Páginas

Quem sou eu

Minha foto
Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Paranaenses na briga pelo Jabuti


Roberto Custódio/ Jornal de Londrina / Pellegrini, Bueno e Pellanda: Paraná está bem representado no JabutiPellegrini, Bueno e Pellanda: Paraná está bem representado no Jabuti
LITERATURA

Paranaenses na briga pelo Jabuti

Prêmio literário tem oito obras de autores locais nas principais categorias literárias. Duas delas são do londrinense Domingos Pellegrini.
Quanto a sua importância e visibilidade, o Prêmio Jabuti é praticamente um Oscar da literatura brasileira. Concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o prêmio chega a sua 53.ª edição, com o anúncio dos dez finalistas em cada uma das 29 categorias que contemplam obras de ficção e não ficção, além de trabalhos relacionados a publicações na área de projeto gráfico, capa e ilustração, entre outros, na última quinta-feira, dia 20.
Entre os finalistas das principais categorias de literatura, oito obras de autores paranaenses concorrem aos prêmios de R$ 3 mil dado para o primeiro lugar em cada uma. E a categoria Romance, uma das mais importantes do prêmio, tem três desses nomes: Oscar Nakasato, professor da Universidade Tecnológica do Paraná, do câmpus de Apucarana, com o livro Nihonjin disputa com os conterrâneos Domingos Pellegrini, com Herança de Maria, e Wilson Bueno, falecido em 2010, com a publicação póstuma Mano, a Noite Está Velha. A categoria ainda contempla obras de autores premiados, como Infâmia, de Ana Maria Machado; Habitante Irreal, de Paulo Scott; e Procura do Romance, de Julian Fúks. Pellegrini disputa também o prêmio na categoria Juvenil, com a novela Estação Brasil.
Editor da Gazeta também concorre
Outros dois livros paranaenses disputam o Jabuti em uma categoria de não ficção. O editor de Economia da Gazeta do Povo, Franco Iacomini Júnior (foto) disputa o Jabuti na categoria Didático e Paradidático, com o livro Competências do Século 21, que assina em conjunto com as jornalistas Marina Vidigal e Maria Celeste Corrêa. A publicação da editora Aymará faz parte da série Áreas do Conhecimento, e ensina economia para crianças a partir da pré-escola. Na mesma categoria, está também o livro Ilustração Botânica: Princípios e Métodos, da professora baiana radicada em Curitiba Diana Carneiro, publicado pela Editora UFPR, sobre suas experiências em pintura botânica.
Matheus Dias/ Divulgação
Matheus Dias/ Divulgação / PellandaAmpliar imagem
Pellanda
O autor natural de Londrina que já recebeu diversas indicações ao prêmio e levou dois primeiros lugares, com O Homem Vermelho, em 1977, e O Caso da Chácara Chão, em 2001, além de dois segundos lugares e dois terceiros lugares, diz que a indicação é importante e acredita que o prêmio auxilia a obra a ganhar visibilidade. “Exigi em contrato que a editora inscrevesse meus livros nos prêmios, talvez as indicações sejam decorrência disso. É um grande reconhecimento”, afirma.
Poeta
Em Poesia, a professora, poeta e tradutora Josely Vianna Baptista, com a obra Roça Barroca, concorre com Curare, do músico e poeta Ricardo Corona o primeiro ligar na categoria junto com Nuno Ramos, Age de Carvalho e Affonso Romano de Sant’Anna. A mesma que, no ano passado, rendeu a Ferreira Gullar e seu Em Alguma Parte Alguma, o prêmio de Livro do Ano – Ficção, concedida somente no dia da entrega dos troféus, o prêmio máximo do Jabuti.
Mas é na categoria Contos e Crônicas, porém, que a disputa mais se acirra. Dalton Trevisan concorre de novo na categoria que lhe premiou no ano passado com Desgracida, desta vez com o livro O Anão e a Ninfeta. Juntam-se a ele na disputa o conterrâneo Luis Henrique Pellanda, com as crônicas Nós Passaremos em Branco, e outros gigantes da literatura brasileira, como Passaporte para a China – Crônicas de Viagem, de Lygia Fagundes Telles; Axilas e Outras Histórias Indecorosas, de Rubem Fonseca; O Livro de Praga, de Sérgio Sant’Anna; e Vento Sul, de Vilma Arêas.
Surpreso com a notícia, Pellanda explica a importância da indicação: “O escritor é sempre inseguro em suas escolhas, e indicações como a do Jabuti sempre servem como incentivo. Eu publiquei o meu primeiro livro há três anos, e estar agora entre os dez do Jabuti é um reconhecimento”.
Reflexo
Para Pellanda, a quantidade de indicações vindas do Paraná reflete um bom momento da literatura, que Pellegrini aponta existir desde Emiliano Perneta e Nestor Victor. “Em dez anos, Curitiba perdeu quatro grandes nomes da literatura: Jamil Snege, Manoel Carlos Karam, Valêncio Xavier e Wilson Bueno. Sobretudo para nós, escritores, é uma perda de referencial, da vontade de superá-los. Por outro lado, muitos bons autores têm publicado constantemente, e talvez isso tenha se refletido nas indicações”, explica Pellanda, e completa, sobre concorrer com Dalton Trevisan: “O Dalton é muito importante na minha formação, porque eu moro e escrevo na cidade que o Dalton construiu. Foi ele quem me ensinou que era possível ser escritor em Curitiba”.
O resultado do Prêmio Jabuti será divulgado no dia 18 de outubro, e a premiação acontece no dia 28 do mesmo mês, quando ocorrem também a entrega dos prêmios de Melhor Livro do Ano na categoria Ficção e Não Ficção.

Nenhum comentário: