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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI irá renunciar ao cargo em 28 de fevereiro


Reuters/Alessandro Bianchi / Foto de 9 de fevereiro mostra o papa deixando uma missa na Basílica de São PedroFoto de 9 de fevereiro mostra o papa deixando uma missa na Basílica de São Pedro
RELIGIÃO

Papa Bento XVI irá renunciar ao cargo em 28 de fevereiro

O pontífice afirmou que não tem mais as forças necessárias para realizar os deveres de seu ofício
O papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao dizer, nesta segunda-feira (11), que irá renunciar como líder da Igreja Católica em 28 de fevereiro por não ter mais as forças necessárias para realizar os deveres de seu ofício, tornando-se o primeiro pontífice desde a Idade Média a tomar decisão deste tipo.
O papa, alemão de 85 anos, visto como um herói por católicos conservadores e com suspeição por liberais, disse que havia percebido que sua força havia se deteriorado nos últimos meses.
Direito Canônico prevê renúncia do papa sempre que for por livre vontade
Efe
A renúncia de um papa está prevista no Código de Direito Canônico, que estabelece que para que seja válida é necessário que seja livre e especifica que não precisa ser aceita por ninguém.
"Se o Romano pontífice renunciar a seu ofício, requer-se para a validade que a renúncia seja livre e se manifeste formalmente, mas que não seja aceita por ninguém", estabelece o cânone 332,2 do Código de Direito Canônico, único elemento válido para julgar o tema.

  • Um porta-voz do Vaticano disse que o papa não havia renunciado por "dificuldades no papado" e que a decisão havia sido uma surpresa, indicando que mesmo os auxiliares mais próximos não sabiam que ele estava para deixar o cargo. O papa não teme uma cisão na igreja após sua renúncia, disse o porta-voz.
O papado de Bento XVI foi marcado por uma crise a respeito de abuso sexual de crianças que abalou a igreja, por um discurso que desagradou muçulmanos e por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados através de seu mordomo pessoal.
Em um comunicado, o papa disse que para governar "tanto a força da mente quanto do corpo é necessária, força que nos últimos meses tem se deteriorado em mim ao ponto de ter que reconhecer a minha incapacidade de realizar adequadamente o ministério que foi confiado a mim."
"Por esta razão e consciente da seriedade deste ato, em completa liberdade, eu declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro", disse o papa, de acordo com um comunicado do Vaticano.
Nos últimos meses, o papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar.
O porta-voz do Vaticano disse que o pontífice irá renunciar às 16 horas (horário de Brasília) do dia 28 de fevereiro, deixando o posto vazio até que um sucessor seja escolhido.
Bento XVI foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história. Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso que João Paulo II quando foi eleito.
O papa era aguardado no Rio de Janeiro em julho deste ano, na Jornada Mundial da Juventude, que vai reunir milhões de jovens católicos do mundo inteiro.
Sé Vacante começará no dia 28 de fevereiro
A partir do dia 28 de fevereiro, quando o papa renunciará ao cargo, terá início a Sé Vacante, ou seja, o tempo que transcorre de quando um papa morre ou renuncia até que o sucessor seja eleito.
Durante esse período, Bento XVI continuará morando no Vaticano e não participará do processo de escolha de seu sucessor.
Após a escolha, o atual papa se mudará para uma casa de verão em Castel Gandolfo, na região de Lácio, província romana, e depois viverá em um convento.
A Sé Vacante começará às 20 horas no horário de Roma (17 horas de Brasília), segundo anunciou o próprio pontífice em sua carta de renúncia.
Conclave
O processo de votação do papa é chamado de conclave e ocorre a portas fechadas, quando cardeais de diversas nacionalidades decidem a portas fechados quem será o próximo pontífice.
Primeiro se distribuem as fichas para os cardeais. São escolhidos três escrutinadores.
A ficha de votação será retangular e terá escrito em sua parte superior as palavras "EligooIn Summum Pontificem". A parte inferior ficará em branco para que se preencha o nome do futuro papa.
O preenchimento das fichas deve ser feito secretamente por cada um dos cardeais eleitores, que deverá utilizar uma grafia que impeça o reconhecimento.
Após o voto, as fichas são depositadas nas respectivas urnas, misturadas e contadas.
Se porventura o número das fichas não corresponder ao número de eleitores, é preciso queimá-las todas e realizar uma segunda votação. Se o número de fichas bater com o total de eleitores, inicia-se a apuração dos votos.
Os votos são lidos e conferidos por três escrutinadores, que leem o voto em voz alta para todos os presentes.
Após a apuração desses votos, os escrutinadores dão início à soma dos votos obtidos pelos diversos nomes, anotando o resultado numa folha separada.
Em seguida, os escrutinadores fazem a soma de todos os votos que cada um obteve. Se ninguém obtiver dois terços dos votos, não haverá papa eleito e iniciará nova eleição. Haverá papa se algum dos nomes escolhidos contar com dois terços dos votos.
Em qualquer uma das situações, os revisores deverão verificar as fichas e anotações dos escrutinadores. Antes dos cardeais eleitores abandonares a Capela Sistina, todas as fichas serão queimadas pelos escrutinadores.
Após cada votação, é anunciado o resultado por meio da emissão de fumaça pela chaminé da Capele Sistina. A fumaça escura significa que ainda não foi escolhido o novo papa. A fumaça clara, que a escolha já foi feita.

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