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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sganzerla celebrado


Divulgação / O cantor Ney Matogrosso foi escolhido por Helena Ignez para reviver o Bandido da Luz Vermelha, agora encarcerado em uma prisão de segurança máxima.O cantor Ney Matogrosso foi escolhido por Helena Ignez para reviver o Bandido da Luz Vermelha, agora encarcerado em uma prisão de segurança máxima.
MOSTRA

Sganzerla celebrado

Filme inédito em Curitiba, Luz nas Trevas, protagonizado por Ney Matogrosso, traz o célebre personagem Bandido da Luz Vermelha 44 anos depois.
Programação
Confira todos os filmes que serão exibidos no Paço da Liberdade, de amanhã até o dia 28 de julho:
• Amanhã, às 18h30
Luz nas Trevas, de Helena Ignez e Ícaro Martins. Continuação do filme O Bandido da Luz Vermelha, traz Ney Matogrosso como protagonista. Sessão seguida de debate com Helena Ignez.
• Sábado, às 15h
Documentário, de Rogério Sganzerla (curta-metragem). Dois jovens escolhem um filme para assistir na capital paulista.
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. O marginal João Acácio coloca população em polvorosa por conta de seus crimes sofisticados.
• Domingo, às 15h
Quadrinhos no Brasil, de Rogério Sganzerla e Álvaro de Moya (curta-metragem). Documentário que conta a evolução das histórias em quadrinhos no Brasil.
Sem Essa, Aranha, de Rogério Sganzerla, com montagem de Julio Bressane. Aranha se diz o último capitalista do país enquanto frequenta bares e inferninhos. Comédia sobre a fome com o comediante Jorge Loredo (o Zé Bonitinho) no elenco.
• Terça-feira (24), às 18h30
Viagem e Descrição do Rio Guanabara por Ocasião da França Antártica, de Rogério Sganzerla. Curta-metragem baseado na obra de Jean Léry, sobre a ocupação francesa no Rio de Janeiro.
O Abismo, de Rogério Sganzerla. Tributo a Jimi Hendrix e ao poder de Mu, divindade fenícia celebrada pelo personagem Zé Bonitinho.
• Quinta-feira (26), às 18h30
A Miss e o Dinossauro – Bastidores da Belair, de Helena Ignez (curta-metragem). Uma câmera super-8 filma a festa de despedida da produtora Belair, em 1970, durante a ditadura militar.
Signo do Caos, de Rogério Sganzerla. Uma carga cinematográfica é analisada pela censura do governo, que é destruída por ser considerada realista demais.
• Sábado (28), às 15h
Tudo É Brasil, de Rogério Sganzerla. Semi-documentário que traz à tona a história secreta do filme It’s All True, dirigido e rodado no Brasil por Orson Welles, em 1942.
Serviço
Mostra Rogério Sganzerla
Sesc Paço da Liberdade – Sala Cine Pensamento (Praça Generoso Marques, 189 – Centro), (41) 3234-4200. De 20 a 28 de julho, às 15 horas e às 18h30. 56 vagas por sessão. Entrada gratuita. É necessário retirar o bilhete de acesso no Serviço de Atendimento ao Consumidor do Paço, liberado com uma hora de antecedência.
Do final dos anos 1960 até a metade da década de 1970, tomou forma no Brasil um novo movimento cinematográfico, intitulado Cinema Marginal, período em que os cineastas tinham como protagonistas, das suas produções com parcos recursos, personagens que estavam sempre à margem da sociedade, sem emprego ou expectativas. Ozualdo Candeias, Júlio Bressane e José Mojica Marins foram alguns dos diretores que se destacaram naquele momento. Mas foi o filme O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, o marco do movimento. Amanhã, o Sesc Paço da Liberdade inicia uma mostra em homenagem ao cineasta, com a exibição do longa-metragem Luz nas Trevas.
O filme, até então inédito em Curitiba (estreou em algumas capitais em maio), é uma continuação do longa O Bandido da Luz Vermelha, e é codirigido (junto com Ícaro Martins) pela viúva do cineasta, Helena Ignez, que estará presente no dia da estreia para um debate com o público. O roteiro original deixado por Sganzerla (morto em 2004) retrata a história de Jorge Bronze, filho do famoso Bandido da Luz Vermelha, que é vivido pelo cantor Ney Matogrosso. “Eu precisava do Luz como um personagem forte, e ninguém melhor que o Ney para viver isso, que, além de cantor, criou uma persona em torno dele. Ele conseguiu segurar a transformação pela qual o personagem passou. Conseguimos manter a lógica, sendo fiel ao anarquismo característico do Luz”, disse a diretora, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo de sua empresa em São Paulo, a Mercúrio Produções.
Ao mesmo tempo em que o longa-metragem relata a trajetória do filho, também traz o Bandido da Luz Vermelha encarcerado em um presídio de segurança máxima, mostrando como ele lida com o fato de ser um dos criminosos mais famosos do Brasil. Para Helena, o projeto tem um caráter pessoal: ela viveu Janete Jane no filme de 1968, personagem por quem Luz Vermelha se apaixona – na época, ela era considerada a “musa do cinema novo” (atuou em filmes como O Assalto ao Trem Pagador, de Roberto Farias, e O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade). Em Luz nas Trevas, é a filha de Helena e Sganzerla, Djin Sganzerla, que vive a paixão de Jorge Bronze. “Não modifiquei o roteiro, mas fiz um filme feminino, e não de Rogério”, ressaltou.
Roteiro
Para adaptar e transformar as mais de 500 páginas deixadas por Sganzerla, Helena trabalhou por mais de um ano. “Tinha uma quantidade enorme de material que precisava ser selecionado. Foi uma experiência prazerosa, mas trabalhosa.” Com orçamento de R$ 2,6 milhões, o filme foi todo rodado em São Paulo, em mais de 50 locações, durante seis semanas. “Foi uma produção pequena, mas de luxo. O Ney se surpreendeu quando entrou na locação da prisão”, contou Helena. Até agora, o longa é considerado, segundo a diretora, um “blockbuster dos filmes experimentais” – fez cerca de 10 mil espectadores.

Turismo


Turismo

Quinta-feira, 19/07/2012
Rosa Santos
Rosa Santos / O Parlamento, em Ottawa, e o monumento que comemora a unificação do Canadá: vários países em umO Parlamento, em Ottawa, e o monumento que comemora a unificação do Canadá: vários países em um
INTERNACIONAL

Canadá multiuso

Capitais canadenses em momentos distintos, Toronto, Ottawa, Montreal e Quebec são destinos imperdíveis.
Paisagem colorida é outra coisa. Depois de mergulhar em um cenário branco de neve por cinco meses, os canadenses celebram o verão, em qualquer intensidade. O menor raio de sol é comemorado com camisa sem mangas, chinelos de dedo, vestidos e bermudas, mesmo que o vento gelado sopre forte à beira do Lago Ontário, em Toronto, ou o clima não seja 100% estável. No começo da estação, a temperatura ainda oscila entre 13 e 27ºC e não dá para confiar que o dia que começa sorridente e ensolarado não vá acabar um pouco mais cinza. Mas, é verão no calendário.
Quem mora onde o termômetro não conhece limites negativos na coluna de mercúrio, não pode dar-se ao luxo de colocar o nariz na rua somente quando o tempo permite. Ainda que os canadenses tenham recursos para evitar a exposição ao frio: em Toronto e Montreal, mais de 30 quilômetros de galerias subterrâneas poupam os cidadãos de andar na chuva e no frio durante o inverno. Por baixo da terra é possível sair de casa, chegar ao trabalho, almoçar, acessar serviços e fazer compras sem colocar o pé na calçada a céu aberto. No verão, elas também podem ser úteis, além de imperdíveis pela estrutura arquitetônica e urbanística que proporcionam ao turista. Dá para escapar de chuvas inapropriadas durante alguns passeios, por exemplo. São 1.200 estabelecimentos, entre hotéis, shoppings e lojas de departamento que têm ligação com o PATH e o sistema de metrô, em Toronto. A fórmula se repete no RES, em Montreal. E, mesmo com um bom e caro sistema de transporte – a passagem integrada em Toronto pode sair por CAD$ 10 por dia (quase R$ 20) –, o grande barato do turismo do Canadá é curtir as principais cidades a pé ou de bicicleta. Por cima ou por baixo, o cenário vale cada passo ou pedalada.
Essencial
O que você precisa saber para planejar a sua viagem
• Visto
O Canadá exige visto para turistas. O documento pode demorar até 30 dias para ficar pronto, mas pode ser feito pela internet (www.csc-cvac.com). Custa CAD$ 75 para uma entrada (um ano de validade) e CAD$ 150, para múltiplas entradas (até três anos de validade).
• Moeda
O dólar canadense tem cotação equivalente ao dólar americano (em torno de R$ 2,05). Em Toronto, as compras podem ser feitas em qualquer dólar, na maior parte das vezes sem ágio. Na parte francesa, tem comerciante que despreza o dinheiro americano. Há lojas, como The Bay, que dão desconto para o turista. Basta apresentar o passaporte.
• Como chegar
Passagem de São Paulo a Toronto pela Air Canada a partir de CAD$ 1.200 (para saídas em agosto).
• Pacotes
Toronto a Toronto: Oito noites de hospedagem. A partir de US$ 1.399 por pessoa em quarto quádrulo, somente a parte terrestre. Na Talk Tour. Informações no site www.takstour.com.br.
Canadá de Costa a Costa: 19 dias e 17 noites, a partir de US$ 3.659 por pessoa, somente parte terrestre. Saídas de São Paulo em agosto. Informações no site www.flytourviagens.com.br.
• Sites
Tourism Toronto - www.seetorontonow.com
Visit Ottawa - www.ottawatourism.ca
Tourisme Montreal - www.tourisme-montreal.org
Quebec City Tourism - www.quebecregion.com
St. Lawrence Market - www.stlawrence.com.br
CN Tower - www.cntower.ca
Parque Montmorency -www.sepaq.com/chutemontmorency

