Fonte G1
Sob protesto, Rio aprova novo plano de cargos e salários de professores
Projeto foi aprovado em segunda discussão por 36 votos a três.
Clima é de tensão dentro e fora da Câmara de Vereadores.
Bombas de gás lacrimogêneo tomaram a Cinelândia (Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo)
Desta forma, segundo o vereador Paulo Messina (PV), o projeto pode ser publicado no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira (2), e em seguida segue para a sanção do prefeito Eduardo Paes. A bancada aliada explicou que a medida é para evitar um novo caos na realização de nova votação.
Em nota, a prefeitura considera a aprovação uma "vitória para os servidores" e "um passo definitivo para consolidar o ensino público do Rio de Janeiro como o melhor do Brasil". Segundo o texto, o plano "garante, de imediato, um reajuste salarial de 15,3% para todos os profissionais da Educação e corrige injustiças históricas".
saiba mais
Ainda de acordo com a prefeitura, vereadores apresentaram 31 emendas ao
texto original, já aprovadas pelo prefeito, o que representa um impacto
de R$ 3 bilhões para o governo municipal nos próximos cinco anos. "A
prefeitura reitera, mais uma vez, o seu apelo para que os professores
que aderiram à greve retornem às aulas o mais breve possível, de forma
que os alunos da rede municipal não sejam ainda mais prejudicados."- Após retirada à força, professores se revezam fora da Câmara do Rio
- FOTOS: veja mais imagens do confronto entre PMs e manifestantes na Câmara
- PM arromba porta da Câmara do Rio para retirar manifestantes
- Polícia pede que professores deixem Câmara do Rio, que segue ocupada
- Câmara suspende sessão que votaria plano de carreira de professores
- Um dia após ser detido, Batman volta às ruas para apoiar professores no RJ
- Prefeito do Rio assina emendas ao plano de carreira de professores
- Professores pedem suspensão de votação do plano de carreira no Rio
Tensão fora do palácio
A votação ocorreu sob tensão dentro e fora do Palácio Pedro Ernesto. Os servidores da Educação se revoltaram com a aprovação do projeto de lei. Os professores pedem que todos os profissionais independente da carga-horária sejam contemplados pelo plano. Eles alegam que o novo plano incentiva a migração dos docentes para a jornada de 40 horas semanais. Entenda o impasse.
Nesse caso, segundo a categoria, o professor teria que pedir demissão de outra matrícula, ocasionando perda salarial. A prefeitura explica que o plano contempla um aumento salarial de 12%, além de pequenas correções como adicional de qualificação para o servidor do quadro de apoio.
Tumulto na Câmara
Do lado de fora da Câmara de Vereadores, o cenário era de praça de guerra. PMs do Batalhão de Choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Vândalos usando máscaras quebraram agências bancárias e depredaram prédios provocando pânico nos trabalhadores que deixavam os prédios na Avenida Rio Branco.
Manifestante chuta bomba de efeito moral na
direção dos PMs (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Pelo menos seis pessoas foram detidas no ato. Manifestantes foram
feridos e acusaram a PM de agir com truculência. O vendedor ambulante
Henrique José estava trabalhando na Cinelândia quando estourou a
confusão. Tiros de balas de borracha foram disparados por policiais e
ele foi atingido. Na 5ª DP (Mem de Sá), ele falou com o G1. “Pensei que
fosse bala de verdade e achei que tivesse quebrado minha costela”, disse
Henrique que exerce a função há 13 anos e é cadastrado pela prefeitura.direção dos PMs (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Manifestante chuta uma das portas da Câmara
(Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Durante a confusão, o gás lacrimogêneo entrou nas salas da Câmara de
Vereadores e funcionários deixaram os gabinetes. Nove vereadores de
oposição saíram da sessão no plenário quando começou o tumulto do lado
de fora da Câmara, e não votaram.(Foto: Pilar Olivares/Reuters)
São eles: Renato Cinco (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Verônica Costa (PR), Jefferson Moura (PSOL), Brizola Neto (PDT), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Marcio Garcia (PR) e Teresa Bergher (PSDB). Segundo os assessores deles, eles não farão parte da votação em segunda discussão.
Protestos
Pela manhã, professores da rede municipal de ensino fizeram um protesto com um trio elétrico em frente à Câmara Municipal do Rio. Outro grupo de professores seguiu pela Rua do Catete, na Zona Sul, para se juntar à manifestação na Cinelândia. Um homem foi visto furando pneus de carros do Batalhão de Choque da PM.
Após o protesto da noite de segunda-feira (30) que terminou em cenas de violência, o policiamento nas proximidades da Câmara Municipal amanheceu reforçado nesta terça. Cerca de 700 policiais militares estão no local.
Entenda o caso
Os professores afirmam que a greve só chegará ao fim com a elaboração de um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração para a categoria. No dia 17 de setembro, a prefeitura enviou à Câmara dos Vereadores, em caráter de urgência, um plano, que foi duramente criticado pelo sindicato. Segundo o sindicato da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram insuficientes e ainda não há uma abertura clara para negociação.
Já o prefeito Eduardo Paes afirma, no entanto, que o Plano de Cargos e Salários "é o melhor para a população". “A gente não pode viver sob ameaça. Estamos fazendo o que é melhor para a população, para prefeitura e pela categoria. O plano está lá na Câmara para ser votado. Tivemos diversos encontros e temos três acordos assinados”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário