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quinta-feira, 19 de abril de 2012

A neve curitibana na memória


Elenize Dezgeniski/Divulgação / A atriz Cláudia Minini vive uma noiva abandonada e amargurada

Peça do dramaturgo Enéas Lour, que estreia temporada hoje, conta história de noiva abandonada no altar no dia em que a cidade parou.

Dia 17 de julho de 1975. Essa é uma data marcante para Curitiba: foi quando nevou. A cidade coberta de branco fez com que todo mundo virasse criança novamente: bonecos de neve pelo chão e filas nas óticas para comprar filme fotográfico. O dramaturgo e diretor Enéas Lour se pautou neste dia que, inclusive, vivenciou, para fazer o monólogo Curitiba Vestida de Noiva, que estreia hoje, às 20 horas, no Teatro Barracão EnCena.
Na história que Lour escreveu em parceria com a atriz Cláudia Minini (a protagonista do espetáculo), a personagem Amanda, uma curitibana de 20 anos, estava com tudo pronto para se casar naquele mesmo dia, na Igreja Santa Teresinha. A festa, até aquele momento, sairia perfeita. Mas, nevou. O noivo de Amanda, não se sabe o porquê, olhou para ela na porta da igreja e correu. Hoje, 37 anos depois, a noiva, agora com 57 anos e ainda com a cicatriz daquele dia, conta o andamento da sua vida após o episódio.
A ideia da peça (é a 40.ª de Enéas Lour) surgiu há cerca de três anos, iniciativa de Cláudia Minini. “Me pareceu curioso trabalhar com o dia da neve. Eu tinha 20 anos na época e foi algo realmente extraordinário. A cidade delirou, entrou em festa. Quem viveu ficou marcado, e a intenção era trabalhar com o teatro como recordação. Associei os dois acontecimentos fortes”, diz Lour. Depois de amadurecerem o tema, foram cerca de oito meses de pesquisa (para levantamento de imagens e fotografias), e um mês para escrever o texto.
No espetáculo, também há participação em vídeo dos atores Luiz Carlos Pazzello e Sílvia Monteiro, mas eles não contracenam com a protagonista, apenas trazem lembranças e delírios daquele dia. A iluminação é de Beto Bruel (três Prêmios Shell de Iluminação e 26 Troféus Gralha Azul) e a sonoplastia, repleta de músicas da década de 1970, é de Célio Savi.
Monólogo
Inicialmente a peça teria dois atores, mas, durante o processo de criação, os autores perceberam que a força da personagem seguraria a apresentação. “O monólogo é difícil de prender a atenção do público, e não é fácil de dirigir. É mais delicado e é preciso cuidado para não cair em uma linha melancólica. Mas foi ficando difícil inserir outro personagem”, conta o diretor.

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