Durante os dias 26 e 27 de abril, sessenta policiais e bombeiros que atuam na capital e Região Metropolitana de Curitiba participaram do primeiro curso de acessibilidade específico para policiais militares, organizado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência. De acordo com a Secretaria, o curso é inédito no país.
Eu gostei da ideia, mas ela me fez coçar a cabeça.
Valdecir Galor/SMCS
Em exercício, policiais e bombeiros usam cadeira de rodas. A foto é de Valdecir Galor e está na página da Prefeitura Municipal de Curitiba
A vivência foi dividida em teoria e prática. No primeiro dia os participantes tiveram contato com conceitos a respeito das diversas dimensões da acessibilidade e suas características, como mobilidade, amputações, audição, visão, lesões musculares, paralisia cerebral e baixo funcionamento cerebral.
O momento prático foi pautado por atividades que fizeram com que os policiais e bombeiros experimentassem os limites de uma pessoa com deficiência. Eles jogaram bola com os olhos vendados, usaram bengalas, cadeiras de rodas e imobilizaram seus braços. Tudo isso em um ambiente controlado, dentro do espaço onde o curso foi ministrado.
Ainda de acordo com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, o objetivo da ação foi sensibilizar as corporações para a inclusão e oferecer ferramentas para que uma abordagem mais adequada à pessoa com deficiência seja realizada.
Um curso como esse, com esse propósito e no contexto atual vale a pena ser debatido. A primeira pergunta que quero lançar tem a ver com a abordagem realizada hoje pela polícia e pelos bombeiros. Eu, infelizmente, não tenho uma história minha para compartilhar, mas adoraria saber de quem tem.
Você é deficiente e tem uma história de abordagem policial, ou dos bombeiros para contar? Alguém conhece uma história sobre isso?
Você é deficiente e tem uma história de abordagem policial, ou dos bombeiros para contar? Alguém conhece uma história sobre isso?
A imagem da Polícia Militar passa por um momento de abalo significativo, que tem raízes justamente no relacionamento entre policiais e a sociedade civil. O ano de 2012 foi palco de episódios históricos (e nem um pouco memoráveis), sendo que um deles foi em Curitiba mesmo, bem perto de nós.
Diferentes equipes da polícia curitibana tiveram uma atuação controversa e polêmica após a apresentação do bloco pré-carnavalesco Garibaldis e Sacis, no Largo da Ordem, em fevereiro deste ano. Após um suposto ato de vandalismo contra uma viatura, policiais da Rone começaram a dispersar a multidão. Eles desceram pelo Largo da Ordem, disparando balas de borracha e bombas de gás nos foliões. Para saber mais, clique aqui.
Entre março e abril tivemos um momento de respiro na relação entre a polícia e sociedade. A instalação da primeira Unidade Paraná Seguro (UPS), no bairro do Uberaba foi marcada por um processo tranquilo, aprovado pela comunidade, como mostra o vídeo produzido também pelaGazeta do Povo.
VIDA E CIDADANIA | 2:20
Moradores aprovam ação policial no primeiro dia da UPS
Cerca de 450 policiais participaram de uma ação na região do bairro Uberaba, em Curitiba, nesta quarta-feira (01). Moradores eram revistados ao chegar e ao sair do bairro. A Unidade Paraná Seguro (UPS) pretende pacificar regiões violentas da capital.
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