ceras apropriadas.
- Quando comprar livros em sebos, faça uma higienização página por página, para evitar trazer algum inseto para a sua coleção.
- Para transportar livros, pode-se usar sacos plásticos, mas não os deixe acondicionados nas embalagens por períodos longos.
- Se o livro molhou, não o coloque no sol ou no forninho! Use toalhas de papel absorvente entre as páginas. Depois de tirar o excesso, coloque o livro semiaberto em um local com muita ventilação. Isso vai evitar a formação de bolor.
- Use marcadores de página de papel. Evite clipes, elástico, papéis de doce e folhas ou pétalas. Isso pode danificar as páginas.
Fonte: Bety de Luna, especialista em conservação de bens culturais móveis e servidora da divisão de preservação da Biblioteca Pública do Paraná.