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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Médicos sem Fronteiras pede mais atenção para doenças negligenciadas


Para consultora da organização, não há desculpas para que os governos não implementem e aumentem os programas e investimentos em pesquisas para problemas que têm tratamentos obsoletos e ainda não têm vacinas comercialmente disponíveis.

Rio de Janeiro – Cerca de 500 mil pessoas, quase todas muito pobres, morrem anualmente de 17 tipos de doenças tropicais negligenciadas pelas autoridades nacionais e internacionais e pela indústria farmacêutica. A informação faz parte do relatório Combatendo a Negligência, documento lançado nesta quarta-feira (26/09) pela organização humanitária Médicos sem Fronteiras (MSF). Segundo o documento, é possível reverter esse quadro com estratégias inovadoras de diagnóstico e controle, desenvolvidas ao longo dos 25 anos de trabalho da organização na América Latina, África Subsaariana, Sul da Ásia e no Cáucaso.
O estudo foi apresentado durante o 18.º Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária e teve como foco o combate a três das enfermidades com menos investimentos por parte de doadores internacionais e dos países afetados: doença de Chagas, doença do sono e calazar, enfermidades altamente tratáveis e curáveis e causadas por parasitas Tritryps.
Para a consultora do MSF para doenças negligenciadas, Gemma Ortiz Genovese, que coordenou a produção do relatório, não há desculpas para que os governos não implementem e aumentem os programas e investimentos em pesquisas para essas doenças que têm tratamentos obsoletos e ainda não têm vacinas comercialmente disponíveis.
"Essas três enfermidades são sempre excluídas de financiamento para pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, porque alegam que é muito caro e difícil tratar e que faltam ferramentas", disse a especialista.
"Nós demonstramos que essas três doenças matam as populações mais pobres e podem ser tratadas. Esperamos, com esse relatório, que a Organização Mundial da Saúde [OMS] reveja sua posição e influencie os doadores a investirem mais em programas nacionais e em pesquisas para combater essas doenças", completou.
Doença de Chagas
Das três doenças, a de Chagas é a única endêmica entre algumas das populações mais pobres da América do Sul, sobretudo, na Bolívia e no Paraguai. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 5 mil pessoas morrem anualmente em decorrência da infecção causada pelo parasita que é transmitido pelos mosquitos barbeiros. Cerca de 2 milhões de brasileiros estão infectados com a doença de Chagas, embora 90% desse total não tenham sido diagnosticados.
A técnica em doenças emergentes da MSF, Lucia Brum, explicou que o governo brasileiro é pioneiro em pesquisa de doenças tropicais. Entretanto, quando o assunto é diagnóstico e tratamento da doença de Chagas, a atuação brasileira ainda é muito tímida.
"No Brasil só é obrigatória a notificação de casos agudos e o protocolo nacional, do ponto de vista de saúde pública, diz que o tratamento só deve ser oferecido a pessoas com infecção até 12 anos. Achamos que é um direito humano ter acesso ao diagnóstico a esse tratamento, apesar das limitações, efeitos adversos, complicações durante o tratamento que é longo e com efeitos adversos", disse a médica.
Segundo Lucia Brum, o Brasil enfrenta agora um novo desafio que é a infecção por alimentos. "Houve uma transição epidemiológica. A infecção dentro das casas está controlada, mas o barbeiro passa a invadir fontes alimentares, como o açaí e a cana de açúcar, por exemplo. E ainda existe a transmissão congênita e por transfusão de sangue e transplante de órgãos."
Os medicamentos usados para o tratamento da doença de Chagas foram desenvolvidos nas décadas de 60 e 70. Até o ano passado, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco era o único fabricante de Benzonidazol, principal medicamento para tratamento da doença de Chagas.
Recentemente, a Argentina passou a produzir o medicamento e o Brasil começou a fabricar a versão pediátrica.
Segundo a Médicos sem Fronteiras, os Estados Unidos e a Europa recentemente se opuseram, na OMS, à tentativa de dar às inovações médicas para doenças negligenciadas um novo caráter, que priorize os pacientes nos países pobres.
"Não há interesse por parte da indústria de insumos médicos, pois essa população afetada não tem poder aquisitivo para comprar esses remédios. Cerca de 90% dos investimentos em pesquisa são em cosméticos e apenas 0,1% vão para as doenças negligenciadas que afetam 80% da população mundial. Quando falamos de doenças negligenciadas, falamos de pessoas negligenciadas. Por isso os governos precisam atuar mais para amplificar os programas de prevenção e combate às doenças tropicais", disse Lucia Brum.

Alunos de colégio de SP protestam contra câmeras em sala de aula


Cento e sete alunos do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, um dos mais tradicionais da capital paulista, foram suspensos.

Cento e sete alunos do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, um dos mais tradicionais de São Paulo, foram suspensos nesta terça-feira (25) das aulas por terem se manifestado, no dia anterior, contra a instalação de câmeras nas salas de aula.
O protesto começou às 10h20, durante o intervalo, e se estendeu por mais de duas horas. Segundo uma aluna, a instalação de câmeras criou polêmica entre os estudantes, para os quais a privacidade foi invadida. Ela afirma que o que mais causou indignação foi o fato de a direção não ter avisado com antecedência e se negado a justificar os motivos.
A diretora-geral do Colégio Rio Branco, Esther Carvalho, afirmou que a instalação das câmeras visa a segurança da comunidade escolar e a medida faz parte um projeto que já está andamento há quatro anos. “Hoje a presença de câmeras é uma realidade em diversas instituições, até mesmo nas escolares.”
A suspensão aos alunos foi dada, segundo Esther, pelo fato de os estudantes terem se manifestado em horário de aula. Pelo regimento escolar do colégio, não participar das aulas pode levar à suspensão de até cinco dias.
Para o constitucionalista Oscar Vilhena Vieira, diretor da Escola de Direito da FGV, mecanismos de controle desconstroem a relação de respeito indispensável entre professores e alunos. “Mesmo que o objetivo seja detectar problemas no comportamento do professor ou dos alunos, o recurso retira de um a autoridade e de outro, a responsabilidade necessária com o estudo.”

Eles se envolvem com política


Antônio More/ Gazeta do Povo / Alunos do ensino médio do Colégio Medianeira buscaram o contato direto com vereadores e deputados para questionar sobre a atuação pública dos parlamentaresAlunos do ensino médio do Colégio Medianeira buscaram o contato direto com vereadores e deputados para questionar sobre a atuação pública dos parlamentares
EM SALA DE AULA

Eles se envolvem com política

Simulação de eleições ou contato direto com parlamentares são formas de estimular quem ainda não vota a valorizar a democracia.
Se motivar universitários a se envolverem em temas políticos já é difícil, na educação básica os professores precisam de doses ainda mais intensas de criatividade para tornar interessantes assuntos como eleições ou democracia. Com esse desafio, alguns docentes aproveitaram o ano eleitoral para implantar projetos que fazem os próprios alunos experimentarem o que é uma candidatura ou conhecerem de perto o trabalho de deputados e vereadores, fazendo contato direto com os políticos, indo além da mera exposição dos temas durante as aulas.
Na iniciativa tomada pela professora Andressa Oliveira de Souza Kryminice, regente da turma do 5.º ano no Colégio Dom Bosco, a introdução do tema começou com a discussão sobre grandes momentos da política nacional, como a campanha das Diretas Já e o impeachment do presidente Fernando Collor. Em seguida, a partir de sugestões dos próprios alunos, a professora organizou uma verdadeira campanha eleitoral. “A ideia partiu das crianças porque eles começaram a falar de melhorias que poderiam fazer na escola, então pedi que apresentassem suas propostas”, conta Andressa.
Dom Bosco/ Divulgação
Dom Bosco/ Divulgação / No Dom Bosco, alunos fazem campanha eleitoral para defender melhorias para a escolaAmpliar imagem
No Dom Bosco, alunos fazem campanha eleitoral para defender melhorias para a escola
Experiência
Grêmios estudantis estimulam a vivência democrática
Os grêmios estudantis são outra forma de se estimular a vivência democrática dentro da escola, mas no Paraná a experiência não alcança nem metade das escolas estaduais. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), apenas 40% dos colégios da rede têm um grêmio estruturado. Segundo Adir Simão de Souza, responsável por grêmios estudantis na Coordenação de Gestão Escolar da Seed, o problema na implantação dessas entidades depende muito da mobilização da própria comunidade escolar. “Existe a intenção de estender o grêmio a todas as escolas, mas não há como fazer isso por decreto. Nosso trabalho é sensibilizar as escolas por uma gestão democrática”, explica Souza.
Assim como as associações de pais, mestres e funcionários ou os conselhos escolares, os grêmios são instâncias colegiadas autônomas. Funcionam de modo semelhante aos centros acadêmicos universitários e geralmente fazem a ponte entre alunos e direção escolar de forma mais sistemática, encaminhando reivindicações ou promovendo eventos, como torneios esportivos. No site Dia a Dia Educação (www.diaadia.pr.gov.br), da Seed, há material de subsídio para download destinado a alunos e escolas que pretendam começar um grêmio.
Política nas escolas
Como fazer com que os estudantes se interessem mais por temas como cidadania e democracia?

