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terça-feira, 2 de abril de 2013

Pessuti é nomeado conselheiro de Itaipu


Nomeação do ex-governador foi assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT). Antes de aceitar o cargo, ele havia recusado convite de Beto Richa para presidir a Sanepar.

O ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) será conselheiro da Itaipu Binacional pelo período de três anos. A nomeação foi assinada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (1º) e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (2). Pessuti deve ocupar o cargo até 16 de maio de 2016.
Na mesma edição do Diário Oficial consta a exoneração de Celso Luiz Nunes Amorim do cargo, que agora será ocupado por Pessuti.

Divulgação/Adriano Rabiço
Divulgação/Adriano Rabiço / Pessuti passa a integrar o Conselho de Administração de Itaipu, que tem doze membros brasileiros e paraguaiosAmpliar imagem
Pessuti passa a integrar o Conselho de Administração de Itaipu, que tem doze membros brasileiros e paraguaios

  • Pessuti disse que deve assinar o termo de posse nesta quarta-feira, quando deve também se apresentar à secretaria do conselho. “Essa nomeação é um assunto que vem sendo abordado desde janeiro de 2011, quando estive em Brasília com Michel Temer [presidente do PMDB] e com Gleisi Hoffmann [então senadora e agora ministra da Casa Civil] sobre a possível ida minha ao Ministério da Agricultura, à Conab ou ao setor de Agronegócios do Banco do Brasil”, contou.
O ex-governador acabou não assumindo nenhum dos cargos e em agosto de 2011 passou a ser conselheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), cargo que irá conciliar com a função de conselheiro da Itaipu. No BNDES, a remuneração de Pessuti é de R$ 6 mil. Como conselheiro de Itaipu, o peemedebista terá vencimentos na faixa de R$ 18 mil, segundo o próprio político.
“Não aceitei o cargo em função do salário que vou receber, escolhi porque quero estar em um conselho superior e em contato com os grandes temas, como a energia e as relações com o Paraguai. Assim como o BNDES, e lá estamos discutindo as principais linhas de crédito e linhas de financiamento do país”, justifica.
O novo conselheiro de Itaipu relatou ainda que qualquer outra diretoria que assumisse atrapalharia seus planos de atuar no PMDB visando as eleições de 2014. “Qualquer outra administração que eu assumisse me faria ficar fora do Paraná, não me permitiria atuar na reestruturação do PMDB para que seja possível construir as candidaturas ou alianças do partido, caso este seja o desejo do PMDB”, disse.
Funções do conselheiro
De acordo com informações do site da Itaipu, o Conselho de Administração é composto, ao todo, por seis brasileiros e seis paraguaios. Além disso, há um representante de cada país dos Ministérios das Relações Exteriores. O Conselho de Administração tem reuniões a cada dois meses ou em caso de convocação extraordinária.
Entre as funções do Conselho de Administrativo estão tomar decisões relacionadas à alienação de patrimônio, empréstimos e orçamento; examinar documentos (tais como Balanço Geral e Relatório Anual) elaborados pela Diretoria Executiva e apresentá-los aos órgãos competentes; fazer cumprir o Tratado de Itaipu; e editar diretrizes de administração e as bases de prestação dos serviços de eletricidade.
Recusa à Sanepar
Anteriormente, Pessuti fora convidado pelo governador Beto Richa (PSDB) para assumir a presidência da Sanepar, mas ele recusou o convite em fevereiro. A ideia de Richa, com o convite, era aproximar o PMDB do governo estadual.
O governador tem o apoio de uma das três alas do PMDB - a dos deputados estaduais – e tentava uma aproximação com a ala comandada pelo ex-governador. A terceira ala do partido é comandada pelo senador e ex-governador Roberto Requião.
À época da recusa, nos bastidores, chegou-se a comentar que havia relação entre a recusa e uma possível proposta do governo federal para o cargo na Itaipu, o que foi negado por Pessuti. A oferta teria sido feita por interlocutores da ministra Gleisi Hoffmann (PT), possível adversária de Richa, em 2014, com o objetivo afastá-lo do governador do PSDB.

