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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

terça-feira, 6 de março de 2012

7 motivos para beber água

Publicado em 08/02/2012 | Rafaela Bortolin
Quer uma receita infalível para ter uma pele mais firme e hidratada, manter o intestino regulado, evitar problemas oculares, fugir do envelhecimento, garantir a saúde dos rins, facilitar a digestão e ainda perder peso? Então anote aí: invista no consumo de pelo menos dois litros de água todos os dias. Veja os principais benefícios e por que vale a pena não deixar o líquido faltar na sua dieta

1. Ajuda a emagrecer
Muitas pessoas confundem as sensações de sede e fome. Por isso, a dica é beber um copo de água antes de comer. Com essa sensação aliviada, a pessoa ingere uma quantidade menor de comida durante as refeições e isso ajuda a manter – e até perder – peso. O ideal é optar pela água gelada, já que, para ser absorvida, ela exige que o organismo a aqueça, gastando calorias.
Líquidos
Em alguns casos, os líquidos podem ser vilões para o organismo e comprometer a hidratação. Veja o que entra no cálculo e o que é vetado:
Entra no cálculo
Água
Água de coco
Sucos naturais
Chás de ervas sem açúcar
Ajuda, mas não entra no cálculo
Saladas
Sopas ou caldos
Leite
Vetado
Refrigerantes
Sucos industrializados
Chá preto ou mate
Águas saborizadas
Bebidas alcoólicas
Café
Isotônicos
35 ml por quilo de peso
Essa é a medida certa de água que cada pessoa deve tomar todos os dias. Segundo esse cálculo, quem tem 60 quilos precisa ingerir 2,1 litros diariamente para se manter hidratado. Para saber se a quantidade está adequada, a dica é ficar de olho na cor da urina. Se ela está muito escura e tem cheiro forte demais, está na hora de aumentar o consumo.
2. Deixa o intestino calibrado
No intestino, a água é fundamental para hidratar as fibras dos alimentos ingeridos, formando um gel que aumenta o volume do bolo fecal. Isso regulariza o funcionamento do intestino e ajuda para que as fezes sejam eliminadas com mais facilidade. A falta de líquidos leva à prisão de ventre. As fezes acumuladas no corpo liberam radicais livres, que minam o sistema imunológico.
3.Mantém a pele firme e hidratada
A água é responsável por levar nutrientes até a pele e diluir as toxinas que devem ser eliminadas com a urina e o suor. Sem água suficiente, a pele fica sem os benefícios dos sais minerais e vitaminas ingeridos e as toxinas se acumulam, deixando-a seca, flácida, quebradiça e com menos brilho.
4. Evita problemas oculares
Os olhos são compostos, em grande parte, por água. Sem ela, o globo ocular fica desidratado e tem sinais de ressecamento. Com a quantidade e a qualidade adequadas das lágrimas, os olhos ficam mais protegidos no caso de contato com bactérias, ciscos e vírus, evitando lesões, infecções e inflamações, inclusive conjuntivite.
5. Facilita a absorção de nutrientes
Por deixar o sangue mais fluido, a água ajuda no transporte dos nutrientes até os tecidos e facilita a absorção de vitaminas e sais minerais nas células. As vitaminas C e do complexo B, por exemplo, são hidrossolúveis – absorvidas a partir do contato com a água. Sem ela, esses nutrientes não são sintetizados adequadamente e o organismo pode sofrer com a falta de vitaminas.
6. Auxilia o trabalho dos rins
Sem a quantidade suficiente de água, o sangue fica denso e viscoso, o que dificulta o trabalho de filtragem dos rins. Com isso, o processo de limpeza do sangue fica comprometido, o organismo não consegue eliminar as toxinas necessárias, que se acumulam e os rins ficam sobrecarregados, facilitando o aparecimento de infecções urinárias e pedras e cálculos renais.
7. Protege os dentes
Pessoas que tomam poucos líquidos produzem menos saliva, o que deixa a boca ressecada e dificulta a mastigação e a deglutição, comprometendo a digestão. A água ainda ajuda a conservar a saúde bucal e diminui o risco de aparecimento de cáries.

Concurso de redação dará iPads aos melhores alunos

Publicado em 06/03/2012
Alunos e escolas de ensino médio de todo o país podem participar do Concurso Literário Jovem, promovido pela Fun­dação Logosófica. Inte­­ressados devem desenvolver uma redação inspirada no livro Bases para sua Conduta, de Carlos Bernardo González Pacotche, e inscrevê-lo até 31 de maio no site www.logosofia.org.br/concursoliterariojovem. A ideia é fazer o jovem refletir sobre sua forma de agir. Os autores das 10 melhores redações serão premiados com um iPad. O primeiro lugar ainda ganha um iPhone e um iPod e levará sua escola a ganhar uma lousa eletrônica completa. Os colégios dos outros vencedores ganharão cinco notebooks cada. Mais informações pelo e-mail faleconoscoconcurso@logosofia.org.br.

Ensino

Terça-feira, 06/03/2012
salário

Docentes contratados pelo PSS receberão em 14 de março

Publicado em 06/03/2012
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) informou ontem que o salário de fevereiro dos professores contratados pelo Processo de Seleção Simplificado (PSS) será depositado no dia 14 de março, por meio de folha complementar. A decisão atende à reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), após o conhecimento da previsão do governo de fazer o pagamento em 31 de março. Os professores começaram a trabalhar em 2 de fevereiro, mas a Seed alegou dificuldades burocráticas junto à Secretaria de Administração e Previdência para fazer o repasse dos salários antes do fim de março, mesmo tendo distribuído as aulas em dezembro de 2011. A justificativa foi mal recebida pelos professores. Após negociações, a Seed terminou por tomar a decisão de antecipar o pagamento.

Currículo maior nem sempre é melhor

Ensino

Terça-feira, 06/03/2012
Ilustração Raisa Terra/Gazeta do Povo
Ilustração Raisa Terra/Gazeta do Povo /

Currículo maior nem sempre é melhor

Inclusão de novas matérias no currículo escolar pode abarrotá-lo e colocar em risco o conteúdo tradicional
Publicado em 06/03/2012 | Anna Simas
Desde o começo de 2011 tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que obriga a inclusão da Educação Ambiental e da Educação no Trânsito como disciplinas obrigatórias no ensino fundamental e médio de todas as escolas públicas e privadas do país. Outras 250 propostas de mudança curricular também aguardam a aprovação dos parlamentares. A grande quantidade de projetos levanta a discussão sobre a qualidade da formação na educação básica diante de um currículo abarrotado de conteúdo.
Se de um lado acredita-se que assuntos relevantes à sociedade precisam ser levados à sala de aula – já que a escola costuma ser apontada como solução para os problemas –, do outro, o in­­chaço curricular pode acarretar na redução da carga horária de disciplinas básicas como Por­­tuguês, Matemática e História, o que pode fazer falta na formação do estudante.
Interdisciplinaridade
Método influencia o aprendizado
A discussão sobre a inclusão de novos conteúdos na escola, principalmente temas atuais, levanta um debate maior sobre o objetivo da educação formal. Ou seja, que tipo de pessoa a escola quer formar e quais são seus limites e seu papel. Educadores garantem que não é uma discussão simples. Prova disso é que a reestruturação escolar é debatida há anos pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
A professora do curso de Pedagogia da Universidade Positivo (UP) Ivana Cristina Lima de Almeida acredita que o primeiro passo é a definição de qual currículo se deseja ter hoje e de que forma ele é aplicado. Se for aquele que atende às demandas da sociedade, o melhor seria o modelo interdisciplinar, opção da maioria das instituições de ensino do país que prevê o diálogo entre as disciplinas. Mas existem outros dois modelos, um considerado ultrapassado, o pluridisciplinar, e o visto como ideal, mas difícil de ser alcançado, o transdisciplinar.
O primeiro trabalha várias disciplinas que não precisam dialogar entre si. Era o modelo tradicional de currículo antes da lei que implantou os temas transversais no currículo. Já a transdisciplinaridade vai além da interdisciplinaridade, pois é a interação máxima entre as disciplinas, proporcionando um novo conhecimento. (AS)
Temáticas
Veja quais são os temas transversais mais discutidos em sala de aula:
Implantados em 1997
Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual e Pluralidade Cultural.
Implantados a partir de 2007
Música, Cultura Afro Brasileira, Cultura Indígena, Filosofia, Sociologia, Artes e Direito da Criança e do Adolescente.
Para a secretária municipal da Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, o impacto no currículo básico é comprometedor, pois são os conteúdos tradicionais que dão ao aluno a capacidade de escrita, espírito crítico, investigação e raciocínio lógico – a base para que o estudante seja capaz de analisar e refletir sobre qualquer outro assunto. “No Brasil, a carga horária fica entre quatro e cinco horas por dia, o que é muito pouco. Com mais disciplinas, teríamos de reduzir o tempo das que existem ou entrar em outra questão complicada: a educação integral para dar conta de tudo”, diz.
Outro aspecto que Claudia acredita ser um problema é a quantidade de analfabetos funcionais no país: 20% dos brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se não há nem o domínio da leitura e da escrita, o ideal é que se invista nisso e não em novos conteúdos que talvez nem sejam compreendidos sem o domínio das capacidades básicas.
Temas transversais
O que se faz hoje em grande parte das escolas do país é a inclusão de temas transversais em outras disciplinas, não como uma nova. Desde 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) incorporou os chamados temas transversais – Ética, Saúde, Meio Am­­biente, Orientação Sexual e Pluralidade Cultural – em todas as disciplinas existentes, ficando a cargo de cada escola abordar o tema de acordo com seu projeto pedagógico.
As escolas do Paraná adotam essa interdisciplinaridade, abordando os temas ao longo do ano. “Nós acreditamos que estes assuntos não estão descolados dos tradicionais e por isso não devem ser disciplinas isoladas”, explica a coordenadora o de Ensino Fun­­damental do Departamento de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Eliane Bernardi Benatto.
Entretanto, desde 2007, foram propostos sete novos conteúdos – como Cultura Afro-Brasileira e Indígena e Direitos das Crianças e dos Adolescentes –, que também foram incluídos como parte dos conteúdos tradicionais. As escolas tiveram de encaixá-los sem estender a carga horária. “Neste caso, podemos cair em um problema que é o da hipertrofia escolar e, com ela, ter de manter a concentração e atenção do aluno, o que nem sempre é fácil”, comenta a professora do curso de Pedagogia da Universi­­dade Positivo (UP) Ivana Cristina Lima de Almeida.
Novos temas têm de estimular a reflexão
Educadores temem que os assuntos transversais se tornem parte de projetos utilitários e deixem de fazer parte de discussões amplas e reflexivas, como seria o ideal. “O perigo é o aluno discutir um tema buscando só a solução para um único problema e não pensá-lo de forma reflexiva e abrangente”, diz a coordenadora da Integração das Licenciaturas da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Marlei Malinoski.
Porém, a ideia de um único projeto envolvendo todas as disciplinas com temas transversais não é completamente rejeitada. Algu­­mas escolas acreditam na sua eficácia. Na escola do Serviço Social da Indústria (Sesi), por exemplo, a cada bimestre um tema da atualidade é escolhido pelos professores para que os alunos reflitam sobre ele. “Nós acreditamos que as oficinas dão condição ao aluno de dialogar, interpretar, analisar e negociar conflitos”, explica a gerente de Operações Inovadoras do Sesi, Lilian Luitz.
Autonomia
Outra questão é a autonomia que as escolas têm para tratar os assuntos, já que não há um modelo curricular definido como nas disciplinas tradicionais. Nas escolas estaduais, por exemplo, um tema pode ter mais destaque do que outro, dependendo da necessidade dos alunos e da comunidade.
Essa percepção fez com que o Co­­légio Estadual Pinheiro do Pa­­raná, em Curitiba, decidisse trabalhar em 2011 o tema res­­peito e valorização do espaço fí­­sico. A diretora Maria Rigonato Va­­nei conta que, diante da falta de cuidado de alguns alunos com o espaço escolar e da ausência de va­­lores de cidadania, o assunto foi en­­caixado em todas as disciplinas. “Não significa que os outros [te­­mas] sejam deixados de lado, mas é uma questão de enfoque para res­­ponder às necessidades da co­­munidade escolar. Os temas transversais, como conteúdo e não co­­mo disciplina, permitem isso”.

Ensino privado é o mais novo investimento da classe média

Terça-feira, 06/03/2012
Henry Milléo/ Gazeta do Povo
 Henry Milléo/ Gazeta do Povo / Patricia, Cristiane e Maria Joana: família destina 20% das despesas para a educaçãoPatricia, Cristiane e Maria Joana: família destina 20% das despesas para a educaçãoComportamento

Ensino privado é o mais novo investimento da classe média

Famílias da classe C lideram o aumento dos gastos dos brasileiros com educação. Em dois anos, participação delas subiu de 39% para 45% da despesa total
Publicado em 06/03/2012 | Cristina Rios

Os brasileiros vão gastar R$ 62,8 bilhões com educação em 2012, volume que inclui matrículas, mensalidades e material escolar. Parte desse montante sairá do bolso da nova classe média, que neste ano vai desembolsar o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) do Paraguai com esse setor: R$ 28,1 bilhões.
A classe média é a que mais cresce em participação nos gastos. Há dois anos, as classes A e B representavam 57,7% das despesas com educação, participação que caiu para 51,6% neste ano. Em compensação, a classe C, que respondia por 38,9%, hoje está com 44,7%.
Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo / João Paulo e os pais, Emílio e Isa: estudos consomem pelo menos 30% da renda Ampliar imagem
João Paulo e os pais, Emílio e Isa: estudos consomem pelo menos 30% da renda
Sem trocar de carro há 15 anos, família dá prioridade à educação
Pelo menos 30% da renda do administrador de empresas e professor Emilio Carlos de Castro Paiva, 48 anos, vai para a educação. O filho, João Paulo Krug Paiva, 13 anos, estuda no Bom Jesus Aldeia, e Emilio iniciou neste ano um curso de aperfeiçoamento em Direção Executiva na FAE, em convênio com a Esade Business School.
Segundo ele, educação é prioridade. “Não troco de carro há 15 anos, mas investimos muito em educação”, diz. O professor tem desconto nos cursos por trabalhar no grupo educacional em que ele e o filho estudam, mas mesmo assim a despesa é salgada. “Sem o desconto, a escola sai por R$ 1,6 mil por mês e o meu curso, por R$ 2 mil”, afirma.
O filho se prepara para fazer um intercâmbio educacional na Alemanha, no ano que vem. “Quero dar para ele mais oportunidades que eu tive. Só fui fazer minha primeira viagem para o exterior depois de entrar para a faculdade. E estamos dispostos a sacrificar viagens mais supérfluas, como para a Disney ou para comemorar aniversário de casamento, por exemplo, em prol da educação”, diz.
Emilio, que também é consultor de carreira, justifica os gastos. “Em um mercado tão competitivo, a educação, junto com a experiência, é o caminho para se preparar e se manter no mercado profissional”, diz.
Matrículas em colégios particulares crescem até 7% ao ano
Apesar do aumento dos custos com educação nos últimos anos, o número de matrículas nas es­­colas particulares vem crescendo a um ritmo de 6% a 7% ao ano, principalmente na educação bá­­sica, segundo o Sindicato das Escolas Particulares do Para­ná (Sinepe).
A ascensão da nova classe média abriu um novo mercado para escolas. “Metade dos nossos alunos veio do ensino público, principalmente os que ingressam no cursinho”, diz José Ivair Motta Filho, superintendente administrativo do grupo educacional Acesso, que foi fundado em 2003 e tem seis unidades em Curitiba e Região Metropolitana e 4,5 mil alunos. “O volume de matrículas cresce 10% ao ano”, afirma. Segundo ele, a nova classe média quer qualidade, mas também preço. “As famílias querem acesso à educação, mas sem pagar uma estrutura pesada de itens agregados, que encarece a mensalidade”, diz.
O grupo Positivo também resolveu apostar nesse mercado ascendente e lançou, em maio do ano passado, um novo cursinho, o Direto, cuja mensalidade custa aproximadamente um terço do valor de seu cursinho tradicional.
O aumento da renda da po­­pulação não gera negócios apenas para as escolas; também aquece o mercado de graduação e pós-graduação. Na FAE, o volume de matrículas está 28% su­­perior ao do ano passado – a instituição tem hoje mais de 1,7 mil alunos.
Depois dos eletroeletrônicos, do cartão de crédito e dos móveis, a educação entrou no radar da nova classe média, segundo João Paulo Cunha, consultor da Data Popular. Segundo ele, é crescente o interesse dessas famílias em trocar o ensino público pelo privado para seus filhos. “Esses pais querem dar aos filhos algo que muitos deles não tiveram. A escola particular é uma opção não apenas pelo ensino, mais também pela segurança e pela merenda melhores”, diz. A projeção do Data Popular é que a classe C supere, nos próximos anos, os gastos dos mais ricos com a educação.
Em 2012, os brasileiros devem gastar com educação 7,5% mais que em 2010, já descontado o efeito da inflação. Mas esse é um fenômeno que vem ganhando fôlego há mais tempo. Desde 2002, esse tipo de despesa aumentou quase cinco vezes. Nove anos atrás, as famílias destinavam R$ 3,27 bilhões a materiais escolares e livros e R$ 9,07 bilhões a matrículas e mensalidades.
Cunha explica que esse tipo de despesa muitas vezes demora mais para ser incorporado pelas famílias, mas é um dos últimos a serem cortados em épocas de crise. “Se mantidas as atuais condições, a classe C vai continuar a aumentar seus gastos com educação”, diz.
O levantamento, que foi feito sobre os números da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, do total de despesas com educação da classe média, 76% vão para matrículas e mensalidades.
Entre os mais ricos, o porcentual é mais alto, de 85%. “Quanto maior a renda, maior a participação dos gastos com as escolas. Nas classes D e E, por exemplo, que acessam mais a escola pública, a fração destinada a mensalidades e matrículas é de 52%”, afirma. Entre os mais pobres, quase metade dos gastos está concentrada no material escolar.
Para o professor de Finanças Armando Rasoto, da FAE, a educação começa a ser percebida pela classe C como um investimento. “A educação passa a ser um fenômeno também da nova classe média”, diz. Segundo ele, a desregulamentação do setor, com a criação de novas faculdades e universidades, ajudou também a ampliar a oferta de cursos e o acesso da nova classe média. Estima-se que essa faixa da população gaste em média 25% de seu orçamento com educação.
Segundo o presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), Ademar Batista Pereira, atualmente há 346 mil alunos matriculados na educação básica em escolas particulares no Paraná, o que representa 14,3% do total de estudantes. Mas essa participação vem crescendo: três anos atrás, o porcentual era de 12%. No ensino superior são 208 mil alunos em instituições privadas, 70% do total.
Da escola pública para a particular
A representante comercial Cristiane Prataviera, 37 anos, gasta cerca de R$ 900 por mês com a educação da irmã, Patricia, 17 anos, e da filha, Maria Joana, 11 anos. O valor inclui mensalidade, material escolar e gastos com transporte. Patricia, que fez o ensino básico em escola pública, estuda há dois anos no colégio Acesso, que Maria Joana passou a frequentar neste ano, de­pois de passar por Positivo e Dom Bosco.
“No caso da Patrícia, sabíamos que, se ela estudasse em uma escola mediana, ia acabar passando apenas em uma faculdade mediana e teria um emprego mediano. No primeiro ano, ela teve problemas de adaptação ao ensino privado, mais puxado, e acabou repetindo. Mas hoje ela está indo melhor. [Pagar pelo ensino particular] é um investimento no futuro”, diz.
Segundo Cristiane, o motivo da mudança de colégio de Maria Joana foi outro. “As mensalidades [nos outros colégios] estavam muito altas e não correspondiam à qualidade do ensino”, diz. A situação ficou mais complicada depois que o Dom Bosco, de onde ela é ex-funcionária, retirou um desconto da mensalidade.
“Sem o desconto, o valor da mensalidade subiria muito. Passaria, incluindo o material, de R$ 693 para R$ 897. Agora pagamos R$ 700 para as duas”, diz. Cerca de 20% das despesas fixas de Patricia e o marido, Ricardo Salik, vão para a educação, porcentual que deve aumentar no médio prazo. “Já estamos vendo um curso de inglês para as meninas”, diz.

segunda-feira, 5 de março de 2012

MEC vai incluir ciências na Prova Brasil

Segunda-feira, 05/03/2012
Atualmente, a prova, que é aplicada pelo MEC a cada dois anos aos alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental, só avalia português e matemática.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (29), em audiência pública no Senado, que irá incluir a disciplina ciências na Prova Brasil, a principal avaliação da educação básica. O exame, aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) aos alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental a cada dois anos, até o momento mede apenas o desempenho em matemática e português.
Mercadante não disse se a mudança já valerá para a próxima edição da prova, marcada para 2013. O exame é um dos principais componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que avalia a qualidade do ensino oferecido por escolas, municípios e estados. A última edição foi aplicada em 2011 e os resultados do Ideb serão divulgados neste ano. Todas as redes de ensino e escolas têm metas a serem atingidas até 2022, estipuladas em 2007 pelo MEC.
Com a inclusão de ciências na Prova Brasil, o exame fica mais próximo ao Programa Internacional de Avaliação (Pisa). O teste internacional é aplicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em mais de 60 países e mede as habilidades dos alunos em linguagens, matemática e ciências. O Brasil melhorou seu desempenho no programa de 2000 a 2010, mas continua nas últimas posições do ranking.
Intercâmbio
Mercadante disse também que quer vai criar um programa de intercâmbio para professores com bom desempenho ou que atuem nas escolas com melhor Ideb. A ideia é que, por meio do Escola sem Fronteira, os docentes possam fazer visitas a colégios que desenvolvam boas práticas de ensino, tanto no Brasil quanto no exterior. “Será um incentivo à sua dedicação e aos seus resultados. Isso pode ocorrer especialmente nas férias e quando ele voltar será uma liderança regional sobre as práticas inovadoras que vai conhecer”, destacou o ministro.

Professores de IES no PR programam paralisação para esta quarta-feira

De acordo com sindicalistas, o governo não cumpriu a promessa de equiparar o salário dos docentes ao dos técnicos de nível superior contratados para trabalhar nas universidades
05/03/2012 | 17:16 | Denise Drechsel
Professores de instituições estaduais de ensino superior no Paraná programam uma paralisação para esta quarta-feira (7). O objetivo é pressionar o governo a cumprir um acordo feito em 11 de novembro do ano passado no qual a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior se comprometia a equiparar o piso salarial dos docentes com o dos técnicos de nível superior contratados para trabalhar nas universidades. A decisão do governo de não cumprir a promessa foi notificada aos sindicatos no dia 3 de fevereiro, em Curitiba, em uma reunião com o secretário de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal.
De acordo com Nilson Magagnin Filho, presidente do Sindiprol/Aduel, sindicato que reúne os cerca de 1.600 professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o governo afirmou que iria igualar o piso salarial em três etapas. “Seriam três aumentos de 9,62% nos primeiros trimestres de 2012, 2013 e 2014. Ficamos surpreendidos quando representantes da Secretaria [de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior] nos comunicaram da deliberação de voltar atrás e reiniciar as negociações”, explicou Nilson.
No mesmo dia, os professores também pretendem fazer uma manifestação em Curitiba, em frente do Palácio Iguaçu e da Assembleia Legislativa do Paraná, no Centro Cívico. “Além dos salários e de pedir a contratação de mais professores, queremos protestar contra o corte de verbas das instituições e o decreto [3728/2012, de 23.01.2012] que ameaça a autonomia das universidades”, disse Marta Bellini, vice-presidente do Sesduem, sindicato que reúne cerca de 2000 professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
De acordo com os sindicatos, aderirão à mobilização professores das universidades estaduais da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), além de duas das sete instituições que formarão parte da Unespar, a Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana (Fecea) e a Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam).
Até as 17h desta segunda-feira, a assessoria de imprensa da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não tinha ainda uma posição oficial sobre o assunto.

Ensino a distância ( EaD )


Enquanto em países como Inglaterra e Espanha, universidades de EaD nasceram já nos anos 1970, o ensino superior a distância ainda é adolescente no Brasil: seus fundamentos só surgiram em 1996, na Lei de Diretrizes e Bases. Mas o adolescente cresce rápido. O número de cursos de graduação saltou de 10, em 2000, para 930 em 2010, segundo o Ministério da Educação. A quantidade de alunos disparou, de 1,6 mil para 930 mil. Resultado: hoje 15% dos universitários estudam a distância.

Esse bolo vai continuar crescendo, segundo especialistas, porque somos um país continental onde a oferta de cursos está concentrada em grandes centros. Além disso, chegar à faculdade ainda é privilégio de uma minoria. “Jovens de centenas de municípios onde não há faculdades poderiam ser atendidos por polos de EaD”, diz o consultor João Vianney, que criou e coordenou o laboratório de ensino a distância da Federal de Santa Catarina.
Não há modelo único para a EaD no ensino superior no País, mas entre as regras que precisam ser respeitadas por todas as escolas está a obrigatoriedade de realizar, presencialmente, avaliação, estágios, defesas de trabalhos ou práticas em laboratório.
Na Aiec, por exemplo, os alunos resolvem quatro exames por semestre, que valem 50% da nota final. A outra parte da pontuação é atribuída de acordo com trabalhos, estudos de caso e exercícios. No dia 10 de março haverá o segundo encontro da turma, com atividades em grupo e aplicação dos primeiros testes.
O técnico em contabilidade Sérgio Bernardo Moraes Júnior, de 52, é um dos mais velhos do grupo de novos alunos da Aiec em São Paulo. Ele veio transferido da Upis, faculdade particular mantida pelos mesmos gestores da Aiec em Brasília. Está pegando matérias de três períodos diferentes - e espera que desta vez consiga pegar o diploma.

Assim que terminou o então ensino médio, Sérgio ingressou em Engenharia Civil na Unicamp. Após dois anos de curso, seu pai sofreu um acidente. Sérgio voltou a capital para cuidar do pai e assumir o escritório de contabilidade da família. Não conseguiu retornar para a Unicamp e só por volta de 2004 decidiu começar a estudar Administração, no Mackenzie, à noite. "Mas não seguia o horário pleno porque não conseguia chegar para a primeira aula", explica.
Três anos e meio depois, recebeu uma proposta de emprego e mudou-se para Brasília. Após adaptar-se à nova cidade, matriculou-se na Upis. Fez três períodos, dos quais apenas um completo. Trancou o curso. Ficou desempregado, reabriu a matrícula. Estudou mais dois meses e chegou um convite para voltar a São Paulo, em meados de setembro do ano passado. "Eu tinha me saído muito bem na primeira avaliação e não queria jogar a nota fora. Tentei negociar com a coordenação para eu só fazer as provas do segundo bimestre, mas não deixaram, claro. Aí me sugeriram estudar a distância."
Finalmente na Aiec, Sérgio vê nos colegas um problema parecido com o dele: a falta de horários para frequentar uma universidade. "Uma coisa é você fazer faculdade aos 18, 19 anos, quando não tem tanto compromisso", lembra. "O que leva as pessoas à EaD é o tipo de vida que elas levam. Não acredito que seja a primeira opção de cara."
Restrições

O MEC financia universidades públicas que já ofereciam graduações a distância por meio do programa Universidade Aberta do Brasil, hoje com 131 mil alunos. Mas impõe restrições à expansão da EaD. Exige, por exemplo, que os cursos tenham polos presenciais. Desde 2007, controla com mais rigor a abertura de cursos e é mais exigente em relação a infraestrutura e material didático. “A oferta de um curso a distância não ocorre pela mera transposição de um projeto de curso concebido para ser ofertado presencialmente”, afirmou o MEC, em nota.
O sergipano Márcio Smith, de 22, admite que buscou a EaD achando que seria mais fácil. “Entramos eu e mais dois amigos. Eles desistiram no primeiro semestre, eu passei com dificuldade. Percebi que precisava encarar a faculdade de outra maneira.” Ele faz a graduação tecnológica em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Estácio. Começou no polo de Aracaju, mas recebeu proposta de emprego e mudou-se para Lajeado (RS). Desde o ano passado vive em São Paulo e, mesmo sem diploma, já assumiu a gerência de TI da academia Companhia Athletica no Morumbi, zona sul. “Ganho o triplo do meu salário de Aracaju e trabalho menos. E ainda estudo na hora em que eu quiser.” Ele cola grau no fim deste ano.

Preconceito

A percepção de que a EaD é uma opção de segunda linha se choca com dados do Enade, prova que mede o rendimento dos estudantes da graduação. Em 2009, o MEC divulgou pela primeira vez uma pesquisa que comparava o desempenho de universitários nas modalidades presencial e a distância. Os formandos em EaD tiveram, em geral, 6,7 pontos a mais no exame que seus colegas de cursos presenciais em Administração, Matemática, Pedagogia e Serviço Social.
Mesmo diante de resultados como esse - e do fato de que o diploma não indica a modalidade do curso -, há empresas que evitam contratar graduados em EaD. Um preconceito que, segundo especialistas em RH, vai desaparecer conforme o mercado ganhe profissionais mais habituados ao uso das tecnologias de informação e comunicação. “As companhias vão dar menos importância à modalidade, mas vão continuar querendo saber em qual instituição o candidato se formou”, diz Irene Azevedo, diretora de negócios da consultoria LHH/DBM.
Por outro lado, a professora da FEA-USP e da FIA Tânia Casado vê com reservas a EaD. Segundo ela, ainda existe no Brasil uma “cultura de sala de aula” muito forte, em que o aluno deposita suas expectativas de aprendizagem nas mãos dos professores. “Em que medida o estudante brasileiro, de qualquer idade, está maduro para o ensino a distância, quando não temos a cultura da autonomia nos estudos?”, questiona a especialista em carreiras. “Além do mais, trata-se de uma modalidade nova, sem metodologias consagradas.”

Tecnologia democrática

Mais velhos e pobres que alunos de cursos presenciais, matriculados no ensino a distância já são 15% do total de universitários do País

27 de fevereiro de 2012 | 23h 30

Carlos Lordelo - Estadão.edu
Primeiro dia de aula. Nada de professor, trote ou cabeça raspada. Lugar? A sala de um hotel no centro de São Paulo. Oito horas de sábado, 11 de fevereiro. Os 31 calouros do curso a distância de Administração da Faculdade Aiec foram conhecer a estrutura da graduação e o ambiente online onde vão estudar pelos próximos quatro anos. Em comum, têm o discurso de que, sem precisar ir à faculdade todo dia, finalmente conseguirão o diploma.
Ana Paula, caloura aos 37 anos, estuda depois que os filhos mais novos dormem - Carlos Lordelo/AE
Carlos Lordelo/AE
Ana Paula, caloura aos 37 anos, estuda depois que os filhos mais novos dormem
São 21 mulheres. Ana Paula Freitas, de 37 anos, começou a trabalhar aos 17, teve o primeiro filho aos 19. Disse que nunca pôde pagar uma faculdade. Funcionária do call center da TIM, aproveita o que chama “oportunidade única”: a empresa vai bancar 80% da graduação. Dez dias após o início das aulas, Ana Paula disse que a vida de caloura não estava fácil. “Coloco a criançada (ela tem outros dois filhos, de 2 e de 7 anos) para dormir às 9 e meia, ligo o computador e estudo até meia-noite.”
Ana Paula resume o perfil dos alunos de graduação a distância no País: são mais velhos, mais pobres e precisam ajudar no sustento da casa. Legítimos representantes da classe C, apostam na educação para melhorar de vida. E recorrem à EaD porque conseguem estudar nos horários mais oportunos, sem abrir mão do emprego ou do convívio com a família. A contrapartida: ser organizados e autônomos, já que dependem mais de si mesmos que dos professores para aprender.
O ensino a distância não é novidade no País. Já na década de 1930 eram oferecidos cursos profissionalizantes por rádio e correspondência. O Instituto Universal Brasileiro, criado em 1941, está no imaginário de gerações. Capacitou milhares de brasileiros em corte e costura e em eletrônica.

Guga entra para o Hall da Fama do tênis

Tricampeão de Roland Garros se junta a Maria Esther Bueno no seleto grupo

05 de março de 2012 | 18h 24

SÃO PAULO - O ex-tenista Gustavo Kuerten entrou para o Hall da Fama Internacional da modalidade e marcou definitivamente seu nome como um dos mais importantes jogadores da história. Tricampeão de Roland Garros (1997, 2000 e 2001), o ex-número 1 do mundo é o primeiro brasileiro entre os homens a atingir o feito e se junta a Maria Esther Bueno na relação ilustre.
Guga: definitivamente na história do esporte - Divulgação
Divulgação
Guga: definitivamente na história do esporte
Para ter direito a fazer parte da lista, Guga precisou receber 75% dos votos da imprensa internacional. O brasileiro pode ter a companhia do antigo rival Yevgeny Kafelnikov e da norte-americana Jennifer Capriati, que também foram indicados.
Dono de 20 títulos de simples e oito de duplas, Guga abandonou as quadras precocemente em 2008 após anos de seguidas lesões no quadril. Sua despedida aconteceu na primeira rodada de Roland Garros após derrota para o francês Paul-Henri Mathieu.
Fora das quadras, comanda o Instituto Guga Kuerten (fundado em 2000) para trabalhar com crianças carentes. A carreira vitoriosa e a preocupação social renderam ao brasileiro o troféu Philippe Chatrier, prêmio de maior prestígio no tênis mundial.
05 de março de 2012 | 21h 01

Obesidade cresce mais entre crianças na faixa de 5 a 9 anos

Segundo dados de 2010, sobrepeso atinge 34,8% dos meninos e 32% das meninas nessa faixa etária

Excesso de peso atinge 21,7% das crianças a partir de 10 anos e jovens de até 19 anos - Marcio Fernandes/AE26 de janeiro de 2012 | 9h 58

Agência Brasil
Números divulgados nesta última quarta, 25, pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam aumento do percentual de crianças com sobrepeso e obesidade no Brasil, principalmente na faixa de 5 a 9 anos. Os números referem-se a levantamento de 2010.
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Marcio Fernandes/AE
 
Excesso de peso atinge 21,7% das crianças a partir de 10 anos e jovens de até 19 anos
O sobrepeso atinge 34,8% dos meninos e 32% das meninas nessa faixa etária. Já a obesidade foi constatada entre 16,6% dos meninos e entre 11,8% das meninas. De acordo com a presidenta do Departamento de Obesidade da SBEM, Rosana Radominski, esse quadro é alarmante.
Já entre as crianças a partir de 10 anos e jovens de até 19 anos, o excesso de peso atinge 21,7% do total dos meninos e a obesidade, 5,9%. Entre as meninas nessa faixa etária, 15,4% mostravam sobrepeso e 4,2%, obesidade.
"Houve um aumento muito grande [do aumento de peso] nesse grupo de crianças [de 5 a 9 anos] quando a gente considera o período de 1989 para 2009", observou a médica. De acordo com os dados, o sobrepeso nessa faixa etária atingia 15% dos meninos em 1989 e 11,9% das meninas. Já a obesidade tinha 4,1% de índice entre os meninos naquele ano e 2,4%, entre as meninas de 5 a 9 anos.
"Nas crianças de modo geral, a velocidade, em termos de excesso de peso e obesidade, está muito maior do que nos adultos. Isso tem a ver com a mudança da cultura. Hoje, tem uma inversão nutricional", analisou a especialista, que vê também a influência de programas assistenciais, como o Bolsa Família, na mudança dos hábitos alimentares.
"Começou-se a aumentar a renda das famílias, mas não a educação familiar para que a alimentação fosse corrigida", estimou Rosana. Com mais dinheiro no bolso, as famílias estão adquirindo maior quantidade de alimentos e não necessariamente os mais saudáveis. Segundo ela, há atualmente maior ingestão de açúcar, de alimentos gordurosos e industrializados, em vez de alimentos naturais.
Outro problema, conforme apontou a médica, é a redução da prática de atividades físicas, "por causa da violência, da dificuldade de transporte e até pelo currículo escolar". Ela lembrou que as crianças acabam mais confinadas em casa, diante da televisão, do computador e dos videogames e, com isso, ganham sobrepeso.
Segundo Rosana Radominski, entre os adultos os percentuais são maiores: 48,5% apresentavam sobrepeso, em 2010, e 15%, obesidade. Entre os homens, 52,1% tinham excesso de peso e 14,4%, obesidade, enquanto os índices nas mulheres eram, respectivamente, 44,3% e 15,5%.
De acordo com a médica, o Brasil e a China são os países em que a obesidade está aumentando de forma mais rápida no mundo. "Se não houver programas do governo para reprimir a obesidade e uma mobilização de toda a população, a tendência é aumentar [o número de obesos no país]. Acho que é importante o alerta com relação a isso, para que se possa ganhar essa batalha".