Foram definidas cinco duplas como candidatas. Cada uma delas teve a missão de tornar suas ideias conhecidas e convencer os demais a confiar em seus projetos. Cartazes com as propostas foram colocados nas paredes e o ponto alto da atividade foi o debate promovido nos moldes daqueles que as crianças veem na tevê. Segundo a professora, houve sorteio de temas e espaço para que uns perguntassem para os outros. Além disso, os demais estudantes cobraram os candidatos sobre como fariam para viabilizar suas ideias. A campanha segue movimentada, com votação marcada para esta semana. Como é difícil pegar emprestado urnas eletrônicas, os votos serão computados do jeito antigo, com cédulas de papel.
Relatório
No Colégio Medianeira os alunos do primeiro e do segundo ano do ensino médio receberam uma tarefa árdua. Colher informações sobre vereadores e deputados estaduais e fazer perguntas diretamente a eles. Para frustração da maioria dos estudantes, apenas 20% dos políticos procurados deram algum retorno.
O professor de Filosofia e Sociologia Jerson Darif, idealizador do projeto, explica que a intenção da tarefa foi mostrar aos estudantes que o poder público não está, nem pode estar, distante de suas vidas. No entanto, a frustração de vários grupos pela falta de retorno serviu também a outro propósito. “O parlamento está desmoralizado, e eles estão tomando consciência de que somente limpando o parlamento é que a nossa democracia fica mais estável.”
No desenvolvimento do projeto, que já dura três meses, os alunos do primeiro ano ficaram responsáveis por elaborar um relatório sobre os vereadores e o segundo ano fez o mesmo com os deputados. Vasculharam a internet em busca de dados sobre fidelidade partidária, frequência às sessões, propostas e a formação acadêmica de cada um. Os sites da Câmara dos Vereadores e da Assembleia Legislativa foram os mais usados, mas eles também recorreram a notícias publicadas pela imprensa.
O grupo da aluna Bárbara Nogueira do Nascimento, do primeiro ano, foi um dos poucos que obteve sucesso no contato com os vereadores que procuraram. “Fizemos contato pelo Facebook e depois agendamos uma entrevista com eles na Câmara”, conta. Ela se solidariza com os colegas que não obtiveram resposta alguma, mas diz que a experiência de seu grupo foi gratificante. “Gostamos muito, a gente se sente participando da vida pública” diz.
Tema deve estar sempre presente em sala de aula
Para analistas ouvidos pela reportagem, atividades que destaquem o período eleitoral em sala de aula são importantes, mas temas como política e democracia não podem se restringir a um breve período a cada dois anos. Segundo o professor de Sociologia Política da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cezar Bueno Lima, o melhor modo de aproximar jovens da política, mesmo que ainda não votem, é mostrando a eles como as decisões políticas têm efeitos na vida cotidiana. “Acabamos reduzindo a política a mera representação partidária, mas praticamente tudo passa por decisão política, desde o preço da água até a situação da escola”, diz.
Uma dica para envolver as crianças em temas de cidadania, segundo Lima, seria levá-las a identificar e defender os interesses de seu bairro, como a necessidade de um posto de saúde.
Segundo a professora do curso de Pedagogia da Uni­ver­sidade Positivo Ivana Cris­ti­na Lima de Al­­mei­da, é possível trabalhar valores democráticos desde a educação infantil, ao estimular as crianças a tomar decisões e participar de escolhas que influenciem a turma.
No dia 11 de setembro, a Comissão de Educação do Senado aprovou em caráter terminativo a inclusão da disciplina Ética Social e Política no ensino médio. O projeto tam­­bém deter­mina que o en­­sino fundamental passe a ter aulas de Cidadania Moral e Ética. A proposta será analisada agora pela Câmara dos Deputados.
De acordo com Ivana, porém, não é necessário limitar a abordagem do tema a uma disciplina. “Noções de cidadania que envolvem a relação de uma criança com as outras, ou com os professores, podem ser trabalhadas em várias áreas”.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Governo investe mais R$ 35 milhões em melhorias na educação


O governo vai investir na compra de mobiliário para escolas da rede pública estadual no interior do Estado. Também autorizou recursos para reparos e abertura de licitação para a construção de duas escolas.

O governo vai investir R$ 19,4 milhões na compra de mobiliário para escolas da rede pública estadual no interior do Estado. Serão adquiridas 110 mil carteiras e cadeiras para alunos e 10 mil mesas e cadeiras para professores. O investimento foi liberado esta semana pelo governador Beto Richa, que também autorizou recursos para reparos e abertura de licitação para a construção de duas escolas. No total, serão aplicados R$ 35 milhões na área da educação.

As obras de reparos autorizadas esta semana beneficiarão quatro escolas estaduais da região Oeste: Cascavel, Vera Cruz do Oeste, Capitão Leônidas Marques e Corbélia. Serão investidos R$ 5,3 milhões em serviços elétricos, hidráulicos, manutenção de coberturas, pisos e esgoto. Em Jesuítas, também na região Oeste, serão aplicados mais R$ 760 mil em reparos na estrutura do prédio do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco.

"Ter escolas bem conservadas e com mobiliário adequado também é uma forma de estimular professores e alunos e melhorar a qualidade do ensino, prioridade absoluta da nossa gestão”, disse o governador.

CONSTRUÇÃO – O governador também autorizou a abertura de processos licitatórios para a contratação de serviços de engenharia para a construção de duas escolas, no valor total de R$ 9,4 milhões.

Em Colorado, região Noroeste, serão investidos R$ 7,2 milhões na construção de um Centro de Educação Profissional. O outro investimento é para a nova unidade da Escola Estadual Indígena Pindoty, na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, no Litoral, com custo previsto de R$ 2,2 milhões. A obra deverá ficar pronta 360 dias após o início

Violência na escola e suas consequências


Na última década a violência nas escolas tem preocupado o poder público e toda sociedade, principalmente, pela forma como esta tem se configurado. O conflito e violência sempre existiram e sempre existirão, principalmente, na escola, que é um ambiente social em que os jovens estão experimentando, isto é, estão aprendendo a conviver com as diferenças, a viver em sociedade.
O grande problema é que a violência tem se tornado em proporções inaceitáveis. Os menos jovens, como eu, estão assustados. Os professores estão angustiados, com medo, nunca se sabe o que pode acontecer no cotidiano escolar; os pais, preocupados. Não é raro os jornais noticiarem situações de violência nas escolas, as mais perversas.
Não quero dizer com isso que antes não existia violência. Existia sim, e muita. “Desde que o mundo é mundo, há violência entre os jovens”. Todos os diferentes, para o bem ou para o mal, são vítimas em potencial na escola, há muito tempo. Brigas, agressões físicas, enfim, sempre existiram.
O que não existia antes e, que hoje tornou comum é que os jovens depredam a escola, quebram os ventiladores, portas, vidros, enfim, tudo que é possível destruir, eles destroem. Antes, não se riscava, não murchava ou cortava o pneu do carro do professor. Agredir fisicamente ou fazer ameaças ao mestre, nem pensar. Não se levava revolver e faca e não se consumia drogas e álcool no interior das escolas. No meu tempo, por exemplo, nunca se ouviu falar que um colega tinha assassinado um amiguinho na sala de aula ou que alguém tinha jogado álcool no colega e ateado fogo. Enfim, são muitos os relatos de violência extrema no interior das escolas.
Muitas de nossas crianças e adolescente passam por violências, e ficam calados – algumas delas não têm coragem de revelar, outras, por medo da retaliação do agressor. Essa violência entre colegas não é a única. A violência entre professores e alunos também tem crescido. Assustadoramente, a violência de alunos contra professores é a regra agora, e não mais o oposto. A violência não contra um ou outro, mas contra a escola mesmo, em todos os sentidos e modos, também tem aumentado.
O que tem intrigado a todos é que esse aumento da violência veio junto com a ampliação dos direitos dos cidadãos e com o Estatuto da Criança e Adolescente. Essa é uma questão que não devemos desprezar. No meu ponto de vista, o Estatuto prioriza os direitos em detrimento dos deveres.
Após a promulgação do Estatuto as ações contra a violência nas escolas tem se realizado a partir da mediação, conselhos, etc. O que, também, é muito bom. A mediação de conflitos é importante, necessária, e muitos problemas são resolvidos, mas, muitas vezes, não basta. Junto com a mediação, infelizmente, tem que haver a punição. Vou citar um exemplo que não é do ambiente escolar, mas por analogia podemos refletir sobre essa questão. Por exemplo, o problema de dirigir um veículo embriagado. A conscientização é importante? Sim. Resolve? Não. É necessário fiscalização, multa, prisão, etc.
Não estamos conseguindo resolver o problema da violência nas escolas e, isto é grave. Por quê? Falta, para isso, entendimento, lucidez. Ou seja, falta pensamento crítico, entender o “porque” agir e “como” se deve agir. Com tais perguntas é que os problemas podem ser amenizados. Para resolver, de fato, é preciso sair da mera indignação moral baseada em emoções passageiras, que tantos acham magnífico expor. Aqueles que expõem suas emoções se mostram como pessoas sensíveis, bondosas, creem-se como antecipadamente capacitados porque emotivos. Porém, não basta. As emoções em relação à violência na escola passam e tudo continua como antes. Para isso, não podemos ver o problema da violência sob um só viés. É preciso dialética, racionalidade, determinação e, sobretudo, a união de todos.
Podemos classificar inúmeras questões que levam a violência para o ambiente escolar. Por exemplo, os mais gerais: diferenças sociais, culturais, psicológicas, etc. e tantas outras como: experiências de frustrações, diferenças de personalidades, competição, etc. Também, podemos enumerar vários tipos, áreas, níveis de violência. Cada área do saber tem o seu método próprio de análise, a Filosofia, Sociologia, Psicologia e o Direito. Hoje, sabemos que a tendência da desfragmentação do saber é o melhor caminho a trilhar. Amultidisciplinaridade e a interdisciplinaridade é a proposta em voga de superação da fragmentação do saber. Somente através do dialogo aliado a práxis efetiva é que poderemos amenizar o grau de violência no interior das escolas.
 Esse círculo de violência deve ter um olhar mais universal, principalmente, por aqueles que pensam sobre a educação. É necessário ver que a violência contra a instituição escolar, contra colegas e professores e, de certo modo, a violência dos adultos contra as crianças, também, contém elementos de caracterização bem comuns. A não aceitação das diferenças em toda a sua amplitude – se é diferente, é hostilizado, desprezado, humilhado. E quando a vítima reage é violentada.
A não aceitação das diferenças, também, perpassa pela escola como instituição, com seus próprios professores, funcionários e com os próprios alunos. Essa uniformização, isto é, uniformizar o diferente, é feita com violência – em todos os casos. E esse comportamento institucional, gera violência.
Não são raros os casos em que o professor que faz a aula diferente, ainda que seja boa, é admoestado pelo diretor. O diretor que pensa diferente é castrado pelos supervisores ou pelo dirigente regional de ensino e, assim, sucessivamente. O aluno que é diferente, que pergunta demais é admoestado pelo professor e, aquele que pergunta na hora que a aula está acabando é vaiado pelos colegas. Essas são pequenas violências que alimentam as grandes violências. Não reconhecer nesse processo é o nosso grande problema. Atualmente, vivemos um problema ético de não reconhecimento da nossa incompetência, o problema sempre são os outros, eu não.
A escola é o primeiro ambiente social que a criança experimenta, antes disso, ou seja, na socialização primária se restringe a família, igrejas, vizinhos, enfim, um circuito bastante restrito. É na escola, aonde ele vai, realmente, experimentar um ambiente social – lá ele vai aprender a conviver com as diferenças e constituir um ser para si. Esse ser é para a sociedade.
Por isso, a urgência que se tornou essencial hoje – e que muitos não percebem, é tratar a violência na escola como um trabalho de lucidez quanto ao que estamos fazendo com nosso presente, mas, sobretudo, com o que nele se planta e define o rumo futuro. Para isso, é preciso renovar nossa capacidade de diálogo e propor um novo projeto de sociedade no qual o bem de todos esteja realmente em vista.

