Walter Alves/Gazeta do Povo
A atenção individual para cada criança influenciou Cibele Cruz na escolha de onde deixaria o filho PedroOs seis passos para achar o berçário ideal.
Hora certa
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Que aspectos você leva em consideração para decidir onde deixar o seu filho?
Não existe uma regra que determine quando os pais devem iniciar a busca por um berçário. Entretanto, a pedagoga Andrea Mara Bella Cruz lembra que, quando o bebê vai para a escola, ele deixa de ser amamentado pela mãe ou ela terá de ir até lá algumas vezes por dia para alimentá-lo. Os dois casos implicam uma mudança de rotina e requerem um tempo de adaptação. “Em média, indicamos que o bebê vá para a escola pelo menos uns 15 ou 20 dias antes de acabar a licença-maternidade. Assim, a mãe acompanha de forma gradativa a adaptação do filho ao novo ambiente”, afirma Andrea, que é diretora da Escola Infantil Ursinho Pimpão.
Estrutura
Um ambiente extremamente limpo, arejado e com boa iluminação é importante para qualquer criança, mas para os bebês – que estão com o sistema imunológico em formação – é fundamental. Portanto, é preciso prestar atenção se há boa ventilação e se o piso é claro e sem carpete. O ideal é que o chão seja emborrachado e antialérgico para que o bebê possa engatinhar. O local deve ter berços individuais e salas amplas e com pouca mobília. As janelas precisam ter rede de proteção para prevenir quedas. A pedagoga Fabiana Oliveira Leal, diretora do Centro de Educação Infantil Ponto a Ponto, lembra que é bom estar atento ao fraldário, que deve estar próximo, mas não junto da sala onde ficam as crianças. Ele precisa estar separado por uma parede e ter pia. O banho deve ser dado em casa pelos pais, que precisam manter esse contato físico com os filhos.”
Sem nada a esconder
Berçário que não permite a entrada dos pais possivelmente tem algo a esconder. Portanto, cheque se é permitida a entrada dos pais durante a fase de adaptação e em qualquer outro momento. “Ir lá, vez ou outra, para ver meu filho me deixou mais segura. Eu olhava como estava o ambiente, se ele estava feliz com a professora”, conta a mãe de Pedro, de 1 ano, a professora Cibele Cruz. A especialista em Desenvolvimento Humano Jocian Machado Ribeiro adverte que deixar pai e mãe entrar na escola à vontade, na hora que quiser, também pode atrapalhar a rotina dos bebês e deixá-los mal acostumados. “Eles precisam entender que vão passar um tempo na escolinha, sem a família. As visitas devem ocorrer apenas esporadicamente.”
Formação
Cada sala do berçário deve ter pelo menos um profissional formado em Pedagogia. Os outros, de acordo com os especialistas, não precisam ser formados, mas podem estar cursando ou ter feito Magistério. Para a pedagoga Andrea Mara Bella Cruz, os pais não devem ter receio de perguntar a formação de quem vai cuidar do seu filho. Isso, aliado à experiência do profissional, é indispensável para que a família saiba se o berçário tem qualidade. Além da formação, vale verificar a quantidade de professoras por criança. O ideal é ter um cuidador para cada dois bebês, embora a proporção seja de um para três na maioria das escolas.
Lactário
Atenção redobrada para o local onde a comida é preparada. A escola precisa ter um lactário – só para fazer mamadeira e preparar frutas e papinha – separado da cozinha. A dica é observar as condições de higiene e ver se os funcionários estão paramentados. O berçário também deve ter uma nutricionista que coordene as trocas de alimentos que os bebês fazem, como a mudança do líquido para o sólido. “A comida não é igual para todos, pois as recomendações dos pediatras variam. É bom perguntar se o berçário tem funcionário e disposição para atender à individualidade de cada bebê”, explica a pedagoga Fabiana Oliveira Leal. Essa atenção voltada a cada criança foi decisiva para a professora Cibele Cruz. O filho Pedro, que hoje tem 1 ano, entrou no berçário com 4 meses. Como ele nasceu prematuro, precisava de alguns cuidados especiais, como com a alimentação.
Estímulo
O berçário também deve ser um ambiente que estimule o convívio com outras crianças e as capacidades motoras e cognitivas. É importante verificar se a escola conta com brinquedos pedagógicos, barra para aprender a andar e livros grandes, coloridos e emborrachados. Segundo regulamentação da prefeitura de Curitiba, os bebês podem ficar em uma mesma sala até terem um ano e meio. Porém, a especialista em Desenvolvimento Humano e professora da Universidade Tuiuti Jocian Machado Ribeiro acredita que eles se desenvolvem melhor se conviverem com bebês que estão na mesma fase. “Nos seis primeiros meses, a criança tem mais risco de ter infecção. É bom que fique longe dos maiores, que se movimentam e colocam coisas na boca.”
Pais devem ficar atentos ao comportamento
Mesmo depois de escolher o berçário, muitos pais ainda se preocupam e ficam ansiosos para saber se acertaram na decisão. Os principais medos costumam estar ligados ao cumprimento do que foi prometido pela escola e ao comunicado verdadeiro da professora sobre como o bebê se comportou durante o dia. Uma maneira de obter a resposta é observar o comportamento da criança quando ela chega e quando sai da escola.
“Na hora de entregá-la às mãos da professora, tem dever se ela vai feliz, se chora e se agarra no colo dos pais. O mesmo vale para a saída. Se ela estiver muito ansiosa e ficar extremamente contente ao ver a família, pode ser indício de que algo está errado, que não ficou bem durante o dia”, diz a professora de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Maria Elizabeth Haro.
Porém, esses sinais podem confundir no começo. Os bebês levam pelo menos 15 dias para perceber que têm uma nova rotina. Nesse tempo é possível, portanto, eles chorem mais do que o normal.
Maria sugere que pai e mãe também fiquem atentos à postura da professora em uma situação de choro excessivo na hora de entrar no berçário. O ideal é que ela seja carinhosa e demonstre paciência e tato para tirá-la do colo da família.
Opção por babá também deve ser cogitada
Quando precisam voltar ao trabalho, nem todas as mães optam pelo berçário. Algumas decidem deixar a criança em casa, com uma babá. Nos dois casos existem vantagens e desvantagens e é preciso contrapô-las para ver o que se adapta melhor à família. De acordo com a psicóloga e diretora do projeto Criança em Foco, Fernanda Roche, os pais devem pensar em contratar uma babá em duas situações: quando a criança nasce prematura ou quando a mãe teve depressão pós-parto.
Nos dois casos, o bebê ficou mais tempo recebendo cuidados de outras pessoas e, por isso, com quatro meses ainda precisa estabelecer um vínculo com a mãe. “Uma das funções da babá é fortalecer essa ligação porque cuida no mesmo local que a mãe e trata da criança em casa, não dividindo atenção com mais de um bebê”, diz Fernanda.
Em outras situações, a família pode escolher entre deixar o filho com um profissional que dê atenção só para ele ou permitir que a criança conviva com outras e aprenda desde cedo a dividir brinquedos e atenção.
Preço
Os gastos são semelhantes. A mensalidade de um berçário varia entre R$ 800 e R$ 1,4 mil e o salário de uma babá fica em torno de R$ 1 mil.
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