A prefeitura de Umuarama diz que precisa de R$ 2 milhões para consertar os estragos
DESPERDÍCIOCentro poliesportivo é engolido por cratera
Obra custou R$ 2,5 milhões, mas foi destruída pela erosão. Estádio nunca sediou um jogo profissional.
Localizada num fundo de vale, a erosão ameaçava casas e empresas instaladas na margem da avenida Parigot de Souza e no Jardim Colibri. Dentro dela brotavam nascentes que formam o Rio Pinhalzinho. O promotor do Meio Ambiente Marcos Falleiros solicitou cópias da licença ambiental e quer saber se foi feito, na época, o Estudo de Impacto Ambiental. Na avaliação dele, por ser uma área de manancial e de preservação permanente, não deveriam ser permitidas edificações.
Inacabado
Prefeitura não entregou nem metade do previsto
O centro foi planejado para ser a maior praça esportiva de Umuarama e região. Além do estádio com arquibancadas cobertas, cabines para a imprensa e capacidade para 10 mil pessoas, o local teria um ginásio de esportes, pistas de atletismo, piscina olímpica, quadras cobertas, pista de skate, campo de bocha e parque de diversão. Nem a metade das obras previstas, entretanto, foi realizada. E o que foi construído está sendo destruído.
O estádio ficou sem a arquibancada coberta e a iluminação. Não tem bancos para reservas e os vestiários não apresentam túnel nem corredor para separar as duas equipes. Os portões estão danificados e abertos aos usuários de drogas. Do lado de fora, o cenário é assustador à noite e durante o dia poucos se arriscam a permanecer no local.
A prefeitura informou que foram gastos em torno de R$ 2,5 milhões na construção, a partir de recursos dos ministérios do Transporte e do Desenvolvimento Urbano, com a contrapartida de 20% do município.
Algumas nascentes e as galerias pluviais foram canalizadas. Segundo o agrônomo Antonio Carlos Fávaro, na época a tubulação comportava as águas das chuvas, mas, de três anos para cá, o aumento no número de construções em bairros acima da obra e as chuvas mais fortes triplicaram o volume das enxurradas e a tubulação não suportou o aumento. Além disso, brotaram mais nascentes sob o aterro e os tubos enferrujaram e cederam. Hoje as crateras tomam conta do estádio, que não chegou a sediar nenhum jogo profissional.
O secretário municipal de Obras, Issamu Oshima, afirma que a ampliação do tamanho das galerias, com drenagem para as nascentes, resolve o problema. Mas a administração municipal alega não dispor do dinheiro necessário para o conserto e já encaminhou projeto pedindo nova ajuda ao governo federal.
Embargo
O promotor Marcos Falleiros avisou que vai embargar a reforma da obra, caso não seja apresentado o Estudo de Impacto Ambiental. Ele recebeu na semana passada estudo de formandos do curso de Controle Ambiental do Instituto Federal do Paraná revelando que a volta da erosão na nascente está assoreando ainda mais o Córrego Pinhalzinho, assim como a poluição provocada pelos despejos industriais nas galerias. Falleiros abriu um procedimento administrativo e disse que vai responsabilizar quem cometeu o erro no planejamento e na execução do complexo.
De acordo com o deputado estadual Fernando Scanavaca, que era prefeito da cidade quando a obra começou, o projeto era perfeito, mas a falta de manutenção o comprometeu. Ele também atribui o problema à falta de galerias em alguns conjuntos habitacionais que surgiram
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