GANHO DE PESO Hormônios, os novos culpados



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GANHO DE PESO

Hormônios, os novos culpados

A ciência começa a entender o papel da disfunção hormonal na obesidade, doença que atinge 500 milhões de pessoas em todo o mundo.
O tratamento da obesidade, doença que atinge 500 milhões de pessoas em todo o mundo, tem ganhado fôlego e despertado também alguma polêmica com a emergência de novos atores nesse cenário: os hormônios. Com a descoberta de substâncias químicas que regulam o apetite, a sensação de saciedade e a fabricação de tecido adiposo, a cada nova publicação na área, a comunidade médica convive com novas hipóteses para o ganho e a manutenção de peso.
Recentemente, em artigo publicado na revista norte-americana Nature, uma das mais respeitadas publicações científicas da atualidade, o colunista e especialista em História da Ciência Kirsten Lara Getchell reacendeu a discussão. No artigo, Getchell afirma que o tratamento da epidemia da obesidade tem falhado porque se dá extrema importância ao conceito de “comer muito, gastar pouco” e menos à teoria de que o problema envolve uma disfunção hormonal.
Cautela
Exercícios e alimentação balanceada ainda são melhor forma de evitar acúmulo de peso
De acordo com os médicos, não é totalmente infundada a ideia de que os hormônios têm seu papel na obesidade, pelo contrário. O receio é que se dê muita ênfase neste aspecto e se esqueça de que uma vida ativa e uma alimentação balanceada ainda são a melhor forma comprovada de se evitar o acúmulo de peso que leva a uma patologia -- responsável por 2,8 milhões de mortes anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A obesidade é uma espécie de inflamação que se instala primeiro nas células da pele e depois em órgãos como o fígado. Quando você come um fast-food, por exemplo, há mais de 30 proteínas de inflamação na comida. No caso da irisina, viu-se que ela tem seu nível aumentado no corpo após três semanas de exercícios, diminuindo a atividade inflamatória", explica a endocrinologista do Hospital Pilar Ernestina Auache. Segundo ela, isso mostra que um aspecto está ligado a outro.
Por fim, muitas vezes, nem sempre o que se pressupõe ocorre de fato, daí o perigo de apostar todas as fichas em um hormônio capaz de explicar tudo e resolver os problemas por meio da sua sintetização em laboratório. Um exemplo, como explica a endocrinologista do Hospital Marcelino Champagnat Tatiana Lemos, ocorreu com a leptina. "Como ela diminui a fome, começaram a usá-la em paciente obesos, mas não deu certo. Constatou-se depois que eles têm até mais leptina do que os magros, com a diferença de que neles há resistência".
“A hipótese do ‘comer demais e gastar pouco’ falhou”, diz ele, ao afirmar que é preciso estudar mais o papel dos hormônios no metabolismo e na sua capacidade de regular quando temos fome e quando devemos ficar saciados. “É preciso tratar a obesidade não como um fenômeno físico [no sentido de gasto versus consumo de energia], mas algo fisiológico.”
Causas diversas
De acordo com o endocrinologista do Centro de Diabetes do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, André Gustavo Vianna, a ciência tem avançado no entendimento do problema desde que foi descoberta a ligação dos hormônios da glândula tireoide e da insulina com a regulação da velocidade do metabolismo e do acúmulo de gordura no corpo, respectivamente.
O médico, porém, diz que é temerário afirmar que a obesidade tem esta ou aquela causa específica. “A obesidade ocorre por vários fatores. Há pessoas que comem mal, não fazem exercícios e engordam porque gastam pouco daquilo que comem. Outras, mesmo com uma vida desregrada, por fatores ainda não muito explicados, têm um metabolismo mais rápido e não engordam.”
A endocrinologista do Laboratório Frischmann, Myrna Campagnoli, afirma que é errôneo entender as disfunções endócrinas como causas da obesidade, uma vez que apenas 5% de todos os casos da doenças são causados por fatores hormonais e/ou genéticos. “Estudos mostram que 95% dos casos são fruto simplesmente de uma vida sedentária e de erros alimentares. O que ocorre é que, uma vez obesa, ocorrem alterações hormonais no corpo que podem fazer com que esse quadro se perpetue, ou seja, é um fator de manutenção da doença”, explica.
Causa ou efeito, eis a questão
Um hormônio que está comprovadamente ligado à obesidade é a insulina. Ela é responsável por estocar glicose dentro das células, e em excesso, pode transformar parte dessa glicose em gordura. Outros hormônios, como a grelina, leptina e irisina, começam a ter seu papel desvendado, mas ainda é cedo para afirmar sua relação direta com o problema.
“Observa-se que uma pessoa obesa pode produzir mais ou menos um hormônio, mas não se pode dizer com certeza se isso é uma causa ou um efeito da obesidade”, diz o endocrinologista Henrique de Lacerda Suplicy, do Hospital de Clínicas das Universidade Federal do Paraná.
Exemplos
Conheça alguns hormônios que já foram associados à obesidade:
Insulina: Tal relação é conhecida há cerca de 50 anos. A insulina é o hormônio responsável por estocar glicose dentro das células, que utilizarão esse carboidrato como fonte de energia para a realização de suas funções vitais. Com o excesso do hormônio, mais glicose é estocada, e a glicose ‘extra’ se transforma em tecido adiposo (gordura), processo chamado de lipogênese.
Hormônios da tireoide: Como regulam a velocidade do metabolismo, a deficiência desses hormônios pode tornar a atividade metabólica mais lenta e, por consequência, diminuir o gasto de energia do corpo, gerando acúmulo de gordura. Também já é comprovada tal relação.
Cortisol: Há estudos conclusivos que mostram que o excesso de cortisol (conhecido como o hormônio do estresse) no sangue dificulta a quebra da gordura e facilita a lipogênese. Também desregula a produção de insulina, outro hormônio associado à produção de gordura. Ele é responsável principalmente pela produção de gordura visceral, aquela que se acumula na barriga.
Leptina: Descoberto há 15 anos, esse hormônio produzido pelas células do tecido adiposo tem efeito anorexígeno. Ele diminui o apetite, pois manda um recado ao cérebro informando-o de que há energia suficiente estocada, pronta para ser gasta, e que por isso o indivíduo não precisa comer mais. Pessoas obesas possuem grandes quantidades de leptina, mas o problema é que desenvolvem resistência a este hormônio, que não consegue realizar tal função de comunicação com o hipotálamo.
Grelina: Descoberto em 1999, tem efeito contrário ao da leptina, pois estimula a fome. É produzido no estômago, num local chamado fundo gástrico, o que explica por que pessoas que se submeteram à cirurgia bariátrica, ou seja, retiraram essa parte do estômago, passam a ter menos fome e emagrecem. O que intriga é que obesos produzem menos grelina do que os magros, mas parecem ser mais sensíveis às variações de sua taxa no sangue.
Irisina: O papel deste hormônio foi descoberto em 2012. A irisina tem a capacidade de transformar a gordura branca em gordura marrom. Esta última tem mais mitocôndrias, logo, maior capacidade de queimar calorias, diminuindo o estoque de tecido adiposo. É como se o hormônio simulasse no corpo os resultados da atividade física. Obesos teriam mais resistência à irisina, mas esta é somente uma das hipóteses.

A sociedade que corrompe



Divulgação / Achebe: escritor deixou uma vasta e contundente obraAchebe: escritor deixou uma vasta e contundente obra
LITERATURA

A Paz Dura Pouco, romance do escritor nigeriano Chinua Achebe, morto há dez dias, narra a queda de um jovem promissor que não reconhece mais o próprio país.

O escritor nigeriano Chinua Achebe, que morreu no dia 21, aos 82 anos, destaca-se entre seus conterrâneos por ter aberto para a comunidade mundial as veias de um país ambivalente e contraditório em sua história recente. Seu livro A Paz Dura Pouco, segundo volume de uma trilogia formada por O Mundo Se Despedaça e A Flecha de Deus, todos publicados pela Companhia das Letras, é simbólico nesse sentido.
Publicado originalmente em 1960, poucos anos antes da guerra fratricida que dividiu o país com a criação da República de Biafra, A Paz Dura Pouco representa a ascensão cultural do povo ibo, etnia da qual Achebe faz parte, que incentivou a mudança da mentalidade do país oferecendo bolsas de estudos na Inglaterra. O protagonista é Obi Okonkwo, neto do guerreiro Okonkwo de O Mundo Se Despedaça, ganhador de uma dessas bolsas e, pouco tempo depois, acusado de suborno por um tribunal impiedoso.
Romance
A Paz Dura Pouco
Chinua Achebe. Tradução de Rubens Figueiredo. Companhia das Letras, 200 págs., R$ 38.
Mas, se o avô Okonkwo, que presenciou a dominação britânica na vila de Umofia, cai em desgraça por matar um jovem com as próprias mãos, mesmo que este precisasse ser morto, segundo vontade dos deuses, a ruína do neto Obi Okonkwo está em seu descompasso com a realidade de uma Nigéria tomada pela corrupção e por um choque de culturas na cidade de Lagos. Seu pai, mesmo convertido ao cristianismo, não concebe seu relacionamento com Clara, uma garota osu – uma pária entre a religiosidade nigeriana. Seus amigos, embora empenhados em combater a falta de ética no país, não conseguem enxergar malefícios no recebimento de suborno para algo que apenas favorece ambas as partes. Por fim, resolve usar sua bolsa de estudos não para estudar Direito, como queriam seus benfeitores, mas Inglês, algo considerado menor e de pouca serventia. A partir destes elementos, uma série de erros e desencontros culmina no julgamento do jovem de futuro promissor que é apresentado no início do romance.
Permanece, ao longo de toda a leitura de A Paz Dura Pouco, uma sensação kafkiana de inevitabilidade, como se o autor, por meio da mera narração de fatos e diálogos, dissesse diretamente ao leitor que a construção da ética ocidental em um país com suas próprias leis e valores não é possível simplesmente por meio da educação das novas gerações. Em dado momento do romance, um dos personagens inclusive sugere que a corrupção na Nigéria acabaria assim que todos os funcionários da antiga geração morressem. A tese é desmentida com a corrupção do próprio Obi Okonkwo, cujas razões para tal são o verdadeiro mistério do livro. Desse modo, portanto, são, antes de tudo, as circunstâncias que fazem o contraventor, algo que pode ser sobreposto às ideias de Rousseau e Locke sobre o homem à luz de uma sociedade deformadora do caráter construído.
Achebe pintou o caráter exótico da África para os africanos enquanto os escritores europeus se ocupavam de retratar o estranhamento do homem branco no continente negro. Ele deixa não só uma obra vasta e contundente sobre o material complexo do qual é feita a Nigéria, mas também uma linha de escritores cujas obras dialogam com seu pensamento, como Chimamanda Ngozi Adichie e Teju Cole, para citar dois autores também publicados no Brasil. Para nós brasileiros, aliás, o valor de sua literatura está na aproximação entre os dois países por sua clara semelhança nas gêneses de pensamento e cultura. O Brasil, em suas ambivalências e conflitos éticos, também tem um pouco de Nigéria.

