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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

terça-feira, 12 de março de 2013

Falta capacitação para ensinar a cultura afro



Ilustração/ Felipe Lima
Ilustração/ Felipe Lima /
OBRIGATORIEDADE

Falta capacitação para ensinar a cultura afro

Apesar da boa vontade dos professores, qualidade de iniciativas fica comprometida pela carência de profissionais que dominem o tema.
Há dez anos, a Lei número 10.639 incluiu a obrigatoriedade de conteúdos referentes à cultura e história afro-brasileira no currículo da educação básica. Desde então, universidades e movimentos sociais têm se esforçado para suprir a falta de capacitação de professores na área e vencer a resistência de alguns educadores que ainda encaram com estranheza a proposta.
A legislação que alterou a Lei de Diretrizes e Bases não cria uma nova disciplina, mas explicita a necessidade de se trabalhar a temática, especialmente nas áreas de Educação Artística, Literatura e História. As escolas têm autonomia para incluir o assunto em outras disciplinas, mas, o obstáculo maior, segundo analistas, ainda é a escassez de subsídio para oferecer aos estudantes algo além do tradicional ensino sobre a escravidão no Brasil.
Didática
É preciso criatividade para ir além do tema da escravidão
Um dos maiores benefícios trazidos pela inclusão da temática afro-brasileira nos currículos seria uma apresentação mais positiva da contribuição dos negros para o desenvolvimento do país, acabando com o foco exclusivo na questão dos escravos durante o período colonial, diz a doutoranda em Educação pela UFPR Adriane de Quadros Sobanski, que também dá suporte a professores pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). “Os negros somem dos livros de História depois da abolição”, lamenta.
Ela cita o uso de poemas, crônicas, culinária e música da África como uma possibilidade de mostrar a influência cultural africana no Brasil. No colégio Bom Jesus, por exemplo, a temática foi introduzida na disciplina de Educação Física, na qual os alunos passaram a estudar a capoeira como conteúdo regular, conta o coordenador do ensino fundamental 2, Pedro Gardim. Aulas de História específicas sobre as populações africanas ocorrem no 7º ano.
O professor Paulo Vinicius Baptista da Silva, da UFPR, diz que a Biologia é outra disciplina que tem contribuído muito no sentido de combate ao preconceito, já que por meio dela os estudantes entendem que, biologicamente, não há diferenciação de raças na espécie humana.
Capacitação
Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Educação oferece frequentemente cursos de capacitação na área desde 2006, segundo informa Elaine Beatriz de Oliveira Smyl, dirigente da recém-criada pasta de Coordenação de Educação para as Relações Étnico-Raciais, de Gênero e de Diversidade Sexual. Além dos cursos, a partir de 2008, a prefeitura passou a exigir de todas as escolas municipais a formação de comissões de educação para relações étnico-raciais, compostas por estudantes, professores e funcionários. Esses grupos devem facilitar a implantação de iniciativas multidisciplinares sobre o tema. (JDL)
Conte a sua experiência
Como a escola de seu filho aborda a cultura e a história afro-brasileira durante as aulas?
Segundo o professor de História Fabio Luciano Iachtechen, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), aparentemente, há muita boa vontade na aplicação da lei, mas, como a mudança veio antes de qualquer preparo dos docentes, muitas iniciativas carecem da consistência adequada. “A lei veio antes de qualquer formação ou mesmo da disponibilidade de materiais didáticos, então, as tentativas vêm sendo feitas de uma forma um pouco atropelada”, diz.
Para Iachtechen, nota-se uma clara preocupação em responder à demanda por parte dos agentes envolvidos, mas especialmente no que diz respeito à história da África, há escassez de professores que dominem o tema com segurança. Mesmo a UFPR só abriu concurso em 2012 para a contratação de professores universitários com formação específica no tema. “Quem vai trabalhar esse conteúdo acaba tendo de ser autodidata”, lamenta o professor.
Resistência
Já o professor Paulo Vinicius Baptista da Silva, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR, considera que as resistências existentes à obrigatoriedade se devem mais a um apego ao modo como a história e a própria cultura nacional eram ensinadas décadas atrás, quando não era dado tanto destaque à herança étnica dos afrodescendentes. “Uma mudança na política curricular como essa não se muda com facilidade porque mexe numa tradição bastante arraigada.”
Ainda assim, Silva cita alguns avanços notáveis. Em 2010, ele trabalhou na articulação de projetos relacionados ao tema no Sul do Brasil. Na época, as escolas do Paraná teriam se destacado com uma quantidade de iniciativas sobre o tema superior às de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele cita como exemplo o trabalho desenvolvido por professores no município de Pitanga, onde a população negra é menor do que a média do estado. “Ficamos surpresos ao visitar três escolas em que as gestoras dos projetos na área eram de origem ucraniana”, conta.

Família Scherer torce com “prudência”


Arquivo da família / Em fotografia de 1951, dom Odilo Scherer  (o 3º da esq. para a dir., sentado) aparece com a família em Toledo, no ParanáEm fotografia de 1951, dom Odilo Scherer (o 3º da esq. para a dir., sentado) aparece com a família em Toledo, no Paraná
SUCESSÃO NA SANTA SÉ

Família Scherer torce com “prudência”

No Paraná, parentes do cardeal brasileiro cotado para se tornar o novo papa não escondem a expectativa, mas dizem que o momento é de oração.
Familiares de dom Odilo Pedro Scherer, cardeal brasileiro apontado como um dos favoritos para assumir o posto máximo da Igreja Católica após a renúncia do papa Bento XVI, não escondem a expectativa com a escolha do futuro líder, mas preferem acompanhar o conclave, que começa hoje, com muita oração.
Personagem
Arcebispo que ordenou dom Odilo diz que ele está pronto para ser papa
Para o arcebispo emérito de Cascavel, dom Armando Círio, que em abril completa 97 anos, o cardeal Odilo Scherer está preparado para ocupar o cargo máximo da Igreja Católica. “Posso dizer que está preparado para assumir essa responsabilidade, naturalmente não preciso dizer que ficaria alegre com essa notícia [a escolha de dom Odilo]”, diz.
Dom Odilo foi um dos primeiros alunos recebidos no pequeno seminário de Toledo em 1962 por dom Armando Círio. Depois de alguns anos de estudo em Curitiba, o atual arcebispo de São Paulo retornou para o oeste do Paraná e ingressou no seminário em Cascavel.
No dia 7 de dezembro de 1976, dom Armando ordenava padre o jovem Odilo Scherer. A cerimônia aconteceu na cidade de Quatro Pontes e um dia depois, o novo padre rezava sua primeira missa no distrito de Dois Irmãos, vilarejo onde sua família residia.
Para dom Armando Círio, caso Scherer seja eleito papa, ele fará algumas reformas na Igreja. “Eu acho que vai fazer mudanças. Ele é uma pessoa que olha para frente com responsabilidade ao cargo, mas sempre em toda parte [por que passou] fez acontecer alguma coisa nova. Ele conserva aquilo que é bom do passado, mas sempre faz acontecer alguma coisa nova”, afirma.
O arcebispo de Cascavel diz que vai acompanhar o conclave rezando e torcendo por dom Odilo Scherer. Para ele, a Igreja tem que se adaptar a alguns pontos de vista e promover mudanças. “A história está sempre em transformação”, afirma.
Os irmãos do arcebispo de São Paulo espalhados por vários estados brasileiros tiveram uma reunião em família quando o nome dele começou a despontar como um dos candidatos e optaram por receber as informações com cautela. A família é composta de 13 irmãos, mas duas irmãs do cardeal morreram ainda crianças.
Ordenado em 7 de dezembro de 1976 pelo então bispo dom Armando Círio, o cardeal brasileiro tem uma longa história no oeste do Paraná. Toda sua infância foi vivida na cidade de Toledo, onde a família de dom Odilo fixou residência em setembro de 1951. Ele completou três anos de idade uma semana após a chegada ao distrito de Dois Irmãos, pequeno povoado de Toledo. À época, os Scherer foram a segunda família habitante do distrito.
O professor Flávio Ven­delino Scherer, 67 anos, irmão de dom Odilo, conta que na época as brincadeiras de criança eram nadar em rios, pescar e outras atividades ligadas à agricultura, pecuária e saúde. “Interessante que muitas brincadeiras que a gente fazia se vincularam depois com nossas escolhas profissionais”, diz.
O próprio dom Odilo brincava de celebrar missas. O irmão conta que durante uma festa religiosa no distrito de Dois Irmãos, o pequeno Odilo, à época com oito anos, reuniu os irmãos para celebrar a missa de brincadeira e em latim. “Ele estava brincando de padre e eu lembro que o Odilo disse dominus vobiscum, que é o Senhor esteja convosco. Foi uma brincadeira inocente, mas que marcou”, afirma.
Dom Odilo sempre foi muito ligado à família. Em janeiro deste ano, ele participou do encontro dos Scherer, que aconteceu em Capitão Leônidas Marques, no oeste do Paraná, e reuniu aproximadamente 800 pessoas do Brasil, Paraguai e Bolívia. Flávio, um dos irmãos, até hoje guarda centenas de cartas trocadas pela família desde a década de 60. A comunicação e o diálogo sempre estiveram presentes na família Scherer. A língua alemã é falada por todos desde a infância.
Dom Odilo, segundo o próprio irmão, é uma pessoa bem-humorada e que não dispensa uma máquina fotográfica. Em suas viagens, costuma documentar tudo em imagens. “Ele fotografa tudo, até detalhes de uma flor ou de uma pintura”, diz Flávio Scherer. Recentemente ele fez uma viagem ao Haiti e trouxe de lá várias fotos e uma certeza: o país mais pobre das Américas não conseguirá se levantar sozinho se não houver uma força humanitária mundial após o trágico terremoto de 2010.
Memórias
Ex-aluno do arcebispo de São Paulo, deputado se lembra da catequese
Assim como dom Odilo Scherer, o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB) viveu sua infância no distrito de Dois Irmãos, em Toledo. Ele lembra que, na década de 60, o jovem seminarista foi seu professor de catequese na comunidade. As aulas aconteciam sempre aos sábados e, segundo Kaefer, eram bem informais. “Era muito mais informal do que é hoje. Ele chegava, no sábado, e reunia aqueles que estavam se encaminhando para a primeira comunhão. Bons tempos”, recorda.
Para Kaefer, caso dom Odilo seja o escolhido entre os cardeais para comandar os destinos do catolicismo mundial, ele promoverá mudanças na igreja com o objetivo de estancar a perda de fiéis para outras religiões, como é o caso dos evangélicos no Brasil.
Kaefer diz que logo após dom Odilo ser nomeado cardeal ele fez uma visita ao religioso em São Paulo. Naquele dia teria encontrado na arquidiocese a também deputada Luiza Erundina (PSB) e relatou à ela que era amigo pessoal de dom Odilo. “Eu disse que ele era meu amigo, meu irmão e que ali estava um possível futuro papa. A Luiza Erundina é testemunha disso”, afirma.

Cardeais participam da última missa antes do início do conclave


EFE/Michael Kappeler / Cardeais celebram a missa que abre as atividades do conclave, que irá escolher o sucessor de Bento XVICardeais celebram a missa que abre as atividades do conclave, que irá escolher o sucessor de Bento XVI
ESCOLHA DO PAPA

Cardeais participam da última missa antes do início do conclave

A cerimônia é aberta ao público. Além das pessoas que lotam a basílica, construída em 1506, uma multidão lota a Praça São Pedro, em frente à igreja, acompanhando a missa por telões.
Em seu último compromisso público antes do ínício, na tarde desta terça-feira, do conclave que escolherá o sucessor do Papa Bento XVI, os cardeais participam nesta manhã de uma missa solene na basílica de São Pedro. A missa será celebrada pelo decano dos cardeais, Angelo Sodano, que, por ter mais de 80 anos, porém, não participará do processo de escolha do novo Pontífice.

Na homilia, Sodano agradeceu a Cristo pelo luminoso pontificado com a vida e a obra do venerado pontífice Bento XVI, a quem manifestou profunda gratidão. A multidão no templo aplaudiu demoradamente a menção ao papa, que renunciou no dia 11 do mês passa.A cerimônia é aberta ao público. Além das pessoas que lotam a basílica, construída em 1506, uma multidão lota a Praça São Pedro, em frente à igreja, acompanhando a missa por telões.
"Ao mesmo tempo, pedimos ao Senhor que, por meio dos cardeais, nos conceda outro Bom Pastor para sua igreja", disse o decano.
Na manhã desta terça-feira, os cardeais se instalaram no Hotel Santa Marta, um prédio dentro do próprio Vaticano, no qual ficaram hospedados durante toda a duração do conclave. Essa é a segunda vez que o Santa Marta é usado como residência dos cardeais durante um conclave. A primeira foi em 2005, quando foi eleito o cardeal Josef Ratzinger, que adotou o nome de Bento XVI.
À tarde, os 115 cardeais seguirão para a Capela Sistina cantando um canto gregoriano implorando que os santos lhes concedam inspiração na escolha do novo papa. Eles ouvirão um sermão de um cardeal maltês, farão um juramento de confidencialidade e, possivelmente, realizarão a primeira votação, embora, na segunda-feira, o Vaticano tenha considerado improvável que o Pontífice fosse escolhido já no primeiro dia.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Conclave: o fim secreto de campanhas eleitorais não-anunciadas


Cardeais iniciam contagem para o conclave

O conclave marca o estágio final de um misterioso processo eleitoral que começou discretamente há algumas semanas, meses ou mesmo anos.

