BOLSA DE VALORES
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai tocar o sino hoje na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em cerimônia que comemora os 15 anos desde o lançamento das suas ações no principal centro de negócios do mercado financeiro mundial. A empresa foi a sexta companhia brasileira – e a primeira do setor de energia elétrica do país – a ter ações negociadas em Wall Street.
Estatal paranaense foi a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a ter ações negociadas em Wall Street.
“O lançamento das ações foi um marco para a companhia porque abriu as portas para a empresa atrair o investidor internacional e recursos externos”, afirma Lindolfo Zimmer, presidente da empresa.
Datas e números
Veja abaixo algumas datas e números importantes na história da Copel na bolsa de Nova York.
1994
Abertura de capital na Bovespa
- Ações PNB: 6.088.600
- Valor: R$ 118.605.928,04
- Cotação: R$ 19,48
1997
IPO em Nova York
- Ações PNB/ELP: 25.855.843
- Valor (na época)US$ 465,4 milhões
- Cotação: US$ 18,00
2002
Latibex
- Ações PNB/XCOP passaram a ser cotadas no Latibex à 5,13 Euros (não houve IPO).
Fonte: Copel
O evento vai servir também para reforçar, para investidores, o potencial de crescimento da companhia para os próximos anos. “Até 2050, o Brasil terá 85% da sua energia gerada de maneira renovável e limpa. Ao mesmo tempo, o setor elétrico é visto como um dos setores que devem dar sustentação ao crescimento econômico do país, que é rico em recursos naturais e vive um bom momento, com o chamado bônus demográfico”, diz.
As ações da Copel começaram a ser negociadas em Wall Street no dia 30 de julho de 1997, com valor de US$ 18. Na data, a empresa paranaense efetuou uma emissão primária de ações preferenciais – Initial Public Offering (IPO) – em valor equivalente a US$ 465,4 milhões. O lançamento de ações na NYSE ocorreu três anos depois da estreia na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Em 2002 a Copel passou a negociada também na Latibex, de Madri.
Segundo a Copel, suas ações movimentam, a cada pregão, cerca de US$ 12 milhões. O valor é quase seis vezes maior que em 2003. O comportamento das ações da empresa, no entanto, oscilou bastante nesses 15 anos, refletindo os impactos das incertezas provocadas pelas crises da Ásia, em 1997, e da Rússia, em 1998. A estatal também sofreu o impacto da tentativa fracassada de privatização, em 2001, e da eleição de Roberto Requião para o governo em 2002, com a promessa de conceder desconto na tarifa de energia para pequenas empresas. Em outubro daquele ano, a cotação das ações da Copel na NYSE atingiu seu patamar mais baixo – US$ 1,84. Em 2011, porém, as ações da Copel bateram recorde e foram negociadas a US$ 29,41.
O Dia da Copel (“Copel Day”) incluirá o “Closing Bell”, cerimônia na qual o governador Beto Richa acionará o sino que fecha as negociações na sala de pregões. A programação inclui ainda encontro com bancos e fundos de investimentos americanos para apresentar programas na área de energia no estado. Apesar disso, Zimmer diz que a Copel não tem interesse, no momento, em captar recursos no exterior. “A questão é o risco cambial. Não queremos ficar expostos a essa oscilação. A empresa tem um baixo endividamento, que permite que ela consiga captar no mercado interno, com boas taxas de juros”, afirma.
O presidente da Copel também diz que a revisão tarifária estipulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabeleceu a redução de 0,65% em média no valor da tarifa, terá impacto pequeno nos resultados. “Estávamos trabalhando com 0,85% de redução. Teremos, é claro, um impacto, mas ele não será tão significativo. Estamos falando de R$ 20 milhões, R$ 30 milhões, para uma receita total de R$ 6 bilhões”, acrescenta. A empresa programa, para 2012, cerca de R$ 2,2 bilhões em investimentos.
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