A Inesperada Volta às
Aulas
E o dia tão
esperado até que enfim estava chegando. O dia de começar as aulas. Eu, toda
animada, num sábado:
- Ai mãe! Não
vejo a hora!!
Minha mãe
meio desanimada e quieta. No fundo eu sabia que tinha algo que ela não queria falar.
Mas eu não estava nem aí, pois iria voltar à Escola, ia ver as amigas, os
amigos, contar às fofocas, falar sobre “os boy”.
Chegou
Domingo, arrumei a bolsa e tudo, toda feliz da vida. Nisso, minha mãe chega no
quarto com uma cara de desânimo:
- Mãe, o que
aconteceu? Porque a Senhora está desanimada?
- Filha, nem
sei como falar!
- Fala mãe!!
- Você não
vai mais estudar no Rosa.
- Entrei em
choque. Como assim? Não vou mais estudar?
- Não filha,
você vai sim, só que em outra Escola, lá no Ambrósio Bini, é um ótimo Colégio,
você vai gostar e fazer novas amizades e terá novos professores, você vai ver.
- Não mãe!!!
Eu não vou se não for no Rosa. Eu não quero! Não conheço este Colégio, nunca
ouvi este nome, é longe, não vou mesmo.
Chorei,
chorei muito, não queria ir de jeito nenhum. Não sabia onde ficava, não
conhecia ninguém, fiquei desesperada, não queria nem ir para a Escola. Com os
olhos muito inchados e mal. “claro que um pouco era manha rsrs”. Mas enfim na
Segunda pela manhã fui para o tal Colégio Ambrósio Bini. Sozinha, no canto da
sala, lá no fundo, sem conhecer ninguém, assustada e sem saber o que fazer e
para piorar na minha frente só piás, do meu lado também, só piás.
No recreio
então, nem se fala! Olhava e parecia que eu estava num outro mundo, me sentia
perdida, estava acostumada com a outra Escola, eram pessoas quase do meu
tamanho, ou menores, no horário que eu estudava eram só 6º, 7º e 8º anos.
Cheguei em
casa e falei para minha mãe que não ia mais. Ela com muita paciência me
convenceu e eu continuei.
Lembro que as
primeiras amigas que tive foram a Duda e a Dri, me viram num canto sozinha e
foram conversar comigo. Depois disso só foi mais e mais amigas. Hoje em dia não
vivo sem elas, mas também nunca vou esquecer das minhas outras amigas, vivo falando
com elas e relembrando os velhos momentos que zoava muito, era uma “saci”,
virava aquela escola de cabeça para baixo. A Pedagoga quase ficou louca, mas eu
sempre obedecia, ela era “muito de boa!”
Mas aqui eles
são... digamos assim, um pouco mais rígidos, já quase fui expulsa, mas as
meninas me ajudam bastante. Apesar de estar com receio de reprovar, acredito
que tudo vai dar certo e eu passar de ano. Acredito que estou amadurecendo e
mais consciente da importância que a Escola tem para minha Vida.
Fátima 9C Col. Est. Ambrósio Bini
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