Alguns dos 115 cardeais que se reúnem a partir de terça-feira na Capela Sistina há anos são vistos como "papáveis". Outros nomes só ganharam força depois que Bento 16 anunciou em 11 de fevereiro que iria renunciar.
Há cardeais que buscam o cargo ativamente, e outros que se apresentam com menos entusiasmo, mas todos eles estarão sujeitos à mesma dinâmica imprevisível que coloca os conclaves entre os processos eleitorais menos transparentes do mundo.
O arcebispo Piero Marini, mestre de cerimônias do conclave de 2005, notou que desta vez o processo pré-eleitoral começou para valer em 28 de fevereiro, quando ele viu cardeais conversando em pequenos grupos depois de se despedirem do papa Bento 16 no Vaticano.
"Foi então que os preparativos para o novo papa começaram", disse ele a jornalistas, explicando na semana passada os rituais do conclave.
O teólogo italiano Massimo Faggioli disse que um dos principais candidatos, o arcebispo de Milão, Angelo Scola, se prepara há anos para a disputa. Ele citou o Oásis, rede de diálogo entre cristãos e muçulmanos lançada em 2004 pelo religioso, como uma plataforma que reforça suas chances.
"Scola é muito inteligente e construiu muito cuidadosamente sua campanha para esse conclave", disse ele. "Agora ele está muito mais conhecido internacionalmente do que os outros italianos."
Mas todos os cardeais negam estar em campanha para uma eleição que eles dizem ser guiada pelo Espírito Santo. Cabalar votos ostensivamente é a forma mais eficaz de afastar os cardeais-eleitores de um candidato.
O que um cardeal com ambições faz é participar de sínodos do Vaticano para conviver com outros prelados, visitar colegas regularmente e proferir conferências que revelem sua sabedoria e seus dotes linguísticos. Publicar livros regularmente também é aconselhável.
Quando um papa morre ou se aposenta, os "grandes eleitores" surgem para discretamente promover candidatos durante as reuniões preliminares ao conclave, chamadas "congregações gerais", nas quais os cardeais se reúnem para discutir o futuro da Igreja e traçar o perfil do novo pontífice.
Geralmente, candidatos que não estão no páreo promovem seus preferidos durante conversas informais paralelas a essas reuniões, em jantares nos restaurantes de Roma e em intervalos do próprio conclave.
Em 1978, após a repentina morte de João Paulo 1º, o então arcebispo de Viena, Franz Koenig, mobilizou os cardeais germanófonos em torno do polonês Karol Wojtyla, enquanto o polonês-americano John Krol mobilizava os prelados os EUA em torno do mesmo nome. Wojtyla se tornaria o papa João Paulo 2º..
Em 2005, Joseph Ratzinger chegou ao conclave já com o apoio dos cardeais da Cúria (a burocracia do Vaticano), e reforçou sua candidatura ao comandar com habilidade os debates da congregação geral e ao denunciar a "ditadura do relativismo" durante um sermão logo antes do início do conclave.
ELEIÇÃO DE RATZINGER
Uma vez dentro da Capela Sistina, os cardeais rezam, votam e aguardam os resultados eleitorais. Nenhuma consulta é permitida dentro da Capela, mas os prelados podem discutir as opções durante as refeições no alojamento que fica atrás da basílica de São Pedro.
A primeira rodada de votação, na tarde em que o conclave começa, é como uma eleição primária, na qual os votos são dispersos entre vários candidatos. Alguns desses votos são uma espécie de homenagem a cardeais amigos antes que a disputa se torne mais séria, no dia seguinte.
Os cardeais juram segredo, mas uma reportagem da revista italiana Limes depois do conclave de 2005 afirmou que Ratzinger obteve sólidos 47 votos na primeira votação, com Jorge Bergoglio, de Buenos Aires, somando 10 apoios e os votos restantes distribuídos entre outros nomes.
Os votos começaram a ser transferidos a partir da segunda votação, levando Ratzinger a 65 apoios contra 35 de Bergoglio. A revista Limes afirmou que o argentino era apoiado por vários cardeais moderais da Alemanha, EUA e América Latina.
A terceira votação deu 72 votos a Ratzinger e 40 a Bergoglio, segundo a Limes, e o cardeal alemão foi eleito na quarta votação com 84 votos.
Entre os ditados populares romanos sobre os papas um diz que "quem entra no conclave como papa, sai como cardeal". Isso, porém, nem sempre se mostra verdadeiro.
Em 1939, o cardeal Eugenio Pacelli entrou no conclave como o grande favorito. Na terceira votação foi eleito, para se tornar Pio 12

Indicativo de greve na rede estadual é suspenso


Professores e funcionários da rede estadual de ensino suspenderam o indicativo de greve, que estava marcado para quarta-feira. A decisão foi tomada em assembleia realizada sábado, em Curitiba, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato).

Os educadores concordaram com a proposta do governo de reajustar em 7,11% os salários em maio, relativo à correção do valor do Piso Salarial Profissional Nacional. Além disso, o governo estadual prometeu aplicar 30% de hora-atividade para o início de agosto deste ano e continuar as negociações para que haja 33% de reajuste na hora-atividade até o final do ano.
7,11% de reajuste nos salários a partir de maio foi a proposta oferecida pelo governo do estado aos professores.
Outra questão que colaborou para a suspensão do indicativo de greve foi o envio de um projeto de lei que prevê alterações no plano de carreira dos funcionários para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A proposta estava pronta desde o ano passado, mas foi encaminhada pelo governo somente na última sexta-feira.
Ainda em relação ao plano de carreira, o Executivo propôs a criação da Lei do Piso, com o objetivo de destinar um terço da jornada de trabalho dos professores para hora-atividade.
Estado de greve
O estado de greve, que já vem desde o ano passado, foi mantido e, segundo a APP-Sindicato, poderá haver um novo indicativo de greve caso as negociações tenham retrocessos. Uma paralisação estadual está programada para o dia 24 de abril, dia que integra a greve nacional de três dias organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

De volta à sala de aula, 11 anos depois


Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / Os 700 estudantes acompanham as aulas em um espaço emprestado por outra escolaOs 700 estudantes acompanham as aulas em um espaço emprestado por outra escola
EDUCAÇÃO

De volta à sala de aula, 11 anos depois

Obra em Almirante Tamandaré para reabrir Colégio Ambrósio Bini, tomado por rachaduras, deve ser feita ainda neste ano.
Depois de 11 anos interditado por problemas estruturais, o prédio do Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré, será reformado e deve voltar a funcionar em 2014. Com previsão de investimento de cerca de R$ 2,1 milhões, o processo foi encaminhado na última semana à Comissão de Licitação de Obras da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Em dois meses deve ser divulgado o edital para a concorrência pública.
Se a reforma do prédio interditado for finalizada neste ano, como planeja a Seed, no próximo ano letivo os estudantes serão transferidos para uma sede que nunca viram funcionando e que hoje está tomada por sinais de abandono. Não há portões e, depois que o prédio passou a ser depredado, em 2008, não há nada além das paredes e escadas.
Mobilização
Comunidade escolar age enquanto ajuda não vem
Atualmente, o Colégio Estadual Ambrósio Bini funciona em uma estrutura de madeira construí­­da em um espaço emprestado por outra escola. Em janeiro deste ano, pais, professores e alunos se uniram para construir uma nova sala dos professores, depois que a primeira deu lugar a uma sala de aula. “Juntamos recursos com rifas e doações e a reforma foi feita pela comunidade mesmo”, conta Lindomar de Oliveira, professor de Língua Portuguesa.
Outro professor que ajudou na reforma é Anderson Luiz Fer­­rei­­ra­­ da Silva, professor há 18 anos e ex-aluno do colégio. Ele já publicou no YouTube vários vídeos a respeito das condições pre­­cárias do Ambrósio Bini e ou­­tro mostrando os passos da cons­­trução da nova sala. “Era uma escola­­ cheia de vida, um ícone para a cidade. Olhar para ela abandonada dá vontade de chorar. Gostaria que a reforma fosse rápida, pois aqui cabem mais alunos e as salas são mais espaçosas”, conta.
Vizinha do prédio que deve­­ ser reformado, a comerciante­­ e professora aposentada de História e Geografia Noeli Bu­­sato Bini se lembra do início da mobilização pela interdição do colégio, reforçada pelos pais que se preocupavam com a segurança das crianças. “Dá uma dor no coração ver o abandono de um colégio como esse”, diz.
Até mesmo o teto foi parcialmente destruído. As rachaduras, principal sinal de que a interdição seria necessária, continuam lá e aumentaram com os anos, assim como o afundamento do piso de algumas salas.
Apesar das más condições, depois de estudos do solo, o local foi considerado seguro para a reocupação, segundo o superintendente de Desenvolvimento Educacional (Sude) do Paraná, Jaime Sunyé Neto. Em 2002, a preocupação era com o risco de maiores afundamentos de terra ocasionados pelo aquífero Karst, que é uma fonte de abastecimento de água e ocupa parte da área do município.
“Houve estudos anteriores, mas, por alguma razão, eles não foram levados adiante. Agora retomamos e descobrimos que é possível recuperar a escola, fazendo um reforço da fundação, que implica em mergulhar estacas a mais de 17 metros, onde há rocha”, diz.
Desde que o colégio foi fechado, em 2002, os 2 mil alunos do ensino fundamental e médio foram reduzidos a 700 e os que sobraram têm enfrentado a falta de estrutura adequada para os estudos. As salas de aula já foram improvisadas em um barracão e em um salão de igreja e os estudantes estão até hoje em estruturas provisórias, sem quadra de esportes, biblioteca, refeitório e laboratório de 

