Ponte para a educação
Inspiradas em exemplo português, escolas brasileiras eliminam divisão por séries e estimulam a autonomia dos alunos. Na cidade de São Paulo, duas escolas da rede municipal de ensino adotaram a proposta e vêm colhendo bons resultados
Juliana Duarte
A escola Projeto Âncora, de Cotia, busca aproximar os conteúdos diários aos interesses dos alunos |
A criança entra na escola, encontra os colegas e parte para a primeira atividade: montar o planejamento do dia, que contém o que ela irá fazer e em quais horários. Depois de estabelecer seu próprio roteiro, segue para as tarefas. Além de pesquisas e estudos sobre temas variados, ainda participa de aulas de circo, culinária, jardinagem e línguas. Quando está na hora de ir embora, os pequenos fazem uma autoavaliação onde anotam tudo aquilo que aprenderam. É assim, com autonomia e liberdade, que as aulas acontecem na Escola Projeto Âncora, localizada em Cotia (SP). A instituição começou a funcionar em janeiro de 2012 e buscou inspiração no modelo pedagógico implantado na Escola da Ponte, pertencente à rede pública e localizada a 30 quilômetros da cidade do Porto, em Portugal.
Há 37 anos, a escola lusitana deixou as barreiras físicas de lado e, com uma proposta ousada, mostrou que não há limites para o aprendizado. A Ponte não segue um sistema baseado em seriação, ciclos e aulas expositivas. Pelo contrário, os jovens desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais, com a mediação de seus tutores. As salas de aula deixaram de existir e deram lugar a espaços amplos, nos quais as crianças se reúnem para trocar experiências. 'Passamos a ter uma cultura solidária e não mais solitária como era antigamente', afirma o educador português José Pacheco, que criou o projeto e ofereceu consultoria à escola brasileira para o desenvolvimento de sua proposta pedagógica.
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