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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

País inaugura a era dos superestádios


Washington Alves/ Reuters / Reformado pelo governo de Minas, o Mineirão, inaugurado neste ano, ganhou uma série de itens de conforto e segurançaReformado pelo governo de Minas, o Mineirão, inaugurado neste ano, ganhou uma série de itens de conforto e segurança
FUTEBOL

País inaugura a era dos superestádios

Brasil terá 15 estádios de nível internacional até a Copa. Modernização levará mais conforto ao torcedor e dinheiro ao clube.
Ao longo da década passada, os cinemas de rua das grandes cidades brasileiras foram fechando um a um, engolidos pelas modernas salas montadas por redes internacionais em shoppings. Houve uma gritaria natural dos saudosistas, mas um número bem maior de pessoas aderiu aos espaços com poltronas confortáveis, som digital, ar-condicionado e lanches vendidos em carrinhos que circulam entre os corredores.
A comparação com o cinema é usada por Fernando Trevisan, especialista em marketing estratégico e gestão do esporte, para projetar o futebol brasileiro dos superestádios. Até a Copa do Mundo de 2014, o Brasil terá 15 estádios de nível internacional – os 12 do Mundial, o reformado Morumbi e as novas casas de Grêmio, aberta neste mês, e Palmeiras – e o “efeito cinema” deve desenhar um novo cenário no mais popular esporte nacional. Um cenário com mais conforto, expectativa de receitas maiores, ingressos potencialmente mais caros e a entrada de gigantes de outros segmentos no mercado brasileiro.
Planejamento
Atlético sai na frente na disputa para tirar mais receita do estádio
Na disputa para tirar o máximo de receita do seu novo estádio, o Atlético sai na frente. Essa é a avaliação do economista Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, empresa especializada em esportes. Para ele, os modelos de construção e gestão da Arena da Baixada permitem ao Furacão ter grande lucro com sua casa reformada.
“Quem soube melhor lidar com a construção do estádio foi o Atlético, que conseguiu uma coisa incrível: dar um nó nas grandes construtoras e tocar a obra sozinho”, explica Ferreira.
Segundo o economista, Atlético e, até certo ponto, Internacional, serão os únicos clubes donos do próprio nariz na administração de suas arenas. Mesmo Corinthians, Palmeiras e Grêmio, que terão modernos estádios particulares, estão comprometidos, respectivamente, com Odebrecht, WTorre e OAS.
“No Rio, Minas, Bahia, Ceará e Pernambuco [estádios públicos] os clubes serão inquilinos, então fica complicado saber o que vai acontecer com eles. Como o Flamengo, por exemplo, vai viabilizar um plano de sócio-torcedor se não será ele o administrador do Maracanã?”, questiona Ferreira.
O Atlético fechou uma parceria com a AEG para gestão da Arena. A empresa norte-americana, segunda maior do mundo no ramo do entretenimento, receberá US$ 40 mil mensais até a reinauguração da Baixada e depois de 9% a 12% das receitas do estádio.
49%
É a taxa média de ocupação dos estádios durante o Campeonato Brasileiro. Índice que salta para 92% na Primier League, a Primeira Divisão inglesa. Os clubes nacionais apostam em aumentar a presença de público com os superestádios, elevando assim a renda de um jogo. Em 2011, o “matchday” correspondeu a 8% da receita anual dos clubes brasileiros. Para efeitos de comparação, na Europa, a média salta para 20%
“O primeiro impacto será para o torcedor, que é tão maltratado no Brasil. Ele terá à sua disposição uma série de novos estádios de nível mundial, o que naturalmente vai atrair um público que está afastado”, aposta Trevisan.” O efeito inicial é de shopping abrindo em cidade pequena. “O estádio vai encher pela empolgação do torcedor. O que vai acontecer depois, é outra história. Depende do serviço que você vai vender”, acrescenta o economista Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria.
É exatamente esse “depois” que irá determinar o impacto real dos novos estádios. O primeiro desafio será aumentar a receita dos dias de jogo – bilheteria e consumo nas lojas, lanchonetes e restaurantes. Em 2011, o “matchday” correspondeu a 8% da receita anual dos clubes brasileiros. Na Europa, a média é de 20%. Uma diferença que se explica também pela taxa de ocupação dos estádios – 49% no Brasileirão e 92% na Premier League.
Sem experiência na gestão de arenas multiuso, clubes, estados e municípios estão recorrendo a empresas de outros segmentos ou estrangeiras para estabelecer parcerias – quando não botar a praça esportiva em pé. OAS, Andrade Gutierrez e Odebrecht criaram braços de administração de arenas para gerir os estádios que construíram. Oriunda do ramo de ingressos, a BWA fez o mesmo para tocar o Castelão. Atlético, Palmeiras e o governo de Pernambuco fecharam acordos com a AEG, segunda maior empresa de entretenimento no mundo, com vasta experiências em arenas nos Estados Unidos. A Amsterdam Arena presta consultoria ao Grêmio. Uma série necessária de novos atores de peso para o futebol brasileiro.
“É um conceito totalmente novo. Não é nem estádio nem shopping. É uma mistura das duas coisas. Por isso o ideal é firmar parcerias com empresas estrangeiras para captar o conhecimento das arenas do exterior”, afirma Trevisan.
Uma experiência importante, mas que precisa ser adequada às peculiaridades locais. Por isso, qualquer projeção ainda é bastante incipiente tanto em termos de receita quanto de custos. “Um mundo novo começa agora. É precipitado falar em despesas e receitas”, diz Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos, que prefere esperar três meses para ajustar a conta da operação. Ainda assim, o clube gaúcho projeta arrecadar R$ 100 milhões no primeiro ano do novo estádio.
Se receitas e custos são difíceis de prever, outras mudanças parecem mais claras. Bem geridos, os estádios tendem a gerar receitas maiores, que se revertidas ao futebol devem reordenar forças no futebol brasileiro. Neste cenário, clubes como Vasco, Santos, Coritiba e Paraná, donos de estádios antigos, correm o risco de ficar para trás.
Outro ponto é o preço dos ingressos. As salas modernas fizeram o público dos cinemas brasileiros saltar, entre 2002 e 2011, de 90 milhões para 144 milhões e a arrecadação crescer 172%. No mesmo período, o ingresso ficou 71% mais caro. No futebol, a tendência é o tíquete nas novas arenas também encarecer.
“Os ingressos já aumentaram bastante no Brasil, mas você terá um público consumidor disposto a pagar mais se for efetivamente receber um serviço de mais qualidade”, diz Trevisan, que, ainda assim, evita cravar uma elitização geral nas arquibancadas. “O Grêmio tem um foco nos camarotes como principal fonte de receita para, por exemplo, poder cobrar um ingresso mais barato na geral”, compara.

