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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Por dentro da carreira militar


Arte / Angélica Batista /
PROFISSÃO

Por dentro da carreira militar

Disputada, a área atrai pelos cargos e salários. As formas de ingresso são várias, mas todas exigem preparo físico e intelectual.
De R$ 4,3 mil a R$ 8,3 mil
Essa é a faixa de variação do salário militar, do posto mais baixo ao mais alto da carreira, sem as bonificações. Com elas o valor no final de carreira pode dobrar, dependendo do desempenho, tempo de serviço e formação, como outra graduação, pós-graduação e cursos.
Valeu a pena
Persistência para conquistar uma vaga no Exército
Felipe Rosa/ Gazeta do Povo 
O coronel André Germer (foto), diretor do Colégio Militar de Curitiba, optou pelo Exército aos 15 anos, quando cursava o ensino médio. Resolveu fazer a inscrição para a Academia, mas, como não tinha se preparado, não passou na primeira tentativa. Depois, decidiu fazer um curso preparatório (no Brasil, existem a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, da Marinha, Escola Preparatória de Cadetes do Exército e Colégio Naval) e só assim foi aprovado. “Na época eu trabalhava e estudava, mas, como a concorrência é grande, precisei parar de trabalhar e só me dedicar aos estudos para conquistar a vaga”, conta.
Logo nos primeiros anos de academia, Germer percebeu que estava no caminho certo. Depois de 30 anos de carreira, ele alcançou o posto de coronel e hoje dirige um dos maiores colégios públicos da cidade, que conquistou o primeiro lugar nos últimos anos do ensino fundamental do Paraná no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) 2011 e todo ano apresenta bom desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Altruísmo
Médica para cuidar de quem se sacrifica pela pátria
Em 2011, aos 31 anos, Aline Dranka (foto) se formou em Medicina, sua segunda graduação. No mesmo ano prestou concurso público para oficial médico temporário do Exército e foi aprovada para trabalhar no Quartel da Lapa. Lá, é a primeira mulher a exercer a função.
O que a inspirou a seguir a carreira militar foram os valores humanitários e altruístas que Aline imaginava fazer parte do Exército. “Sou defensora dessas ideias. O militar pode sacrificar a própria vida e o médico é aquele que se sacrifica muitas vezes para salvar outra.”
No dia a dia ela se depara com atendimentos que vão desde consultas aos militares e seus familiares até inspeção de saúde nos jovens que são selecionados para o serviço militar obrigatório. Para enfrentar a correria e seguir a rotina do Exército, ela – assim como os outros oficiais – também passa por um teste de desempenho físico que é realizado três vezes por ano. “Antes de ingressar me preparei em uma acade-mia”, conta.

  • Todos os anos, mais de 6 mil estudantes se inscrevem no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para concorrer às vagas para o curso de formação de oficiais para bombeiro ou policial. Como são poucas, a concorrência chega a passar de 75 candidatos por vaga. Essa realidade, que é uma pequena amostra da dificuldade de ingressar em uma das áreas da carreira militar, demonstra como esta opção é atrativa para os jovens, não só pela estabilidade como pela possibilidade de alcançar altos postos e salários.
Para as outras áreas, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, que são em âmbito federal, os caminhos são os mesmos. A forma de ingresso é por concurso público, que pode ser via processo seletivo – vestibular – ou por editais normais de concurso. Pelo primeiro, o candidato entra na Academia, que funciona como ensino superior e confere diploma de bacharel, para ser oficial. No caso da polícia ou do bombeiro militar do Paraná, a formação é de três anos e é feita na Academia Militar do Guatupê. No Exército, Marinha e Aeronáutica, a formação dura 4 anos. No segundo, que também exige o ensino médio, o candidato não passa por formação superior e sim por um curso que dura um ano e meio, terminando como 3.º sargento. A diferença entre um e outro é que para os que têm graduação na Academia as patentes são mais elevadas.
Existe ainda uma terceira opção, que é para os profissionais formados que desejam exercer sua carreira dentro dos órgãos militares como médicos, dentistas, enfermeiros ou engenheiros. Nesse caso, ou fazem o curso superior fora e depois ingressam no Instituto Militar de Engenharia (IME), ou se graduam diretamente lá.
Segundo o major Gilson Luiz Semmer, da Polícia Militar de Curitiba, até pouco tempo havia uma quarta, que era quando os alunos dos colégios militares ou da Polícia Militar se destacavam – por causa do comportamento e das boas notas – e eram convidados a ingressar diretamente na Academia. Hoje isso não ocorre mais.
Esforço e disciplina
Independentemente da forma de ingresso, quem decide seguir uma carreira militar precisa ter em mente que vai lidar o tempo todo com hierarquia e muita disciplina. “Por isso, entre as habilidades exigidas estão equilíbrio emocional, capacidade de relacionamento e condicionamento para enfrentar os treinamentos físicos diários”, diz Semmer.
Outra capacidade importante para um militar é a disponibilidade de mudança de cidade. Quem presta um concurso para um local não necessariamente ficará nele para sempre. Por isso existem nas escolas militares do país – de ensino fundamental e médio – vagas para atender os filhos de militares que precisam mudar de uma região para outra.
Contato com a comunidade
Interagir com a comunidade e prestar serviços a ela é uma característica que tem se tornado mais forte na carreira. No caso da Polícia Militar, o trabalho exige contato direto com as pessoas não só em momentos de perigo, mas nas diversas situações do cotidiano, já que as propostas do governo são sempre de aumentar o policiamento nas ruas.
Já quem optar pela Aeronáutica vai vivenciar intensamente os serviços comunitários. O coronel da aeronáutica Gustavo Krüger explica que uma das atividades da profissão é levar alimentos e transportar equipes de saúde para regiões de difícil acesso, como a Amazônia. “As atividades vão muito além de um preparo diário para uma possível guerra, como se imagina. Estamos o tempo todo prestando serviços como esse ao País.”
Exército, Marinha ou Aeronáutica?
Os militares são unânimes em falar que a estrutura da carreira é muito semelhante no Exército, Marinha ou Aeronáutica. A diferença básica está na forma de combate de guerra, que é respectivamente chão, mar e ar. Por isso, na hora de escolher uma delas – existe ainda uma opção de policial ou bombeiro militar, que é um braço do exército–, o candidato precisa estar atento às suas aptidões.
O coronel da Aeronáutica Gustavo Krüger explica que para escolher a aeronáutica, por exemplo, o desejo de pilotar aviões e saber como eles funcionam deve ser forte, pois o cotidiano vai exigir que o oficial treine muitas horas por dia para atingir a carga horária suficiente para dominar tecnicamente o avião e atingir a performance exigida. “Para os que não querem necessariamente pilotar aviões, existem outras funções que podem ser escolhidas, como a intendência, que é na área financeira e administrativa, e a infantaria, que cuida das armas e das instalações. A escolha é feita na hora da seleção”.
>>> Confira os postos que um oficial (com graduação) e um praça (sem graduação) podem alcançar no Exército:
>>> Oficial
Aspirante (na Marinha é guarda-marinha)
2.º tenente
1.º tenente 
Capitão (na Marinha é capitão-tenente)
Major (na Marinha é capitão de corveta)
Tenente-Coronel (na Marinha é capitão de fragata)
Coronel (na Marinha é capitão de mar e guerra)
General de brigada (contralmirante na Marinha e brigadeiro na Aeronáutica)
General de divisão (vice-almirante na Marinha e general-brigadeiro na Aeronáutica)
General de Exército (almirante de esquadra na Marinha e tenente-brigadeiro na Aeronáutica)
Marechal (almirante na Marinha e marechal do ar na Aeronáutica)
>>> Praça
Soldado (na Marinha é marinheiro)
Cabo
Sargento (1.°, 2.° e 3.°)
Subtenente (na Marinha e Aeronáutica é suboficial)

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