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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vivendo às turras


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COMPORTAMENTO

Vivendo às turras

Irmãos que não se dão bem são uma realidade mais comum do que se imagina e, segundo especialistas, a reconciliação depende de mediação familiar, respeito, flexibilidade e força de vontade de ambas as partes.
A história não cansa de mostrar que a relação entre irmãos nem sempre é um conto de fadas. O próprio mito da fundação de Roma, na Itália, tem como protagonistas os irmãos gêmeos Rômulo e Remo e sua relação conturbada, que termina com a morte de Remo e com Rômulo como o primeiro rei da futura capital italiana.
O caso pode parecer um extremo bem distante da realidade, mas relações difíceis entre irmãos são mais comuns do que se imagina. “O primeiro laboratório social de convivência de toda pessoa acontece no círculo familiar. E as brigas são inevitáveis, pois viver em família requer repartir espaços, gastar tempo juntos, aprender a lidar com problemas, tolerar, entre outros aspectos”, explica a psicoterapeuta Eneida Ludgero.
Laços fortes
O psicólogo Carlos Esteves assegura que existem três classes gerais de comportamento na relação fraternal: competição, colaboração e compartilhamento. “Por isso, é fundamental que os pais ensinem seus filhos a colaborar com os irmãos desde pequenos. Esse é o fator chave que pode impedir que desentendimentos futuros escalem a um rompimento extremo”, enfatiza. Veja o que os pais podem fazer:
- Tente cultivar alguns interesses comuns entre eles.
- Instigue-os a fazer atividades juntos.
- Comemore boas notícias um do outro.
- Acostume-os a cuidar um do outro.
- Quando adultos, não patrocine as mágoas ao tentar evitar encontros. Deixe clara a opinião da família e aconselhe a reconciliação.
- Quando brigados, faça-os ver que não é necessário concordar com uma opinião para respeitá-la.
Serviço
Eneida Ludgero, psicoterapeuta, fone (41) 3336-1220.
Carlos Esteves, psicólogo, fone (41) 8858-7170 ewww.ntcrcuritiba.com.
De acordo com o psicólogo Carlos Esteves, os motivos para discussões são inúmeros e variam de acordo com a idade. “Porém, os desentendimentos tão comuns na infância geralmente tendem a dissipar-se na vida adulta”, ressalta Esteves. Para Eneida, o que determina a relação é o que a pessoa faz com os atritos. “Existem duas possibilidades gerais: tolerar, respeitar a opinião do outro e tornar-se mais flexível para compreender e reatar, ou então criar-se uma barreira.”
Superação
É o caso do estudante Marcos*, 29 anos, que não quis seguir a mesma profissão de seu pai e de seu irmão mais velho, de 34 anos, e, por isso, foi alvo de críticas. “Eles não compreenderam a minha decisão e tivemos uma série de discussões, que culminaram com brigas mais ferozes até por causa da herança de família. Isso tornou os momentos de bem-estar geral super-raros”, conta. Marcos confessa que sente falta da boa relação com o irmão, mas diz que a reconciliação é complexa demais para acontecer, já que seria necessário flexibilidade por parte do primogênito para fechar muitas feridas abertas.
Para a personal trainer Lara*, 28 anos, a reconciliação foi um caminho possível com suas irmãs de 23 anos e 35 anos. Segundo ela, a irmã mais nova não respeitava a família e tinha certas atitudes que faziam os pais sofrerem bastante. “Hoje, embora ainda não concorde com as atitudes dela, eu superei o problema. Nossa relação melhorou, mas ainda é normal ficarmos meses sem se falar, mesmo morando sob o mesmo teto”, relata. Com relação à irmã mais velha, cujo desentendimento girou principalmente em torno de ciúmes dos pais, o pivô da reaproximação foi a leucemia que a primogênita desenvolveu.

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