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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Dilma: produção de etanol não desmata ou usa trabalho escravo

Antônio Cruz/ABr / Presidente Dilma Rousseff participa da solenidade de entrega do selo de qualidade para empresas do setor canavieiro Presidente Dilma Rousseff participa da solenidade de entrega do selo de qualidade para empresas do setor canavieiro Combustíveis

Dilma: produção de etanol não desmata ou usa trabalho escravo

Para presidente, acusações de outros países seriam fruto de práticas fraudulentas de competição e tentativas de diminuir a importância do etanol

Em solenidade de outorga do selo de boas práticas a 169 empresas de cana-de-açúcar, ocorrido nesta quinta-feira (14) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff voltou seu discurso para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e afirmou que são "infundadas" acusações de que a produção de etanol no Brasil provoca desmatamento da Amazônia e utiliza trabalho escravo.
A presidente disse que as acusações de outros países nesse sentido seriam fruto de "práticas fraudulentas de competição" e tentativas de "diminuir a importância do etanol". “Durante muito tempo o etanol brasileiro foi acusado de duas coisas: primeiro, de estar desmatando a Amazônia e, segundo, de utilizar práticas absolutamente incompatíveis com a civilização, o trabalho escravo. Nós sabíamos que esse processo decorria de práticas, eu diria assim, fraudulentas de competição. A forma de diminuir a importância do etanol como uma alternativa ao uso de combustíveis fósseis foi, justamente, colocar esses dois problemas: um social e um ambiental. Portanto, havia uma acusação socioambiental contra nós”, disse a presidente.
Dilma afirmou que o zoneamento agroecológico realizado no governo Lula foi uma maneira de "deixar claro que a primeira acusação (de que a produção de etanol desmatava a Amazônia) era infundada". “Mesmo quando a gente dizia que a produção de etanol no Brasil distava da Amazônia assim como Portugal distava de Moscou, naquela época havia, por parte de vários jornais da imprensa internacional, uma tentativa de não entender essa distância geográfica. Então, o zoneamento agroecológico, além de nos beneficiar porque definia áreas de produção, era um instrumento contrário a essa acusação”.
Em seguida, a presidente defendeu que a área que produz o combustível "é uma das áreas que têm das melhores práticas na relação com os processos de trabalho, com a jornada de trabalho, com a condição de respeito ao direito do trabalhador". “Nós estamos dando um passo, portanto, no sentido de cada vez mais mostrar que é possível sim - e esse é o tema da Rio+20 - produzir, respeitando o meio ambiente e a legislação social, produzir energia limpa. Além disso, fazendo um processo de inclusão social, no qual o direito dos trabalhadores assume um papel relevante e de destaque”, defendeu a presidente.
Dilma destacou as diferenças na composição da matriz energética brasileira, afirmando que o fato de ser mais renovável que a média internacional se deve, especialmente, em função do uso do etanol. “O Brasil hoje tem uma matriz energética das mais renováveis do mundo porque tem na sua composição o etanol. O mais difícil no que se refere à energia renovável é a substituição ou complementação ou criação de novas tecnologias na área da matriz de combustível. É ela que explica porque a maior parte do mundo tem uma matriz tão concentrada em fontes fósseis, a ponto das nossas diferenças serem de o Brasil ter 45% de fontes renováveis e a média internacional ser de 11%. É claro que a hidroeletricidade tem uma parte importante. Mas o uso do etanol é a diferença entre nós e os demais países no que se refere a uma matriz renovável. Nesse mês, que é o mês da Rio+20, é importante que nós estejamos aqui hoje celebrando este selo”, afirmou.

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