Mega da Virada: o que fazer com R$ 230 milhões


Daniel Castellano/Arquivo/Agência de Notícias Gazeta do Povo / Apostas custam R$ 2 e vão até o dia 31Apostas custam R$ 2 e vão até o dia 31
LOTERIA

Mega da Virada: o que fazer com R$ 230 milhões

Aplicado na poupança, o dinheiro pode render mais de R$ 800 mil por mês. Recomendação é diversificar
Pelo menos um sortudo vai começar 2013 com o gostinho de ser milionário. Para isso, ele precisará ter acertado, no dia 31 de dezembro de 2012, as seis dezenas sorteadas pela Mega da Virada. O prêmio pode chegar a R$ 230 milhões, o maior já pago por uma loteria brasileira. Os paranaenses que se animem, pois o estado tem fama de “pé-quente” – e as estatísticas comprovam a tese. O “problema” é o que fazer com tanto dinheiro?
A fortuna imediata pode mexer com a cabeça de muita gente, segundo o gerente-regional da Caixa Econômica Federal, André Baú, que já entregou prêmios polpudos a muitos apostadores de Curitiba e região. “Com milhões de reais em mãos, de uma hora pra outra, a pessoa pode ficar meio piradona”, brinca.
Paraná é “pé-quente” nas loterias
Um levantamento da Caixa Econômica Federal aponta que o Paraná é uma das unidades da federação que mais faturou prêmios da Mega Sena ao longo da história do concurso. O estado é o quarto que mais ganhou, com 35 vencedores do prêmio máximo. Na Mega Sena da Virada de 2010 – que sorteou R$ 194 milhões: o maior prêmio pago até agora – havia dois paranaenses entre os quatro ganhadores. Neste ano, um Curitibano ganhou R$ 27 milhões em um dos sorteios.
Segundo o gerente-regional da Caixa, André Baú, a fama de “pé quente” do Paraná vem se intensificando. Entre julho e setembro deste ano, por exemplo, os prêmios pagos a apostadores curitibanos somam mais de R$ 70 milhões. A sorte dos paranaenses vai além dos prêmios maiores.
“Tem muito prêmio de R$ 2 milhões, de R$ 3 milhões, que saem para o Paraná, mas que acabam nem sendo divulgados na imprensa”, afirmou Baú. “É hora de aproveitar a sorte e apostar”, recomenda.
Não é para menos, se um apostador ganhar sozinho a bolada terá dinheiro suficiente para comprar mil casas de R$ 230 mil, cada uma. Se o vencedor gostar de carros, poderá adquirir dois mil modelos de luxo. Aplicado na poupança, o dinheiro pode render mais de R$ 800 mil por mês.
Apesar de parecer impossível, Baú garante que já viu ganhadores de bons prêmios ficarem pobres tempos depois. Um deles é um jardineiro que vivia no litoral do Paraná e que “torrou” uma bolada. “Ele não investiu. Comprou BMW, gastou com mulheres. Em dois anos, voltou ao patamar em que vivia antes”, conta o gerente-regional.

Diversificação
Os novos milionários devem seguir um antigo – e eficaz – ditado popular: “não se deve pôr todos os ovos na mesma cesta”. Para o vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos Financeiros do Paraná (Ibef-PR), Cléssio Chiamulera, a palavra de ordem é diversificação. Ele aponta que há três tipos básicos de investimento: os seguros (que rendem menos, mas praticamente não oferecem risco), os moderados (com rendimento médio, mas com um pouco menos seguros) e os de alto risco (com bons rendimentos, mas que podem resultar em grandes perdas).
Chiamulera desenvolveu uma fórmula básica para o sortudo investir seus milhões e viver de forma confortável. Basta aplicar 40% do prêmio em investimentos seguros (como poupança ou fundos de renda fixa), 40% em investimentos conservadores (como imóveis e ativos) e 20% em aplicações de alto risco (como ações). “Este equilíbrio garante que a pessoa vai estar ganhando sempre”, garante.
Os especialistas insistem que antes da “gastança” o novo milionário deve traçar um planejamento. Isso é essencial para a saúde financeira do sortudo. “Mas ele até pode se permitir a um ‘luxinho’, desde que não gaste, de cara, mais de 2% do valor do prêmio. Mas tem que investir logo. Deixar dinheiro parado não é uma boa”, orienta o vice-presidente do IBEF.
Apostas
As apostas podem ser feitas até o dia 31 de dezembro e custam R$ 2. A probabilidade de acertar os seis números jogando uma única cartela é de uma chance em 50 milhões. Na Mega da Virada, caso ninguém acertar as seis dezenas, leva o prêmio os acertadores que fizeram a quina.
Desde outubro deste ano, a Caixa legalizou os populares “bolões”. As apostas conjuntas são divididas em cotas e cada apostador fica com um comprovante. Caso ganhem o prêmio, cada um pode sacar o porcentual correspondente do prêmio, direto em uma agência da Caixa. As próprias lotéricas estão autorizadas a fazerem “bolões” e venderem as cotas. “O sistema é totalmente seguro. Não tem mais aquela coisa de um apostador que gerenciava o bolão sumir com o dinheiro”, disse Baú.
Números
Na hora de fazer a “fezinha”, cada um tem seu ritual para escolher os números. Anos de nascimento, datas especiais, números de casas. Há quem prefira combinar os algarismos, para tentar ampliar as chances. Mas se você considerar que alguns números têm sorte, pode apostar nas dezenas que mais saíram. Ao longo dos mais de 1,4 mil concursos da Mega Sena, os mais sorteados foram 04, 05, 33, 41, 43, 51 e 53. Por outro lado, os números mais azarões (que menos saíram) foram 09, 21, 22, 26, 46 e 45.

