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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Como grandes empresas iluminam a vida de quem mais precisa


COMUNIDADE

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Marcelo Andrade/Gazeta do Povo / Da roda de capoeira, projeto da Volvo, participam 400 alunos de escolas públicasDa roda de capoeira, projeto da Volvo, participam 400 alunos de escolas públicas
CIDADANIA

Como grandes empresas iluminam a vida de quem mais precisa

Com sede em Curitiba, Volvo e ALL realizam sonhos de pessoas de comunidades de baixa renda ao oferecer cultura e educação.
Talvez os jovens da Vila São José, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), nunca tenham imaginado que uma empresa criada há 85 anos na fria cidade sueca de Gotemburgo pudesse transformar suas vidas com o ensino de uma arte-marcial afro-brasileira. Mas isso vem ocorrendo há seis anos com o projeto Capoeira e Cidadania, do grupo Volvo, um dos exemplos de projetos sociais de multinacionais com sedes na região da capital paranaense.
Volkswagen
Empresa alemã cria projeto de leitura em São José dos Pinhais
Além da Volvo e da ALL, outros grandes conglomerados internacionais instalados na região de Curitiba também mantêm projetos para ajudar a desenvolver as comunidades que vivem em seus entornos, seja por meio de ações para capacitação de renda ou educacionais.
A alemã Volkswagen é um desses exemplos. Instalada em São José dos Pinhais, a empresa criou neste ano um projeto de incentivo à leitura. Batizado de Entre na Roda, a ação distribuiu baús com 100 livros cada a 120 educadores e professores de escolas da região.
Além disso, a multinacional premia, com dinheiro e um curso de gestão, projetos sociais indicados por funcionários. Neste ano, o Pequeno Cotolengo, instituição de Campo Magro que atende pessoas com deficiências múltiplas abandonadas pela família, foi uma das vencedoras. (RM)
Gata de Trapo
Após oficina, bancária abre ateliê e página virtual
Afastada de um banco por motivos de saúde, a ex-bancária Luciana Capato Rossa, 29 anos, decidiu fazer as oficinas de costura e patchwork da Volvo para relaxar. “Mas logo depois, percebi que dava para usar aqueles conhecimentos como minha fonte de renda”, afirma. Após quatro meses de oficinas, Luciana comprou uma máquina de costura doméstica e passou a vender itens de patchwork. Para isso, abriu um ateliê em Campo Largo e uma página no Facebook, a “Gata de Trapo”. “Nesta semana, recebi um pedido de um enxoval”, comemora Luciana.
O Valdinei Ribeiro da Silva, por exemplo. Ele nem sequer tinha um sonho. “Na comunidade, as pessoas não costumam planejar o futuro”, diz o estudante de 22 anos. Há sete anos, quando ainda cursava o ensino médio, soube do projeto de capoeira da Volvo. “Nas aulas, conheci pessoas de comunidades como a minha que entraram na universidade. Isso foi um estímulo”, conta o jovem.
Nas aulas ao som do berimbau, Silva teve o empurrão que faltava para iniciar a graduação em educação física. Sem dinheiro para pagar as mensalidades, porém, ele fez bicos em uma serralheria e como servente de pedreiro, até ser contratado como monitor do projeto. Hoje, está no penúltimo semestre do curso.
Sonho
História parecida tem Aline Fernandes Gomes, 22. “Entrei na Volvo como menor aprendiz na área de mecânica, mas tomei gosto pelo projeto e fui atrás do sonho de fazer educação física”, conta a moradora do CIC. O bairro acusa a pior renda mensal entre os chefes de família de Curitiba segundo projeção da UTFPR com base em dados do IBGE e Ippuc – R$ 1.291.
O projeto de capoeira da Volvo atende atualmente mais de 400 jovens de seis escolas públicas de Curitiba. Mas ele não é o único. Além da arte-marcial, a fábrica automobilística mantém diversas oficinas, como a de costura, artesanato, teatro e violino. No total, mais de 3 mil pessoas são atendidas por essas ações todo ano. “Exigimos presença na escola e boas notas para que eles tenham futuro”, diz Solange Fusco, gerente de comunicação da Volvo.
Vagões
A multinacional brasileira ALL, que tem sede no bairro curitibano Cajuru, também observou a necessidade de estreitar laços com a comunidade paranaense. Em 2008, depois de campanhas voltadas para a segurança, como a que alerta para os perigos do “surf” ferroviário, a empresa criou o Instituto ALL de Cultura e Educação – que neste ano já atendeu mais de 6 mil pessoas em Curitiba.
“Temos projetos realizados em vagões itinerantes voltados à educação ambiental, que privilegiam aspectos da cultura local e passa por cidades do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso”, explica Patrícia Cobra, coordenadora do instituto.

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