Janela ao Sol
Janela ao
sol. Estico o pescoço com dificuldades e olho para fora.
Pessoas apressadas,
buzinas, olhares fugidos.
Ouço vozes,
muitas, desconexas, sem fim nem começo. Sinto
cheiros estranhos, não há nada
mais o que se provar. Não há mais
gostos, apenas releituras bizarras, fedor.
Os toques
são sempre involuntários. Esbarros. Ninguém teve a
intenção. O emaranhado das
relações parece mais novelos de lã
embaraçados. Ninguém sabe onde tudo começa.
Estou
cansado, minha vista dói. Não suporto mais essa confusão.
Encolho o
pescoço, fecho a janela, olho para o quarto. O espelho
no fundo revela-me,
descubro, então, que eu estava dentro de mim.
Lucas E. de Paula nº 21 9b
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