Edições anteriores da Mega da Virada
2009 – prêmio: R$ 144 milhões – dois ganhadores – Resultado: 49, 58, 40, 46, 10, 27
2010 – R$ 194 milhões – quatro ganhadores (dois do Paraná) – Resultado: 34, 10, 37, 50, 43, 02
2011 – R$ 177 milhões – cinco ganhadores – Resultado: 04, 36, 29, 55, 45, 03

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Escolas dão aula de como ensinar com qualidade


Christian Rizzi / Gazeta do Povo / Das 51 escolas municipais de Foz do Iguaçu, a pior tem 65% dos alunos com nível adequado de aprendizadoDas 51 escolas municipais de Foz do Iguaçu, a pior tem 65% dos alunos com nível adequado de aprendizado
EDUCAÇÃO

Escolas dão aula de como ensinar com qualidade

Medidas adotadas na rede municipal de Foz do Iguaçu são exemplos a serem replicados em colégios de todo o país.
O que há em comum entre escolas que, mesmo atendendo alunos pobres, conseguem fazer com que todos tenham acesso a um ensino de qualidade? Para responder a essa pergunta, a Fundação Lemann acompanhou de perto seis colégios públicos — no Rio de Janeiro (RJ), em Sobral (CE), Pedra Branca (CE), Palmas (TO), Acreúna (GO) e Foz do Iguaçu (PR) — que hoje têm pelo menos 70% dos alunos no nível adequado em Matemática e Português e apenas 5% de conceito insuficiente no primeiro ciclo do ensino fundamental.
“Focamos em experiências que podem ser replicadas em outros lugares. Quando a gente fala em melhorar, por exemplo, a formação inicial e o plano de carreira, isso demanda esforços diversos. Essas escolas, no entanto, investem no que está mais à mão, mais fácil de alcançar”, explica Ernesto Faria, coordenador de projetos da fundação.
Boas práticas
Confira quais práticas são comuns a todas as escolas pesquisadas:
Definem metas: em todas as escolas de Pedra Branca (CE), Sobral (CE) e Foz do Iguaçu (PR), as secretarias de Educação criaram um plano para recuperar o ensino. A meta é: todos os alunos aprendendo o conteúdo esperado para sua série na idade certa. As escolas visitadas no Rio de Janeiro, em Goiás e em Tocantins também são acompanhadas pelas secretarias de Educação.
Acompanham de perto o aprendizado dos alunos: promovem análise das avaliações oficiais e fazem avaliações internas.
Políticas pedagógicas baseadas em dados: informações são usadas para planejar e oferecer formação continuada aos professores e reforço escolar para os alunos.
Fazem com que o ambiente seja agradável: monitoram conflitos e buscam soluções. Criam um local seguro e limpo, propício ao aprendizado.
Comunicação: trabalham para que todos comprem a ideia proposta – secretaria de Educação, direção, professores, alunos e pais.
Respeito ao professor: a experiência deles é agregada ao planejamento pedagógico.
Buscam apoio dentro da escola: identificam os profissionais que podem multiplicar as ideias e fazer com que todo o grupo se dedique e aceite as mudanças.
Buscam apoio fora da escola: criam parcerias com os pais e a comunidade e têm o apoio das prefeituras.
Entre as ações que podem ser replicadas, quatro são comuns a todas as escolas visitadas. Em Pedra Branca, Sobral e Foz do Iguaçu, a pesquisa constatou que as secretarias de Educação trabalharam para identificar os pontos fracos em relação ao aprendizado, passaram a acompanhar os resultados das avaliações e, a partir daí, desenvolveram um plano para recuperar o ensino. Tudo com metas claras e com foco bastante específico: fazer com que todos os alunos aprendam o conteúdo esperado para sua série na idade certa.
Para estimular que as metas fossem cumpridas, as redes passaram a dar bônus aos professores que garantem o aprendizado de seus alunos. Em algumas secretarias, se a escola vai bem no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica, todos recebem bônus. Em Foz, os profissionais das unidades que conquistam desempenho maior ou igual à meta do Ideb recebem o 14.º salário. Para cumprir as metas, as escolas passaram a ter que acompanhar de perto o aprendizado dos alunos.
Outras ações
Algumas escolas estabeleceram avaliações oficiais, que ajudam a identificar os estudantes que precisam de reforço escolar. Em Foz do Iguaçu, a equipe da Secretaria de Educação percorre as escolas e analisa os cadernos dos alunos do 4.º e 5.º anos, além de observar a aula dada. “Percebemos que o modelo não se limita a relatar para a secretaria o que foi visto, mas se preocupa em mostrar como é possível melhorar. Foz tem 51 escolas municipais e a pior tem 65% dos alunos no nível adequado de aprendizado”, afirma Faria.
Nas seis escolas, os estudantes que têm desempenho acima da média são estimulados e recebem treinamento para participar, por exemplo, de olimpíadas de conhecimento. Outro ponto comum entre elas é que nenhuma medida é tomada com base na intuição. As escolas pesquisadas conseguiram ainda criar um ambiente agradável, que deixa os alunos à vontade para aprender. As unidades são seguras, limpas e têm prédios preservados.

A despedida de uma baiana centenária


Leonardo Wen/Folhapress / Figura ilustre do Recôncavo Baiano, Dona Canô era referência para artistas e políticosFigura ilustre do Recôncavo Baiano, Dona Canô era referência para artistas e políticos
LUTO

A despedida de uma baiana centenária

Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, morreu ontem aos 105 anos, cercada pela família, em Santo Amaro da Purificação.
Dona Canô, matriarca da família Veloso, morreu ontem aos 105 anos, em sua residência localizada na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. A mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia passou a noite de Natal ao lado dos filhos, netos e bisnetos. Segundo informações iniciais, ela teria passado mal durante a madrugada. Logo depois, morreu cercada pela família.
Dona Canô foi batizada como Claudionor Viana Telles Velloso – seu sobrenome tinha dois “l”, diferentemente de Caetano, que deve a singularidade da letra a um erro de registro de cartório. O apelido foi dado por um irmão de criação que, pequeno, tinha dificuldade em pronunciar Claudionor. “Canô” era mais fácil para uma criança, e assim ficou.
Apesar de ser de origem humilde, a baiana foi criada na casa de uma família rica da região. Estudou em escola particular e aprendeu cedo a falar francês e tocar piano. Ela própria, que costumava cantar para todos, sempre incentivou os filhos a gostar de música, uma das coisas que mais amava na vida. Sob sua influência, Nicinha, Clara Maria, Maria Isabel, Rodrigo, Roberto, Caetano, Maria Bethânia e Irene aprenderam a tocar instrumentos.
Muito religiosa, Dona Canô acreditava ter sido abençoada com uma vida tão longa pelo fato de ter criado muito bem os filhos. Em sua casa, eram comuns os símbolos de um sincretismo religioso típico da Bahia, como colares dos santos e fitas do Senhor do Bonfim. Ela viveu lá por mais de 60 anos, e é raro encontrar em Santo Amaro da Purificação, um município de 60 mil habitantes, alguém que não conhecesse seu endereço na Avenida Ferreira Bandeira, 179.
A presidente Dilma Rousseff emitiu nota de pesar pelo falecimento, lembrando que “o Natal ficou mais triste com a sua morte” e que ela era uma mulher “forte e sábia”, que “deixa muita saudade”. Em sua mensagem, a presidente cita que Dona Canô foi “uma mulher rica de coragem, principalmente a coragem de ser feliz, como ela mesma gostava de dizer”, acrescentando que ela “construiu uma família em torno do amor pela cultura, pela Bahia e pelo Brasil”.
Viúva de José Teles Velloso, morto em 1983, aos 82 anos, a famosa centenária deixa oito filhos, nove netos e cinco bisnetos.

Entrega voluntária de armas aumenta 60% na semana anterior ao Natal


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Entrega voluntária de armas aumenta 60% na semana anterior ao Natal

No total, foram entregues 818 armas em todo o país - na semana anterior foram 509.
O número de entregas voluntárias de armas de fogo aumentou 60% na semana anterior ao Natal em relação a outros período do ano, segundo o Ministério da Justiça. No total, foram entregues 818 armas em todo o país - na semana anterior foram 509. As informações são da Agência Brasil.
São Paulo foi o Estado em que mais se entregaram armas: 288. Em seguida, vieram a Bahia, com 162, e o Rio Grande do Sul, com 96. Foram entregues 358 revólveres; 259 espingardas e 73 pistolas.
A entrega de armas faz parte da Campanha do Desarmamento, que já recolheu mais de 64 mil.
Atualmente, há mais de 2 mil postos de coleta de armas, como delegacias da Polícia Federal e da Polícia Federal Rodoviária, entre outros.

Para transportar armas de fogo até um posto de entrega, é necessário portar uma guia, disponível no site da Polícia Federal na internet. Não é preciso se identificar.
A arma deve estar descarregada e as munições armazenadas separadamente. A indenização por arma entregue varia entre R$ 150 e R$ 450, disponíveis por meio de um número de protocolo que permite o saque da quantia em caixas do Banco do Brasil entre 24 horas e 30 dias depois da entrega.

Sensação térmica no litoral pode passar dos 50 °C nesta quarta (26)



Walter Alves / Gazeta do Povo
Walter Alves / Gazeta do Povo / Muitos banhistas aproveitam o dia quente na praiaMuitos banhistas aproveitam o dia quente na praia
PREVISÃO

Sensação térmica no litoral pode passar dos 50 °C nesta quarta (26)

Temperaturas são altas em toda a costa paranaense. Frente fria deve trazer chuvas no fim da tarde.

Os municípios de Antonina, Morretes, Guaraqueçaba e Paranaguá podem registrar sensação térmica de mais de 50 °C durante esta quarta-feira(26), alerta o Instituto Técnológico Simepar. O calor é alto em todas as cidades da costa paranaense.
A máxima prevista para Morretes e Antonina nesta quarta é 40 °C. Em Paranaguá, chega a 38 °C , e em Pontal do Paraná, a 32 °C. Em Matinhos e Guaratuba, a máxima prevista é de 31 °C. A temperatura é mais alta que as registradas nas capitais Salvador (BA) e Fortaleza (CE) hoje ao meio dia.

Uma frente fria que deve chegar à região no fim da tarde desta quarta vai trazer chuva e uma ligeira queda na temperatura nos próximos dias. À tarde, o céu deve nublar e no início da noite devem ocorrer pancadas de chuva, segundo a meteorologista do Simepar, Sheila Paz.
Nos próximos dias o calor não deve ser tão intenso quanto o registrado hoje e a temperatura fica na casa dos 20 °C. A chuva no fim do dia também deve ser registrada durante a semana.
Movimento
O calor forte levou um grande número de banhistas às praias do estado. O movimento nas estradas, na manhã desta quarta-feira, foi grande. O fluxo nas rodovias em direção ao litoral ainda segue maior que o normal. O pico deve ocorrer entre as 15h e 16h de hoje, com 1,7 mil veículos trafegando pela BR-277, que liga Curitiba ao litoral.

Desidrate já!


Letícia Akemi / Gazeta do Povo /
MUDANÇA DE HÁBITO

Desidrate já!

Aquela fome do meio da tarde pode ser a perdição de qualquer dieta. A nutricionista e consultora em gastronomia Patrícia Lisboa, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, indica uma receita saudável e rápida que substitui as guloseima.
Maçãs sequinhas
Separe uma maçã gala, argentina, gran smith ou red delicious (não use fuji) ou uma pera williams.
• Fatie a fruta – que deve estar firme – no sentido transversal com 1,5 mm de espessura.
• Disponha sobre um prato de papelão e cubra com papel toalha.
• Leve ao micro-ondas por dois minutos em potência média.
• Tire o papel toalha, vire as fatias, cubra com um papel limpo e seco e volte ao micro-ondas por mais um minuto.
• Pronto, frutas desidratadas em menos de cinco minutos.
• Também dá para fazer chips de cenoura e tomilho e de cebola utilizando a mesma técnica.

Consumo equilibrado
A porção indicada de desidratados por lanche é de 40g, considerando uma dieta de 2 mil kcal por dia, segundo a nutricionista Patrícia Lisboa, professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Compare:
A porção de maçã contém 86 kcal, enquanto uma barra de chocolate ao leite de mesmo peso tem 207 kcal, e a mesma porção de coxinha de galinha frita em óleo de soja tem 130 kcal. “Além da diferença de calorias, o produto desidratado é livre de gorduras”, fala.
Calorias permanecem
Ao desidratá-las, as frutas e legumes perdem em média de 60% a 70% de seu peso em água. Com a evaporação, há uma diminuição das vitaminas hidrossolúveis do alimento (vitaminas do complexo B e C), mantendo-se, contudo, o teor de fibras e calorias do alimento. “Isso quer dizer que 120g de pera in natura (ou fresca) tem o mesmo valor calórico de 35g de pera desidratada, 84 kcal. Por este motivo o consumo deve ser consciente – as calorias não se alteram”, diz ela.
Validade maior
Mesmo sem a adição de conservantes, a desidratação em casa aumenta a vida de prateleira do produto. “Armazenado frio em pote bem fechado e mantido sob refrigeração, pode durar até duas semanas, mantendo as mesmas características sensoriais”, diz Patrícia.
Ela lembra que o consumo de alimentos frescos e in natura é sempre mais vantajoso para a saúde do que qualquer outro – seja ele desidratado ou industrializado. “Porém, entre desidratados e industrializados, os primeiros são melhores: eles têm fibras e são isentos de gordura.”

Cultive o Natal o Ano todo!!!


A magia do Natal de dezembro a dezembro

Esperança, união e solidariedade podem estar presentes no dia a dia, não só em dezembro. Conheça histórias inspiradoras e siga o exemplo de quem vive esse espírito nos 365 dias do ano.
“Ninguém é imune ao espírito natalino”, escreveu Moacyr Scliar em uma de suas crônicas. De fato, é impossível não se deixar levar pela magia desta época. Em dezembro, pode reparar, as pessoas ficam mais abertas ao outro, dão um jeitinho de aproximar a família, dedicam-se a estar mais próximos dos filhos e sentem prazer em ajudar o próximo. Mas por que elas apenas se permitem viver isso uma vez ao ano?
Esta pergunta também incomodava o empresário Fabrizzio Zanette. Ainda na década de 1990, sua mãe, ele e colegas do curso de Engenharia Elétrica passaram a adotar as cartinhas da campanha Natal dos Correios. Então, veio a ideia: e se ajudássemos a quem precisa o ano todo? “Primeiro, pensamos em abrir uma instituição, mas descobrimos que já havia mais de 200 em Curitiba, algumas com dificuldades para se manter. Foi aí que surgiu a Vivamigos”, conta. Quatro instituições, entre casas lares e centros sociais, são atendidas hoje pela ONG, que promove bazares de arrecadação, gincanas culturais, almoços mensais e outras atividades em benefício de 220 crianças. No último dia 15, Zanette testemunhou o sorriso de pelo menos 300 delas na festa de Natal que ajudou a promover. Mas ele sabe que, para fazer sentido, o trabalho deve continuar o ano inteiro.
“É preciso ter o coração lírico para viver o espírito do Natal, e este espírito só é acessível às crianças”, acredita o frei Clodovis Boff, da Ordem dos Servos de Maria. Ele lembra que o dia 25 de dezembro é a celebração do nascimento de Cristo, portanto, é tempo de “despertar a criança que fomos e que permanece em nós”. Mas Boff admite ser difícil manter a alma singela e pueril 365 dias ao ano. “O ser humano é ambicioso e saturado, mas é importante que ele viva o Natal em toda sua intensidade, e que este sentimento se difunda nos meses restantes”. Aos reticentes, ele recorda a frase que leu num muro em Roma, onde leciona Teologia: “Está triste? Experimente amar.” A felicidade, para ele, está em gestos de bondade e amor ao próximo.
Segundo Rodrigo Alva­­renga, professor de Filosofia da PUCPR, o problema não está em falar de bondade e solidariedade apenas nesta época do ano, mas em desistir de tentar ser melhor e de escolher qual mundo poderíamos ter, por medo de parecer hipócrita. Ele também condena o sentido consumista que hoje se sobrepõe ao espírito do Natal. “Há tempos deixamos de querer ser melhores, a exemplo de Cristo, para sermos maiores e mais ricos, a exemplo dos Césares”, critica.
Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Ceia semanal
Para os Madalosso, mesa farta e família reunida não é exclusividade da ceia de Natal. Depois que sua mãe partiu, há 15 anos, dona Flora (ao centro, com gola rendada) assumiu o costume de receber os parentes para almoçar em sua casa. Como domingo é o dia de maior movimento no restaurante, o tradicional almoço acontece às quartas-feiras. O cardápio remete à infância na casa materna: frango ensopado, polenta mole, macarrão caseiro e salada de radiche. Aos domingos, Flora ainda recebe a turma para um caprichado café da tarde. Entre filhos, noras, netos, irmãos e sobrinhos, são 40 pessoas! “A vida da gente é o que acontece no dia a dia. Tem famílias que se reúnem no Natal e depois ficam meses sem se ver. Para nós, a união é um hábito e a família é o fundamento de tudo, está em primeiro lugar”, enfatiza. Aos 72 anos, ela ainda faz a diferença na vida de outras famílias além da sua. Toda sexta-feira, Flora oferece o jantar do hospital neuropsiquiátrico San Julian, e 100% da venda de seu livro, Entre Quatro Panelas, é revertida para pessoas de baixa renda.
Hugo Harada/Gazeta do Povo

Joana e Marcelo Mendes não abrem mão do tempo que dedicam ao pequeno Antônio
Bem menor em tamanho do que a família Madalosso, o casal Joana e Marcelo Mendes também faz questão de dar bons exemplos e estar próximo de seu filho, Antônio, 4 anos. De manhã, Joana o auxilia nas tarefas escolares e brincam juntos. À tarde, ela trabalha e o pequeno vai à escola. Mas é à noite que o trio se reúne, invariavelmente, para jantar, brincar e ler histórias. “Acho que o Antônio é uma criança amorosa porque dedicamos este tempo a ele. Vejo muitos pais distantes, com filhos que se isolam, enquanto o nosso sente prazer na companhia da família”, diz. Para ela, pais ausentes têm o hábito de compensar com presentes, quando deveriam procurar se fazer mais presentes. “É preciso ter punho firme para educar, mas também muito amor e atenção”, defende.
Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Amigos nada secretos
Se você só tem tempo de cultivar amizades no amigo secreto da empresa, é hora de conhecer a história de Juliana Costa, coordenadora de eventos da Editora Positivo. Aos 38 anos – comemorados com nada menos que 60 amigos –, ela admite que seu maior desafio hoje é manter as amizades, já que viaja 15 dias por mês. “Às vezes fico anos sem ver um amigo, mas, quando nos reencontramos, parece que foi ontem”, diz. Tal cumplicidade começou quando ela tinha 15 anos e passou por várias cirurgias ortopédicas, devido a um problema congênito. Os amigos, então, faziam escala para levá-la à fisioterapia, dar banho e subir a escadaria do colégio com ela no colo. “Sempre fui muito dependente e grata aos meus amigos. Tudo o que tenho e sou, eu devo a eles”.
Para retribuir o carinho, ela converteu a casa em um verdadeiro albergue: quando viaja, deixa a chave em um esconderijo e quem vem de outras cidades fica hospedado lá. “Às vezes tem até comida na geladeira quando volto”, conta. Como seus pais formaram outras famílias, Juliana tem oito irmãos espalhados por outras cidades, o que torna difícil reunir todo mundo. “Os amigos acabam suprindo em parte este amor no restante do ano”, confessa.
Ritual
A psicóloga e membro do Instituto Junguiano do Paraná, Maria de Lourdes Bairão Sanchez, define o Natal como um rito de passagem que envolve as pessoas em torno da ideia de fim (do ano) e renascimento (representado pela figura de Jesus Cristo). “Nossa sociedade tem cada vez menos rituais, e o Natal é um dos poucos que ainda preservamos”, cita. Para ela, rituais são importantes porque nos permitem sair do moto-contínuo da rotina para compartilharmos mais. “Isso faz bem à psique, porque não se vive sozinho. É a interação que faz o humano continuar humano, e no Natal exercemos nossa humanidade da forma mais plena. Porém, é fundamental manter uma vida afetiva no dia a dia, e não só nas festas de fim de ano”, conclui.

PR quer atrair R$ 10 bilhões em 2013


Luciano Mendes/ Gazeta do Povo / Obras para construção da fábrica da montadora de caminhões Paccar, em Ponta Grossa: interiorização dos investimentos ainda é desafio para o Paraná. Fundo pode ajudar na interiorizaçãoObras para construção da fábrica da montadora de caminhões Paccar, em Ponta Grossa: interiorização dos investimentos ainda é desafio para o Paraná. Fundo pode ajudar na interiorização
INVESTIMENTOS

PR quer atrair R$ 10 bilhões em 2013

Secretaria de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul propõe criação de um fundo para bancar parte dos investimentos no interior.
Os primeiros dois anos de vigência do programa de incentivo Paraná Competitivo, que entrou em vigor em janeiro de 2011, devem fechar com R$ 20 bilhões em investimentos. Para 2013, a previsão é que o estado possa atrair entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões para instalação de novas empresas ou ampliações, segundo projeção da Secretaria da Indústria, Comércio e As­sun­tos do Mercosul.
“Há muita negociação em andamento em diversos segmentos. Ainda estamos fazendo os cálculos para estabelecer nossa meta. Mas esse número pode variar entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões. Vai depender também do ritmo de crescimento da economia e do andar da crise na Europa ”, diz o secretário de indústria e comércio, Ricardo Barros.
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Divulgação / Caminhão da Sinotruk: de Campina Grande do Sul para LagesAmpliar imagem
Caminhão da Sinotruk: de Campina Grande do Sul para Lages
Logística
Os custos ligados à logística e ao transporte lideram a lista de razões que afastam os investimentos do interior do Paraná. O custo de frete para transportar um contêiner do porto de Paranaguá para a Região Metropolitana de Curitiba é de R$ 1,2 mil. Para Maringá, esse valor sobe para R$ 2,8 mil.
“O interior atraiu 70% das empresas, mas em valor os investimentos ainda são menores, com exceção da Klabin.”
Ricardo Barros, secretário de Indústria e Comércio.
Obstáculos
Infraestrutura e qualificação de mão de obra desafiam interior
O interior terá que ter investimentos em infraestrutura, formação e qualificação de mão de obra para atrair investimentos, na avaliação do economista Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes). “Ainda existe um atraso na infraestrutura de transportes, que não recebe grandes investimentos desde o final da década de 1990. A questão do pedágio também precisa ser mais equacionada. É preciso melhorar a qualidade do serviço e reduzir a tarifa”, diz. Segundo ele, um exemplo é o interior de São Paulo, que soube combinar infraestrutura e excelência de ensino e hoje é cobiçado pelas empresas que querem investir no país. “Com essas condições, não há necessidade de incentivos e nem fundos compensatórios. As empresas vêm naturalmente”, diz.
Para Lourenço, o interior terá que se preparar para essa nova leva de investimentos, até porque os terrenos na região de Curitiba estão casa vez mais escassos, caros e limitados por questões de ordem ambiental. De maneira geral, os investimentos do interior do estado terão que passar pelo desenvolvimento das vocações regionais e arranjos produtivos locais. “Essa é uma forma de atenuar desníveis regionais”, diz.
Concentração
Com a industrialização da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) a partir do fim da década de 1990, houve um aumento da concentração da riqueza no estado. Em 1999, segundo dados do IBGE, 39,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado estava na Região Metropolitana de Curitiba. Em 2010, esse porcentual estava em 43,7%.
Como funciona
Programa prevê adiamento do ICMS por até oito anos
O Paraná Competitivo, lançado no início de 2011, prevê a prorrogação do prazo de recolhimento do ICMS de dois a oito anos e igual período para quitar a dívida tributária. Assim, uma empresa pode ter de 4 a 16 anos para pagar o imposto devido. O incentivo vale tanto para instalação de novas empresas como ampliações e modernizações de indústrias que já têm operações no estado. O programa também prevê incentivos para projetos de reativação de indústrias e empresas em recuperação judicial. Para manter o benefício fiscal, que pode abranger também o ICMS da energia elétrica consumida, as empresas têm de investir até 5% do valor do incentivo em programas de qualificação de trabalhadores. Segundo o secretário de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, a intenção é que no futuro investimentos que não receberam incentivos tributários, como os do agronegócio exportador e do comércio possam ser computados na conta do Paraná Competitivo. “Hoje só contamos pelo viés tributário, mas existem outras questões, como financiamento do BRDE e da agência de fomento que podem ser considerados incentivo”, diz.
A ideia é incentivar a instalação de fábricas no interior e o governo estuda a criação de um fundo regional para bancar parte dos projetos que forem para o interior do estado.
Dos R$ 20 bilhões anunciados até agora, 65% estão concentrados na região de Curitiba e dos Campos Gerais “O interior atraiu 70% das empresas, mas em valor os investimentos ainda são menores, com exceção da Klabin”. A fabricante de papel comanda atualmente o maior investimento privado no estado, de R$ 6,8 bilhões, em Ortigueira, na região dos Campos Gerais.
Para driblar a preferência das empresas por regiões próximas a Curitiba, a secretaria estuda compensar eventuais aumentos de custos para a instalação no interior. “O fundo cobriria a diferença entre o custo de produzir na região de Curitiba e no interior, por exemplo”, afirma. Por enquanto, segundo Barros, o projeto ainda está em estudo e negociado internamente no governo. Não está definido qual seria o montante que o fundo poderia bancar para as empresas e nem em que momento ele poderá virar um projeto de lei. “Tem de ser uma decisão política”, diz.
O Paraná, segundo Barros, disputa investimentos principalmente com os estados de Santa Catarina e Minas Gerais e, em menor escala com o Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Essa é segunda tentativa de criar um mecanismo para atrair investimentos mais robustos para o interior. Na primeira vez, a proposta era reduzir o ICMS para alguns municípios, mas a ideia esbarrou na necessidade do estado manter seus níveis de arrecadação e por ferir os princípios de isonomia.
Uma das questões que afasta investimentos do interior é a logística de transporte. O custo de frete para transportar um contêiner do porto de Paranaguá para a Região Metropolitana de Curitiba é de R$ 1,2 mil. Para Maringá, esse valor sobe para R$ 2,8 mil.
A norte-americana Cargill, por exemplo, recusou a oferta de municípios do Norte do Paraná, que são grandes produtores de milho, e optou por instalar um fábrica de processamento do grão em Castro, nos Campos Gerais por conta da facilidade de escoamento da produção.
Montadoras opõem governo e sindicato
Apesar de computar R$ 20 bilhões em projetos de investimentos até agora, o Paraná perdeu para outros estados três grandes investimentos de montadoras de automóveis e caminhões. A Nissan, que divide uma unidade industrial com a Renault em São José dos Pinhais, na região de Curitiba, está investindo R$ 2,4 bilhões em uma fábrica Resende, no Rio de Janeiro. A BMW vai gastar R$ 528 milhões para erguer sua primeira linha de produção no Brasil em Araquari (SC) e a fabricante de caminhões Sinotruk investirá inicialmente R$ 300 milhões em Lages, também em Santa Catarina. A empresa tem hoje um centro operacional em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, e a cidade era candidata forte a receber o projeto, mas acabou derrotada na disputa.
Para o secretário de Indús­tria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, políticas mais agressivas de incentivos desses estados e negociações mais duras que as indústrias vêm enfrentando com o sindicato de metalúrgicos contribuíram para afugentar os investimentos. “ O sindicalismo selvagem, mais agressivo, assusta as empresas. Foi o que ocorreu com a alemã BMW, que viu o que aconteceu com a conterrânea Volkswagen, que teve que enfrentar uma greve de 30 dias no Paraná e suspendeu novos investimentos aqui”, diz. Além disso, segundo ele, especialmente Santa Catarina adota planos mais arrojados de incentivo. “Lá o governo pode aportar recursos no projeto, se tornando sócio da empresa”, diz. O Paraná já fez isso no passado, quando a Renault se instalou no estado.
Para o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Jamil D´Avila, o governo está equivocado ao atribuir a culpa às negociações sindicais. “Esses investimentos também não foram para o interior, onde o nosso sindicato não tem representação. Foram para outros estados. Não faz sentido fazer essa relação”, diz. Segundo ele, o fato de a região de Curitiba ter a menor taxa de desemprego do país e como consequência maior pressão por mão de obra também pesou na decisão da Nissan de ir para o Rio. “A empresa também teria que dobrar a fábrica e é preciso levar em consideração que o Sudeste é um mercado estratégico, que responde por metade das vendas do país” diz. Para ele, os elevados custos do pedágio na rodovia que vai até o porto de Paranaguá também teriam contribuído para que a BMW e a Sinotruk escolhessem Santa Catarina.