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Cabeçada de Zidane em Materazzi vira estátua em Paris


Mehdi Fedouach / AFP / Cabeçada histórica de Zidane em Materazzi virou estátua em ParisCabeçada histórica de Zidane em Materazzi virou estátua em Paris
ARTE

Cabeçada de Zidane em Materazzi vira estátua em Paris

Momento histórico da final da Copa de 2006 é retratado em escultura de 5 metros em bronze do argelino Adel Abdessemed.
A histórica cabeçada que marcou o fim da carreira do craque Zinedine Zidane é agora mais do que uma simples lembrança na memória de quem viu a agressão do astro a Marco Materazzi. Uma estátua de 5 metros retratando a cena em que o francês atinge o italiano no peito está exposta em frente ao museu de arte moderna Centro Pompidou, em Paris. A escultura de bronze é obra do argelino Adel Abdessemed.
Zidane havia decidido se aposentar após a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Na final do torneio, em que marcou um gol de pênalti, o francês atingiu Materazzi com uma cabeçada no peito aos cinco minutos do segundo tempo da prorrogação. O jogador italiano foi ao chão e Zidane acabou expulso pelo árbitro argentino Horácio Elizondo.
Assim, esse foi o último lance da carreira do craque francês. Após o incidente, Zidane pediu desculpas ao público, mas explicou que sua ação foi uma resposta ao repetidos insultos que recebeu do zagueiro da Azzurra. A final terminou empatada por 1 a 1 e seguiu para a disputa de pênaltis, na qual a Itália se sagrou campeã ao vencer por 5 a 3.
Zidane é considerado um dos maiores jogadores da história recente do futebol. O craque foi decisivo para a conquista do título da Copa do Mundo de 1998 pela seleção francesa. Ele foi eleito o melhor jogador do planeta três vezes, além de ter vencido uma Liga dos Campeões pelo Real Madrid e uma Eurocopa pela França.

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Escolas estaduais receberão R$ 100 mi para reparos


Josué Teixeira/Gazeta do Povo / Colégio Estadual Senador Correia, em Ponta Grossa: após dez anos sem reformas, escola ganhou no início deste ano outra estrutura elétrica e novo piso, forro e telhadoColégio Estadual Senador Correia, em Ponta Grossa: após dez anos sem reformas, escola ganhou no início deste ano outra estrutura elétrica e novo piso, forro e telhado
EDUCAÇÃO BÁSICA

Escolas estaduais receberão R$ 100 mi para reparos

Quase 700 escolas poderão fazer reformas de até R$ 150 mil de forma descentralizada neste ano e em 2013.
Diretores de 671 escolas estaduais de todo o Paraná aguardam recursos do Fundo Rotativo da Secretaria de Estado da Educação (Seed) até o fim de 2013 para reformas que serão planejadas, licitadas, fiscalizadas e pagas pela própria comunidade escolar, com o apoio dos Núcleos Regionais de Educação (NRE). Até o fim deste ano, 171 escolas devem iniciar as reformas, e outras 500 serão contempladas no ano que vem.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Aniele Nascimento/Gazeta do Povo / Ampliar imagem
Obra concluída a muitas mãos
Uma das instituições contempladas em 2011 com o programa foi o Colégio Estadual Edimar Wright (foto), de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, que teve sua reforma concluída em fevereiro deste ano. As obras deram fim às goteiras nas salas de aula e, além da reforma do telhado, as redes elétrica e hidráulica foram revistas. O prédio ainda ganhou nova pintura. De acordo com a diretora, Maria Dulce Soares de Oliveira, apesar da facilidade no recebimento da verba, cuidar da obra não foi tarefa fácil. “Tivemos alguns problemas durante a execução da obra, mas conseguimos superar com a presença firme dos órgãos colegiados, do engenheiro da Superintendência de Desenvolvimento Educacional e da comunidade escolar”, conta.
On-line
Controle das contas é feito pela internet
Faz parte do trabalho de cada gestor escolar especificar o que é feito com a verba recebida, registrando a movimentação no sistema da Seed, que também pode ser acessado pela comunidade por meio do sitewww.comunidade.diaadia.pr.gov.br. É desta forma também que o Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) tem acesso imediato aos gastos das escolas estaduais, segundo Manoel José Vicente, coordenador da Coordenadoria de Apoio Financeiro à Rede Escolar, setor que faz a liberação dos recursos, a capacitação dos gestores das escolas e o controle financeiro dos programas da Seed.
“Nós disponibilizamos uma senha ao Tribunal de Contas e assim ele passou a ter acesso ao nosso sistema de gerenciamento do fundo rotativo, fazendo a verificação e auditoria pela prestação de contas on-line”, diz. Em caso de dúvidas, o TCE solicita a documentação à secretaria, onde há técnicos que trabalham na fiscalização.
Passo a passo
Confira como funciona o Programa do Fundo Rotativo de Reparos Descentralizados da Secretaria Estadual de Educação do Paraná:
Identificação do problema
O Núcleo Regional de Educação (NRE) faz o levantamento das necessidades estruturais de cada uma das escolas que representa e define as prioridades de cada instituição e do conjunto de colégios.
Planilha de custos
O diretor da escola selecionada pelo NRE passa por um processo de capacitação e elabora uma planilha contendo os reparos a serem feitos, com custo previsto de até R$ 150 mil, valor máximo de uma carta-convite de licitação.
Licitação
Após aprovação da Secretaria de Estado da Educação (Seed), o diretor da escola realiza a licitação e recebe o dinheiro a ser pago pela reforma.
Pagamentos
O diretor acompanha a obra com a comunidade escolar e faz os pagamentos após a reforma estar concluída e aprovada pela comissão técnica de engenharia do NRE.
Fundo Rotativo
É um mecanismo que foi criado pela Lei estadual nº 10.050, de 1992. O sistema permite que a Secretaria de Estado da Educação (Seed) faça o repasse de recursos aos colégios estaduais por meio de programas descentralizados. As verbas são usadas para manutenção, reformas e outras despesas relacionadas ao dia a dia escolar. O fundo diminui a burocracia, possibilitando aos gestores uma maior autonomia no gerenciamento dos recursos.
1.000
solicitações de reparos e manutenção são recebidos pela Seed por ano.
2.138
escolas são mantidas pelo governo do Paraná. Dessas, 17 fizeram parte do projeto piloto, em 2011. Mais 171 colégios passarão por reformas neste ano e outros 500, em 2013.
Os repasses, de até R$ 150 mil para cada escola, fazem parte do Programa de Reparos Descentralizados, lançado pela Seed como resposta às reivindicações das escolas do estado, que vinham pedindo mais autonomia e agilidade no processo de recebimento de verbas. A previsão de investimento neste ano é de R$ 25 milhões e, para o ano que vem, de R$ 75 milhões. Lançado no ano passado, o programa significa um importante incremento aos recursos direcionados às escolas, que até então recebiam repasses que chegavam no máximo a R$ 15 mil por ano, valor insuficiente para as reformas necessárias.
O caminho da descentralização de recursos não tem volta, segundo o diretor geral da Seed, Jorge Eduardo Wekerlin. Ele explica que, com o programa, os gestores de cada escola escolhem o que é mais urgente entre as suas dificuldades, definindo como serão executadas as alterações com o acompanhamento de pais, professores e alunos. “Quanto mais a comunidade estiver integrada no processo escolar, melhor vai ser a gestão. E a descentralização favorece esse processo”, afirma.
Uma nova escola
Foram dez anos sem reformas até que o Colégio Estadual Senador Correia, que tem 1,2 mil alunos, em Ponta Grossa, passasse por uma reestruturação em toda a sua estrutura elétrica. O problema foi considerado prioritário pelo NRE e, depois de ter sido incluída no programa, a escola também conseguiu a troca do piso, do forro e do telhado nos locais em que havia infiltrações.
Segundo a diretora auxiliar, Vera Marli Viezer, durante toda a obra a engenheira do núcleo ajudou na fiscalização e o Conselho Escolar e a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) do colégio acompanharam de perto a reforma, opinando e cobrando da empresa contratada um serviço de qualidade. “Tivemos muita colaboração e por isso foi fácil. Ainda há pequenos consertos e reformas a serem feitos, mas pretendemos conseguir com a própria APMF. O colégio se transformou em um lugar mais digno e organizado e isso faz bem para todo mundo”, avalia.
Distribuição de recursos
A descentralização dos recursos também se mostra vantajosa para a economia do interior do estado, pois o mecanismo incentiva a participação de pequenas empresas. As licitações, que eram feitas de forma centralizada pela secretaria, em Curitiba, agora ocorrem na região de cada colégio participante do projeto, por meio das 32 comissões de licitação montadas em cada NRE. “De forma centralizada pouquíssimas empresas participariam e se perderia o efeito multiplicador do gasto público sobre a renda e o emprego no interior do estado”, afirma o diretor-geral da Seed.
Trabalho extra vale a pena, afirma diretor
Por mais que os diretores tenham mais trabalho ao assumir as licitações referentes às reformas, eles dizem preferir receber a verba diretamente a ter de esperar projetos centralizados pela secretaria.
É o caso de Ademir José Santana, diretor do Colégio Antônio Lacerda Braga, de Goioerê, Centro-Oeste do estado. Responsável pela gestão pedagógica e dos funcionários da escola, o diretor diz que não se sentiu sobrecarregado com as implicações do programa de descentralização, do qual participou no fim do ano passado. “Ficava sobrecarregado correndo atrás de verba que nunca saía, ao fazer projeto, ir atrás do governo e não conseguir nada enquanto via a escola se acabando. Participar de um programa que funciona é até prazeroso”, diz.
No Antônio Lacerda Braga, que tem 630 alunos, não era feita uma grande reforma há 38 anos. Em seis meses, o colégio foi escolhido pelo NRE para participar do programa e foram concluídas a substituição de todo o piso e a reforma dos banheiros, da cobertura e do forro. “Foi surpreendente. Agora o professor vem mais bem-humorado e os alunos e a comunidade cuidam mais da escola. Os pais também participaram do processo, se viam um problema no piso, na hora pediam para refazer”, conta o diretor.
Por sua experiência no projeto piloto da secretaria, neste ano Santana ajudou outros diretores. E aguarda sua vez para receber novos recursos, já que os R$ 150 mil não foram suficientes para sanar todos os problemas da escola. Um exemplo é a quadra, cujo piso tem 30 anos, rachaduras que provocam queda dos estudantes e mato crescendo. “Temo que o recurso demore a voltar. Sei que muitas outras escolas estão em situação pior e têm de ser prioridade”, diz.




VIDA E CIDADANIA | 5:02

Prestação de contas on-line

Pelo portal www.diaadia.pr.gov.br é possível ter acesso a informações como quem são os professores, quantos são os alunos e como é gasta a verba repassada pelo governo a cada uma das escolas estaduais do Paraná. O diretor geral da Secretaria de Estado da Educação, Jorge Eduardo Wekerlin, explica como qualquer internauta pode encontrar essas informações.

Mais um livro de Monteiro Lobato entra em polêmica


Reprodução / Monteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistasMonteiro Lobato: polêmica sobre termos supostamente racistas
CONSIDERADO RACISTA

Mais um livro de Monteiro Lobato entra em polêmica

O Instituto de Advocacia Racial e Ambiental ingressou nesta terça (25) na Controladoria Geral da União com uma representação para investigar a compra do livro pelo MEC.
Depois de Caçada de Pedrinho outro livro deMonteiro LobatoNegrinha, entra na polêmica e virou alvo sobre o uso de livro considerado de cunho racista no Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE). O Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) ingressou nesta terça-feira (25) na Controladoria Geral da União (CGU) com uma representação para investigar a compra do livro pelo Ministério da Educação (MEC). Para Iara, Negrinha tem conteúdo racista e não poderia ter sido adquirido com recursos públicos.
A representação foi feita no mesmo dia de uma reunião entre MEC e Iara para discutir os rumos do Caçadas de Pedrinho, também considerado racista pelo grupo, no PNBE. Sem acordo, a política em torno do livro deverá ser definida no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não vamos admitir nenhum tipo de censura", afirmou o secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari. "Caçadas de Pedrinho tem valor literário, é apresentado de forma contextualizada. Além disso, todo estudante tem de ter acesso à produção literária", completou.
O advogado do Iara, Humberto Adami, afirma que o grupo não quer a censura do livro. "Reivindicamos a contextualização obrigatória, não apenas recomendada, como está num parecer do MEC ", disse. No mandado de segurança, o instituto reivindica que a obra seja apresentada com um encarte explicativo e que professores sejam capacitados para tratar o assunto na escola.
O ministério não aceita discutir essas mudanças, neste contexto. Sem acordo, o assunto agora deverá seguir para análise do ministro Luis Fux. O mandado de segurança, com pedido de liminar poderá ser julgado tanto pelo ministro quanto ser levado para o Plenário.
O Caçada de Pedrinho, editado em 1933, tem trechos considerados racistas. Em uma das passagens, a personagem Tia Nastácia é comparada a uma "macaca de carvão". Outra citação destacada pelo grupo, feita no livro pela personagem Emília: "é guerra e das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne preta".
O MEC afirma que resolução reforçando a necessidade da contextualização de obras já existe e que cursos de capacitação vem sendo realizados. Adami, no entanto, afirma ser pouco. "Dos 2 milhões de professores, 69 mil foram capacitados. É um número insuficiente", observou.
Callegari não quis se manifestar sobre a representação sobre o livro Negrinha, apresentada nesta terça-feira. "Não conheço os termos do pedido. Mas os argumentos são os mesmos: não aceitamos censura."
A polêmica começou em 2010, quando o Conselho Nacional de Educação (CNE), recomendou a retirada do Caçada de Pedrinho da lista do Programa Nacional Biblioteca na Escola. Um parecer do ano seguinte, no entanto, decidiu o oposto. Foi homologada a inclusão do livro, com compromisso do MEC incluir a nota explicativa.
O Negrinha foi incluído no PNBE em 2009, para bibliotecas de ensino médio. A obra vem acompanhada de um nota explicativa da editora, reforçando que o livro não é racista. "Não é um equívoco, é um grande erro", afirma o advogado reforçando que isso deve ser reparado. Ele quer que outra nota explicativa seja realizada e que a CGU avalie o eventual crime de improbidade administrativa. "A compra feriu a lei."

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paranaenses na briga pelo Jabuti


Roberto Custódio/ Jornal de Londrina / Pellegrini, Bueno e Pellanda: Paraná está bem representado no JabutiPellegrini, Bueno e Pellanda: Paraná está bem representado no Jabuti
LITERATURA

Paranaenses na briga pelo Jabuti

Prêmio literário tem oito obras de autores locais nas principais categorias literárias. Duas delas são do londrinense Domingos Pellegrini.
Quanto a sua importância e visibilidade, o Prêmio Jabuti é praticamente um Oscar da literatura brasileira. Concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o prêmio chega a sua 53.ª edição, com o anúncio dos dez finalistas em cada uma das 29 categorias que contemplam obras de ficção e não ficção, além de trabalhos relacionados a publicações na área de projeto gráfico, capa e ilustração, entre outros, na última quinta-feira, dia 20.
Entre os finalistas das principais categorias de literatura, oito obras de autores paranaenses concorrem aos prêmios de R$ 3 mil dado para o primeiro lugar em cada uma. E a categoria Romance, uma das mais importantes do prêmio, tem três desses nomes: Oscar Nakasato, professor da Universidade Tecnológica do Paraná, do câmpus de Apucarana, com o livro Nihonjin disputa com os conterrâneos Domingos Pellegrini, com Herança de Maria, e Wilson Bueno, falecido em 2010, com a publicação póstuma Mano, a Noite Está Velha. A categoria ainda contempla obras de autores premiados, como Infâmia, de Ana Maria Machado; Habitante Irreal, de Paulo Scott; e Procura do Romance, de Julian Fúks. Pellegrini disputa também o prêmio na categoria Juvenil, com a novela Estação Brasil.
Editor da Gazeta também concorre
Outros dois livros paranaenses disputam o Jabuti em uma categoria de não ficção. O editor de Economia da Gazeta do Povo, Franco Iacomini Júnior (foto) disputa o Jabuti na categoria Didático e Paradidático, com o livro Competências do Século 21, que assina em conjunto com as jornalistas Marina Vidigal e Maria Celeste Corrêa. A publicação da editora Aymará faz parte da série Áreas do Conhecimento, e ensina economia para crianças a partir da pré-escola. Na mesma categoria, está também o livro Ilustração Botânica: Princípios e Métodos, da professora baiana radicada em Curitiba Diana Carneiro, publicado pela Editora UFPR, sobre suas experiências em pintura botânica.
Matheus Dias/ Divulgação
Matheus Dias/ Divulgação / PellandaAmpliar imagem
Pellanda
O autor natural de Londrina que já recebeu diversas indicações ao prêmio e levou dois primeiros lugares, com O Homem Vermelho, em 1977, e O Caso da Chácara Chão, em 2001, além de dois segundos lugares e dois terceiros lugares, diz que a indicação é importante e acredita que o prêmio auxilia a obra a ganhar visibilidade. “Exigi em contrato que a editora inscrevesse meus livros nos prêmios, talvez as indicações sejam decorrência disso. É um grande reconhecimento”, afirma.
Poeta
Em Poesia, a professora, poeta e tradutora Josely Vianna Baptista, com a obra Roça Barroca, concorre com Curare, do músico e poeta Ricardo Corona o primeiro ligar na categoria junto com Nuno Ramos, Age de Carvalho e Affonso Romano de Sant’Anna. A mesma que, no ano passado, rendeu a Ferreira Gullar e seu Em Alguma Parte Alguma, o prêmio de Livro do Ano – Ficção, concedida somente no dia da entrega dos troféus, o prêmio máximo do Jabuti.
Mas é na categoria Contos e Crônicas, porém, que a disputa mais se acirra. Dalton Trevisan concorre de novo na categoria que lhe premiou no ano passado com Desgracida, desta vez com o livro O Anão e a Ninfeta. Juntam-se a ele na disputa o conterrâneo Luis Henrique Pellanda, com as crônicas Nós Passaremos em Branco, e outros gigantes da literatura brasileira, como Passaporte para a China – Crônicas de Viagem, de Lygia Fagundes Telles; Axilas e Outras Histórias Indecorosas, de Rubem Fonseca; O Livro de Praga, de Sérgio Sant’Anna; e Vento Sul, de Vilma Arêas.
Surpreso com a notícia, Pellanda explica a importância da indicação: “O escritor é sempre inseguro em suas escolhas, e indicações como a do Jabuti sempre servem como incentivo. Eu publiquei o meu primeiro livro há três anos, e estar agora entre os dez do Jabuti é um reconhecimento”.
Reflexo
Para Pellanda, a quantidade de indicações vindas do Paraná reflete um bom momento da literatura, que Pellegrini aponta existir desde Emiliano Perneta e Nestor Victor. “Em dez anos, Curitiba perdeu quatro grandes nomes da literatura: Jamil Snege, Manoel Carlos Karam, Valêncio Xavier e Wilson Bueno. Sobretudo para nós, escritores, é uma perda de referencial, da vontade de superá-los. Por outro lado, muitos bons autores têm publicado constantemente, e talvez isso tenha se refletido nas indicações”, explica Pellanda, e completa, sobre concorrer com Dalton Trevisan: “O Dalton é muito importante na minha formação, porque eu moro e escrevo na cidade que o Dalton construiu. Foi ele quem me ensinou que era possível ser escritor em Curitiba”.
O resultado do Prêmio Jabuti será divulgado no dia 18 de outubro, e a premiação acontece no dia 28 do mesmo mês, quando ocorrem também a entrega dos prêmios de Melhor Livro do Ano na categoria Ficção e Não Ficção.

Professores de ensino superior das particulares ameaçam greve


Sindicato espera mobilizar cerca de 6 mil docentes de 58 instituições de Curitiba e RMC, sendo que entre as maiores são a PUCPR, a Universidade Positivo, a Tuiuti e a Unicuritiba.

O sindicato dos professores de instituições particulares de ensino superior de Curitiba e Região Metropolitana, o Sinpes, ameaça deflagrar greve caso as entidades empregadoras não aceitem a proposta de reajuste salarial de 12% apresentada pela categoria. Uma reunião com os docentes está marcada para o próximo dia 6 de outubro para definir sobre o início da paralisação. O Sinpes espera mobilizar cerca de 6 mil docentes de 58 instituições, sendo que as maiores são a PUCPR, a Universidade Positivo, a Universidade Tuiuti e a Unicuritiba.
Os docentes pedem um reajuste salarial de 12%, enquanto que o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR) afirma que as instituições podem pagar apenas 6,63%. O Sinpes propôs uma discussão dúplice, com reajustes diferentes nas maiores e menores empresas de educação, mas o Sinepe não aceitou a sugestão. Como não houve acordo na data-base, em setembro, a categoria está sem acordo coletivo desde 31 de agosto de 2011. O Sinpes afirma que muitos professores não recebem reajuste desde fevereiro de 2011, mas o Sinepe rebate dizendo que as instituições deram um aumento salarial em torno de 4,5% e 5% em fevereiro de 2012 para amortizar a inflação do período.

O presidente do Sinepe-PR, Ademar Batista Pereira, afirma que a instituições de ensino superior não têm condições financeiras para dar o reajuste de 12%. “O setor de ensino superior tem muitas instituições com dificuldades. Há bastante oferta e pouca demanda, não tem crescido o número de alunos, a inadimplência cresce e o valor médio da mensalidade está diminuindo e não aumentando. As instituições tentam minimizar esse quadro com o Prouni e o Fies, mas não estão conseguindo”, disse Batista Pereira. Segundo o Sinepe, a oferta de reajuste de 6,63% já é muito maior do que está sendo praticado em outras partes do Brasil. “No país, sabemos que apenas cerca de 75% das vagas nas instituições de ensino particular estão sendo preenchidas”, exemplifica.Particulares em dificuldades
De acordo com Valdyr Perrini, vice-presidente do Sinpes, no entanto, o aumento de 15% dado a empregados que não são professores mostra que é possível valorizar mais a categoria docente. “Nós estamos indignados porque não nos deixaram nenhuma alternativa a não ser a greve. A negociação não foi adiante e nem o recurso previsto na emenda 45 da Constituição [Federal] que para fazer dissídio coletivo deve haver consenso entre as partes, e que isso pode ser arbitrado pelo Tribunal Regional do Trabalho, foi aceito pelos empregadores”, lamentou.