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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

sábado, 8 de junho de 2013

No império das notícias ruins

No império das notícias ruins

“Jornalismo é publicar alguma coisa que alguém não quer. O resto é publicidade”

Cidinha Campos, jornalista 
e política brasileira

Desde quando assumi o mandato de ombudsman – e acredito que com os colegas que me antecederam não foi diferente – leitores interpelam o porquê de a imprensa, de maneira geral, ter fixação por notícias ruins. Nas últimas semanas, houve um pequeno aumento no volume dessas ligações. Por isso, trago o assunto a público, meio que para padronizar as conversas que tenho mantido com essa parte importante do público do jornal. Em primeiro lugar, devo dizer que essa crítica não é nova. A discussão acompanha a história dos próprios meios de comunicação social e vara os cursos de jornalismo de todo o mundo. E há todo tipo de teoria para explicar essa espécie de fetiche. Vai do “instinto de urubu” que os mais ácidos e rasteiros veem em repórteres e editores a, acreditem, teorias conspiratórios do fim do mundo. Os que enxergam este último vínculo dizem que só divulgamos “o que não presta” para insuflar a insatisfação coletiva e, assim, preparar o terreno para a chega do Anticristo. Os acadêmicos preferem se debruçar sobre a máxima “bad news is a good news”, que significa, em termos mercadológicos, que “notícia ruim é uma boa notícia” porque é a que vende jornal. E quem nunca ouviu um político dizer que sofre injustiças e perseguições por parte dos noticiosos? 
 
A EXPLICAÇÃO QUE PASSA PELO PÚBLICODeve haver muitas outras “explicações” para essa, digamos assim, preferência dos veículos pelo lado negativo das coisas. É interessante notar, também, que essa característica está em todos os tipos de cobertura, produzidas para os mais variados públicos. Vai das revistas de fofoca, que adoram relatar o barraco do próximo capítulo da novela e as demais intrigas da trama (se houver assassinato ou outras formas de violência, melhor ainda) a escândalos nacionais e do mundo real, envolvendo figurões endinheirados e grã-finos, que mandam e desmandam. Não importa a posição na pirâmide social. O fato é que o grosso das coberturas tem essa marca. Mas, talvez tão importante quanto os motivos desse fenômeno seja a igual preferência do público por esses conteúdos. Por que, por exemplo, capítulos de folhetins eletrônicos batem recorde de audiência no dia em que o vilão ou vilã consegue executar aquele plano diabólico? Como explicar que uma cidade como Fortaleza tenha mais de 15 horas de programas televisivos especializados no mundo cão e na desgraça alheia?
Sobre a intrínseca queda das pessoas pelo lado crítico da realidade, vale mencionar, ainda, a atitude de leitores, diante de algo que os incomoda, aflige ou, de alguma forma, contraria seus interesses. Quem ele procura, se não a redação de um jornal, para jogar no ventilador a carga de denuncismo que carrega? 
 
DA AUTOFAGIA AO EQUILÍBRIOQuando coloco todos esses pontos, não é para justificar ou defender que veículos de comunicação sigam na linha do quanto pior, melhor. A rigor, nem considero que esse seja um fim em si mesmo. Não sou adepto do lema “se sangrar é manchete” (if it bleeds, it leads, como dizem nos EUA). Insistir nisso é uma atitude autofágica. Indo nesse runo, no final das contas, todos pagaremos um preço. Mas não podemos deixar de ver o mundo criticamente. Até mesmo porque muitos dos avanços sociais se devem, em parte, a cobranças e atitudes da imprensa. A mesma que é, muitas vezes, atacada. 
Por outro lado, uma pergunta: a quem interessa uma imprensa dócil e, por assim dizer, ingênua? Como dizem os bons manuais de redação, jornalismo não existe para adocicar a realidade. O fundamental, nisso tudo, é a busca constante do equilíbrio e, quando muito for o caso, reconhecer acertos e fazer elogios. Isso não está proibido.

FOMOS BEM

RECORDE DE MORTES  
a bala na RMF. Na mesma semana, governo anunciou
investimentos

FOMOS MAL

COELCE NA BERLINDA. 

Direito do  consumidor sempre será pauta relevante e afirmativa

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Interagir é propiciar avanços...

Interagir é propiciar avanços...
A femenologia  das convergências está se desenvolvendo de maneira espantosa, tornando possível uma interatividade inimaginável há poucos anos.
Esta interatividade entre os web jornais e o seu público torna este meio de comunicação muito atraente, pois poder trocar informações, ideias, sugestões, etc., dentro de um debate ao vivo é algo muito "gostoso"  é ... Como se esta pessoa estivesse sido convidada a participar do programa, como são convidadas as grandes personalidades e isso é que faz a diferença e a aceitação de uma grande parcela do público. Este mesmo público quer poder dar sua parcela de conhecimento e ou de dúvidas e ao perceberem que são tão importantes quanto os que estão efetivamente no "Jornal" se sentem glorificados, agraciados, extasiados e valorizados, não querendo mais deixar de participar.
E é lógico que desta maneira, os profissionais que estão trabalhando nesta área, terão que serem ainda melhores, profissionais preparados para questões que talvez  não tivessem se preparados. E isso é muitíssimo positivo, desta maneira teremos notícias melhores e muito mais aprofundadas, enriquecendo ainda mais a área jornalística e tornando-a mais transparente e universal.

