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segunda-feira, 11 de março de 2013

De volta à sala de aula, 11 anos depois


Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo / Os 700 estudantes acompanham as aulas em um espaço emprestado por outra escolaOs 700 estudantes acompanham as aulas em um espaço emprestado por outra escola
EDUCAÇÃO

De volta à sala de aula, 11 anos depois

Obra em Almirante Tamandaré para reabrir Colégio Ambrósio Bini, tomado por rachaduras, deve ser feita ainda neste ano.
Depois de 11 anos interditado por problemas estruturais, o prédio do Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré, será reformado e deve voltar a funcionar em 2014. Com previsão de investimento de cerca de R$ 2,1 milhões, o processo foi encaminhado na última semana à Comissão de Licitação de Obras da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Em dois meses deve ser divulgado o edital para a concorrência pública.
Se a reforma do prédio interditado for finalizada neste ano, como planeja a Seed, no próximo ano letivo os estudantes serão transferidos para uma sede que nunca viram funcionando e que hoje está tomada por sinais de abandono. Não há portões e, depois que o prédio passou a ser depredado, em 2008, não há nada além das paredes e escadas.
Mobilização
Comunidade escolar age enquanto ajuda não vem
Atualmente, o Colégio Estadual Ambrósio Bini funciona em uma estrutura de madeira construí­­da em um espaço emprestado por outra escola. Em janeiro deste ano, pais, professores e alunos se uniram para construir uma nova sala dos professores, depois que a primeira deu lugar a uma sala de aula. “Juntamos recursos com rifas e doações e a reforma foi feita pela comunidade mesmo”, conta Lindomar de Oliveira, professor de Língua Portuguesa.
Outro professor que ajudou na reforma é Anderson Luiz Fer­­rei­­ra­­ da Silva, professor há 18 anos e ex-aluno do colégio. Ele já publicou no YouTube vários vídeos a respeito das condições pre­­cárias do Ambrósio Bini e ou­­tro mostrando os passos da cons­­trução da nova sala. “Era uma escola­­ cheia de vida, um ícone para a cidade. Olhar para ela abandonada dá vontade de chorar. Gostaria que a reforma fosse rápida, pois aqui cabem mais alunos e as salas são mais espaçosas”, conta.
Vizinha do prédio que deve­­ ser reformado, a comerciante­­ e professora aposentada de História e Geografia Noeli Bu­­sato Bini se lembra do início da mobilização pela interdição do colégio, reforçada pelos pais que se preocupavam com a segurança das crianças. “Dá uma dor no coração ver o abandono de um colégio como esse”, diz.
Até mesmo o teto foi parcialmente destruído. As rachaduras, principal sinal de que a interdição seria necessária, continuam lá e aumentaram com os anos, assim como o afundamento do piso de algumas salas.
Apesar das más condições, depois de estudos do solo, o local foi considerado seguro para a reocupação, segundo o superintendente de Desenvolvimento Educacional (Sude) do Paraná, Jaime Sunyé Neto. Em 2002, a preocupação era com o risco de maiores afundamentos de terra ocasionados pelo aquífero Karst, que é uma fonte de abastecimento de água e ocupa parte da área do município.
“Houve estudos anteriores, mas, por alguma razão, eles não foram levados adiante. Agora retomamos e descobrimos que é possível recuperar a escola, fazendo um reforço da fundação, que implica em mergulhar estacas a mais de 17 metros, onde há rocha”, diz.
Desde que o colégio foi fechado, em 2002, os 2 mil alunos do ensino fundamental e médio foram reduzidos a 700 e os que sobraram têm enfrentado a falta de estrutura adequada para os estudos. As salas de aula já foram improvisadas em um barracão e em um salão de igreja e os estudantes estão até hoje em estruturas provisórias, sem quadra de esportes, biblioteca, refeitório e laboratório de 

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