Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Pela pesquisa, não é preciso ir longe para encontrar o menor preço. Mercados do mesmo bairro já têm diferenças relevantesEconomize até R$ 868 por ano
Isso é quanto o consumidor pode “salvar” pesquisando os preços nos supermercados de Curitiba. Pelo estudo da Proteste, eles podem variar até 173%.
O levantamento, feito em 20 cidades de 14 estados brasileiros em abril deste ano, analisou os preços de duas cestas de produtos classificadas de acordo com perfis de consumo distintos: a primeira é composta de 104 itens com marcas definidas, encontrados nos setores de mercearia, higiene e limpeza, perecíveis e hortifruti. Já a segunda cesta analisa o menor preço de 90 produtos e desconsidera carne, frutas, verduras e legumes.
Metodologia
Pesquisa considera produtos mais usados na composição das cestas
O Guia de Preços dos supermercados foi feito em 20 cidades de 14 estados brasileiros. O levantamento recolheu e analisou 230 mil preços em 1.196 pontos de venda em todo o país durante o mês de abril. Os estabelecimentos foram escolhidos pelo ranking do setor de autosserviço feito pela Abras em 2012, onde figuram as 500 maiores empresas do setor que, atualmente, respondem por 75% das vendas, além de mercados com forte presença nas regiões analisadas, independente do faturamento. O cálculo do custo de cada cesta faz ponderações em cada um dos produtos pesquisados, que considera a importância de cada item na composição de uma cesta de compras do mês. Essas ponderações foram baseadas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE. Além disso, foram consideradas apenas as promoções temporárias (válida em diferentes dias da semana) e não aquelas específicas de um determinado setor ou até mesmo da loja inteira.
• 20 cidades brasileiras, em 14 estados diferentes, fizeram parte do levantamento da Proteste, feito no mês de abril.
• 1.196 pontos de venda foram considerados, em um total de 230 mil preços. Os estabelecimentos foram escolhidos pelo ranking de faturamento do setor de autosserviço da Abras, onde figuram as 500 maiores empresas do setor.
A coordenadora da pesquisa, Michele Marques, explica que por conta de uma ponderação dos produtos mais importantes na composição das cestas, os supermercados identificados como os mais baratos são aqueles que vendem com preços menores os produtos mais consumidos.
Em Curitiba, o preço mais barato para os produtos da cesta 1 foi encontrado no Condor da Rua Nilo Peçanha, no bairro Bom Retiro. No outro extremo, com o preço médio mais caro, está o supermercado Telêmaco Borba, localizado no Portão. Para comprar os 104 itens dessa cesta os moradores de Curitiba precisam desembolsar R$ 314,09, o quarto menor preço entre as 14 cidades analisadas. No caso da Cesta 2 – cujo valor médio foi de R$ 223,80 – a pesquisa identificou o menor preço no supermercado Makro da Avenida Presidente Wenceslau Brás e o maior preço médio no Pão de Açúcar do Jardim Social, na Rua Arquimedes Cruz, 85.
O levantamento do Proteste mostrou que não é preciso ir tão longe. Em muitos casos, basta atravessar a rua ou andar algumas quadras para pagar mais barato. A economia pode chegar a 11% para quem escolhe comprar no Condor ao invés do Cabral Supermercado, ambos localizados na Rua Natal, no bairro Cajuru.
Justificativas
Empresas dizem que oscilação de preços é normal no varejo
Empresas dizem que oscilação de preços é normal no varejo
Apesar da boa classificação no Guia de Preços do Proteste, a gerente de marketing da rede Condor, Elaine Munhoz, diz que as pesquisas de preço refletem um momento específico e que o varejo é muito dinâmico. Segundo ela, além da negociação geral de preços para toda a rede, existem situações em que os fornecedores oferecem ofertas pontuais para determinada região, com o objetivo de fortalecer a marca em um local onde ela é pouco conhecida. “Isso explica a diferença de preço entre lojas da mesma rede, que costuma ser bastante questionada em pesquisas como essa”.
Para Carlos Alberto Gomes, proprietário do supermercado Telêmaco Borba, que apresentou o maior preço médio da cesta 1, embora as grandes redes consigam comprar grandes volumes, também têm um alto custo operacional que os estabelecimentos menores não têm. Na visão dele, isso não justifica a diferença de preço apontada pelo levantamento do Proteste. “Os preços flutuam ao longo da semana em todos os estabelecimentos”. Segundo Gomes, o fato da pesquisa não ser feita em todos os supermercados no mesmo dia pode distorcer os resultados.
Confira a variação de preço nos 61 estabelecimentos pesquisados pelo Proteste (100 é igual o menor preço)
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