Cristovão Tezza
Antigamente, o controle remoto da televisão era a traquitana mais impressionante da nossa vida. Com a caixinha, ligada por um fio, era possível mudar o canal sem levantar da poltrona. Logo em seguida veio outro controle remoto, agora sem fio, que comandava o videocassete. E havia os cabos que ligavam o vídeo à tevê. Até que aparecessem os primeiros computadores, e então, além das fitas cassetes, começamos também a colecionar disquetes, primeiro daqueles grandes e flexíveis, depois uns quadradinhos e rígidos, e outros cabos começaram a entrar na nossa vida, ligando monitores, caixas de som, teclados e mouses ao computador.
Um pouco mais tarde (ou antes?) surgiram os discman, com fios que se conectam às orelhas: até hoje é possível ouvir música, mascar chicletes e andar na rua ao mesmo tempo, de mãos livres, sem interferir no equilíbrio. Bem, daí apareceram os primeiros DVDs, e começamos a colecionar os discos junto com as velhas fitas VHS que iam se enchendo de fungo, mas, caramba, a gente tem sentimentos! E nada se joga fora neste mundo de Deus.
Em seguida apareceram as máquinas fotográficas digitais; a pré-histórica usava os disquetes quadrados, mas logo apareceram umas fichinhas milagrosas, os cartões de memória, que também serviam para os celulares, os quais dominaram tudo, inclusive tirando fotografias; neste ínterim, os disquetes desapareceram e nasceram os impressionantes pendrives, capazes de armazenar ziguilhões de fotos, que podem ser enviadas à impressora, se você quiser vê-las em papel. Mas é sempre preciso um cabo para ligar a máquina ao computador; e se você quisesse ver as fotos na televisão, que já era de LCD, agora é de LED, e amanhã de manhã será em 3D, era preciso uma conexão por fios, ou sem fio. Já a filmadora trabalha com extensão mini-USB, e cada marca tem um cabo diferente, que você vai colecionando na gaveta. E faz tempo que falam de bluetooth, “dente azul”, uma conexão sem fio que nunca usei. E multiplicam-se as tabuletas digitais, mas nelas só se tem 3G com minichip; de qualquer forma, você nunca terá o que precisa para fazer o que quer, o cartão de memória disso não serve no slot daquilo, e então compramos um hub, que é uma espécie de benjamin. E tem também o modem, sem o qual não há internet, onde se conecta o cabo RJ-45, isso se você não tiver a conexão sem fio, que precisa ser configurada. Sim, o mouse sem fio funciona com pilhas recarregáveis, diferentes da máquina fotográfica (que é a bateria) e tudo exige carregadores; o problema é a tomada, mudaram as tomadas, e para você ver na tevê o que tem no computador via streaming, podendo passar a foto do iPhone para o cartão MMS, só que o cabo Nokia não serve neste caso, mas há um conversor que –
Desculpem: é por isso que de vez em quando eu gosto de descer à praia, e, em silêncio, ouvir o barulhinho do mar e observar a grama crescer na areia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário