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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ministro Mercadante admite que Enem pode dar mais problemas


Aloizio Mercadante, ministro da Educação Foto:Diogo Xavier/Agência Câmara de Notícias/Divulgação

GIULIANDER CARPES
Direto do Rio de Janeiro
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode voltar a dar problemas para o Ministério da Educação, admitiu nesta segunda-feira o ministro Aloizio Mercadante, que deu uma palestra na Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. O ministro justifica que o Enem ainda é um exame com pouco tempo de utilização (foi aplicado pela primeira vez em 1998) e que pode ter dificuldades principalmente porque tem uma magnitude muito grande.
"São 5,4 milhões de alunos, 400 mil pessoas trabalhando e 140 mil salas de aula em todo o país. E temos de manter o sigilo absoluto das questões. Precisamos checar 1,2 mil itens de segurança antes da aplicação da prova, então é claro que pode dar problema", afirmou o ministro. "Mas todos os países desenvolvidos têm uma ferramenta semelhante. O dos Estados Unidos já funciona há 85 anos e mesmo assim houve fraude no ano passado."
O último problema ocorreu no ano passado, quando 630 alunos do Colégio Christus, em Fortaleza (CE), fizeram um simulado que contava com nove questões idênticas ao exame do Enem aplicado duas semanas mais tarde. Em 2009, uma gráfica que confeccionava as provas em São Paulo permitiu o vazamento de questões.
Mercadante acredita que os problemas serão resolvidos no médio prazo. "São problemas que estamos trabalhando para solucionar. Tenho certeza que conseguiremos e poderemos formatar um exame que não seja aplicado apenas uma vez no ano, mas dê condições de os alunos terem uma segunda chance também." O ministro conta com o auxílio de comissões de universidades federais para elaboração de mais questões de exercícios. "Meu sonho é que a gente consiga propor 10 mil exercícios e torna-los públicos na internet. Daí o aluno que conseguir decorar todos realmente merece passar na prova", brincou.

Fim do prazo para regularizar título eleitoral não deve gerar filas longas


O prazo termina na próxima quarta-feira (9). Até essa data é possível também fazer o título eleitoral ou transferir o documento.

Os eleitores de Curitiba que deixaram para regularizar ou fazer o título eleitoral no fim do prazo não devem ter dificuldade para conseguir atendimento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O prazo termina na próxima quarta-feira (9). A expectativa do TRE é de que não deve haver filas no órgão na capital. Até duas mil pessoas devem ser atendidas por dia entre essa segunda-feira (7) e quarta-feira (9) na sede do órgão em Curitiba.
Os eleitores que precisarem transferir o título eleitoral também devem comparecer ao TRE até quarta-feira. O horário de atendimento é das 9 às 18 horas.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o movimento tranquilo no TRE é resultado do recadastramento biométrico, que foi encerrado em janeiro de 2012. Muitos eleitores compareceram ao órgão em 2011 e durante os primeiros dias do ano e já normalizaram a situação com a Justiça Eleitoral.
Aproximadamente 211 mil títulos de eleitor foram cancelados em Curitiba após o término do recadastramento biométrico. Desse número, cerca de 21 mil pessoas já regularizaram a situação. De acordo com a assessoria de imprensa do TRE, o restante dos eleitores que não irá comparecer ao TRE se encaixa na parcela que normalmente não comparece para votar.
Pessoas com mais de 18 anos que não regularizarem a situação até a próxima quarta-feira não poderão votar nas eleições municipais de outubro.
Os eleitores com títulos cancelados não conseguem tirar passaporte, fazer matrícula em instituições públicas ou prestar concurso público.
O TRE fica na Rua João Parolin, 55, Prado Velho. Mais informações pelos telefones (41) 3330-8674 e 3330-8673.

Brasileiros deixam os grandes centros e voltam ao interior


Vida e CidadaniaGazeta do Povo

Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / Claudio na Rua 24 horas, em Curitiba: volta para casa após uma temporada em MaringáClaudio na Rua 24 horas, em Curitiba: volta para casa após uma temporada em Maringá
POPULAÇÃO

Cresce o número de pessoas que decidiram retornar para a cidade em que nasceram depois de viverem anos em outras regiões do país.

Se até uma década atrás era comum ouvir que estudantes do interior iriam para a capital estudar ou que uma pessoa tentaria a sorte na cidade grande, agora a tendência é justamente o contrário. Os brasileiros estão ficando cada vez mais em suas cidades de origem e os que algum dia saíram do local em que nasceram, agora estão retornando. Dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revelam que entre 2005 e 2010 aumentou a chamada “migração de retorno” dentro do país.
Para especialistas, esse movimento é a prova de que as grandes capitais (como Rio de Janeiro e São Paulo) estão saturadas e de que as cidades pequenas e médias conseguiram se desenvolver a ponto de ser tão atraentes que seguram ou chamam de volta a sua população.
Mobilidade
Nordestinos continuam o movimento de volta para casa
O número de nordestinos que retornaram para seus estados de origem entre 2005 e 2010 caiu, segundo o último Censo do IBGE, em relação aos dados coletados em 2000. Mesmo assim, é nesta região que se concentram as maiores movimentações de volta à cidade de origem no país (ver gráfico). Do total de migrantes no Nordeste, em média, 40% são de retorno. A movimentação é forte em estados como Paraíba, Ceará, Alagoas, Pernambuco e Piauí.
“O Nordeste teve uma fantástica redução na taxa de mortalidade e o PIB [Produto Interno Bruto] subiu mais que em muitas outras regiões. A volta é melhor para todo mundo, afinal os nordestinos sofriam preconceito em São Paulo [para onde muitos migraram nos anos 80 e 90]”, explica o demógrafo Wilson Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco.
Fusco afirma que, além da transferência de renda para a população de todas as cidades brasileiras – acabando com a concentração em São Paulo –, o que influenciou a melhoria da situação de vida no Nordeste foi uma política de investimentos em obras de irrigação, que ajuda a população a sobreviver nas grandes secas. “Temos aí parte da transposição do Rio São Francisco já feita e a construção de grandes cisternas. Na hora em que uma família passa a ter cisterna, consegue manter os animais e tem um suporte para os dias mais difíceis”, diz.
O professor Alisson Flávio Barbieri, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também reforça que o Nordeste foi uma região que teve um crescimento econômico maior que a média nacional e, com a redução dos abismos econômicos, a migração deixou de ser atraente. “As pessoas preferem residir onde têm mais laços culturais e familiares. E quando percebem que na cidade onde vivem terão uma situação de vida parecida com a vida em outro lugar, preferem ficar. Isso acontece graças à redução nas diferenças salariais no Brasil como um todo.” (PM)
Só em São Paulo, 206,7 mil pessoas voltaram para a cidade natal. O Paraná, em número absoluto, é o quarto estado que mais registrou a migração de retorno: foram 94,8 mil pessoas. As outras duas unidades da federação que se destacaram foram Minas Gerais (133,6 mil) e Bahia (103,8 mil). “Isso é um ótimo sinal. A migração significa quase sempre que algo não está indo bem naquela região. As pessoas migram para poder sobreviver e há muita tristeza nisso. Agora acontece o movimento inverso, o que significa que as regiões brasileiras estão melhorando e as desigualdades sociais diminuindo”, explica o demógrafo Wilson Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco.
Eu voltei para ficar
A dificuldade de adaptação foi o que levou o engenheiro da computação Cláudio Karpenko, 32 anos, a voltar para Curitiba – sua cidade natal – depois de um tempo morando em Maringá, no Noroeste do estado. “Não consegui me adaptar. A saudade da família pesou na decisão de voltar”, diz. Karpenko retornou há quatro anos. Ele trabalha no escritório de uma multinacional, é casado e pai de um menino de 4 meses. “Mesmo sabendo que, na minha área, teria muito mais oportunidades em São Paulo, não penso em ir embora outra vez. O que a gente busca é diferente em cada fase da vida e aqui [em Curitiba] eu me sinto realmente em casa.”
Um único e importante fator explica a migração de retorno, segundo o sociólogo Márcio de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná. “O Brasil cresceu e colocou dinheiro na mão de todo o povo”, diz. Isso quer dizer que o aumento do salário mínimo real – e consequentemente da aposentadoria – foi uma importante entrada de recursos em municípios menores.
Qualidade de vida
Viver em uma cidade grande também tem ficado cada vez mais difícil. Foi por isso que o engenheiro de automação Ênio Tucazaki decidiu se mudar da capital paulista e voltar para Curitiba. Ele ainda está em São Paulo, mas pretende retornar até agosto. “Não consegui me adaptar. O estresse no trânsito é infernal e, quando surgiu a oportunidade de voltar, não pensei duas vezes. Está decidido”, afirma. Tucazaki pretende montar uma empresa na capital paranaense.
“Digo que os grandes centros sofrem com a deseconomia de aglomeração. Chega um ponto em que para se ter qualidade de vida fica caro, porque há muita insegurança. É melhor, então, viver em cidades médias com qualidade de vida melhor”, explica o professor Alisson Flávio Barbieri, do Departamento de De­mografia da Universidade Federal de Minas Gerais.

Curitibano faz pouco exercício físico, mas está satisfeito com o seu corpo



Gazeta do Povo
Daniel Castellano/ Gazeta do Povo / Adilson Pagan, professor de ioga, defende um estilo de vida saudável, com muita água e uma respiração corretaAdilson Pagan, professor de ioga, defende um estilo de vida saudável, com muita água e uma respiração correta
PESQUISA

A boa forma física é vista por 62% dos entrevistados como um fator indispensável para a saúde.

Modéstia à parte, o morador de Curitiba considera que está na medida certa e, portanto, não tem queixas do seu corpo. Foi o que demonstrou um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas feito na capital no final de abril com 450 entrevistados maiores de 16 anos. A pesquisa revelou, no entanto, hábitos preocupantes: 52% não fazem exercícios físicos e 46% não consomem frutas diariamente.
Segundo a pesquisa, 71% dos moradores da capital estão satisfeitos com o próprio corpo e apenas 20% admitem almejar alguma mudança, mas 42% confirmam estar um pouco acima do peso ou até mesmo obesos. A boa forma física é vista por 62% dos entrevistados como um fator indispensável para a saúde, no entanto, apenas 33% deles confirmam praticar algum exercício regularmente.
Mexa-se
Serviço público oferece programas e academias
Quem quer emagrecer com saúde ou precisa perder quilos por orientação médica encontra algumas alternativas no serviço público. O Ministério da Saúde lançou há um ano o programa Academias da Saúde e há propostas em execução no Paraná. A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba também dispõe de um programa de prevenção e de reeducação alimentar.
Como a obesidade e o sedentarismo estão entre os fatores de risco para a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis – como o diabetes e a hipertensão –, que são responsáveis por 72% das mortes no Brasil, o governo federal lançou no ano passado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil. O plano inclui um pacote com políticas públicas a serem desenvolvidas até 2022.
Entre as medidas está a criação de Academias da Saúde, que são espaços próprios para a prática de exercícios, orientação nutricional, dança e teatro. A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde explicou que 153 projetos já foram aprovados no Paraná. Por enquanto nenhum está em atividade.
Reeducação
Em Curitiba, os postos de saúde têm grupos de reeducação alimentar para pessoas com sobrepeso ou obesidade. Os grupos fazem parte dos Núcleos de Apoio em Atenção Primária à Saúde, que foram criados em 2009. Eles compreendem atividades de prevenção e de tratamento.
A coordenadora dá área, a nutricionista Ângela Lucas de Oliveira, explica que os grupos são divididos em faixas etárias e recebem a orientação de equipes multidisciplinares que contam com nutricionistas, profissionais de Educação Física, psicólogos, fisioterapeutas e farmacêuticos. Aproximadamente 2,3 mil pessoas já passaram pelo programa.
O que fazer?
Conheça algumas sugestões que podem ser praticadas no dia a dia.
- Hidratação: Beba muita água.
- Fibras: Coma pelo menos três frutas diferentes por dia.
- Na hora de comer: Ao fazer o prato siga duas orientações: divida o tamanho do prato em três partes, sendo duas partes menores e uma parte maior. Na maior coloque só verduras e legumes e nas menores coloque carne ou ovo e feijão, arroz ou massa. Tenha um prato colorido: com no mínimo cinco cores diferentes de alimentos.
- Exercício: Pratique por dia pelo menos 30 minutos de exercícios moderados ou 15 minutos de exercício intenso, como uma corrida. Mas antes consulte-se com um médico e faça uma avaliação prévia.
- Caminhada: Se não conseguir praticar exercícios regularmente, aumente a atividade física habitual, ou seja, se dedique mais aos trabalhos domésticos, suba mais um lance de escada, desça um ponto de ônibus antes, estacione o carro mais longe do destino e brinque com os filhos.
- Academia: Se for frequentar uma academia, procure uma mais perto de sua casa e, nos dias de muito frio, prefira horários alternativos à manhã.
Entre os motivos que levam os moradores de Curitiba a não adotarem hábitos que melhorem sua saúde física estão, principalmente, a falta de tempo. Mas a preguiça e a escassez de dinheiro vêm em seguida no rol das justificativas. Somente 11% dos entrevistados não pretendem mudar seu estilo de vida.
Apesar da boa auto-imagem do curitibano demonstrada pelo levantamento, a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde constatou, em 2011, que em Curitiba 50% dos pesquisados estão acima do peso, ou seja, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25, o que coloca o município como a oitava capital brasileira com maior porcentual de moradores acima do peso. O IMC é calculado pela divisão do peso do indivíduo pela sua altura ao quadrado.
Exemplo
O professor de ioga Adilson Pagan é vegetariano e praticante da ioga há 30 anos. Ele defende um estilo de vida saudável em meio à correria do cotidiano, o consumo abundante de água e uma respiração correta para manter uma vida saudável. “Eu acredito que a saúde depende muito do equilíbrio físico, mental e espiritual. Neste sentido, eu sinto que muitas pessoas estão desequilibradas”, aponta.
Desde os 17 anos Adilson aboliu a carne do seu cardápio e sente-se mais tranquilo e, ao mesmo tempo, animado para as atividades do cotidiano. Na ioga, ele encontrou a solução para os músculos. “A atividade física é de fundamental importância, mas é necessário trabalhar força, equilíbrio e flexibilidade. As pessoas procuram muito as academias em busca de força, mas só ela não é suficiente.”
Hábitos ainda precisam melhorar
A prática diária de exercícios e o consumo de uma dieta equilibrada são os ideais defendidos por um educador físico e uma nutricionista ouvidos pela reportagem. Para eles, o curitibano ainda precisa melhorar seus hábitos para ter mais qualidade de vida.
Conforme o Instituto Paraná Pesquisas, 52% dos entrevistados não fazem exercícios físicos, 46% não comem frutas diariamente e 34% não incluem verduras e legumes na alimentação diária.
O coordenador do depar­tamento de Esportes da Pon­tifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Luiz Car­los Py Flores, lembra que as porcentagens são preocupantes ao considerar que a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde levantou que 50% dos moradores de Curitiba estão com sobrepeso.
Para a nutricionista clínica do Conselho Regional de Nutricionistas Eda Maria Arruda Scur, é preciso ainda avaliar a qualidade do consumo de frutas e de hortaliças. “A pessoa pode comer uma folha de alface e uma fatia de tomate por dia e dizer que consome salada todos os dias.”
Barreiras
Flores é membro do Grupo de Pesquisa em Atividade Física e Qualidade de Vida da PUCPR e diz que sete barreiras foram identificadas para favorecer o sedentarismo: o clima, a falta de segurança, a precariedade do entorno onde se pratica o exercício, a distância da academia ou do clube em relação à residência, a falta de tempo, a falta de dinheiro e, por último, o suporte social, que é a desmotivação de parentes e amigos. As barreiras, no entanto, podem ser vencidas.
“Se a pessoa tiver que pegar o carro e atravessar a cidade para ir a uma academia, por exemplo, ela vai desistir com o tempo. Por isso, é importante escolher algo perto de casa. É importante ela chamar um familiar ou um amigo para fazer o exercício, porque aí um ajuda o outro. Muitas pessoas usam a falta de tempo como desculpa, mas às vezes, passam horas em frente a um computador nas redes sociais”, comenta.
Eda lembra que é preciso livrar-se da tentação dos regimes milagrosos. “Eles podem até ajudar, mas sozinhos não mudam nada, é preciso ter uma alimentação bem equilibrada. O emagrecimento tem que ser saudável”, afirma.

Dia Nacional da Matemática



O Dia Nacional da Matemática é comemorado em 6 de maio, de acordo com Lei aprovada pelo congresso Nacional em 2004, de autoria da Deputada Professora Raquel Teixeira. A escolha desse dia tem como motivação a data de nascimento do professor Julio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan.

Malba Tahan  era o pseudônimo do professor de matemática Julio César de Mello e Souza, nascido no Rio de Janeiro no dia 6 de maio há 110 anos. Ele é o autor de um dos maiores sucessos literários de nosso país, o romance O Homem que Calculava, já traduzido em doze idiomas. 

Embora tenha publicado ao longo de sua vida cerca de 120 livros sobre Matemática Recreativa, Didática da Matemática, História da Matemática e Literatura Infanto-juvenil, atingindo tiragem de mais de dois milhões de exemplares, pouca gente sabe que ele era brasileiro.

Devemos aproveitar essa data para divulgar a Matemática como parte do patrimônio cultural da humanidade mostrando que a Matemática foi criada e vem sendo desenvolvida pelo homem em função de necessidades sociais. Devemos, nessa oportunidade, divulgar a Matemática como área do conhecimento humano, sua história, suas aplicações no mundo contemporâneo, sua ligação com outras áreas do conhecimento e, principalmente, buscar derrubar mitos de que a matemática é muito difícil sendo acessível apenas aos "talentosos". Precisamos erradicar a idéia de que a Matemática é um "bicho-papão", uma disciplina sem vida que só exige dos alunos memorização de fórmulas e treinamento. 

Trabalhando as obras de Malba Tahan  é possível mostrar aos alunos que a Matemática pode ser uma divertida e desafiante aventura podendo ser trabalhada de forma dinâmica e criativa. 

As revistas Nova Escola - maio de 2005 (Editora Abril), Revista Educação - nº95 / março de 2005 (Editora Segmento) e a Educação Matemática em Revista - nº 16 / 2004 (publicada pela SBEM) trouxeram interessantes reportagens sobre Malba Tahan.

O caso dos camelos

Decifre o problema mais famoso de Malba Tahan, retirado do livro "O Homem que Calculava".
Beremiz, o homem que calculava, estava viajando pelo deserto de carona no camelo de seu amigo. A certa altura, encontraram três irmãos discutindo acaloradamente. Eles não conseguiam chegar a um acordo sobre a divisão de 35 camelos que o pai lhes havia deixado de herança. Segundo o testamento, o filho mais velho deveria receber a metade, ao irmão do meio caberia um terço e o caçula ficaria com a nona parte dos animais. Eles, porém, não sabiam como dividir dessa forma os 35 camelos. A cada nova proposta seguia-se a recusa dos outros dois, pois a metade de 35 é 17 e meio. Em qualquer divisão que se tentasse, surgiam protestos, pois, a terça parte e a nona parte de 35 também não são exatas, e a partilha era paralisada. Como resolver o problema?


"É muito simples", atalhou Beremiz, que dominava muito bem os números. Pedindo emprestado o camelo do amigo, propôs uma divisão dos agora 36 camelos. Sendo assim, o mais velho, que deveria receber 17 e meio, ficou muito satisfeito ao sair da disputa com 18. O filho do meio, que teria direito a pouco mais de 11 camelos, ganhou 12. Por fim, o mais moço em vez de herdar 3 camelos e pouco, ganhou 4. Todos ficaram muito felizes com a divisão. Como a soma 18 + 12 + 4 dá 34, Beremiz e o amigo ficam com dois camelos. Devolvendo o camelo de seu amigo, o homem que calculava ficou com aquele que sobrou. 

