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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ensino em blocos tem futuro incerto no PR

Ensino

Segunda-feira, 27/02/2012

Educação

Ilustração: Gilberto Yamamoto/Gazeta do Povo
Ilustração: Gilberto Yamamoto/Gazeta do Povo /
Metodologia

Ensino em blocos tem futuro incerto no PR

Sem uma posição definitiva, secretaria dá autonomia para que escolas decidam se aderem ou abandonam o sistema de disciplinas semestrais.
Publicado em 14/02/2012 | Jônatas Dias Lima
O ensino em blocos, implantado em escolas da rede estadual de ensino em 2009, durante o go­­verno de Roberto Requião, permanece com futuro incerto diante de avaliações contrastantes dos colégios que o adotaram. Na dúvida entre promover ou encerrar o projeto, a postura da atual gestão da Secretaria Estadual de Educação (Seed) tem sido dar au­­tonomia para que cada escola decida como quer trabalhar.
O maior diferencial do método está em dividir as disciplinas em dois blocos. Em um dos semestres, os alunos aprendem Biologia, Educação Física, Filosofia, História, Língua Estrangeira e Português. No outro, Artes, Física, Geografia, Matemática, Sociologia e Química.
Análise
Método traz benefícios e prejuízos claros
Para a professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Ermelina Tomacheski, a divisão de opiniões sobre o ensino em blocos é normal, porque o modelo traz benefícios e prejuízos bastante claros.
Disciplinas com menor número de aulas, como Ciências, História ou Filosofia, tendem a se beneficiar, já que os professores passam a manter um contato mais frequente com os alunos do que no modelo anual, no qual há uma ou duas aulas por semana.
No entanto, Ermelina destaca que o país ainda não atendeu bem à necessidade de se trabalhar de forma interdisciplinar. “O problema é nossa cultura disciplinar, como se as matérias fossem caixinhas das quais só se lembra no momento em que se trabalha com elas”, lamenta. Segundo a professora, essa característica afetaria diretamente a visão de alunos e professores que veem o ensino médio apenas como um preparatório para o vestibular.
A diminuição da evasão escolar entre os adolescentes foi apontada como o principal objetivo para a adoção do sistema. Na época do lançamento, estudos da Seed mostraram que, só no primeiro ano do ensino médio, 13,7% dos alunos abandonavam as salas de aula. Com as disciplinas mais concentradas, o aluno que reprovasse por faltas, por exemplo, não perderia um ano inteiro de estudos. Poderia repor as matérias em que reprovou no contraturno do semestre seguinte, paralelamente às disciplinas do outro bloco.
No primeiro ano de testes, 103 colégios em todo o Paraná experimentaram o ensino em blocos. Em 2011, o número cresceu para 436, mas o modelo está longe de ser uma unanimidade. No ano passado, a Seed fez uma consulta pública a todas as escolas que trabalhavam com o sistema e 40 delas pediram para re­­tornar ao modelo tradicional.
Segundo a coordenadora de Ensino Médio no Departamento de Educação Básica da Seed, Meryna Juliano Rosa, a disparidade das respostas exigirá mais tempo de análise do método. “Tivemos retornos de todo tipo. Algumas escolas quiseram manter o ensino em blocos só no período noturno, outras chegaram a aumentar o número de turmas”, diz. Dados atualizados referentes ao ano letivo de 2011 devem ser divulgados no próximo mês. Depois disso uma nova rodada de análises deve ajudar a identificar se o modelo tem atingido o objetivo ou não.
Enquanto isso, a secretaria tem aceitado tanto os pedidos de desistência dos colégios que o adotaram, como as solicitações de mudança do método tradicional para o sistema em blocos. “Cada escola precisa nos dizer se o modelo é adequado para a sua realidade ou não”, considera Meryna.
Divergências
Uma das escolas que adotaram e abandonaram o sistema é o Colégio Estadual do Paraná, o maior do estado. No início de 2011, a direção alegou a insatisfação dos alunos como principal mo­­tivo e solicitou o retorno ao modelo tradicional. As turmas que mais fizeram pressão contra o modelo de ensino foram as do terceiro ano do ensino médio, preocupadas principalmente com a preparação para o vestibular.
Já no Colégio Estadual José Guimarães, localizado no bairro Hauer, em Curitiba, com cerca de 900 estudantes, foi justamente a satisfação da comunidade local que estimulou a direção a manter o sistema, em funcionamento desde 2010. “O aproveitamento au­­mentou, as famílias gostaram e os professores têm mais contato com os alunos”, diz a diretora auxiliar, Denise Bathke Gonçalves.

2 comentários:

Mayy disse...

O ensino em bloco trouxe melhorias para muitos como no em tanto prejudicou muitos outros. No caso dos terceiros anos, que precisam de um ensino mais qualificado por estarem terminando o ensino médio e alguns dos alunos vão fazer algum Vestibular, Enem ou coisa do gênero, acaba tendo que estudar sozinho tudo àquilo que já viu, ou até mesmo algumas matérias pelo fato de ficar um período sem ver aquela determinada matéria, muitos esquecem o que viu no semestre anterior.
No caso da melhoria, facilitou a vida de muitos também por ser metade das matérias que seriam vista no decorrer do ano letivo. Sendo só metade não é preciso esquentar a cabeça com as outras que ficam para o próximo semestre.
Implantaram esse sistema nas escolas para influenciar os alunos a não pararem de estudar, e muitos que estão fora da escola voltar, eles podem pensar que é mais fácil pela razão de serem apenas seis matérias por bloco. E se por algum acaso chegarem a reprovar não vai ser o ano todo que estudarão aquela série novamente e sim apenas o bloco que reprovou.
O ensino em bloco pode sim dar certo nas escolas do Paraná basta querer, e fazer acontecer.
Minha Opinião: É que os alunos ou até mesmo os pais dos alunos, possam escolher por qual bloco querem começar, Exatas ou Humanas. Bom, pelo menos foi isso que falaram para os pais e até para os alunos mesmo que eles poderiam escolhes por qual bloco iriam querer começar. E não foi bem isso que acabou acontecendo.

Prof. Anderson Ferreira disse...

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