Verão nas capitais do Canadá
A estação do calor é aguardada com ansiedade pelos canadenses, que saem da toca para festivais de rua e atividades ao ar livre
As principais cidades da Costa Leste do Canadá, a primeira a ser ocupada pelos colonizadores franceses, no fim do século 16, mantêm sua importância histórica, cada uma com uma referência distinta. Toronto, porta de entrada para os brasileiros, é a antiga York, capital do Canadá de baixo e hoje o centro financeiro do país. Ottawa é a capital nacional e da província de Ontário, concentra as decisões políticas. Montreal já ocupou o posto de principal cidade canadense, também como capital, em 1840, na unificação da nação. Hoje é polo do conhecimento, com quatro universidades. Quebec City, onde o país começou, no estreito do Rio São Lourenço, mantém o título de capital da província do mesmo nome, e foi a capital do Canadá de cima em 1791.
Conhecer essa região é viver a experiência de visitar diferentes países em um só. A colonização europeia – primeiro francesa, depois inglesa –, a influência da cultura aborígene e a proximidade com os Estados Unidos fazem do Canadá um caldeirão de influências. O idioma é o mais evidente. O inglês é dominante em Toronto, mas divide os falantes em Ottawa, onde o rio de mesmo nome marca a separação entre as províncias de Ontário e Quebec, a parte franco-canadense. Separação não é exagero, mesmo que os habitantes locais insistam em amenizar a diferença entre colonizações. Do outro lado do rio, a França é a referência. Até a sinalização urbana da vizinha Gatineau é primeiro em francês, depois em inglês. O que pode ser uma vantagem para o turista que não domina plenamente a língua inglesa. O pouco uso e a aversão ao idioma fazem com que moradores, comerciantes e guias no lado francês se esforcem para conversar na língua do visitante. Se for impossível e o inglês for a única forma de comunicação, a fala é mais lenta, o que ajuda na compreensão.
O deslocamento entre as capitais é uma diversão à parte. Pelas rodovias com bom pavimento ou de trem, a paisagem se alterna entre casas à beira dos lagos e pequenas fazendas.
Montreal
Capital cultural
Cidade concentra os mais variados festivais
AFP
O título de capital cultural justifica-se pelas quatro universidades e quase uma centena de museus, galerias de arte e centros de cultura. Ainda que a febre de festivais de rua tome conta do país durante o verão, Montreal parece ter inventado esse modelo de manifestação cultural. São centenas realizados a cada temporada. O resultado são ruas lotadas de pedestres e trânsito mais complicado por causa dos bloqueios para acomodação de palcos, barracas de arte, artesanato e comida, em especial na região do Quartier des Spectacles, onde são concentrados os eventos culturais. Também é a cidade-sede do Cirque du Soleil, onde as apresentações fixas custam a partir de CAD$ 80.
Montreal consegue aliar o aspecto histórico da sua colonização franco-inglesa com o desenvolvimento. A cidade velha, onde está a catedral de Notre Dame de Montreal – visita imperdível por CAD$ 5 – , tem também a região portuária e centenas de prédios antigos agora ocupados por escritórios de design e empresas de tecnologia. A fórmula se repete em outros pontos da cidade: bancos históricos e igrejas centenárias desativadas se tornaram caros condomínios residenciais.
As bicicletas são meio de transporte comum e podem ser alugadas no mesmo sistema usado em Toronto, o Bixi. Ciclovias cortam desde o charmoso bairro universitário de Mile End até o Mont Royal, parque urbano que deu nome à cidade localizada às margens do Rio São Lourenço. A colina é o parâmetro para o crescimento vertical de Montreal: nenhum edifício pode ultrapassar sua altitude, de 234 metros acima do nível do mar. Também palco de festivais, caminhadas, corridas, piqueniques no verão, proporciona uma bela vista panorâmica e vira um parque de diversões na neve durante o inverno, com esqui e trakking no meio das árvores.
Se o objetivo for comprar, a Sainte Catherine Street, no centro da cidade, concentra shoppings centers, lojas de marcas de todos os segmentos (de roupa a eletrônicos) e um variado comércio local de rua. A área é cortada por galerias subterrâneas, que interligam os grandes shoppings a estações de metrôs, hotéis e edifícios comerciais, como ocorre em Toronto.
Quebec
Capital histórica
Ruas medievais de contos de fadas
AFP
Do estreito do Rio São Lourenço, por onde os colonizadores franceses chegaram e fundaram Quebec, o visual do Chateau Frontenac é imponente. O hotel, inaugurado em 1893, tem 618 quartos e é símbolo da cidade. A obra marca a divisão entre a parte baixa, onde estão o porto, as ruelas e construções medievais, hoje ocupadas por lojas, restaurantes e cafés, e a cidade alta, parte mais moderna de Quebec, acessada por íngremes escadarias ou um funicular (CAD$ 2 por trecho).
É pela água também que dá para apreciar outros dois belos cenários. O cruzeiro de uma hora e meia no barco Louis Jolliet vai até a ponte entre o continente e a Ile d’Orleans, território de veraneio dos locais, com casas de campo, pequenos criadores, produtores de cassis e frutas silvestres. Perto dalí, dá para ver a queda de Montmorency, com 83 metros de altura, formada pela barragem da usina de energia elétrica que abastecia a indústria de algodão na colonização. Ver de longe, porém, não dispensa a visita. Além do funicular que leva até o restaurante montado em uma casa de 1781, é possível contornar a queda d’água, em uma caminhada entre escadarias e pontes, com paradas estratégicas nos mirantes.
Na volta à cidade, vale andar pelas ruas, em especial a Saint Jean, que começa em um bairro gay e concentra lojas sofisticadas de objetos, roupas e móveis. Tem até uma de temática medieval, do vestuário à decoração. Não faltam barracas de artesanato e cafés com mesas na calçada. Em direção à parte baixa, a Rue du Trésor é uma travessa estreita com as paredes forradas de gravuras e quadros de artistas locais.
Do outro lado, pela Saint Louis, a dica é um passeio pelo Parque do Campo de Batalhas, uma das áreas verdes ocupadas por festivais de verão. De lá é possível chegar ao Terrasse Dufferin, uma larga passarela de madeira entre a parte alta e a parte baixa, que proporciona outro belo panorama do rio e a cidade de Lévis, na margem oposta.
Ottawa
Capital política
Rio divide povo franco-inglês
AFP
A capital política do Canadá tem um clima mais descontraído. Adolescentes circulam nos arredores do Byward Market, região com lojas e cafés, além de produtores locais de ervas, flores e hortifruti orgânicos e alta concentração de pubs, lojas de suvenires, móveis, objetos e moda. A área é cheia de artistas de rua e barraquinhas de bugigangas nas calçadas.
Perto dali, um tour guiado gratuito no Parlamento, edifício de estilo gótico, leva visitantes à sua biblioteca original, única estrutura que não sucumbiu ao incêndio que destruiu o prédio, em 1916. Da torre do relógio, a vista panorâmica do Rio Ottawa convida para cruzar a ponte Alexandra ou pegar um táxi aquático – CAD$ 5 pela travessia em 15 minutos – e conhecer o Museu da Civilização, na vizinha Gatineau, já na província de Quebec. O museu merece um dia inteiro de visitação: a área dos aborígenes – com totens originais –, as mostras permanentes sobre a colonização, com instalações cenográficas e réplicas perfeitas, ajudam a comprender a diversidade canadense.
O relevo acidentado de Ottawa desencoraja os passeios de bicicleta e exige bom fôlego para o sobe e desce a pé. Mas os jardins e ciclovias do Rideau Canal, considerado Patrimônio Mundial da Unesco, convidam às pedaladas. Construído em 1832, conecta o Lago Ontário e o Rio São Lourenço a Ottawa. Usado no inverno (para hóquei e patinação) e no verão (para canoagem e esportes aquáticos), é um dos recintos dos festivais ao ar livre realizados nos dias mais quentes.
Toronto
Capital financeira
Paisagem de aço e concreto
Anna Paula Franco e Karlos Kolbach
O verão não chega a colorir Toronto. Sem o branco-neve, a cidade fica cinza-prédio, com muitas obras nas ruas e reflexos nas fachadas espelhadas. Porta de entrada para os brasileiros (voos diretos para o Canadá são via Toronto), a capital financeira do país impressiona pela arquitetura. A CN Tower, com 533 metros de altura, é o símbolo da cidade, localizada às margens do Lago Ontário. A torre pode ser explorada por dentro e por fora: o restaurante gira 360º e o visitante ainda pode fazer uma volta panorâmica pelo lado de fora.
A orla do Lago Ontário é a praia dos locais. Além da faixa de areia, há passeios de barco com almoço e bar a bordo. As bicicletas do sistema Bixi, alugadas em estações espalhadas pela cidade por CAD$ 5 a partir de 30 minutos, são boa alternativa para explorar toda sua extensão. Também dá para ir de bike até o Destilary History District, área industrial que foi totalmente revitalizada e hoje concentra lojas de objetos, moda, restaurantes, livrarias, cafés e obras de arte.
Com 2,5 milhões de habitantes e 200 etnias diferentes, o turista pode ter um pouco de dificuldade para escolher qual cozinha internacional experimentar. A cidade tem pontos étnicos (chineses, italianos, gregos, indianos), onde a culinária é um dos referenciais mais marcantes. Se o sabor brasileiro estiver fazendo falta ao paladar, a dica é provar o Cajú, restaurante do mineiro Mario Cassini, instalado há dez anos na Queen Street West, região de bares e lojas descoladas.
St. Lawrence
Mas festa de sabores mesmo é no St. Lawrence Market, o mercado municipal de Toronto, eleito em 2012 o melhor do mundo no setor de alimentos, pela revista National Geographic.
O lugar conta a história da cidade, em dois edifícios distintos. O prédio da ala norte foi construído em 1803 e reformado depois de um incêndio. Ali ficam os hortifrutigranjeitos, onde donos de restaurantes locais também buscam especiarias raras, temperos e ingredientes para compor seus cardápios. O prédio da ala sul é de 1845. Até 1899, foi sede da prefeitura de Toronto. No subsolo, funcionava a prisão da cidade. É nesta área que estão os restaurantes, uma grande variedade de produtos alimentícios, lojas de suvenires e uma galeria de arte.
Entre as lanchonetes, destaque para a Carousel Bakery, padaria instalada no local há mais de 30 anos e dona da receita do sanduíche mais tradicional de Toronto, o imperdível peameal bacon, um bacon tipicamente canadense misturado ao fubá servido num pão português. Custa CAD$ 5,75 e vale uma refeição. Atenção às mostardas para acompanhamento: a mais picante faz arder os olhos e descongestiona todas as vias áreas.
Cada um dos 50 estandes do St. Lawence oferece um novo sabor. O Rube`s Rice Shop, por exemplo, é uma loja especializada em arroz. São mais de 50 tipos. Há estandes com vinhos canadenses e o icewine, produzido por uvas que são colhidas congeladas durante o inverno, na região de Niagara. O preço médio de uma garrafa é de CAD$ 100.
A proximidade do país com o Alasca garante frutos do mar gigantes e de alta qualidade. Camarões com mais de 15cm, enormes lagostas e lulas ficam expostos, provocando os paladares. O mercado também tem uma grande variedade de carnes de caça, queijos e condimentos, como a mostarda, cuja produção é referência no Canadá.
Os jornalistas viajaram a convite do Turismo de Toronto e da Comissão Canadense de Turismo.

ESTILO DE VIDA | 3:20

Canadá: emoção e frio na barriga a 533 metros do chão

O repórter Karlos Kolbach encarou o desafio de dar uma volta panorâmica pelo lado de fora da CN Tower, em Toronto. A aventura exige coragem, mas a recompensa é uma vista inigualável da cidade.

Falta de pesagem destrói asfalto em rodovias federais


Vida e Cidadania

Quinta-feira, 19/07/2012

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo / Buraco no Contorno Sul de Curitiba: operações tapa-buraco não dão conta do problemaBuraco no Contorno Sul de Curitiba: operações tapa-buraco não dão conta do problema
ESTRADAS

Falta de pesagem destrói asfalto em rodovias federais

Suspensão da licitação para montagem de balanças em BRs prejudica fiscalização de caminhões com excesso de carga.
Quase um ano após um relatório da Controladoria Geral da União (CGU) motivar a suspensão da licitação da segunda fase do Plano Nacional de Pesagem nas rodovias federais, as estradas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) começam a sentir os efeitos do sobrepeso dos caminhões. Muitas delas estão esburacadas e cheias de ondulações.
O plano audacioso do Dnit previa a instalação de 238 postos de pesagem fixos e móveis, que seriam colocados nas principais rotas de tráfego de carga do país. A primeira fase, licitada em 2007 ao custo de R$ 262 milhões, pôs em funcionamento 77 balanças. Mas a segunda e derradeira etapa, para a colocação dos outros 161 postos, acabou suspensa após a CGU apontar uma série de equívocos no edital, que vão desde a falta de controle em repasses para elaboração do projeto básico até o sobrepreço no orçamento. A varredura ocorreu em 2011, após denúncias da imprensa sobre contratos do Ministério dos Transportes.
Outro lado
Dnit não se manifesta sobre ações do Ministério Público Federal
Sem querer se manifestar especificamente sobre as ações movidas pelo Ministério Público Federal, o Dnit se limitou a informar que o edital para instalação de balanças foi revogado, sem prazo para ser refeito, e que responde às ações somente depois que é notificado, quando há decisão judicial.
O departamento, porém, ressaltou o investimento realizado na instalação dos 77 postos de pesagem que estão em funcionamento. De acordo com o Dnit, os postos foram instalados com base em pesquisas de origem e destinação de veículos de modo que as principais cargas do país passem por eles, seja perto da origem ou antes do destino final.
Justiça
MPF aponta descaso com trechos de estradas federais no Paraná
Após entrar com a ação cobrando a instalação de balanças nas BRs 163 e 272 na Região Oeste do Paraná, o Ministério Público Federal (MPF) também ingressou na Justiça contra a União, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) cobrando melhorias em trechos de rodovias federais no estado.
Segundo a promotora Monique Cheker de Souza, a ação foi movida devido às condições de abandono da BR-163, no trecho entre a ponte sobre o Rio Iguaçu, em Marmelândia, e a BR-277, em Cascavel.
Abandono
Ainda de acordo com a denúncia, a BR-163 era de responsabilidade do DER-PR e foi transferida ao patrimônio da União em outubro de 2010. Na ação, o MPF alega que durante todo o período de tramitação do processo de transferência e até um ano após a sua conclusão, a rodovia teria permanecido sem manutenção. Com isso, o trecho de Marmelândia estaria com buracos e ondulações, falta de sinalização e ausência de acostamentos.
No primeiro semestre deste ano, segundo estatísticas da Polícia Rodoviária Federal repassadas ao Ministério Público Federal, foram registrados 77 acidentes na BR-163, com oito mortos e 51 feridos. (RM)
Culpa
Motoristas acusam transportadoras por sobrecarga nos fretes
Caminhoneiros ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que algumas transportadoras obrigam motoristas a trafegar acima do limite de peso e dizem temer pelos colegas que se submetem a essa situação, já que o risco de acidente na estrada se torna ainda maior devido ao desgaste excessivo de componentes como freio e suspensão.
Rosário Teixeira Duarte, 65 anos, nascido em Campo Mourão (Centro do Paraná), trabalha nas estradas brasileiras há 40 anos e diz que não se sujeita a dirigir com sobrecarga. O motorista, porém, admite que essa afronta à lei é comum Brasil afora. “Já vi motorista trafegar com excesso de 13 toneladas. Eles saem pelos morros, nas rotas alternativas, e o risco de tombar o caminhão é grande.”