Oscar Wilde dá conselhos a jovem em carta recém-descoberta.


Uma carta escrita pelo irlandês Oscar Wilde (1854-1900), com conselhos a um jovem escritor, foi descoberta na parte de trás de um velho guarda-roupa, na Inglaterra, de acordo com o jornal britânico The Telegraph. O documento, com 13 páginas, não está datado, mas estima-se que tenha sido escrito por volta de 1890, quando Wilde se tornava famoso.
Dirigida a um aspirante a escritor cuja identidade ainda não é conhecida, a carta aconselhava a não depender da escrita para sobreviver. “O melhor trabalho na literatura é sempre feito por aqueles que não dependem dela para ganhar o pão de cada dia”, escreveu Wilde.
Juntamente com a carta foi encontrado o primeiro rascunho do soneto “The New Remorse” (“O Novo Remorso”), publicado por Oscar Wilde – sob outro título – em 1887. Os dois documentos pertenciam ao dono de uma cervejaria vitoriana que, ao longo dos anos, recolheu cartas autografadas e manuscritos.

Dislexia afeta 7% das crianças


Jonathan Campos/ Gazeta do Povo / Tatiane Cardoso Dorte, 29 anos, com o filho Yan: recuperação rápida após diagnósticoTatiane Cardoso Dorte, 29 anos, com o filho Yan: recuperação rápida após diagnóstico
APRENDIZAGEM

Dislexia afeta 7% das crianças

Quanto antes for identificado o transtorno, menores os prejuízos acadêmicos, sociais e psicológicos para crianças e suas famílias.
Quando a mãe de Yan, 7 anos, descobriu que o filho tinha dislexia, o menino já havia mudado de escola três vezes por causa de dificuldades no aprendizado. A identificação do problema foi o caminho para que ele finalmente começasse a evoluir nos estudos. Refeitas com um novo método, suas provas que antes tinham notas baixas hoje têm 9 ou 10, resultados que restituíram o interesse pela escola e a aceitação dos colegas.
A história de Yan não é um caso isolado. A dislexia afeta cerca de 7% das crianças, a maioria meninos. Apesar da grande incidência, muitas escolas e professores ainda não estão preparados para lidar com esse transtorno, de difícil diagnóstico. De origem neurobiológica e genética, a dislexia pode comprometer o desenvolvimento das habilidades de escrita, decodificação e pronunciação das palavras. Se tratado a tempo, no entanto, o distúrbio não chega a prejudicar a aprendizagem das crianças.
Bê a bá da Dislexia
Confira os sinais mais comuns desse transtorno de aprendizagem nas crianças:
- Na escrita, troca letras, junta palavras que são escritas separadas e separa as que são escritas juntas. Copiar do quadro ou do livro é desgastante.
- O disléxico tem prejuízo da coordenação motora fina, letra feia e irregular e dificuldade para passar da letra de forma para a de mão ou cursiva.
- É mais complicado para aprender Matemática, decorar a tabuada e entender os enunciados de problemas. É difícil conseguir a compreensão e reter informações na leitura.
- A compreensão de textos é difícil, a criança se sai melhor quando ouve a história e também se expressa melhor oralmente que na escrita.
- Como tem confusa a relação entre as partes, não consegue montar quebra-cabeças com a mesma destreza que outros da sua idade.
- É desatenta e dispersa. Cansa e abandona ações antes de completá-las. Tem vocabulário pobre.
- Demonstra má vontade na hora de ir para a aula. Pode faltar e esquecer propositalmente materiais em casa para que não percebam que não conseguiu fazer a tarefa.
- Aprender inglês é muito difícil, disléxicos do mundo todo sofrem com isso. Já com idiomas como italiano e espanhol o aprendizado é mais fácil, pois é mais coerente a relação entre som e grafia.
- Se a pessoa cresce sem ser diagnosticada, geralmente começa a investigar o que está atrapalhando seu desenvolvimento no trabalho, na faculdade ou quando vai prestar vestibular e concursos.
- Tem dificuldade com rimas, para soletrar, separar e sequenciar sons ou em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z).
Conheça mais
Confira sites e livros que abordam o tema:
Sites:
Associação Nacional de Dislexia:http://www.andislexia.org.br/
Associação Brasileira de Dislexia:http://www.dislexia.org.br/
Livros:
A vida secreta da criança com dislexia, de Robert Frank
A dislexia em questão, de Giselle Massi
Aprendizado e suas desabilidades - Como lidar?, de Abram Topczewski
Manual dos Transtornos Escolares, de Gustavo Teixeira
Diagnóstico
Todos os meses cerca de 2 mil pessoas procuram a Associação Brasileira de Dis­lexia (ABD), em São Paulo, em busca de mais informações sobre o transtorno. Em geral, os pais decidem investigar o problema quando a criança já teve alguns anos de escolarização, com desempenho escolar ruim, dificuldades de socialização e baixa autoestima. Nesse cenário, a descoberta de que a criança poderá superar esses obstáculos é um alívio para muitas famílias.
“O disléxico evolui de forma consistente se conta com um acompanhamento adequado”, diz a neuropsicóloga da ABD Maria Inez Ocanã De Luca. De acordo com a especialista, o estudante com dislexia deve estar inserido na sala de aula comum, com pequenas mudanças. “A prova escrita, por exemplo, não é o melhor método. É mais indicado fazer o exame em uma sala em separado, com alguém lendo as questões e com tempo maior para que elas sejam respondidas”, afirma.
Assim como os óculos auxiliam quem não enxerga bem e as muletas são importantes para quem tem mobilidade reduzida, os disléxicos também precisam de instrumentos pedagógicos para enfrentar seus limites. A neuropediatra Mauren Bodanese explica que esse entendimento é fundamental no acompanhamento dessas crianças, e que as escolas precisam estar dispostas a ajudar. “Enquanto a criança não adquirir a habilidade da leitura e interpretação, como vai ser avaliada no que não sabe fazer? Não é como colocar o cadeirante no colo, mas disponibilizar uma rampa para ele subir”, diz.
Além do acompanhamento adequado, família e escola precisam trabalhar juntas. Na opinião de Fátima Minetto, mestre em Educação e doutora em Psicologia, é necessário que os responsáveis pela criança compreendam a dislexia e saibam como agir. “Não saber do diagnóstico do filho faz com que a criança se construa pelo olhar da angústia dos pais. Isso dificulta que um adulto com dislexia tenha uma vida normal e capaz”, alerta.
Acompanhamento
Com a suspeita de dislexia, a criança precisa de atendimento especializado. Veja o que fazer:
- Para a Associação Brasileira de Dislexia, o ideal é que a criança seja levada a atendimento especializado após o início da escolarização, quando ela começa a ter dificuldades para escrever ou na compreensão de textos.
- Descartada a falha pedagógica da escola, é preciso buscar ajuda profissional. A orientação de um neuropediatra é importante para descartar outros problemas, como deficiência intelectual.
- Em uma avaliação multidisciplinar, exames de exclusão devem ser feitos, como os que verificam deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais e desordens afetivas. Vários profissionais fazem esse trabalho, como fonoaudiólogos e psicopedagogos. Quando há prejuízo emocional, o acompanhamento psicológico é fundamental.
- Além de contar com um ambiente de leitura adequado em casa, silencioso e sem distrações no entorno, as crianças devem saber que têm a dislexia. Assim, podem entender o motivo de suas dificuldades e saber reagir perante as prováveis dificuldades com os estudos e colegas.
- A escola deve atender de forma diferenciada os alunos com dislexia, como é previsto por lei. As modificações vão desde a oferta de tarefas e avaliações diferenciadas, às vezes em forma oral, até mais tempo para a resolução.
- Os pais precisam ser os principais aliados. Além de terem paciência nos momentos de lição de casa e de incentivarem o aprendizado, especialistas sugerem que os pontos positivos da criança sejam elogiados, como os desenhos bonitos que faz, o comportamento atencioso com colegas, a ajuda em casa etc.

Minicentral de monitoramento em "tubo" é inaugurada na Rua XV


Marcelo Andrade / Agência de Notícias Gazeta do Povo / A estacão tubo de monitoramento do trânsito e dos ônibus, no calçadão da XV de Novembro, estará aberto para visitas nas próximas duas semanasA estacão tubo de monitoramento do trânsito e dos ônibus, no calçadão da XV de Novembro, estará aberto para visitas nas próximas duas semanas
TRANSPORTE

Minicentral de monitoramento em "tubo" é inaugurada na Rua XV

Localizada no centro de Curitiba, no calçadão da Rua XV de Novembro, a minicentral ficará disponível durante duas semanas para o público conhecer o trabalho de vigilância do trânsito e dos ônibus.
A Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) inaugurou nesta segunda-feira (1º) uma minicentral de controle operacional aberta ao público, em um "tubo" na região central da cidade. O projeto faz parte das comemorações dos 320 anos de Curitiba – celebrado no último dia 29 – e tem como objetivo mostrar à população da capital paranaense, em tempo real, como é feito o monitoramento do transporte coletivo e do trânsito na cidade. O esquema ficará disponível por duas semanas, até o próximo dia 15 (leia ao lado).
Localizada em um tubo exclusivo no calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba, a minicentral foi inaugurada por volta das 16h30 pelo prefeito de Curitiba Gustavo Fruet(PDT). A estação está conectada ao Centro de Controle Operacional (CCO) da Urbs e contará com o serviço de operadores de transporte coletivo e da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).
Serviço
Quem quiser conhecer a minicentral de monitoramento pode fazer isso gratuitamente. As visitas não precisam de cadastro e é só chegar o local durate os horários de funcionamento até o próximo dia 15.
O local ficará aberto de segunda à sexta-feira, das 9h às 19h. Aos sábados, das 9h às 13h, e aos domingos, das 10h às 13h.
CCO
Implantado em abril do ano passado, O Centro de Controle Operacional da Urbs monitora a circulação dos veículos de transporte público da cidade em tempo real. Atualmente, o sistema possui 24 câmeras de monitoramento distribuídas por 24 ruas da cidade e cerca de 400 câmeras em estações tubo e terminais de transporte.
Além das câmeras, o CCO também possui um sistema de bilhetagem eletrônica, que garante o acompanhamento, em tempo real, dos ônibus do transporte, equipados com computadores de bordo, GPS e dispositivos na parte elétrica. O sistema também permite a comunicação em tempo real do motorista do ônibus com os operadores do CCO e vice-versa.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dez notas sobre “O dia que durou 21 anos”