Matrículas do ensino fundamental caem e do ensino em tempo integral crescem


O ensino fundamental no país registrou queda de 2,2% nas matrículas de crianças e adolescentes com idade entre 6 e 14 anos.

Ministério da Educação (MEC) publicou nesta sexta-feira (21) os dados completos do Censo Escolar de 2012 no Diário Oficial da União. O documento, de 624 páginas, esmiuça os dados com números divididos por estado e município, especificando ainda as redes municipal e estadual nas áreas rural e urbana.
Educação de jovens e adultos perde quase 1 milhão de alunos desde 2007
O número de matrículas este ano na Educação de Jovens e Adultos (EJA) caiu 3,4% em relação às de 2011. Ao todo, estão matriculados 3.906.877 alunos e, no ano passado, eram 4.046.169 matrículas. A EJA inclui estudantes do ensino fundamental e médio.
Desde o início da série histórica, em 2007, são quase 1 milhão a menos de jovens e adultos nas salas de aula. Naquela ocasião, foram matriculados 4.985.338 alunos.

  • Atualmente, são 29.702.498 estudantes em todo país. Em 2011, esse número alcançou 30.358.640 alunos. É a etapa que reúne o maior número de estudantes no país. O ensino em tempo integral, modalidade dentro do ensino fundamental, registrou um aumento de 24,4 % em relação a 2011. Foram registradas 2.184.079 matrículas nas redes pública e privada este ano. No ano passado, eram 1.756.058 estudantes, nas duas redes.
Ao todo, a educação básica (infantil, fundamental e ensino médio) matriculou este ano 50.545.050 estudantes. Entre as razões para a queda nas matrículas do ensino fundamental, pode estar a redução do grupo populacional na faixa etária de 6 a 10 anos, grupo correspondente aos anos iniciais dessa etapa. A série histórica, iniciada em 2007, apresentava 17.067.855 pessoas. Em 2011, último ano com essa informação, o número de pessoas nesse grupo chegou a 15.252.392.
A rede municipal concentra a maior parte das matrículas da educação fundamental, com 16.323.158 estudantes. Em seguida está a rede estadual, com 9.083.704 matrículas, e a particular, com 4.270.932. A rede federal têm 24.704 alunos nesta etapa de ensino.
Educação Infantil
As matrículas nas creches cresceram em um ano 10,5%, alcançando 2.540.791 crianças com até 3 anos. Em 2011, foram registradas 2.298.707 matrículas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o aumento foi possível devido à entrega de 751 creches e pré-escolas em todo país. De acordo com informações divulgadas pela pasta, até dezembro deste ano, foram financiadas 5.560 unidades de educação infantil em todo o país.
As matrículas estão concentradas nas creches da rede municipal, com 1.603.376 crianças, seguida pela as da rede privada, com 929.737. Os sistemas estadual e federal têm 6.433 e 1.245 matrículas, respectivamente. Os dois últimos não são obrigados a ofertar creches.
Já as matrículas da pré-escola registraram aumento de apenas 1,6%, atualmente com 4.754.721 alunos de 4 e 5 anos. Em 2011, o Censo Escolar identificou 4.681.345 matrículas. Assim como a creche, a maior parte das matrículas da pré-escola está na rede municipal, com 3.526.373 crianças. A rede privada registrou 1.175.647 matrículas, seguida pela estadual (51.392) e pela federal (1.309).
A universalização da educação infantil no país é a primeira meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Senado Federal. A proposta é aumentar em 50% o atendimento a crianças com até 3 anos, até 2020, e universalizar o acesso na faixa etária dos 4 e 5 anos, até 2016.
Censo
As informações do Censo Escolar servem de base para distribuição de recursos públicos para municípios e estados, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
De acordo com o MEC, a publicação dos dados atende ao dispositivo da Lei 11.494/2007, conhecida como Lei do Fundeb. As demais informações relativas ao fluxo e a aprovação ainda estão em fase de coleta, com publicação prevista para março do próximo ano.