Pergunta-se: Como Beremiz resolveu o problema dos irmãos e ainda saiu
ganhando um camelo?

domingo, 6 de maio de 2012

Fora da zona de conforto


Divulgação / Pondé escreveu ensaios para atacar o pensamento comum sobre o politicamente corretoPondé escreveu ensaios para atacar o pensamento comum sobre o politicamente correto
ENSAIOS

Luiz Felipe Pondé desabafa, questiona e ataca os costumes da sociedade civilizada em Guia Politicamente Incorreto da Filosofia.

Defender o (aparentemente) indefensável – ou vice-versa, condenar o aparentemente incondenável – parece ser a predileção dos textos do filósofo pernambucano Luiz Felipe Pondé. Essa predileção lhe rendeu as pechas de polemista e pessimista, não negadas pelo autor de Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, lançado agora pela editora Leya. Pondé volta nesta obra a temas caros à sua linha de pensamento, como os costumes da sociedade civilizada, o feminismo e outros movimentos sustentados pelo que ele chama de “a praga do Politicamente Correto” ou “praga PC”, objeto central de seus pequenos ensaios.
Antes de mais nada, é importante dizer: o título de O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia – que segue, segundo a editora Leya, a série de livros “politicamente incorretos” iniciados por Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil e Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina, de Leandro Narloch – está, para dizer o mínimo, impreciso. Não é, como o nome pode sugerir, um guia para acompanhar a linha de pensamento de vários filósofos sem a veneração comumente prestada pelos acadêmicos ou uma análise nua e crua de Platão a Sartre, mas sim, ensaios livres, levemente embasados ou corroborados por algumas ideias iluministas, classicistas e contemporâneas, entre outras.
 / Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, Luiz Felipe Pondé. Leya, 224 págs., R$ 39,90. EnsaiosAmpliar imagem
Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, Luiz Felipe Pondé. Leya, 224 págs., R$ 39,90. Ensaios
Dessa forma, por exemplo, Pondé usa A República de Platão para defender a ideia de que poucos carregam o mundo nas costas, e a grande maioria serve simplesmente para obedecer – contextualizando assim, a aristocracia baseada em méritos, ou refuta a ideia romântica do selvagem superior por estar em contato pleno com a natureza. Talvez Guia Filosófico do Politicamente Incorreto fosse um título mais acertado, embora perdesse o apelo comercial que a leva dos livros de Narloch confere ao novo volume da “série”.
Mas Pondé não se prende muito a correntes filosóficas. A grande maioria de seus textos é justificada com base na observação e em análises históricas. Atesta, dessa maneira, que o politicamente correto nasceu da nova esquerda norte-americana. Segundo ele, era preciso criar uma ilusão igualitária para suportar a ascensão social dos negros e dos gays, dois grupos influentes a partir da década de 1960. Outros, nem isso. Em seu capítulo, “Viajar Jamais”, o escritor mais faz um desabafo do que uma crítica ou insight sobre a infiltração do “zé povinho” em espaços até então considerados exclusivos, como a Europa e os aeroportos.
De maneira que Guia Politicamente Incorreto da Filosofia é um livro solto e, por isso mesmo, irregular. Indo do mais tradicional ensaio para leigos até o criticismo puro e simples, Pondé acaba por, de certa forma, dinamitar o que seria uma argumentação sólida sobre um assunto que merece ser discutido em favor de um desejo implacável por polemizar sobre tudo. E por mais que o livro mantenha seu tom leve e divertido de ler, perde um pouco da seriedade potencial e necessária ao tema.
Porém, como diz em sua introdução, Pondé quer mesmo é incomodar, tirar da zona de conforto o homem politicamente correto que não questiona a validade de seu pensamento. E isso pode-se dizer que o filósofo alcançou. Cada aspecto do pensamento politicamente correto foi questionado, embora nem sempre da maneira mais completa possível. E ainda que afirme com todas as letras que questionar a igualdade não seja motivo para discriminar, não há de faltar quem o interprete mal para esse mesmo fim. Será esse um risco que o Brasil pode correr?