Dilma: produção de etanol não desmata ou usa trabalho escravo
Para presidente, acusações de outros países
seriam fruto de práticas fraudulentas de competição e tentativas de
diminuir a importância do etanol
Em solenidade de outorga do selo de boas práticas a 169 empresas de cana-de-açúcar, ocorrido nesta quinta-feira (14) no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff voltou seu discurso para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e afirmou que são "infundadas" acusações de que a produção de etanol no Brasil provoca desmatamento da Amazônia e utiliza trabalho escravo.
A presidente disse que as acusações de outros países nesse sentido seriam fruto de "práticas fraudulentas de competição" e tentativas de "diminuir a importância do etanol". “Durante muito tempo o etanol brasileiro foi acusado de duas coisas: primeiro, de estar desmatando a Amazônia e, segundo, de utilizar práticas absolutamente incompatíveis com a civilização, o trabalho escravo. Nós sabíamos que esse processo decorria de práticas, eu diria assim, fraudulentas de competição. A forma de diminuir a importância do etanol como uma alternativa ao uso de combustíveis fósseis foi, justamente, colocar esses dois problemas: um social e um ambiental. Portanto, havia uma acusação socioambiental contra nós”, disse a presidente.
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Em seguida, a presidente defendeu que a área que produz o combustível "é uma das áreas que têm das melhores práticas na relação com os processos de trabalho, com a jornada de trabalho, com a condição de respeito ao direito do trabalhador". “Nós estamos dando um passo, portanto, no sentido de cada vez mais mostrar que é possível sim - e esse é o tema da Rio+20 - produzir, respeitando o meio ambiente e a legislação social, produzir energia limpa. Além disso, fazendo um processo de inclusão social, no qual o direito dos trabalhadores assume um papel relevante e de destaque”, defendeu a presidente.
Dilma destacou as diferenças na composição da matriz energética brasileira, afirmando que o fato de ser mais renovável que a média internacional se deve, especialmente, em função do uso do etanol. “O Brasil hoje tem uma matriz energética das mais renováveis do mundo porque tem na sua composição o etanol. O mais difícil no que se refere à energia renovável é a substituição ou complementação ou criação de novas tecnologias na área da matriz de combustível. É ela que explica porque a maior parte do mundo tem uma matriz tão concentrada em fontes fósseis, a ponto das nossas diferenças serem de o Brasil ter 45% de fontes renováveis e a média internacional ser de 11%. É claro que a hidroeletricidade tem uma parte importante. Mas o uso do etanol é a diferença entre nós e os demais países no que se refere a uma matriz renovável. Nesse mês, que é o mês da Rio+20, é importante que nós estejamos aqui hoje celebrando este selo”, afirmou.
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