Só 10% aprendem o ideal em matemática no ensino médio

O Rio de Janeiro é o estado com maior índice de alunos com conhecimento adequado de matemática no terceiro ano, 16,6%Os alunos do ensino médio são os que apresentam maior defasagem no aprendizado. Menos de um terço, 29,2%, dos estudantes conhecem a língua portuguesa da forma adequada ao período de estudo e apenas 10,3% sabem matemática proporcionalmente ao ano de ensino. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (6) no relatório De Olho nas Metas do movimento Todos pela Educação (TPE).
O estudo é divulgado anualmente pela entidade. Nele, o TPE monitora o cumprimento de cinco metas consideras fundamentais: o atendimento escolar à população de 4 a 17 anos, a alfabetização na idade correta, o desempenho dos alunos nos ensinos fundamental e médio, a conclusão dos estudos e o financiamento da educação. Este ano, o desempenho dos estudantes do ensino médio chamou a atenção por se distanciar da meta considerada adequada pela entidade.
Com base em dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e da Prova Brasil de 2011, o TPE constatou a maior defasagem em matemática. No relatório divulgado em 2011, com dados de 2009, a porcentagem de estudantes com conhecimento adequado ao 3º ano do ensino médio era 11%, inferior à meta de 14,3%. Neste ano, no entanto, além da redução da porcentagem (10,3%), a diferença para a meta do período (2011) aumentou: é de quase 10 pontos percentuais (19,6%).
Em português, a meta foi cumprida no último relatório, 28,9% dos estudantes tinham o conhecimento adequado e a meta era de 26,3%. Nesse ano, também houve piora. A porcentagem de estudantes teve um leve aumento, 29,2%, mas não foi suficiente para cumprir a meta para o período, que era de 31,5%.
“No ensino médio observamos um descolamento enorme. Para melhorar essa fase do ensino, é preciso melhorar todo o sistema de educação. A defasagem vem desde a educação infantil e vai se acentuando.”, explica a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
A informação de Priscila pode ser comprovada pelos dados dos anos anteriores de ensino. No 5º ano do ensino fundamental, em português, 40% tem o conhecimento adequado diante da meta de 42,2%. Já em matemática, a meta de 35,4% foi superada por 36,3% dos alunos. No 9º ano do ensino fundamental, em português, 27% dos estudantes detinham o conhecimento necessário e a meta era de 32%. Em matemática foram 16,9% para uma meta de 25,4%.
“Diversas pesquisas educacionais comprovam que alunos com maior defasagem tendem a apresentar desempenho escolar inferior ao dos que se encontram no ano adequado”, informa o relatório. Ainda segundo o estudo, “o problema da defasagem precisa ser combatido na partida. Ou seja, se os alunos aprendem o que têm direito de aprender, diminui a repetência e, consequentemente, a defasagem. Por sua vez, alunos que já estão defasados precisam ter acesso a reforço escolar”.
A entidade alerta para a diferença entre as regiões e entre os estados e o Distrito Federal. De acordo com Priscila, não se trata de algo recente, pelo contrário, foi observado em outros relatórios do TPE, no entanto “observamos pouco avanço no sentido de melhorar essa desigualdade. Se quisermos que as regiões mais pobres elevem o desempenho em vários setores, precisamos melhorar a educação. Essa é uma grande preocupação”, diz.
O Rio de Janeiro é o estado com maior índice de alunos com conhecimento adequado de matemática no terceiro ano (16,6%), enquanto o Acre é a unidade da Federação com o menor índice (3%), uma diferença de 13,6 pontos percentuais.