Anderson Luiz Ferreira da Silva

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Menos de 1% das escolas brasileiras têm infraestrutura ideal

Apenas 0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino, isto é, têm biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudantes com necessidades básicas. O nível infraestrutura avançada inclui os itens considerados mínimos pelo CAQi (Custo Aluno Qualidade Inicial), índice elaborado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Já 44% das instituições de educação básica contam apenas com água encanada, sanitário, energia elétrica, esgoto e cozinha em sua infraestrutura. 
Esse é o resultado de um estudo feito pelos pesquisadores Joaquim José Soares Neto, Girlene Ribeiro de Jesus e Camila Akemi Karino, da UnB (Universidade de Brasília), e Dalton Francisco de Andrade, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), intitulado "Uma escala para medir a infraestrutura escolar".
A pesquisa incluiu dados do Censo Escolar de 2011 de 194.932  escolas.
Girlene afirma que ela e os pesquisadores esperavam que os resultados demonstrassem a precariedade de muitas das escolas brasileiras, mas pontua que o percentual de elementares (44%) e de avançadas (0,6%) foi um "choque".
"Sabíamos que encontraríamos diferenças e que a zona rural, por exemplo, apresentaria infraestrutura mais deficitária. Mas não achávamos que seria tanto. O mesmo vale para as diferenças regionais, como é o caso do Norte e do Nordeste, e para as redes municipais, onde se concentram as escolas com as piores condições", afirma.
"A criança, quando chega à escola, tem que ter equipamentos, conforto do ambiente para se concentrar, se dedicar aos estudos e ao aprendizado. O professor precisa de equipamento para desenvolver o trabalho dele, assim como a escola", explica Joaquim José Soares Neto. "O Brasil está passando por um momento em que é consenso que se deve investir em educação. A pesquisa traz uma perspectiva de como orientar esse investimento para resolver um problema que não é simples".

Dados

Para definir uma escala para a situação da infraestrutura, os pesquisadores selecionaram 24 itens de infraestrutura escolar para checar se há sua disponibilidade – ou não – nos colégios públicos brasileiros.

VEJA TAMBÉM

  • Marcelo Justo/Folhapress
    Em 72,5% das escolas brasileiras não há biblioteca
  • Brasil ainda tem mais de 13 mil escolas sem luz
A partir da presença ou não desses itens, as escolas foram distribuídas em quatro categorias. No nível elementar ficam escolas que têm apenas o mínimo para o funcionamento do prédio. 
  • Infraestrutura elementar: Estão neste nível escolas que possuem somente aspectos de infraestrutura elementares para o funcionamento de uma escola, tais como água, sanitário, energia, esgoto e cozinha
  • Infraestrutura básica: Além dos itens presentes no nível anterior, neste nível as escolas já possuem uma infraestrutura básica, típica de unidades escolares. Em geral, elas possuem: sala de diretoria e equipamentos como TV, DVD, computadores e impressora
  • Infraestrutura adequada: Além dos itens presentes nos níveis anteriores, as escolas deste nível, em geral, possuem uma infraestrutura mais completa, o que permite um ambiente mais propício para o ensino e aprendizagem. Essas escolas possuem, por exemplo, espaços como sala de professores, biblioteca, laboratório de informática e sanitário para educação infantil. Há também espaços que permitem o convício social e o desenvolvimento motor, tais como quadra esportiva e parque infantil. Além disso, são escolas que possuem equipamentos complementares como copiadora e acesso a internet
  • Infraestrutura avançada: As escolas neste nível, além dos itens presentes nos níveis anteriores, possuem uma infraestrutura escolar mais robusta e mais próxima do ideal, com a presença de laboratório de ciências e dependências adequadas para atender estudantes com necessidades especiais

Desigualdades regionais

Os dados do estudo revelam que as grandes diferenças entre as regiões do país aparecem também na infraestrutura das escolas. Das 24.079 unidades de ensino da Região Norte, 71% podem ser consideradas no nível elementar, o mais precário. No caso do Nordeste, esse índice ainda se mantém alto, mas cai para 65%. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o maior percentual de escolas localiza-se no nível básico. Em todas as regiões a taxa de colégios públicos classificados como de infraestrutura avançada não excede os 2%.
Quando observados os dados por redes, as desigualdades também são grandes. Entre as escolas federais, 62,5% podem ser consideradas adequadas e avançadas. No caso das estaduais, 51,3% das unidades são básicas em relação à infraestrutura e, considerando as municipais, 61,8% das escolas são classificadas como elementares.
Outro dado destacado pelos pesquisadores é a diferença entre as escolas urbanas e rurais. "Enquanto 18,3% das escolas urbanas têm infraestrutura elementar, o oposto ocorre em relação às escolas rurais: 85,2% encontram-se nesta categoria", diz o estudo.
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Veja quais são as 20 metas para a educação na década; PNE ainda não foi aprovado20 fotos

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Meta 3 - Ensino médio: Garantir atendimento escolar para todos os jovens de 15 a 17 anos até 2016, com aumento da taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%Leia mais Apu Gomes/Folhapress

Resultado no desempenho

Os pesquisadores não fizeram ainda a relação entre infraestrutura escolar e o desempenho dos alunos. "É necessário correlacionar os resultados das avaliações, como a Prova Brasil, com as condições físicas das escolas. O nível socioeconômico das regiões em que a infraestrutura é insuficiente é também bastante carente. Essa discussão precisa ser feita", afirma Neto.
Para ele, a escala ajuda a apontar quais são as regiões do país que precisam de políticas públicas especiais. "Não interessa onde a criança esteja: ela tem direito a uma Educação de qualidade. Isso pressupõe também uma infraestrutura escolar de qualidade", ressalta. "É preciso mais recursos, com um investimento que seja realizado com eficiência."
O regime de colaboração entre os entes federados, segundo os pesquisadores, também precisa ser reforçado. "Precisamos que Estados, municípios e União trabalhem juntos nessa questão, definindo políticas públicas que atendam a essas escolas com condições físicas piores. É claro que só isso não resolve a qualidade da educação que é oferecida, mas é uma condição para que as escolas funcionem normalmente", afirma Girlene. "Caso contrário, continuaremos a amargar resultados ruins."
Com informações da Agência Brasil e do Todos Pela Educação
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No Pará, mais de 165 mil alunos vão para escola em barcos; confira32 fotos

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A lancha escolar que atende a comunidade rural em Santarém é uma das 674 unidades adquiridas entre junho de 2010 e dezembro de 2012 no programa Caminho da Escola, de acordo com o MEC (Ministério da Educação). Na foto, a lancha escolar que atende a comunidade de Arapixuna, a cerca de duas horas de barco de Santarém (PA) Leia maisCristiane Capuchinho/UOL

Governo entrega 32 mil tablets para professores do ensino médio

Profissionais da Educação

29/05/2013

Governo entrega 32 mil tablets para professores do ensino médio

Professores do ensino médio da rede estadual de educação do Paraná estão recebendo tablets que vão ajudar no trabalho em sala de aula. Por meio do Plano de Ação Articulada (PAR), a Secretaria de Estado da Educação concluirá essa semana a distribuição de 32 mil aparelhos.

Os tablets integram o Programa Sala de Aula Conectada, que vai levar internet sem fio para dentro de todas as salas de aula das escolas estaduais. Além da conexão com a internet, o projeto conta ainda com instalação de lousa e registro de classe digitais.

O investimento do Governo do Paraná no Sala de Aula Conectada será de cerca de R$ 62 milhões. A maior parte se destina à adequação da infraestrutura das escolas para instalação da internet sem fio, além da capacitação dos profissionais da educação para uso das novas tecnologias.

O governador Beto Richa destaca que o investimento do Estado na melhoria do sistema de ensino passa pela valorização dos professores, que receberam 35% de reajuste salarial nos últimos dois anos, na contratação de novos profissionais do magistério e na modernização da infraestrutura das escolas. "Nosso propósito é assegurar uma educação pública de qualidade para as crianças paranaenses e boas condições de trabalho para os profissionais da educação", diz Richa.

TABLETS - Os 32 Núcleos Regionais de Educação são responsáveis pela entrega dos tablets aos professores. “Nesta primeira etapa, todos os professores do quadro próprio que trabalham no ensino médio vão receber o aparelho”, explicou o diretor de Tecnologia Educacional da Secretaria da Educação, Rogério Bufrem Riva.

A professora de Química Cláudia Dinorá Seben, do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone, em Cascavel, sempre buscou recursos para que os alunos assimilassem com mais facilidade o conteúdo das aulas. “Tenho certeza que com esse novo recurso vou melhorar ainda mais as minhas aulas. O aluno não se contenta apenas com o quadro e o giz. Ele quer interação e novidade e nós, professores, temos que acompanhá-los”, disse Cláudia.

FORMAÇÃO - Após a entrega, os professores vão receber capacitação para uso dos tablets. As oficinas serão presenciais e acontecerão com o apoio das Coordenações Regionais de Tecnologias Educacionais, que vão estabelecer um cronograma para cada Núcleo de Educação para atender a demanda.

“O tablet permite registrar as práticas profissionais e pedagógicas, fazer pesquisas, acessar e-mails e outras atividades digitais. Entendemos que o seu uso é essencial para que o professor possa organizar melhor e de forma mais ágil suas ações”, comentou Marcos Cantini, coordenador de Apoio ao Uso de Tecnologias da Secretaria da Educação.

REGISTRO ONLINE - Em 16 escolas estaduais, na capital e no interior os tablets já são usados pelos professores que participam do projeto piloto Registro de Classe Online. A frequência dos alunos, as atividades dos professores e as notas são registradas nos tablets ou nos computadores dos laboratórios da escola, e até mesmo em casa.

O sistema atende a uma antiga reivindicação dos professores para facilitar as tarefas. “No dia a dia faz diferença porque fica mais prático o registro dos conteúdos, a visualização de notas e a impressão de relatórios”, diz o professor de Matemática Fernando Fisco, do Colégio Estadual Aline Pichet, em Curitiba.

O acesso ao registro de classe online pode ser feito pelo tablet, no computador da escola e até mesmo em casa, ou qualquer local que se tenha acesso à internet. São registrados frequência dos estudantes, conteúdos das aulas, atividades desenvolvidas e avaliações aplicadas e informações referentes às recuperações.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Inscrições para o Sisu começam na próxima segunda-feira (10)

Candidatos devem ter feito o Enem 2012; prazo termina no dia 14 de junho.

As inscrições para a edição de inverno do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) estarão abertas no período de 10 a 14 de junho.
Podem se inscrever os estudantes que tenham participado da edição 2012 do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e não tenham zerado a redação. Por meio do Sisu, o estudante concorre a vagas em cursos de graduação em universidades e institutos federais de ensino superior. O Ministério da Educação (MEC) ainda não informou o número de vagas disponíveis para este processo seletivo.
Calendário
10 a 14 de junho - período de inscrições
17 de junho - 1ª chamada
21, 24 e 25 de junho - período de matrículas
1º de julho - 2ª chamada
5, 8 e 9 de julho - período de matrículas para a 2ª chamada
Detalhes
O edital com o cronograma desta edição do Sisu foi publicado nesta segunda-feira (3) no Diário Oficial da União. A primeira chamada está marcada para o dia 17 de junho e a segunda, para 1.° de julho.
As matrículas da primeira chamada estão marcadas para os dias 21, 24 e 25 de junho as da segunda chamada para os dias 5, 8 e 9 de julho.

Os interessados poderão se inscrever em até duas opções de vaga e especificar sua ordem de preferência. O candidato precisa especificar também se concorre a vagas destinadas à ampla concorrência ou a políticas de ações afirmativas. Durante o período de inscrição, o estudante pode alterar as opções feitas. O edital traz também informações sobre critérios de desempate e matrículas nas instituições de ensino para os selecionados.
O Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem. A primeira edição de 2013 do Sisu ofereceu 129 mil vagas em 101 instituições públicas de educação superior.

Daniel Azulay fala sobre educação e voluntariado

Ana Carolina Fernandes/Folhapress / Azulay na época do seu programa de tevê: “Gepeto brasileiro”Azulay na época do seu programa de tevê: “Gepeto brasileiro”
MAIS COM MENOS

A imaginação é uma fonte inesgotável de recursos

Daniel Azulay, artista plástico e educador.
Daniel Azulay e seus personagens – como Xicória e o Professor Pirajá – marcaram uma geração que aprendeu a desenhar na frente da tevê e aguardava a transformação de sucatas em brinquedos divertidos. A criançada das décadas de 1970 e 1980 se encantava com a nova utilidade dada a caixas vazias, palitos, isopor e outros materiais. Hoje, aquilo que era feito há 40 anos se enquadra em discussões sobre sustentabilidade e métodos de fazer mais com menos.
Aos 65 anos, Azulay é voluntário do projeto “Crescer com Arte”, criado por ele e destinado a crianças e jovens carentes. Além disso, viaja o mundo realizando exposições, palestras e workshops de arte-educação e responsabilidade social. No fim de maio, ele participou da feira Educar/Educador, em São Paulo, onde apresentou a palestra “Fazendo mais com menos. Como inovar em atividades educativas com recursos limitados?”. A Gazeta do Povo conversou com Azulay durante o evento. Confira os principais trechos da entrevista:
Divulgação
Divulgação / <b>Xicória</b>: Junto com Pita, Gilda e Damiana, a galinha Xicória está entre os personagens criados por Daniel Azulay. Secretária do Professor Pirajá, Xicória costuma ser usada como cobaia nas pesquisas do patrãoAmpliar imagem
Xicória: Junto com Pita, Gilda e Damiana, a galinha Xicória está entre os personagens criados por Daniel Azulay. Secretária do Professor Pirajá, Xicória costuma ser usada como cobaia nas pesquisas do patrão
Como o senhor se define como pessoa e profissional?
Por natureza, sou autodidata, experimentador e fazedor de artes. Como pessoa e profissional, sou o Gepeto oficial da tevê brasileira. Vivo brincando em serviço. Por essa razão, a vida também gosta de brincar comigo. Quando as coisas se repetem, vem a rotina e é muito mais cômodo deixar tudo como está. É hora de mudar e começar a se reinventar.
Qual a importância de uma infância bem vivida?
A infância é uma das fases mais importantes da vida. Sinto-me tão recompensado quando algumas pessoas, hoje com seus 40 anos, chegam para mim e dizem que eu fiz parte da infância delas. Ter feito parte de uma lembrança divertida e alegre me emociona muito. Hoje, infelizmente, as crianças não estão vivendo intensamente a sua infância.
As crianças estão deixando de ser crianças antes do tempo?
As crianças estão virando adultos em miniatura. É comum lamentarmos que a vida moderna, os hábitos e as transformações do mundo vêm piorando, no sentido que a infância vem se perdendo. A menina quer chegar rápido à adolescência e virar mulher. Os modelos e os ídolos são outros. São comportamentos que não condizem com o universo infantil.
O que os pais podem fazer para transmitir outros valores para seus filhos?
É o que eu tento informar desde os tempos da tevê. A família educa, modela o caráter, transmite valores e prepara os filhos para a vida ensinando o que é ético, a discernir o que é correto e errado, enfim, educando com responsabilidade. Os pais precisam estar presentes e cooperando de forma afetiva para que seus filhos tenham prazer em aprender. Os pais têm que estimular as crianças a adquirirem conhecimento; eles têm que levar os filhos ao teatro ao cinema. Não podem deixar a criança passiva na frente da internet e da televisão adquirindo um conhecimento supérfluo que não vai levar a nada.
O contato com a arte pode ajudar?
A gente precisa sempre estar se renovando. A arte pode contribuir para qualquer pessoa se transformar em pessoas mais bem informada, mais sensível ao aprendizado. Para fazer arte é preciso estudo e conhecimento. A inspiração não vem do nada. A arte ajuda muito a pessoa a se identificar e se autoconhecer.
Atualmente, as crianças recebem estímulos suficientes para exercitar a criatividade?
Eu diria que as crianças recebem estímulos em grande quantidade de informação. Filtrar toda essa carga de informação, canalizando para o que é positivo, construtivo e saudável é uma responsabilidade para os pais e professores. A criança sozinha não tem como discernir e assimilar adequadamente tanta informação em quantidade e nem com qualidade.
Como inovar em atividades educativas com recursos limitados?
Usando a imaginação, que é uma fonte inesgotável de recursos. Materiais simples como a sucata doméstica, brinquedos com materiais recicláveis, máscaras e fantasias de papel e papelão. Jogos recreativos, como bilboquê, botão, tabuleiro, amarelinha. Brincadeiras tradicionais, como cirandas, pular corda, pique-esconde, soltar pipa. A lista é grande e divertida!
Como o senhor avalia o currículo das escolas no que diz respeito ao desenvolvimento da criatividade e da inovação?
É um desafio muito desigual. O professor tem uma posição ingrata de transmitir conhecimento e ele compete com outras formas espontâneas de assimilação de informação. Muitas vezes, o professor está ensinando informações que a criança já sabe por outros meios, como a internet. A criança hoje copia trabalhos prontos da internet. A escola proíbe o celular e os joguinhos em sala de aula e tenta passar a disciplina, buscando uma concentração que nem sempre a criança tem. O desafio da escola deve ser constante de sempre buscar uma plataforma satisfatória em que o aluno respeite o professor e tenha a consciência de que a escola trabalha para oferecer um ambiente seguro e de estímulo para o aprendizado.
A tecnologia é inimiga da criatividade infantil?
Não, de forma alguma! A tecnologia estimula o aprendizado. A tecnologia é uma aliada. Grande ferramenta para a educação e alimenta a criança com conhecimento interativo e estimula o raciocínio. Por isso a criança de hoje é superior à de antigamente.
O que temos hoje na tevê que pode ser comparado com o que o senhor fazia há 40 anos?
O Art Attack e o Mister Maker são as propostas e formatos de programa mais próximos do que fiz nos anos 70, 80, 90... até 2005.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Comissão aprova projeto que estabelece PNE

Antonio More/ Gazeta do Povo / A professora Liliane Padilha já trabalhou em quatro escolas diferentes só neste ano

Plano estabelece 10% do PIB e 100% dos royalties do petróleo à educação; projeto segue no Congresso.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na manhã desta terça-feira (28) o projeto de lei da Câmara (PLC) 103/2012, que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE).
O PNE destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para políticas educacionais e estabelece metas para educação brasileira nos próximos dez anos. Destacam-se entre as metas a erradicação do analfabetismo, oferecimento de educação em tempo integral e prazos máximos para alfabetização de crianças.
Parte do projeto de lei enviado pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, que destina 100% dos royalties do petróleo mais 50% do Fundo Social extraído da camada pré-sal para o financiamento da educação, foi incorporado ao texto do plano.
Após ser aprovado pela CAE, onde recebeu 83 emendas, o projeto será analisado nas Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Educação, Cultura e Esporte (CE), antes de ser votado em Plenário.
Nesta terça-feira, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender a vinculação integral dos royalties do petróleo à educação. “Queremos todos os royalties do petróleo na sala de aula. Só assim daremos um salto de qualidade”, salientou.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Bomba! Partida entre Brasil e Inglaterra é suspensa

Segundo Ministério Público Estadual, Maracanã não oferece segurança ao público


Veja também:
- São Paulo faz cinco gols no segundo tempo e goleia Vasco no Morumbi
- Após marcar dois gols, Luis Fabiano desabafa mais uma vez
- Fluminense batalha, mas perde para o Olímpia e cai na Libertadores


Segundo o MPE, o Maracanã não oferece segurança para os torcedores que irão comparecer ao estádio para acompanhar o jogo. Na ação civil pública, o Ministério pede que o jogo seja suspenso para "garantir a segurança" até que sejam apresentados laudos técnicos que comprovem que o estádio está em condições de sediar jogos e eventos.

"Apesar das inúmeras solicitações feitas pelo Ministério Público, os laudos não foram entregues em sua totalidade, não havendo, até o momento, a comprovação de que o estádio apresenta os requisitos mínimos necessários para a realização de jogos ou eventos", escreveu Adriana na decisão, complementando que o único laudo apresentado pela Policia Militar, de 29 de maio de 2013, "demonstra que o estádio ainda está em fase de construção".

Segundo o documentado apresentado, materiais perigosos, como pedras, pedaços de calçadas e restos de obras podem ser utilizados em tumultos e confrontos de torcedores. Segundo a juíza, tais problemas deveriam ter sido resolvidos até o sábado, véspera da partida.

"Ocorre que até o presente momento não se tem notícia de que as restrições foram sanadas ou ainda se teve acesso aos demais laudos, indispensáveis, para a verificação da viabilidade de inauguração com a segurança que se espera. Sendo assim, diante da desídia dos responsáveis, no caso, os réus, não há como permitir que o estádio seja reinaugurado sem a comprovação de que está em condições satisfatórias de segurança e higiene", traçou a juíza. A juíza ressalta, ainda, que se for comprovada a garantia de "segurança e higiene" do local, "a liminar perderá sua fundamentação, podendo ser revogada, realizando-se, então, o evento".

Se a bola rolar no próximo domingo sem a apresentação dos laudos de vistoria de Engenharia, de prevenção e combate de incêndio, e de condições sanitárias e de higiene, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Comitê Organizador Local (COL) e José Maria Marin, presidente destas entidades, terão de pagar multa de R$ 1 milhão por cada evento realizado.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Desisti de ser professor do Estado

Desisti de ser professor do Estado

O relato de um ex-professor da rede revela algumas das intempéries da educação
Hoje tive o dia mais triste como professor. Não estou me referindo a nenhuma indisciplina ou necessariamente a baixo rendimento escolar de meus alunos.
Solicitei a minha dispensa na rede pública estadual de minas gerais e fui surpreendido pelos meus alunos.
Como sou muito exigente, muitas vezes coloco fardos pesados sobre meus alunos. acreditava que a minha saída na transição dos bimestres seria encarada apenas como mais uma das tantas mudanças corriqueiras que ocorrem na escola.
Estava enganado. Fui surpreendido pelo choro mais desolador que já vi em toda a minha vida. Minha maior tristeza foi pensar que eu poderia ser responsável por esse choro.
Jamais pensei que meus  alunos da rede pública estadual de Minas Gerais  fossem chorar por minha saída.
Preocupado com o que eu diria para eles como motivo, preferi a verdade.  Estou saindo porque não consigo me sustentar na rede pública estadual de minas gerais.  Como são crianças, muitas não entenderam o que eu queria dizer e me responderam novamente com o choro mais desolador que já vi ou causei em toda a
minha vida.
 "Professor não nos abandone"!
A criança não entende a opção que nós professores fazemos quando abandonamos a sala de aula. Uma de minhas alunas gritou: "Vou me mudar para a escola onde o senhor vai continuar como professor". Nessa hora engasguei o choro e me perguntei como poderia ser isso? Se a maioria de nós no Brasil e na rede pública estadual de Minas Gerais  não dispomos de recursos para bancar o ensino privado.
Algumas crianças se puseram na porta e tentavam impedir minha saída, sem palavras e assustado com o choro e
o pedido de que não as "abandonasse", restou-me recolher na solidão de meu objetivo racional e deixar a sala com crianças chorosas como nunca vi a se despedirem com o olhar que jamais esquecerei, do professor que  não conseguiu se sustentar na rede pública estadual de Minas Gerais.
Eu poderia recolher-me na vaidade, em pensar que sou um bom professor e que vou conseguir o melhor para mim.
Entretanto, sei que hoje a exemplo do que ocorreu comigo,  dezenas de outros professores deixaram a rede pública estadual de minas gerais por não conseguirem se sustentar, assim como também dezenas de crianças choraram ao se despedirem de seus professores.
Resta-me na revolta implorar a todos os mineiros e brasileiros que lerem essa carta.
Pelo amor de deus! Não acreditem na educação faz de conta do governo de minas gerais. o estado faz de conta que remunera seus professores, professores infelizmente fazem de conta que ensinam, alunos fazem de conta que aprendem e atores globais fazem de conta que falam da melhor educação do país.
O episódio dessa carta ocorreu no dia 18 de abril de 2013 na escola estadual barão do rio branco em belo horizonte. Infelizmente ocorreu também em dezenas de escolas do estado de minas gerais.
Enquanto o governo de minas paga milhares de reais a atores globais para mentirem sobre a educação no horário nobre, nossas crianças choram os seus professores que estão saindo porque não conseguem mais se sustentar no estado.
Prof. Juvenal Lima Gomes  
Ex-professor da rede pública estadual de Minas Gerais Fonte: Revista Fórum | Geledés Instituto de Mulheres Negras

Nota do Departamento Jurídico: ação dos retroativos do Piso

Nota do Departamento Jurídico: ação dos retroativos do Piso

A APP-Sindicato ingressou, em 14 de janeiro de 2013, com uma ação, como substituto processual, postulando o cumprimento da Lei nº 11.738/2008, com a condenação do Estado do Paraná ao pagamento das diferenças de vencimentos dos períodos que foram pagos salários em valores inferiores ao Piso Salarial Profissional Nacional do magistério.
A ação tramita perante a 3ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, sob nº 0000197-68.2013.8.16.0004. Foi anexado à petição inicial um Laudo Contábil comprovando os períodos que o Estado do Paraná não cumpriu a Lei do Piso.
A Lei nº 11.738/2008 fixou o valor do PSPN e as formas de reajuste anual no mês de janeiro. O  Piso é o valor da base da tabela de vencimento que, necessariamente, reflete sobre os vencimentos de todos os níveis e classes da mesma. Portanto, as diferenças postuladas pela APP-Sindicato são devidas para todos os professores do Quadro Próprio do Magistério (QPM).  
Atualmente, a ação está na fase de produção de provas e a APP requereu a prova pericial, para que perito indicado pelo juiz elabore memórias de cálculos das diferenças devidas aos professores. Ainda que o Estado do Paraná venha a cumprir a Lei do Piso futuramente, a ação da APP-Sindicato não perde sua eficácia, porque até a presente data a tabela de vencimentos do QPM tem sido mantida em valores inferiores aos fixados na Lei do Piso.
Fonte: Gisele Soares, advogada da APP-Sindicato

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Cultura do Coitadismo

A cultura do coitadismo

[Imagem: sad-baby.jpg]

Estamos vivendo uma época muito estranha. Não sei se vocês estão percebendo, mas hoje em dia, todo mundo se apressa para se encaixar no perfil de vítima, injustiçado, incompreendido. Parece uma doença psicológica que se alastra e acomete cada vez mais pessoas. Mesmo aqueles que, em outras épocas, jamais seriam tidos por sujeitos passivos de qualquer tipo de preconceito, atualmente, na primeira oportunidade que têm, levantam suas vozes para reclamar.

O que antes era próprio de grupos específicos, que, justa ou injustamente, sofriam ou tinham a percepção de serem vítimas de preconceito, difindiu-se por todos os cantos da sociedade moderna. As pessoas tornaram-se policiais em defesa de si mesmas, prontas para gritar: "Preconceito, preconceito!" para qualquer manifestação alheia que considerem aviltantes em relação a elas mesmas. O que era a voz de alguns excluídos tornou-se uma cultura geral, que vem se impregnando cada vez mais profundamente na alma do povo.

Essa cultura do coitadismo se encontra em todos os estratos sociais, em todos os níveis culturais e em todas as faixas etárias. É um abundante padecimento por si mesmo, uma autoproteção neurótica que acaba tornando todos os outros potenciais agressores, ainda que estes se manifestem com expressões pueris e inócuas.

Antes eram apenas os negros, as mulheres e os homossexuais. Hoje, são os gordos, os esquerdistas, os professores, os pobres, os ricos, os burros, os cultos, os ateus, os cristãos, os macumbeiros, as crianças, os velhos, os feios, as loiras, as empregadas domésticas, os consumidores e qualquer grupo que se encaixe em algum perfil específico. Até jogador de futebol se diz discriminado, quando algum comentarista o critica.
A cultura da reclamação está criando uma proibição à crítica. Falar mal de alguém, direito sagrado de todos os tempos, está se tornando algo impossível. O que antes era uma mera questão de bons modos se transforma, a passos largos, em matéria de Direito Penal e situa qualquer pessoa como um potencial criminoso.

O resultado de tudo isso, além do cerceamento absurdo da liberdade, é um emburrecimento colossal de uma população já pouco afeita ao conhecimento. A crítica, a exposição livre do pensamento, inclusive dos preconceitos, das ideias, ainda que absurdas, dos sentimentos e das vontades sempre foram o alicerce da inteligência. É neste campo livre e aberto, onde as cercas situam-se em extremidades longínquas, que o pensamento e a ciência se desenvolvem. A liberdade é o seu alimento. A inteligência, se não puder dizer o que pensa, se não puder discordar e se manifestar, tende a atrofiar.

Por isso, a sociedade que permite e advoga esse direito ao coitadismo generalizado está condenando a si mesma. Nela, as pessoas ficarão cada vez mais fracas e cada vez mais burras. Daqui a pouco, seremos meramente uma manada de porcos, possuídos por espíritos baixos, se lançando, estupidamente, no abismo sem fundo da ignorância e da irrelevância.

Fontehttp://fabioblanco.blogspot.com/2013/04/...dismo.html

domingo, 26 de maio de 2013

Votação do PNE no Senado: é preciso impedir retrocessos

Mudanças no texto podem comprometer áreas prioritárias da Educação. Entenda os impactos das alterações propostas.

Plano Nacional de Educação. Ilustração: Alice Vasconcellos
Nas últimas semanas, a tramitação do projeto de lei que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE) finalmente avançou. No dia 9 de maio, o senador José Pimentel (PT-CE) apresentou o relatório em que propõe a nova redação do plano e traz seu parecer sobre as emendas sugeridas pelos membros da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado ao texto aprovado na Câmara dos Deputados.

Apesar de alguns avanços na proposta do relator, alterações nas metas de investimento, inclusão, alfabetização e expansão da rede pública podem significar grandes retrocessos em relação ao que foi decidido na Câmara (veja a redação atual). O texto deve ser votado na próxima terça-feira (4) e merece atenção.

Especialistas consultados por NOVA ESCOLA comentam, abaixo, as alterações sugeridas por Pimentel nas metas 4, 5, 11, 12 e 20.

O que pode mudar no PNE

Meta 4: Inclusão

Como era
"Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, o atendimento escolar aos(às) alunos(as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e suplementar, em escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados."

Como ficou
"Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino, ressalvados os casos específicos atestados por laudo médico competente, validado pelos sistemas de ensino."

O que isso significa
Além de não garantir mais a existência das salas de recursos, o novo texto vai contra o direito à Educação dos alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) ao ressalvar a inclusão nos casos em que os alunos possuam laudo médico. "A exigência de laudos é um obstáculo para inclusão. É importante que a criança esteja na escola porque é lá que ela terá a chance de aprender e interagir com colegas e adultos", explica Rossana Ramos, professora da Universidade Federal de Pernambuco. (UFPB)

Meta 5: Alfabetização
Como era
"Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do Ensino Fundamental."

Como ficou
"Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os oito anos de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os sete anos de idade, do sexto ao nono ano de vigência do plano; e até o final dos seis anos de idade, a partir do décimo ano de vigência do plano."

O que isso significa
Se a redação proposta pela Câmara dos Deputados já não era ideal, a proposta do relator conseguiu ser ainda menos adequada. No texto antigo, a meta de Alfabetização era relacionada apenas ao ano escolar. Assim, criava-se margem para que uma enorme quantidade de crianças fosse reprovada nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Na nova proposta, esse equívoco é retirado, mas surgem novos problemas. Ao estabelecer a idade das crianças como critério, o texto ignora o fato de que as crianças aprendem em ritmos diferentes. Além disso, o objetivo posto é praticamente impossível de se atingir. "É muito difícil garantir a alfabetização plena no primeiro ano escolar a crianças que não tenham ido à pré-escola, chegaram à escola em idade atrasada, têm pais com pouca escolaridade e não têm a presença de livros de casa, por exemplo", comenta Maria Malta Campos, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).

Metas 11 e 12: Expansão do Ensino Técnico e do Superior

Como eram
"Meta 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público."

"Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento público."

Como ficaram
"Meta 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) de gratuidade na expansão de vagas."

"Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, com qualidade de oferta, assegurada gratuidade para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas geradas pela expansão."

O que isso significa
A nova redação retira do estado a responsabilidade de ampliar a oferta de vagas no Ensino Técnico e Superior em escolas públicas e a construção de novas unidades. "Privilegia-se assim ações como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), parcerias entre governo e empresas privadas, fortalecendo ainda mais esse setor, sem assegurar a mesma qualidade oferecida nas escolas e universidades públicas", explica Valdemar Sguissardi, professor aposentado da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

Meta 20: Investimento

Como era
"Ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio."

Como ficou
"Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo, o equivalente a dez por cento do Produto Interno Bruto (PIB) ao final do decênio."

O que significa
Em um desdobramento das alterações das metas 11 e 12, a sugestão para a meta 20 extingue a necessidade de o governo de investir o dinheiro público em Educação pública e adiciona na conta repasses ao setor privado, por meio de convênios e parcerias.

Outra mudança negativa foi a retirada da meta intermediária, o que fragiliza os métodos de controle do cumprimento do PNE. "Na troca de governo, por exemplo, torna-se impossível analisar se a gestão que deixa o cargo fez sua parte na ampliação do investimento nos anos iniciais do plano, viabilizando a chegada a 10% do PIB ao final dos dez anos", explica Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.