Duarte afirma que a fiscalização do excesso de peso beneficia não só o asfalto. “Com o peso dentro do limite, sobra mais carga para todos os colegas trabalharem.”
Já o curitibano Jairo Emílio Puka, 52 anos, caminhoneiro há 25, critica a busca desenfreada pelo lucro das transportadoras. “Todos querem ganhar e é até natural que a transportadora não queira perder um frete por uns quilos a mais na carga. Mas vai da consciência de cada um.”
Com a suspensão do edital das balanças, o Dnit agora é alvo do Ministério Público Federal (MPF). No início deste mês, a Procuradoria de Umuarama ingressou com uma ação civil pública contra o órgão governamental cobrando a instalação de postos de pesagem nas BRs 163 e 272 no Paraná, estado cujas rodovias federais não têm balanças e que deveriam receber quatro desses postos caso a licitação tivesse sido levada ao fim.
Na ação movida pelo MPF, uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) é utilizada como argumento para a instalação das balanças nas duas rodovias. De acordo com a PRF, uma operação no ano passado resultou na autuação de 35 motoristas que trafegavam com sobrepeso que somava mais de 200 toneladas.
Abuso
De acordo com o Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem, 77% dos caminhões trafegam com excesso de peso e apenas 10% de excesso de peso por eixo já reduzem em até 40% a vida útil do asfalto. Trecho do mesmo documento publicado no site informa ainda que o excesso de carga “acarreta redução da velocidade e da capacidade de frenagem, o que coloca em risco a vida de motoristas, além de acelerar o desgaste de veículos”.
Além de acarretar mais gastos aos cofres públicos para a recuperação das estradas, o sobrepeso de cargas impacta no mercado privado. A Organização pa­­ra Cooperação e Desen­vol­vimento Econômico (OCDE) estima que até 2% do PIB de uma nação pode ser desperdiçado em consequência dos danos causados às rodovias pelo excesso de peso.
“A distribuidora acaba dando um tiro no próprio pé, porque o custo com manutenção decorrente das péssimas condições das estradas será maior do que o lucro do frete e isso encarece nossos produtos”, diz a economista Maria Lucia Filardo, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Uni­versidade de São Paulo (FEA-USP).
O Dnit estabelece limites de carga para cada modelo de caminhão ou carreta que trafega no país. Em caso de descumprimento dessas regras, as sanções previstas no Código Brasileiro de Trânsito vão desde advertência até a cassação do direito de dirigir. Em caso de cargas acima de 5% do limite, o motorista é obrigado a fazer o transbordo antes de prosseguir a viagem.
Estado usa balança móvel para fiscalizar os excessos
A ausência de locais de pesagem nas rodovias federais também traz consequências para as vias administradas pelos estados. Isso porque o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) não conta com postos fixos de fiscalização. Segundo o engenheiro Nilton Merlin, do DER-PR, o órgão tem uma malha rodoviária de pouco mais de 10 mil quilômetros pavimentados e a fiscalização é realizada com equipamentos móveis. “Não conseguimos fazer uma fiscalização em todas as rodovias, por isso construímos pistas de pesagem para trabalharmos com sistema de rodízio, em caráter de blitz e com equipamentos volantes”, explica. No total, o DER-PR diz manter cinco equipes, cada uma com uma balança móvel, para fiscalizar abusos dos caminhoneiros.
Apesar de admitir que a fiscalização nas rodovias estaduais não é realizada em sua totalidade, Merlin critica a administração do Dnit, que passou a gerenciar o posto de pesagem da BR-163. “Sempre operamos a balança da BR-163 e a rodovia se mantinha num estado de regular para bom. Depois que o Dnit assumiu a rodovia, a balança nunca mais entrou em operação.”
Concessões
Se a fiscalização nas rodovias federais e estaduais não engloba toda a malha rodoviária, nas vias sob concessão da iniciativa privada essa realidade é bem diferente. No Brasil são mais de 15 mil quilômetros de rodovias concedidas, nas quais há 126 balanças – 24 delas no Paraná.
Em 2011, nos trechos sob concessão, foram autuados 73.271 veículos com sobrepeso enquanto no primeiro semestre deste ano 27,8 mil foram flagrados nessa irregularidade. “Nossos operadores já flagraram uma carreta com mais de 19 toneladas de excesso”, conta o engenheiro civil Márcio Agulham Martins, coordenador de operações da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias.