Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Por que a tentativa de controlar a web vai falhar: 193 países, 900 propostas


Jumana ElHeloueh/Reuters / Encontro em Dubai discute 900 propostas, das mais variadas áreas, sobre como funciona a internet hoje: sem poder de aplicação de lei, reunião dificilmente fará alguma diferençaEncontro em Dubai discute 900 propostas, das mais variadas áreas, sobre como funciona a internet hoje: sem poder de aplicação de lei, reunião dificilmente fará alguma diferença
REGULAÇÃO

Por que a tentativa de controlar a web vai falhar: 193 países, 900 propostas

Mesmo que os governos reunidos cheguem a um consenso sobre a regulação da internet, o que é improvável, a ONU não tem poder para implementar mudanças.
A internet foi criada com uma lógica descentralizada. Ela se espalhou pelo mundo, mudou a relação entre pessoas, governos e países, mas sua gestão até hoje segue o mesmo molde: várias instituições, de várias áreas, decidem o futuro da rede em conjunto. O sistema funcionou até hoje, mas agora um grupo de países pretende mudá-lo.
Quem paga a conta dessa enorme rede de comunicação? A internet pode ter um modelo tarifário semelhante ao da telefonia? As empresas que consomem mais banda, como Netflix e YouTube, precisam pagar pela infraestrutura? Os países podem criar suas próprias regras e filtrar a internet internamente?
Em jogo
Veja algumas das principais discussões:
Neutralidade da rede
As empresas podem ou não diferenciar pacotes de dados de usuários? Os reguladores europeus e as empresas de telecom são as principais vozes a favor de taxar empresas que ocupam mais espaço na web, como o Google
Controle da internet
A web segue nas mãos de órgãos independentes ou ficará sob a guarda da UIT?
Domínio
Rússia e China querem ter controle do sistema de domínio, hoje com o órgão americano ICANN
Soberania na web
Países totalitários querem ter controle sobre como a população usa a web, cerceando conteúdo que pode ser considerado politica, religiosa ou moralmente ofensivos
Essas são algumas questões que estão sendo discutidas desde segunda-feira por 193 países em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, durante a Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (WCIT, na sigla em inglês). O encontro é organizado pela União Internacional de Telecomunicações (UTI), das Nações Unidas.
Até a semana que vem, governos se reúnem para atualizar as regras das telecomunicações. A última vez que isso aconteceu foi em 1988. De lá para cá, muita coisa aconteceu – a começar pela internet comercial.
A conferência atualizará os padrões internacionais para o setor, o que desperta a preocupação de organizações civis e de empresas de internet.
Uma das rusgas vem da suspeita de que a UIT estaria tentando assumir o controle da rede, o que faria com que regras fossem definidas por políticos e não por técnicos. Ela nega. Mas documentos vazados mostram que há a intenção de mudar a maneira como a internet é gerida hoje.
Os documentos mostram que parte da preocupação não era exagerada. A Rússia enviou uma proposta para que os países possam regular a internet em seus territórios. Os Estados árabes querem que os países possam controlar “nomes, numerações, endereçamentos e recursos de identificação”.
Há também propostas para redefinir o modelo como a internet é paga. Alguns reclamam que empresas como o Google, por exemplo, exigem uma enorme infraestrutura de telecomunicações dos países e das empresas, mas não pagam por isso. O Google diz que já paga a sua infraestrutura em seus data centers.
“A proposta da UIT é basicamente consertar o que não está quebrado”, diz Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas do Google no Brasil. Para Demi Getschko, diretor do Comitê Gestor da Internet no Brasil, não há sentido em cobrar empresas como o Google. Ele diz que a UIT está tentando redefinir sua atuação.
Mas mesmo que os países concordem em uma das 900 propostas, o que é bastante improvável, dificilmente a ONU conseguiria implementar essas mudanças. “Digamos, hipoteticamente, que o mundo chegue a um consenso. E daí? Nada. O UIT não tem nenhum mecanismo de aplicação de lei. Em outras palavras, não tem uma maneira de forçar qualquer país a fazer alguma coisa”, diz Sam Biddle, do Gizmodo. 

Apocalipse robótico


Divulgação /
REALIDADE OU FICÇÃO CIENTÍFICA?

Apocalipse robótico

Quais as chances de uma revolta de máquinas inteligentes contra a humanidade? Não muito grandes, mas certamente maiores que as previsões do calendário maia.
A previsão de fim do mundo do calendário maia, marcada para a próxima sexta-feira, contempla algumas dezenas de cenários diferentes: reversão geomagnética dos polos, colisão com um planeta desconhecido chamado Nibiru, invasão alienígena, destruição por uma supernova, explosão da lua, alinhamento galáctico... e a lista continua. Ainda que a probabilidade de esses eventos acontecerem não seja igual a zero, cientificamente esses cenários são bastante improváveis. A comunidade científica tende a concordar com apenas um cenário de fim do mundo, aproximadamente daqui a 5 bilhões de anos. É a data em que o sol deve terminar a sua fase de desenvolvimento e tornar-se uma gigante vermelha, engolindo ou tornando a Terra inabitável.
Cinco bilhões de anos é bastante tempo. Há quem acredite que, muito antes disso, a civilização pode ser destruída por robôs ou ciborgues, um mistura de humanos e robôs. A Universidade de Cambridge, na Inglaterra, está inclusive criando um novo centro para determinar quais os riscos das máquinas superinteligente para a extinção dos humanos.
Robôs nos filmes
Conheça alguns dos robôs que tentam destruir a humanidade em filmes:
Skynet
No filme O Exterminador do Futuro, Skynet é um sistema de inteligência construído para defesa mas que acaba desenvolvendo uma capacidade de inteligência artificial e tenta destruir a humanidade com uma guerra nuclear. A maioria da população humana é destruída, mas alguns sobreviveram. Eventualmente, os humanos viram o jogo, e a Skynet envia um ciborgue, o Terminator (na foto acima), para tentar reverter o quadro.
NS-5
Os robôs do filme “Eu, Robô”, baseado na obra de Isaac Asimov, um dos principais nomes da literatura de ficção científica, foram criados para obedecer três leis: nunca machucar um humano, sempre obedecer os humanos –desde que não viole a primeira lei –, e proteger a própria existência, desde que não viole as outras duas leis. Eventualmente, a interpretação das leis ganha uma dimensão bastante relativa e os robôs, chamados de NS-5, se revoltam contra a raça humana.
A maior preocupação dos criadores do centro, que será chamado de Centro de Estudo de Risco Existencial (CSER, na sigla em inglês) não é tanto uma atitude hostil de hipotéticos robôs inteligentes contra os humanos, mas sim uma eventual competição por recursos.
“Tome gorilas como exemplo. A razão pela qual eles correm o risco de serem extintos não é porque os seres humanos são ativamente hostis contra eles, mas porque nós controlamos os ambientes de forma que nos convêm, mas que são prejudiciais à sua sobrevivência”, afirmou o filósofo Huw Price, co-fundador do CSER, ao jornal inglês The Register. “Em algum momento, neste século ou no próximo, estaremos diante de uma das grandes mudanças na história humana – talvez até mesmo da história cósmica – quando a inteligência escapará às restrições da biologia”, disse Price.
Fonte de energia
Quem é contrário à tese do apocalipse robô costuma argumentar que o cérebro humano é complexo demais para ser “imitado” por qualquer inteligência artificial, ou coloca as esperanças na resiliência humana. Num tópico sobre essa questão no site Quora, o professor Rick Hyland, da Universidade de Westchester, cita ainda um outro grande problema para os robôs: fonte de energia. “[As máquinas] são atualmente dependentes de nós para fontes de energia – esta é uma grande ‘falha’ em favor da humanidade. Limite o acesso delas à fonte de energia, e você barra qualquer avanço dos robôs para tomar o mundo”, diz. Como ele próprio cita no texto, porém, já há robôs sendo programados para encontrar fonte de energia independentemente.
O PR2, um dos robôs mais avançados já criados, foi programado para encontrar uma tomada por conta própria. Com uma câmera, “ele” encontra e se conecta à eletricidade sempre que a bateria está fraca. Desde 2009, o robô nunca falhou em achar uma tomada. O PR2 é desenvolvido pela empresa de robótica WIllom Garage e já é comercializado.
A possibilidade de uma revolta dos robôs parece mais coisa de ficção científica do que uma probabilidade real. Mas como diz o fundador do centro de Cambridge, Huw Price: “A natureza não previu a humanidade, e nós não devemos subestimar a inteligência artificial”.

Metade das unidades do Paraná não têm plano de manejo


Luciano Mendes/ Gazeta do Povo / Estação Ecológica de Fernandes Pinheiro: criada em 2001, unidade já extrapolou o prazo limite para a implantação do planoEstação Ecológica de Fernandes Pinheiro: criada em 2001, unidade já extrapolou o prazo limite para a implantação do plano
PRESERVAÇÃO

Metade das unidades do Paraná não têm plano de manejo

Documento exigido pela lei nacional rege as áreas de conservação, mas está presente em apenas 36 das 68 unidades protegidas no estado.
O plano de manejo é um instrumento que dita as regras de uso de uma unidade de conservação, área delimitada para garantir a preservação de um ecossistema. Porém, o documento, exigido pela legislação, é ignorado pelos órgãos responsáveis. Entre as unidades federais, 68% não têm planos. E entre as estaduais, 47% não contam com o instrumento.
O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) – órgão do governo federal responsável pela gestão das unidades de conservação – informou que das 310 áreas distribuídas pelo país, 98 têm planos de manejo. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) possui 68 unidades de conservação criadas ao longo dos últimos 50 anos. Dessas, apenas 36 possuem o documento.
Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Número de visitantes foi limitado a 816 por dia em Vila VelhaAmpliar imagem
Número de visitantes foi limitado a 816 por dia em Vila Velha
No papel
Veja o que abrange a lei que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação
O artigo 27 da lei 9.985, de 2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, estabelece que todas as unidades devem dispor de um plano de manejo.
A mesma lei prega que o plano de manejo deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data da criação da unidade de conservação. Até que ele seja elaborado, a proteção da unidade deve ser assegurada.
O decreto 4.340, de 2002, determina o roteiro dos planos de manejo. Entre as exigências, ele cita que a partir da criação da unidade de conservação, e antes da implantação do plano, devem ser feitas e colocadas em prática ações de proteção e de fiscalização da unidade criada.
O plano de manejo deve estar disponível para consulta de qualquer pessoa na sede da unidade da conservação e no órgão responsável pela unidade.
Desde 2000, os planos passaram a ser exigidos por uma lei que preconiza a confecção do documento em até cinco anos após a criação da unidade. Mas, das 32 áreas que não possuem um plano de manejo no Paraná, 84% foram criadas antes de 2007 e já extrapolaram o prazo limite para implantação dos planos. É o caso da Estação Ecológica de Fernandes Pinheiro, nos Campos Gerais, que foi criada em 2001 e tem floresta de araucárias.
O governo estadual, responsável pelas unidades, pretende regularizar a situação em no máximo cinco anos. Entre as causas para a inexistência dos planos está a falta de regularização fundiária das áreas, o processo demorado para a execução dos planos, os custos, que oscilam em torno de R$ 200 mil por documento, e o fato de a maioria das unidades ter sido criada antes da legislação e já ter planos que precisam ser revisados de acordo com o decreto de 2002, que determina como o estudo deve ser conduzido.
Para o coordenador jurídico da Liga Ambiental, Rafael Filippin, a falta de planos mostra que não há compromisso com a efetiva gestão sustentável das unidades. Ele considera que os prejuízos não ficam restritos ao meio ambiente, mas à sociedade. “As pessoas que moram no entorno das unidades que não têm planos não têm clareza naquilo que podem e que não podem fazer”, diz. Além disso, lembra Filippin, sem o plano de manejo não é possível planejar adequadamente os investimentos que serão feitos na área.
A chefe do departamento de unidades de conservação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Maria do Rocio Lacerda Rocha, diz que o volume de trabalho é grande porque muitos planos precisam ser revisados. O litoral paranaense, por exemplo, terá novidades no início de 2013. O plano de manejo do Parque Estadual da Ilha do Mel, criado em 2002, está quase pronto, assim como a revisão do plano de manejo da Estação Ecológica da Ilha do Mel, que foi criada em 1982.
Foto no Parque de Vila Velha só de longe e sem sair da trilha
O que pode ou não fazer dentro de uma unidade de conservação. Qual sua história. Quais as espécies de animais, plantas e peixes que existem na unidade. O que os moradores do entorno da unidade podem fazer. Estas são algumas das informações incluídas nos planos de manejo. “Sem ele, é como se a unidade de conservação não existisse”, resume o coordenador jurídico da Liga Ambiental, Rafael Filippin.
O parque estadual de Vila Velha, localizado em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, é uma unidade de conservação estadual e um exemplo de como o plano de manejo é importante. A unidade ficou fechada entre os anos de 2002 e 2004 para ser revitalizada.
Com a reabertura do parque, em janeiro de 2004, as visitas passaram a ser monitoradas e foram proibidos os acampamentos e a alimentação na área de preservação. O número de visitantes foi limitado a 816 por dia e o horário de abertura do parque é restrito. Os turistas que querem fotografar as formações areníticas não podem sair da trilha. O local mais visitado – a Taça – só pode ser vista de um mirante a cerca de 10 metros de distância.
Dependendo da categoria da unidade de conservação, as regras são ainda mais rígidas. “O local tem que estar ali como uma amostra do ecossistema para comprovar como era aquele ambiente primitivamente”, acrescenta a chefe do departamento de unidades de conservação do IAP, Maria do Rocio Lacerda Rocha.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Bazinga! Nova abelha descoberta no Brasil homenageia Sheldon Cooper


Por Rafael Romer RSS 04.01.2013 20h12 - atualizado em 04.01.2013 20h30

 
0
 
RSS
Uma nova espécie de abelha descoberta pelo biólogo e professor adjunto da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), André Nemésio, ganhou um nome bem conhecido pelos fãs da série de televisão The Big Bang Theory. Ela foi batizada de Euglossa bazinga, nome que homenageia Sheldon Cooper (Jim Parsons), personagem famoso por utilizar a expressão “Bazinga!” sempre que faz uma brincadeira para enganar alguém.
De acordo com Nemésio, a abelha-das-orquídeas enganou pesquisadores da área durante anos por se parecer com outra espécie do mesmo gênero, a Euglossa ignata. A descoberta foi publicada na revista especializada Zootaxa, em dezembro de 2012.
"Eu acompanho a série e sempre gostei muito! Eu queria fazer a homenagem ao Sheldon Cooper, mas sem cair no tradicionalismo de usar o nome dele latinizado”, conta o professor. Segundo ele, se a tradição da biologia fosse seguida, abelha seria chamada de Euglossa sheldoni. “Aí me deu o estalo de usar bazinga, uma palavra usada só por ele”, complementa.
Abelha bazingaEuglossa bazinga (A e C) e Euglossa ignata (B e D). Foto: André Nemesio
O professor explica que durante muito tempo se pensou que as duas espécies eram a mesma abelha. A nova espécie é mais rara que a “irmã”, e só é conhecida na região norte do Mato Grosso, enquato a ignata é encontrada da América Central até o Rio de Janeiro. As principais diferenças entre as abelhas estão no tamanho, no comprimento da língua, coloração e formato de algumas estruturas do abdômen e pernas.
A notícia da descoberta da Bazinga chegou até o diretor executivo da série, Steven Molaro, que afirmou que as abelhas estão entre as criaturas voadoras preferidas de Sheldon, apesar de ser alérgico à sua picada.
Nemésio conta que não deu o nome com intenção de tornar a abelha famosa, mas ficaria feliz se ela fosse citada na série. “Seria algo realmente paradoxal. A ficção interferindo na realidade e vice-versa. Uma espécie de 'princípio da incerteza de Heisenberg'. A ficção deu origem ao nome de uma espécie real, que, por sua vez, poderia voltar a ser citada no programa fictício", diz, citando o princípio do físico alemão Werner Heisenberg, que afirma que nunca saberemos onde os elétrons de fato estão na órbita de um átomo, pois, ao estudá-los, interferimos em suas localizações. “Entendeu? Não? Bom, o Sheldon entenderia”, brinca.


Matéria completa: http://canaltech.com.br/materia/ciencia/Bazinga-Nova-abelha-descoberta-no-Brasil-homenageia-Sheldon-Cooper/#ixzz2H398cso6 
O conteúdo do Canaltech é protegido sob a licença Creative Commons (CC BY-NC-ND). Você pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de nossa produção. 

Clima complica abastecimento de energia elétrica


Uma semana atrás, a presidente Dilma Rousseff disse que é “ridículo” afirmar que o Brasil corre risco de racionamento de energia. Mas a situação está longe de ser confortável.
Com as altas temperaturas e o esperado reaquecimento da economia, o consumo deve continuar elevado. E, do ponto de vista da oferta, no curto prazo não há muito o que fazer para aumentar a geração de eletricidade, a não ser torcer para que chova mais do que as previsões vêm indicando.
Consumo aquecido
O uso de eletricidade no Brasil cresceu 4,7% em 2012, segundo o ONS. E tudo indica que continuará subindo nos primeiros meses deste ano. O Climatempo prevê um verão com temperaturas acima da média histórica em todas as regiões, o que deve manter nas alturas o consumo de energia de geladeiras, ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e outros. E, se a economia brasileira realmente tiver engatado uma recuperação, a demanda da indústria e do comércio também tende a aumentar.
A situação dos reservatórios das hidrelétricas é crítica. E a expectativa é de que o verão tenha chuvas abaixo da média nas regiões Sudeste e Nordeste e em parte do Centro-Oeste, e irregulares no Norte do país. Do ponto de vista do setor elétrico, o cenário só é favorável para o Sul.
Segundo o Operador Na­­cio­­nal do Sistema Elétrico (ONS), os lagos das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste – o principal do país – ocupavam ontem apenas 28,9% de sua capacidade máxima, índice semelhante ao da virada de 2000 para 2001, pouco antes de o governo decretar racionamento. O patamar atual também está perigosamente próximo do limite de segurança definido para esta época do ano, de 27,5%. Segundo o ONS, esse porcentual é o mínimo necessário para abastecer o mercado com segurança.
As represas do Nordeste estão um pouco mais cheias, com 31,9%, mas já estão abaixo do limite de risco da região, de 32,5%. No Sul do país, as chuvas dos últimos dias ajudaram os lagos a subir um pouco, alcançando a marca de 38,5%, com certa folga em relação ao nível de segurança local (22,9%). Ainda assim, o patamar atual é o mais baixo para esta época em pelo menos 13 anos, desde o início da série histórica do ONS.
Frentes frias
O meteorologista Marcelo Pinheiro, do Climatempo, explica que temperaturas mais altas na faixa do Oceano Atlântico devem dificultar a entrada de frentes frias no Sudeste. “Neste verão as frentes frias tendem a ficar mais bloqueadas sobre o Sul. Com isso, deve haver chuva acima da média nessa região e abaixo da média no Sudeste e no Centro-Oeste”, diz. Com represas mais cheias, a tendência é de que o Sul possa “importar” menos energia do Sudeste, dando algum refresco àquela região.
Emergência
Quando a chuva é pouca e é preciso poupar reservatórios, o ONS determina o acionamento de usinas termelétricas, que funcionam como “reserva de emergência” do sistema elétrico. Elas são um tipo de seguro que quase não existia na época do apagão de 2001 – a maioria foi construída depois, justamente para evitar que o problema se repetisse.
A questão é que quase todas as térmicas já estão ligadas; praticamente não há mais de onde tirar energia. Um pequeno alento virá da usina de Uruguaiana (RS), que deve ser reativada em meados deste mês. Mas, mesmo funcionando em sua potência máxima, de 639 megawatts, ela não atenderá muito mais que 1% da atual demanda nacional.

Usina de Itaipu foi a maior produtora de energia do mundo em 2012


Hidrelétrica é a primeira desde a inauguração em 1997.

Da Agência Brasil
Alf Ribeiro/27.10.2010/Estadão ConteúdoHidrelétrica é responsável por um quinto da energia consumida no Brasil
Em 2012, a usina Itaipu Binacional foi a hidrelétrica que mais produziu energia no mundo, atingindo 98,287 milhões de MWh (megawatts-hora).
A usina mantém a primeira posição desde 1997, quando ficou pronta, e é responsável por 19,9% da energia elétrica consumida no Brasil e por 80% da distribuída no Paraguai.
Celso Torino, superintendente de operações da Itaipu, diz que a maior concorrente é a chinesa Três Gargantas, que gerou 98,107 milhões de MWh no ano passado.
Ele explica que, apesar de a chinesa ter 60% a mais de equipamentos de geração, a natureza não contribui para o crescimento da produção.
Há períodos do ano em que o rio Yang-tsé fica congelado.

MEC dribla meta de eficiência em expansão das universidades federais



A expansão das universidades federais aumentou as matrículas e o quadro de professores nas instituições mantidas pelo governo, mas pouco ou nada contribuiu para melhorar um dos principais indicadores de produtividade no ensino superior: a quantidade de alunos por docente nos cursos de graduação. 

Consideradas apenas as turmas presenciais, a proporção oscilou negativamente de 11,2 para 11 alunos por professor, no período de 2001 a 2011, conforme o censo do Ministério da Educação (MEC).

Foi justamente por considerar essa taxa baixa que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu prazo de cinco anos para que as universidades federais atingissem a média de 18 alunos por docente. Lula fez isso em 2007, ao lançar um programa bilionário de investimentos destinados a ampliar a rede federal de ensino superior. 

Naquele ano, o MEC informou que a proporção de estudantes por professor era de 10 para 1, menor até do que a verificada em 2001.
A exigência de aumento do número de alunos por professor foi incluída no decreto de criação do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), que estipulou a marca de 18 estudantes por docente. 

A medida seria uma contrapartida das universidades à liberação de novos recursos. Ou seja, o governo daria mais dinheiro em troca de maior produtividade.

O mesmo decreto, porém, encarregava o MEC de estabelecer parâmetros para o cálculo da proporção de alunos por professor. 

O argumento era o de que não se poderia simplesmente dividir o número de alunos pelo de docentes, como faz o censo da educação superior, uma vez que não se deve atribuir o mesmo peso a profissionais com carga horária distinta: dedicação exclusiva, 40 ou 20 horas semanais. Sem falar nos professores que lecionam em cursos de mestrado e doutorado, atendendo turmas necessariamente menores e desenvolvendo pesquisas.

Sem alarde, uma comissão estabeleceu critérios que, na prática, anularam o objetivo enunciado no decreto de Lula. Afinal, a aplicação desses parâmetros resultou numa proporção média de 17,91 alunos por professor já em 2007. Ou seja, no momento em que o governo sinalizava a intenção de atingir a "meta global" de 18 estudantes por docente, a fórmula de cálculo definida pelo ministério já praticamente fazia o serviço.

Em 2011, essa proporção era de 17,93, dois centésimos mais elevada. Em 2010, havia atingido 19,78; em 2009, 18,7; e em 2008, 17,86.
Já o censo da educação superior apresenta números diferentes. Em 2011, considerados os cursos presenciais e a distância, a taxa era de 12,2 alunos por docente, ligeiramente maior do que os 11,2 registrados em 2001. 

Na época do lançamento do Reuni, o material de divulgação do MEC considerava taxas calculadas com base no censo da educação superior, sem qualquer ponderação: "Quanto à relação professor-aluno, a idéia é que cada instituição possa se planejar, autonomamente, para que atinja a meta de 18 alunos por professor. Hoje, essa relação é de dez por um", diz texto divulgado no portal do ministério em dezembro de 2007.

O Reuni faz parte de um conjunto de ações lançadas no governo Lula para expandir e levar as universidades federais para cidades do interior. De 2007 a 2011, o número de ingressantes em instituições federais de ensino superior subiu de 193,9 mil para 308,5 mil, um incremento de 59%. A quantidade de professores também cresceu de 56,4 mil para 71,2 mil (+ 26%). Os gastos do MEC com as universidades federais refletem a expansão: em valores corrigidos pela inflação, a despesa total passou de R$ 15,2 bilhões, em 2007, para R$ 25,9 bilhões, em 2012.

O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Amaro Lins, diz que o Reuni é um sucesso. Ele informa que só a partir de 2014 a maioria dos cursos criados pelo programa estará completa, isto é, com turmas em todos os semestres (dos calouros aos formandos). Segundo Lins, isso aumentará a proporção de alunos por professor. Tal movimento, no entanto, será contrabalançado pela contratação já autorizada de mais 7,8 mil professores.

- O acordo previa que o governo iria investir. E as universidades mais do que dobraram o número de alunos de graduação. Ampliou-se também a pós-graduação, contribuindo para formar professores de educação básica. A produção de conhecimento também aumentou muito.

Segundo o secretário, o Reuni vive uma fase de consolidação. Ele aposta que a gestão e a produtividade crescerão nos próximos anos. A redução do número de professores substitutos, de 9 mil para 3,6 mil, entre 2003 e 2012, é outro fator positivo destacado por Lins. Para ele, a relação de alunos de graduação por professor, a chamada RAP, já é satisfatória:

- Sim, é satisfatória para o estágio que nós estamos, concluindo um processo de consolidação da expansão. A expectativa é que tenhamos um ganho de eficiência daqui para a frente.

Amaro Lins defende a fórmula definida pela comissão, da qual faziam parte reitores de universidades federais. Ele próprio é ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e foi presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Segundo Lins, o cálculo não pode ignorar os regimes de trabalho diferenciados nem a atuação dos docentes nos cursos de pós-graduação. Ele lembra que a pesquisa científica no Brasil é realizada majoritariamente nas universidades federais.

Na contramão do MEC, o Andes-Sindicato Nacional, entidade que representa professores, defende uma proporção mais baixa do que a atual, isto é, de 8 alunos por docente. A professora de enfermagem da Universidade Federal Fluminense (UFF) Elizabeth Carla Barbosa, que integra a coordenação do grupo de política educacionais do Andes-Sindicato, diz que boa parte das contratações de professores anunciadas pelo governo servem apenas para repor vagas de aposentados.

- O que a gente vivencia na universidade, no nosso cotidiano, é uma precarização de trabalho muito grande. No curso de enfermagem do pólo da UFF em Rio das Ostras, nosso projeto indica 46 professores. Hoje somos 21 e ganhamos mais oito vagas. Então, seremos 29, quando deveríamos ser 46.

Elizabeth critica a expansão financiada pelo MEC, pois considera que não foram tomadas medidas para garantir a qualidade dos cursos. Ela reclama da falta de infraestrutura, criticando o fato de que o pólo em Rio das Ostras funciona numa escola primária cedida pela prefeitura, já que a sede da universidade não está pronta:

- A gente fica sem água, sem luz. E usa contêineres como salas de aula. A sala dos professores é um contêiner. Um absurdo.

Assessor da reitoria da Universidade Federal de Goiás, o professor de pós-graduação em educação Nelson Cardoso Amaral critica a meta global de 18 alunos por professor estipulada no decreto do Reuni. Segundo ele, não há referências internacionais que justifiquem tal número.

Amaral cita o relatório Education at a Glance de 2011, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que aponta a média de 14,9 alunos por professor na educação terciária de seus países-membros. Ele lembra que a proporção verificada nas universidades privadas brasileiras (19,1), bem como na média geral do país (16,1), supera essa marca.

"O sistema público brasileiro – principalmente as Ifes (instituições federais de educação superior) e as estaduais paulistas – USP, UNESP e UNICAMP – não podem elevar muito mais as suas relações aluno/professor, considerando-se que a pós-graduação e a pesquisa brasileira estão concentradas nessas instituições, o que impede uma maior elevação do quantitativo de estudantes em suas turmas, tanto de graduação, quanto de pós-graduação. Ressalte-se que boa parte das instituições privadas não possuem pós-graduação stricto sensu e mesmo assim, o indicador em análise não ultrapassa a marca de 20 alunos por professor", escreveu Amaral.

Procurado, o presidente da Andifes não foi localizado.
(Matéria feita em parceria com o jornalista Antonio Gois, do GLOBO)

Cientistas descobrem 'superantibiótico' em sangue de pandas



Panda / AP
Cientistas chineses descobriram poderoso antibiótico em sangue de pandas
Cientistas da Universidade Agrícola de Nanjing, na China, descobriram no sangue de um panda gigante um poderoso antibiótico capaz de matar bactérias e fungos.
Segundo os especialistas, a substância encontrada na corrente sanguínea desses mamíferos poderia ser a base para a criação de uma nova geração de medicamentos antibacterianos.
Ao analisar o DNA do panda, os pesquisadores encontraram o composto, denominado cathelicidin-AM, que "revelou uma atividade potencial antimicrobiana contra um amplo espectro de micro-organismos, incluindo bactérias e fungos, tanto em suas versões comuns como nas variantes resistentes aos medicamentos", disse o médico Xiuwen Yan, responsável pelo estudo.
cathelicidin-AM é liberado pelo sistema imunológico desse tipo de urso em estado selvagem, especialmente para protegê-los de infecções.

Preservação

Os pandas gigantes estiveram à beira da extinção e hoje existem em torno de 1,6 mil exemplares nas florestas.
Yan, entretanto, descartou os temores de que, com a descoberta, possa haver uma caça maciça aos animais.
Ele explica que sua equipe de cientistas conseguiu sintetizar artificialmente o composto químico em laboratório, por meio da decodificação dos genes e, assim, produzindo uma molécula conhecida como peptídeo.
A ideia agora é desenvolver a substância como um novo remédio contra superbactérias ou como antisséptico para limpar superfícies e utensílios.
Os cientistas, entretanto, acreditam que ainda haja outros compostos a serem descobertos no genoma dos pandas.
Após a destruição dos bosques de bambu na China e no Sudeste Asiático, habitat natural desses animais, o número de ursos diminuiu consideravelmente.
Apesar de grandes somas de dinheiro investidas em projetos de preservação, houve pouco progresso nos últimos anos.
Segundo especialistas, os pandas dificilmente se reproduzem em cativeiro, além de apresentar um comportamento individual, o que dificulta a conservação da espécie.

Chuva continua na Baixada Fluminense; alerta é mantido


A chuva não deu trégua à Baixada Fluminense durante toda a madrugada desta sexta-feira. Após um temporal na noite de quarta-feira (2), a chuva perdeu intensidade mas não parou durante toda a madrugada em Duque de Caxias, cidade mais afetada pelos estragos do temporal. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) manteve o alerta máximo para a cidade e também em São João de Meriti, Belford Roxo, Nilópolis, Mesquita, Nova Iguaçu, todas na região da Baixada Fluminense. Na região Serrana, também afetada pelas chuvas, e em Angra dos Reis, voltou a chover forte na madrugada e a situação é de atenção, segundo o instituto.

Nesta sexta, o governador do Rio, Sérgio Cabral se reúne com o ministro de Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o secretário Nacional de Defesa Civil, Humberto Viana. A reunião vai avaliar os estragos causados pela tempestade e definir ações para as regiões mais afetadas. O encontro será no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul, e também terá a participação de secretários estaduais de Defesa Civil, Saúde e Meio Ambiente.
Em Xerém, a prefeitura de Duque de Caxias contabilizou 400 pessoas desabrigadas na noite desta quinta-feira (3), mas, segundo a Defesa Civil, o número passou de 1.000 pessoas. Ao todo, 200 casas foram destruídas na cidade, a maior parte nas regiões de Pedreira, Pocilga e Café Torrado, bairros mais próximos à cabeceira do rio Capivari, que transbordou em função das fortes chuvas da madrugada de quinta-feira.
Duas pessoas ainda estão desaparecidas na região, entre elas um funcionário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), chamado Eneas Paes Leme. A outra vítima era morador de Duque de Caxias.
Na região Serrana, as chuvas voltaram com intensidade nessa madrugada, mas não há relatos de destruição. A situação preocupa as autoridades de Defesa Civil. Em função do terreno encharcado pelas chuvas, toda a região está instável e há possibilidade de novos deslizamentos.

Falta de planejamento compromete saneamento básico no Paraná



Henry Milleo/Gazeta do Povo /
INFRAESTRUTURA

Falta de planejamento compromete saneamento básico no Paraná

Dos 399 municípios do estado, apenas 43 estão cumprindo a Lei Nacional do Saneamento. Cidades que não se adequarem até 2014 ficarão de fora do orçamento federal.
A falta de planejamento está comprometendo os investimentos e a infraestrutura de saneamento básico nos municípios do Paraná. Segundo dados do IBGE, dos 399 municípios do estado, apenas 43 (10,7% do total) contam com um Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), documento que aponta a atual situação da cidade na área e prevê metas para o setor. O índice fica próximo da média nacional, de 10,9%, mas distante da taxa da Região Sul (13,4%).
Comparado com outros estados, o índice decepciona. Os municípios paranaenses ficam em 9º lugar no ranking do PMSB, com números bem inferiores a estados como São Paulo (22,6%), Roraima (20%) e Santa Catarina (17,7%).
Problemas
Você é afetado pela falta de políticas públicas na área de saneamento? De que forma?
Regras
Lei tenta regulamentar abastecimento de água e tratamento de esgoto
Para especialistas, a Lei do Saneamento deu um passo importante para tentar regulamentar o setor no Brasil. Entre as obrigações dos municípios que aderem à lei está a de formular um Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), documento que aponta a atual situação da cidade em relação ao abastecimento de água, tratamento de esgoto, destinação de lixo e drenagem de águas pluviais. O plano é encaminhando ao Ministério das Cidades e serve como um diagnóstico do que já é feito e de que medidas ainda são necessárias para um bom nível de saneamento.
“Ele mostra o que ainda é preciso fazer, que recursos são necessários, como podem ser obtidos, por quanto tempo serão as obras e que decisões a cidade vai precisar tomar para oferecer plenas condições de saneamento à população”, explica o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
Outra exigência é que as cidades contem com um órgão de regulação de seus serviços de água e esgoto. “A lei obriga os municípios a contarem com uma agência reguladora, mas deixa a cargo dos prefeitos a decisão sobre se ela será própria, um convênio com uma agência intermunicipal ou concessão para uma entidade estadual. Porém, esse processo também está andando muito devagar”
O plano é a primeira exigência para o município se adequar à Lei Federal 11.445, promulgada em 2007, que regulamenta os serviços de abastecimento de água, tratamento de esgoto, manejo de resíduos sólidos (lixo) e drenagem de águas pluviais no Brasil.
No Paraná, o quadro é pouco animador. Segundo a Sanepar, dos 345 municípios atendidos pela companhia, apenas 34 (10%) assinaram contratos com a empresa e estão efetivamente cumprindo a lei.
O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, explica que o prazo para adequação à lei terminaria em 2010. Como muitas cidades não se adaptaram, o governo federal alterou o prazo máximo para 2014. O problema é que, por enquanto, os índices de elaboração e efetiva execução desses planos são muito baixos e a expectativa para os próximos anos não é das mais otimistas.
“Esta situação é uma irresponsabilidade. A média brasileira é de menos de 15% das cidades com plano, um número muito aquém do esperado. Se as prefeituras tiveram cinco anos [entre 2007 e 2012] para realizar esse trabalho e não o fizeram, é difícil esperar que ele seja posto em prática em menos de dois anos”, avalia Carlos.
Para quem não cumprir o prazo, a ameaça é de deixar alguns prefeitos de cabelo em pé: quem não entregar o PMSB não receberá verbas federais e ficará sem recursos para aplicar na área de saneamento.
Soluções
Para Carlos, algumas soluções podem ajudar a melhorar o quadro no Paraná. “Há muitos casos de pequenos municípios que não têm recursos e nem sequer sabem ‘por onde começar’. O ideal seria o governo estadual se envolver, como aconteceu em São Paulo, onde o estado prestou apoio financeiro e consultoria técnica para construção dos planos. Os resultados são índices bem acima dos demais no ranking nacional.”
Segundo o professor Luiz Antonio Correa Lucchesi, do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um dos maiores problemas no Brasil e em Curitiba é a destinação do esgoto doméstico e são necessárias oportunidades de discussões mais amplas sobre como esse processo pode ser mais eficiente e menos oneroso. “Não se trata de quantidade. Temos de falar sobre a qualidade dos serviços oferecidos à população.”
Relatório do TC já apontava deficiências
Em abril deste ano, a Gazeta do Povo mostrou o tamanho do problema do setor de saneamento básico no Paraná. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), elaborado a partir de uma auditoria que analisou os serviços de coleta e tratamento de esgoto nas três regiões metropolitanas do Paraná (Curitiba, Londrina e Maringá), mostrou que o estado investe pouco, carece de planejamento e apresenta sérias deficiências na gestão do saneamento básico.
Para o doutor em Enge­­nha­­ria Ambiental e professor da UFPR Cristovão Vicente Fernandes, números como os relacionados ao PMSB reforçam essa análise e refletem a falta de uma política estadual de saneamento básico. “Temos técnicos experientes e plenas condições de melhorar esta situação. É preciso investimento, especialmente em infraestrutura, e estabelecimento de metas para atender às demandas de questões ligadas a água, esgoto e resíduos sólidos.”

35,7% dos curitibanos já não lembram em quem votaram para vereador


Albari Rosa/ Gazeta do Povo / Posse dos vereadores: falta de transparência da Câmara contribui para a pouca divulgação do trabalho parlamentar, o que também aumenta a “desimportância” do Legislativo para a populaçãoPosse dos vereadores: falta de transparência da Câmara contribui para a pouca divulgação do trabalho parlamentar, o que também aumenta a “desimportância” do Legislativo para a população
LEGISLATIVO

35,7% dos curitibanos já não lembram em quem votaram para vereador

Para especialistas, alto número de “esquecidos” reflete a pouca importância que a população dá para a Câmara Municipal.
Passaram-se apenas três meses das eleições que definiram as novas composições das câmaras municipais do país. Ainda que tenha transcorrido pouco tempo, foi suficiente para que uma parcela expressiva dos eleitores já não lembre mais em quem votou para vereador. Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, 35,7% dos curitibanos já esqueceram seus votos para a disputa proporcional – pouco mais de um terço dos eleitores. Esse contingente de “esquecidos” aumentou em relação às eleições de 2008, quando 28,5% dos eleitores da capital paranaense não se lembravam em quem haviam votado no mesmo período.
A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 16 de dezembro do ano passado, tendo ouvido 682 eleitores. A margem de erro é de quatro pontos porcentuais. Além dos 35,7% que afirmaram não se lembrar em quem votaram para vereador, outros 5,2% não votaram ou justificaram o voto. Aqueles que citaram o nome do candidato em que votaram somaram 58,9%. Em 2008, uma pesquisa realizada no mesmo período pela Paraná Pesquisas indicou um total de 70,8% de entrevistados que lembravam em qual candidato a vereador votaram meses antes.
Dê a sua opinião
Por que motivo os eleitores se esquecem tão rapidamente do vereador em que votaram? O que pode ser feito para mudar isso?

Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, os números mostram que o Legislativo não é visto com a devida importância pela população. “Se mais de um terço dos eleitores não lembra em quem votou, isso mostra que o voto para o Legislativo não é nem um pouco importante”, diz ele. Na sua avaliação, a disputa majoritária (eleição para prefeito, governador ou presidente) é costumeiramente vista com mais atenção. “O que é lamentável, afinal de contas são os vereadores que irão fiscalizar o prefeito.”
O cientista político Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acredita que os números da pesquisa são reflexo da falta de acompanhamento do trabalho parlamentar. “É um problema da Câmara também, que não tem um trabalho de divulgação. Até porque nem sempre é de seu interesse ampliar a transparência”, avalia, defendendo que seja realizado um trabalho educativo principalmente com a crianças e jovens a fim de que compreendam o papel do Legislativo. “O distanciamento permite que o Legislativo seja menos responsável e menos ligado aos interesses do cidadão”, afirma ele.
Já Doacir Quadros, professor de Ciência Política da Uninter, associa o esquecimento do eleitor à falta de informação sobre o candidato. “Isso mostra que o eleitor não procura se informar sobre o candidato em quem pretende votar. Ele simplesmente segue um protocolo”, analisa. Para Quadros, uma das soluções para tentar mudar esse quadro seria a adoção do voto distrital, por meio do qual cada região do município elege um representante. “Isso tende a aproximar o eleitor do seu vereador”, ressalta.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Acesse e veja sua nota do ENEM

Copie e cole em seu navegador
http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem/

Hollande e Depardieu conversam por telefone sobre exílio do ator


03 de Janeiro de 2013  19h13  atualizado às 19h23
Ator francês Gérard Depardieu recebeu cidadania russa do presidente Vladimir Putin para que possa fugir do aumento de impostos para os ricos em seu país Foto: Charles Platiau / Reuters
Ator francês Gérard Depardieu recebeu cidadania russa do presidente Vladimir Putin para que possa fugir do aumento de impostos para os ricos em seu país
Foto: Charles Platiau / Reuters

François Hollande e Gérard Depardieu tiveram uma conversa por telefone na terça-feira, na qual o ator afirmou ao presidente francês que está enojado com a maneira como são tratadas as pessoas bem sucedidas na França, justificando a decisão de se exilar, declarou nesta quinta-feira um amigo do ator. Procurada pela AFP, a Presidência francesa confirmou a conversa telefônica, que aconteceu na terça-feira, mas não quis comentar o que foi discutido entre o presidente Hollande e Depardieu.
"Eles conversaram tranquilamente", declarou Arnaud Frilley à rádio RTL, amigo e produtor das atividades russas de Depardieu. "Gérard disse que estava enojado, que a imprensa era terrível e que ele precisava se afastar", continuou. "Vocês sabem que ele continua francês no coração dos franceses. Os cinéfilos o adoram. Ele virou um pouco o porta-voz de muitos que não ousam falar", disse Frilley.
Respondendo a uma pergunta, o amigo de Depardieu afirmou que François Hollande parecia ter se sensibilizado durante a conversa, e que "Gérard Depardieu é um monumento da França". "Um presidente é sempre sensível, principalmente com pessoas populares, por questões políticas".
François Hollande "queria entender o motivo do exílio de Depardieu, se ele estava falando sério. As explicações dadas por Depardieu foram compreendidas", disse o amigo do ator. "Não é no âmbito fiscal que ele está enojado, e sim no fato de que se cospe nos bem sucedidos, no sucesso, na iniciativa privada. Depois de um certo tempo, já não se tem mais paciência com isso", concluiu Frilley.
Depardieu iniciou uma grande polêmica sobre o imposto de 75% para as pessoas que possuem uma renda alta - proposta não aceita pelo Conselho Constitucional no sábado -, anunciando que iria morar na Bélgica. Desde então, o ator botou seu hotel particular em Paris à venda e obteve nesta quinta-feira a nacionalidade russa, concedida pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin.
Numa carta difundida na quinta-feira por uma emissora russa, o ator confirma ter pedido o passaporte do país e se diz muito feliz por ter recebido uma resposta positiva do governo russ
o