Universidades de Jordânia e Tóquio seguem no pódio; Harvard está em 12º lugar
23 de
fevereiro de 2012 | 10h 54
Agência
Fapesp
A USP é a universidade que
mais forma doutores mundialmente. A constatação é do Ranking
Acadêmico de Universidades do Mundo (ARWU, na sigla em inglês),
elaborado pelo Centro de Universidades de Classe Mundial (CWCU) e pelo
Instituto de Educação Superior da Universidade Jiao Tong, em Xangai, na China,
que aponta a universidade paulista como a primeira colocada em número de
doutorados defendidos entre 682 instituições globais.
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Em segundo e terceiro lugares estão
a Universidade da Jordânia e a Universidade de Tóquio, respectivamente. Harvard
aparece em 12º lugar.
A segunda brasileira no ranking é a
Unicamp, que aparece em 38º lugar. A Unesp vem em 55º.
O ranking também indica a USP como
a terceira colocada em verba anual para pesquisa, entre 637 universidades, além
de a quinta em número de artigos científicos publicados, entre 1.181
instituições em todo o mundo, e a 21ª em porcentagem de professores com doutorado
em um universo de 286 universidades.
Na avaliação de Vahan Agopyan,
pró-reitor de Pós-Graduação da USP e membro do Conselho Superior da Fapesp, a
liderança mundial na formação de doutores, apontada pelo levantamento global,
deve-se à tradição da pós-graduação da USP no Brasil.
Em 1965, quando foram definidas as
novas diretrizes da pós-graduação no país, baseadas no trabalho de Newton
Sucupira (1920-2007) – responsável pela criação do Conselho Federal de
Educação, atualmente Conselho Nacional de Educação – a USP já possuía um número
muito expressivo de docentes com doutorado, e se destacou como a universidade
que viria a suprir a demanda do país por mestres e doutores.
“Nas décadas de 1970 e 1980,
praticamente metade dos doutorados no Brasil eram realizados na USP, e hoje
mais de 20% dos pós-graduandos no país também obtém o título de doutor aqui.
Isso permitiu que a universidade se tornasse um grande centro mundial de
pós-graduação, agora confirmado por esse ranking internacional”, disse Agopyan
à Agência Fapesp .
Nos últimos dez anos tem diminuído
o número de mestrandos e de doutorandos na USP. Em 2011, pela primeira vez o
número de doutorandos na universidade, que celebrou em agosto a concessão de
100 mil títulos de pós-graduação, foi maior que o de mestrandos.
“É um reflexo do aumento no número
de programas de mestrado oferecidos em todo o país. Em função disso, os
pós-graduandos estão preferindo realizar mestrado em sua própria região e
procuram a USP para fazer doutorado ou alguma outra atividade mais especial”,
avaliou Agopyan.
Por outro lado, o número de
estudantes de pós-graduação da USP tem se mantido estável nos últimos anos.
Atualmente, a universidade conta com cerca de 23 mil alunos de pós-graduação
stricto-sensu e titulou 2.192 doutores e 3.376 mestres em 2011 – números que
oscilaram pouco nos últimos 15 anos.
“Nós já somos grandes e estamos
trabalhando no máximo da nossa capacidade há vários anos. Cada um dos nossos
docentes tem, em média, mais de cinco orientandos, que é um número
elevadíssimo”, afirmou Agopyan.
Segundo o pró-reitor, esse fenômeno
também é comum às principais universidades no mundo, como as norte-americanas,
europeias e chinesas listadas no ranking, cujo número de pós-graduandos também
está bastante estável e seus programas de pós-graduação operam no limite de
suas capacidades.
Um dos fatores atribuídos por
Agopyan para a USP continuar liderando a formação de doutores é a atuação da
universidade em todas as áreas do conhecimento, sendo que as universidades no
exterior normalmente têm algumas áreas de especialidade. “Somos uma instituição
pluridisciplinar”, destacou.
Na avaliação de Agopyan, o desafio
agora é ser não apenas a maior, mas a melhor em formação de doutores no mundo.
Para isso, a USP tem buscado padrões internacionais de qualidade, por meio da
promoção da mobilidade de seus docentes e alunos para outros países, da
avaliação e do apoio aos seus programas de pós-graduação. “Não queremos apenas
quantidade, mas sim qualidade”, afirmou.
A Fapesp desembolsou R$ 277,3
milhões em 2010 com Bolsas no país, dentro de seu Programa de Bolsas. Desse
total, por vínculo institucional do pesquisador responsável pelo projeto ou do
bolsista, a USP recebeu R$ 132,7 milhões (ou 47,87%). Em 2010, a Fapesp
concedeu 1.362 bolsas de doutorado e doutorado direto.
Destaques das universidades
paulistas. Além da USP, o ranking elaborado pela CWCU apontou a
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como a 38ª colocada em número de
doutorados defendidos, a 138ª em número de artigos publicados e a 62ª em
percentual de professores com doutorado.
Por sua vez, a Universidade
Estadual Paulista (Unesp) obteve a 55ª posição em doutorados concedidos, a 150ª
colocação em número de artigos publicados e o 31º lugar em percentual de
professores com título de doutor.
Um outro ranking divulgado em
janeiro, o Web of the World Universities, conhecido como Webometrics, que mede
a visibilidade das universidades nos principais mecanismos de busca da
internet, apontou
a USP como a 20ª colocada e a primeira da América Latina, seguida na região
pela Universidade Nacional Autônoma do México, a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e a Unesp. A Unicamp obteve a 9ª colocação entre as universidades
latino-americanas.
Outras universidades brasileiras
que figuram entre as dez mais bem colocadas no ranking latino-americano são a
Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal do Rio de
Janeiro, a Universidade de Brasília e a Universidade Federal do Paraná.
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