sábado, 9 de março de 2013

Governo do Paraná apresenta propostas para avaliação da categoria do Professores


Reajuste do Piso em maio; 30% de hora-atividade no início de agosto e envio dos projetos da hora-atividade e QFEB até sexta (8)

A poucos dias da assembleia estadual da categoria, que será realizada neste sábado (9), após um intenso debate com a direção estadual da APP-Sindicato, na tarde de hoje (5), o secretário de Educação Flávio Arns apresentou a proposta do governo para a pauta que motivou a greve da categoria, prevista para iniciar no dia 13 de março. Na proposição, a implantação dos 7,115% do Piso Nacional Profissional Nacional (PSPN) em maio, 3,47% da equiparação em outubro, 30% de hora-atividade para o início do segundo semestre e envio dos projetos de lei da hora-atividade e das alterações da carreira dos funcionários até sexta-feira (8).
A direção da APP-Sindicato cobrou do governo durante toda a reunião o atendimento total dos itens reivindicados pela categoria, tendo em vista a legislação nacional do Piso e os próprios compromissos assumidos pelo governo com os(as) educadores(as). O governo alega que a proposta apresentada é a possível, em virtude do quadro financeiro do Estado, que já enfrenta problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo estudos apresentados na reunião, a efetivação da proposta do governo significará um aumento de cerca de R$ 400 milhões na folha de pagamento da educação.
As propostas do governo serão avaliadas coletivamente pela categoria na assembleia estadual da APP deste sábado. Estas não atendem integralmente as reivindicações dos(as) professores(as) e funcionários(as), mas é fruto da pressão da categoria que se mobilizou por todo o Estado, em atos regionais, e debateu com a comunidade, ações que deram visibilidade à pauta. Veja, abaixo, o relato dos itens discutidos.
PSPN - O governo propõe a implementação do índice de 7,115% aos salários do magistério estadual para o mês de maio, quando também será implementada a data-base dos servidores. Em relação ao retroativo a janeiro, o se comprometeu a continuar o debate com o sindicato.
Equiparação - Em outubro será paga a última parcela da equiparação para os professores de 3,47%. Este percentual foi calculado, tendo em vista a reposição da data-base prevista para o conjunto dos servidores de 6,11% para maio de 2013.
Hora-atividade - Na última reunião, a Seed anunciou que iria encaminhar à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) um projeto de lei no qual adaptaria o Plano de Carreira do Quadro Próprio do Magistério (QPM) à legislação nacional que trata do Piso (Lei 11.738/2008), assegurando o 1/3 da jornada para a hora-atividade. Hoje, o secretário informou que a proposta será protocalada na Alep até a sexta-feira (8).
Sobre a aplicabilidade dos 33% de hora-atividade, como prevê a Lei do Piso, o governo propôs, que a partir do início do mês de agosto seja aplicado 30% e, em consonância com o debate pedagógico, se avance para o 1/3 de hora-atividade na rede estadual. Com a proposta de 30%, a próxima distribuição de aula em julho contemplaria 14 aulas em sala (em vez das atuais 15) e seis como hora-atividade.
A APP manteve a defesa veemente da implementação dos 33%, como define a legislação (e como o governo estadual já havia se comprometido em aplicar desde o início de 2013), argumentando no impacto da mesma para a melhoria das condições de trabalho dos professores e ampliação da qualidade da escola pública.
Plano de Carreira do QFEB - A minuta que trata das adequações no Plano do QFEB será encaminhada para a Assembleia Legislativa, juntamente com a proposta que transporta o texto da lei federal do Piso para o Plano de Carreira do QPM, até a sexta-feira (8). A Secretaria de Educação acatou a reivindicação feita pela APP de alteração dos artigos 17 e 18, para que os funcionários em estágio probatório que tenham três ou mais anos de trabalho como PSS possam também avançar uma classe como os demais estatutários. Conforme já anunciado pela APP, entre outros pontos, está previsto no Projeto de Lei o reconhecimento da graduação na carreira para o Agente Educacional I, e a pós para o Agente Educacional II.

Ainda na reunião, a direção da APP discutiu outros itens da pauta de reivindicação.
Concurso público - A direção da APP voltou a cobrar do governo alteração no edital do concurso público. Um longo debate foi efetuado sobre o prazo de validade do concurso e o caráter eliminatório da prova prática. O secretário assumiu o compromisso de voltar a debater internamente os temas para dar uma resposta ao sindicato. Além destes dois itens, a APP cobra a mudança de vários outros pontos já discutidos e apresentados oficialmente para o governo. A chefe do Grupo de Recursos Humanos Setorial (GRHS) da Seed, Graziele Andreola, apresentará por escrito ao sindicato respostas a todos os itens reivindicados até a data da Assembleia.
Jogos Escolares do Paraná - A APP apresentou ao secretário a definição de indicativo de boicote aos Jogos Escolares do Paraná (JEPs) retirado pelos(as) professores(as) de Educação Física na reunião do Coletivo realizada pela entidade no último dia 26, em virtude do descontentamento com a redução de aulas na matriz curricular do ensino fundamental. A superintendente de Educação Eliane Terezinha Vieira Rocha afirmou que a Secretaria irá apresentar até a próxima sexta-feira, dia 8, uma resolução estabelecendo a instituição de oferta de programas nas escolas, tendo como perspectiva a educação de tempo integral. Nesta, a previsão de demanda para a área de Esportes, Ciência e Artes destinados a todos os estudantes e a hora treinamento para os alunos em atividades mais especializadas.
A APP argumentou que estas novas demandas não tenham caráter transitório e que façam parte da organização pedagógica da escola. O sindicato também solicitou que o secretário atenda uma comissão de professores de educação física para que, acompanhado da direção sindical, discuta os problemas apresentados no seminário da APP com os professores de Educação Física. A data será marcada após a Assembleia da APP.
Promoções e posse dos 348 funcionários - Mais uma vez, a direção sindical voltou a cobrar do secretário o pagamento das progressões e promoções em atraso de professores e funcionários, bem como a nomeação dos 348 funcionários(as) de escolas que aguardam o ato governamental de posse há mais de um ano. O secretário novamente afirmou que está atuando no interior do governo para apresentar uma data final de atendimento dos itens ao sindicato.

Assembleia Estadual -
 A direção da APP-Sindicato convida professores (as) e funcionários (as) para participar da assembleia estadual neste sábado. Este é um momento importante para a nossa luta. Caberá a assembleia, instância máxima de deliberação da categoria, avaliar  a proposição do governo, arrancada a partir da mobilização, e o indicativo do início da greve a partir do dia 13 de março. A assembleia acontece no Teatro Positivo, a partir das 8h30 da manhã, em Curitiba.

Governo estadual altera currículo do ensino fundamental


Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 4:45 pm   ·   103 comentários

Com nova diretriz, aulas de História, Geografia e Ciências foram retiradas dos três primeiros anos
Da Redação 
Governo estadual cancelou o ensino de Geografia, História e Ciências nos três primeiros anos do ensino fundamental (Foto: www.educacao.sp.gov.br)
Os alunos dos três primeiros anos das escolas de ensino integral do ensino fundamental da rede pública do Estado de São Paulo não terão mais aulas de História, Geografia e Ciências. A nova diretriz da Secretaria Estadual de Educação é válida para as 297 unidades que migraram para o ensino integral.
Desta forma, mesmo ficando 8 horas por dia na escola, os alunos não terão aulas de ciências físicas e biológicas, história e geografia. Por outro lado, terão 15 aulas de língua portuguesa por semana no 1º e 2º anos, o que equivale a 60% da carga horária semanal. O restante será ocupado por matemática, com 6 aulas, 25% da carga horária semanal, e educação física e arte, com 4 aulas. No 3º ano, a carga horária de matemática sobe para 40% e a de língua portuguesa cai para 35%.
A Secretaria Estadual de Educação defende que o objetivo da reformulação é tornar o currículo escolar “mais atraente”. De acordo com a pasta, o processo que culminou na reformulação começou em 2011 e teve a colaboração de dirigentes e supervisores.
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, criticou as mudanças na grade de disciplinas. “Tem de haver um fortalecimento em português e matemática, mas não retirar totalmente outras disciplinas. As crianças precisam ter acesso ao conhecimento geral, senão a escola fica só para habilitar”, disse. “Até questões de higiene vêm com essas disciplinas”, completou Noronha.
A consultora em educação Ilona Becskehazy também não concordou com as mudanças. “Não faz sentido. A tendência mundial tem sido trazer a reflexão científica para o 1º ano”, disse.
Com informações do jornal O Estado de S.Paulo.