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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

segunda-feira, 13 de março de 2017

Crônicas em sala de aula


Janela ao Sol

Janela ao sol. Estico o pescoço com dificuldades e olho para fora. 

Pessoas apressadas, buzinas, olhares fugidos.

Ouço vozes, muitas, desconexas, sem fim nem começo. Sinto 

cheiros estranhos, não há nada mais o que se provar. Não há mais 

gostos, apenas releituras bizarras, fedor.

Os toques são sempre involuntários. Esbarros. Ninguém teve a 

intenção. O emaranhado das relações parece mais novelos de lã 

embaraçados. Ninguém sabe onde tudo começa.

Estou cansado, minha vista dói. Não suporto mais essa confusão.

Encolho o pescoço, fecho a janela, olho para o quarto. O espelho 

no fundo revela-me, descubro, então, que eu estava dentro de mim.


Lucas E. de Paula nº 21 9b

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