1. O filme de Camilo Tavares O dia que durou 21 anos põe fim à dúvida sobre a participação da CIA e do governo americano no golpe de 1964. A documentação, em texto e em áudio, é farta, e não permite mais contestação. O golpe foi planejado e articulado na Embaixada norte-americana, com bênção do católico democrata John Kennedy. E executado sob o governo Lyndon Johnson de acordo com o previsto.



2. Reforço o catolicismo de Kennedy porque a adesão de Castelo Branco à religião parece ter sido um forte argumento usado pelo embaixador Lincoln Gordon para convencer o governo dos Estados Unidos de que o chefe militar do Segundo Exército (São Paulo) era a pessoa certa para dirigir o país após a deposição de João Goulart.

http://www.youtube.com/watch?v=b1bTggkaYv4

3. O filme não fala, mas a movimentação de Olímpio Mourão Filho na noite do dia 31 de março, contrariando a vontade de Castelo Branco, no dia em que os EUA decidem mandar sua frota para a costa brasileira, mas antes de ela chegar, indicam já em 1964 uma divisão entre a direita e a extrema-direita, cujo líder era Costa e Silva, chefe do Primeiro Exército, sediado no Rio. Mourão parece tentar, ao liderar o golpe, reforçar a posição de Costa e Silva, que chegaria à Presidência em 1967.

4. Essa precipitação de Mourão é a única linha não traçada no plano de contingência dos EUA para o país. Mas a rapidez com que os norte-americanos reconhecem o novo governo, antes que Jango conseguisse cruzar a fronteira do Uruguai, é suficiente para dizer que os Estados Unidos sabiam de tudo o que estava acontecendo – até mais do que Costa e Silva, que recebeu Mourão Filho no Rio de cuecas, segundo a filha do general que comandou as tropas a partir de Minas Gerais.

5. Não havia no Exército forças leais o suficiente para João Goulart tentar resistir, embora na Força Aérea a situação não fosse tão precária, sugere o filme. Jango erra não só antes, ao não articular a defesa militar de seu mandato, quanto depois, ao fazer um périplo de avião pelo país sem tentar ao menos levantar a população que o apoiava.

6. O filme aceita a tese proposta por um dos entrevistados (o historiador James Green) de que a repressão ultrapassou o previsto por Lincoln Gordon (o embaixador golpista) e Lyndon Johnson (o presidente que decide fazer os tanques brasileiros se movimentarem), ganhando um sentido não planejado e não desejado pelo governo dos Estados Unidos. Por que acho a interpretação equivocada? Por que todos os documentos já abertos indicam que os Estados Unidos continuaram organizando golpes na América do Sul (Bolívia em 1964, 1967, 1971, 1978 e 1980; Peru em 1968; Uruguai e Chile em 1973; Argentina em 1977) sem que a repressão deixasse de ser violenta, pelo contrário.

7. O dia que durou 21 anos trata muito pouco da relação da primeira ditadura (1964 até o fim do governo Médici, 1974) com a segunda (Geisel e Figueiredo, de 1974 a 1985). No primeiro período, governaram os generais da linha de frente golpista; na segunda, os “administradores” da ditadura. De Geisel, praticamente só restam imagens.

8. Ao recuperar o papel do Ibad (Instituto Brasileiro de Ação de Democrática) e do Ipes (Instituto de Pesquisa em Estudos Sociais), O dia que durou 21 anos mostra como a atuação da CIA é mediada por instituições locais, revestidas de “ação democrática”, por meio de veículos de grande circulação (Manchete, Cruzeiro, por exemplo).


9. As cenas mais evidentes da pressão norte-americana contra Jango são as que mostram o presidente brasileiro visitando a base militar de Nebraska, sugestão do embaixador golpista Lincoln Gordon – originalmente, um brasilianista selecionado por Kennedy para comandar a imensa máquina burocrática do governo norte-americano no Brasil.

10. A visita tinha o objetivo de exibir a musculatura militar dos EUA ao presidente brasileiro, uma espécie de aviso sobre o que ele teria de enfrentar caso continuasse a contrariar a política de Washington. Jango sente o golpe e os closes em seu rosto, nas imagens de arquivo, são suficientes para perceber que ele entendeu o recado e que não tinha um plano alternativo ou jogo de cintura suficiente para enfrentá-lo.

Compra de armas de fogo cai 35% em seis anos no Brasil


Os cálculos foram feitos baseados em dados divulgados pelo IBGE entre 2003, antes do Estatuto do Desarmamento, e 2009, seis anos após a sua implantação.

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a proporção de famílias que adquiriram armas de fogo no país caiu 35% em seis anos, após a aprovação do Estatuto do Desarmamento, em 2003.
Os cálculos foram feitos baseados em dados divulgados pelo IBGE entre 2003, antes do estatuto, e 2009, seis anos após a sua implantação. Segundo o levantamento, a compra anual de armas de fogo pelas famílias brasileiras caiu de 57 mil para 37 mil.
Neste período, 48 mil domicílios foram pesquisados em cada ano do levantamento.
De acordo com o estudo, o ponto de resistência ao estatuto está no crescimento de vendas da região Sul, que teve um aumento de 21%. Diferente de outras regiões do país, que apresentaram queda na compra de armas.
O Ipea, em parceria com o Viva Rio, realiza no Rio, o evento "Armas e Homicídios: Dois Anos do Massacre de Realengo", em que haverá um debate com autoridades, especialistas e sociedade civil sobre o desarmamento e suas implicações.
Nesse evento será exibido, ainda, o filme "Armados", uma coprodução da TVa2 com o Canal Futura.

Redes de ensino devem definir as férias durante a Copa do Mundo


Redes de ensino devem definir as férias durante a Copa do Mundo

O MEC entende que a Lei Geral da Copa não pode se sobrepor à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol de 2014, o Ministério da Educação (MEC)recomenda que os sistemas do país ajustem o calendário de aula durante o período do evento, especialmente nos locais que vão sediar os jogos. A decisão foi publicada hoje (19) no Diário Oficial da União (DOU).
O MEC entende que a Lei Geral da Copa (12.663/2012) não pode se sobrepor à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996). A Lei Geral da Copa estabelece que os sistemas de ensino ajustem os calendários escolares de forma que as férias escolares das redes pública e privada abranjam todo o período da Copa, de 12 de junho a 13 de julho do próximo ano. Já a LDB define que o calendário escolar seja adequado às peculiaridades locais e que devem ser cumpridos, no mínimo, 200 dias letivos.
As férias escolares do primeiro semestre letivo têm duração de uma a duas semanas. De acordo com a presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), professora Amábile Pacios, o recesso poderia prejudicar o processo pedagógico desenvolvido pelas escolas. “A Lei Geral da Copa previu o não funcionamento de todas as escolas por 31 dias, quando apenas 12 municípios vão receber os jogos. Entendíamos que não havia necessidade. Podemos administrar as aulas nos centros onde acontecerão os jogos e, nos jogos do Brasil, ajustamos os horários, como o país sempre fez”.

O segredo das escolas de sucesso


Alexandre Cassiano/ Agência O Globo /
GESTÃO

O segredo das escolas de sucesso

Christopher Day, professor emérito da Universidade de Nottingham.
Ao longo dos últimos 20 anos, o pesquisador inglês Christopher Day tem se dedicado a pesquisas sobre gestão nas escolas. O interesse pela Educação surgiu na sala de aula, quando era aluno e escolheu seguir o magistério porque teve péssimos professores. Decidiu que queria ser melhor que eles. Hoje, como professor emérito da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, coordena um estudo em 20 países sobre como é a liderança em colégios de sucesso. O Brasil pode aumentar essa lista em breve.
O senhor pode falar sobre seus estudos nessas escolas consideradas de sucesso em 20 países?
Há 13 anos, me pediram para fazer pesquisas sobre como os professores podem contribuir para os resultados dos alunos. Quando eu e meus colegas começamos a investigar, encontramos muitos artigos sobre como os professores trabalham, mas poucos baseados em observação e entrevistas com diretores, estudantes, professores e parentes. Fiquei surpreso. Depois do trabalho feito no meu país, tive um encontro com colegas de universidades de outros países. Então, decidimos que seria vantajoso juntar os estudos para ver se o trabalho dos diretores é igual em um país e em outro, em busca de trabalhos bem-sucedidos dos líderes das escolas. Começamos a construir o que é a maior base de dados de escolas bem-sucedidas, agora, em 20 países. Temos cerca de 120 escolas.
Qual é a diferença entre o gestor de sucesso e os que não têm o mesmo resultado?
A primeira é o resultado dos alunos nos testes. É parte do trabalho da escola educar estudantes para que tenham bons resultados nas provas. Mas também descobrimos que há princípios iguais em várias escolas. Um deles é fazer com que os alunos se sintam bem, tenham saúde emocional. Assim, os alunos podem ser cidadãos e contribuir com a sociedade. Isso é tão importante quanto os resultados acadêmicos. Porém, durante nossos estudos, levamos em conta também as escolas que se preocupam em fazer um trabalho não só com os alunos bem-sucedidos academicamente, mas com aqueles que não têm resultados tão bons. Chamamos isso de igualdade ou justiça social.
O que esses líderes de sucesso têm, especificamente?
Eles têm muito mais semelhanças do que diferenças. Aprendemos com os líderes de sucesso que não é preciso ter valores parecidos, mas saber como aplicar os princípios, considerando a situação em que a escola está inserida, combinando essas estratégias com sua realidade. É necessário levar em conta algumas questões: a vizinhança em que a escola está inserida, a relação da comunidade com a escola, os professores.
O que achou das escolas daqui?
Fomos a uma escola municipal no Rio de Janeiro. A escola tinha uns 300 estudantes, falamos com a diretora, com algumas crianças e demos uma volta nas salas de aula. A diretora estava lá há mais de 20 anos. Uma das perguntas que eu fiz era se aquela era uma escola de sucesso. Ela disse que sim. Eu perguntei como ela podia afirmar isso. E ela respondeu que a maioria das crianças, quando saía da escola, sabia ler e escrever. Questionei como ela conseguia isso. E ela deu duas respostas. A primeira foi que todos os professores tinham vontade de ensinar e, quando enfrentavam problemas, se uniam para resolver. A segunda foi bem interessante: a forte ligação com os pais. Ela os convida a participar do colégio. Se analisarmos pela ótica das escolas bem-sucedidas pelo mundo, encontramos o mesmo, um forte relacionamento com os pais, mesmo quando eles não querem isso. Mesmo quando os pais resistem, o diretor faz questão que eles frequentem a escola, mostrando a importância disso.
Existe alguma curiosidade sobre essas escolas bem-sucedidas?
Os diretores não saem da escola. Eles têm comprometimento com a comunidade. O fato de eles permanecerem ali passa para a comunidade uma mensagem de que aquela pessoa se interessa pelo progresso da escola. É uma mensagem poderosa: sou um professor dessa comunidade, comprometido com ela. Você observa que esses professores são inquietos, estão sempre procurando outros desafios e maneiras de desenvolver a escola e os estudantes.
O senhor pode nos dar o exemplo de uma escola que não tinha comprometimento com esses princípios e passou a ter?
Vou dar o exemplo de uma escola que estava para fechar, localizada em uma zona de conflito. Uma vez, numa manhã, uma pessoa foi encontrada morta na porta. Nove anos depois, a comunidade é a mesma, mas o colégio agora pode ser descrito como um oásis. Foi transformado. Uma nova diretora entrou. Ela assumiu em setembro e começou mandando pintar todas as paredes das salas de aula, para que, quando as crianças voltassem das férias, já percebessem que algo havia mudado.
O que mais ela fez?
Ela promoveu encontros com os pais e estabeleceu uma relação próxima com a comunidade. Além disso, em vez de entrar na escola e apenas se sentar atrás de uma mesa, ela foi para as salas dar aula com os professores. Ela fez com que eles melhorassem. Outra iniciativa importante foi tentar resolver a ausência dos alunos. Se um estudante não aparecia, ela não esperava para ver o que ia acontecer. Tentava um contato por telefone com os pais e chegava até a fazer uma visita à casa do aluno. Vale destacar que os professores que estavam na escola quando os resultados eram ruins continuam lá.
Existe uma avaliação no Brasil que atribui notas às escolas. Às vezes, há colégios com avaliações bem diferentes, localizadas no mesmo bairro. O que o senhor acha desse método?
Esse é um bom sistema para tentar descobrir por que uma escola está melhor do que outra na mesma comunidade. Minha sugestão é pegar essas avaliações e ver as diferenças dos líderes das escolas. Suspeito que a resposta estará aí.
Como o senhor vê o uso de tecnologias nas escolas? Elas são realmente essenciais?
O mais importante, claro, é o professor. Mas, óbvio, o mundo muda, e a escola tem que mudar junto. Em muitos países, muitas crianças ficam mais tempo interagindo com a tecnologia fora da sala de aula do que passam dentro da escola. Isso me diz que temos que abraçar a tecnologia na Educação se ainda queremos exercer influência nos estudantes. Isso não substitui o professor, mas ele tem que abraçar a tecnologia se quiser continuar sendo efetivo na sua maneira de ensinar.

Feliciano diz que comissão na Câmara era "dominada por Satanás"


Alexandra Martins / Arquivo Câmara dos Deputados / Eleição de Feliciano para presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vem gerando protestosEleição de Feliciano para presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vem gerando protestos
DEPUTADO

Feliciano diz que comissão na Câmara era "dominada por Satanás"

Afirmação, feita na sexta-feira, durante um culto em um ginásio de Passos, interior de Minas Gerais, foi registrada em um vídeo.
Durante um culto evangélico para cerca de 2 mil pessoas, o deputado federal e pastor evangélicoMarco Feliciano (PSC-SP) afirmou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados era "dominada por Satanás" antes de sua nomeação à presidência.

A afirmação, feita na sexta-feira em um ginásio de Passos, interior de Minas Gerais, foi registrada em um vídeo, que está disponível no Youtube.
Reunião de líderes com Marco Feliciano é adiada
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), adiou para a próxima semana a reunião de líderes da Casa para discutir com o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) a situação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

"Pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou um espaço que até ontem era dominado por Satanás", disse Feliciano.
A eleição de Feliciano para presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vem gerando protestos quase que diários que dificultam o trabalho da comissão. Há forte pressão de parte da sociedade e de líderes partidários para que Feliciano renuncie ao cargo, mas o deputado diz que não o fará.
"Eu estou sangrando. Tem dias que eu fico meio desnorteado. Mas sei que Jesus me levantou neste momento para abrir os olhos da igreja brasileira", falou durante o culto