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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Mofo, um hóspede indesejável


Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / O mofo insiste em permanecer nas paredes da casa da comerciante Lizete MendesO mofo insiste em permanecer nas paredes da casa da comerciante Lizete Mendes
CASA

Mofo, um hóspede indesejável

Extremamente versátil, o bolor, como também é chamado, pode se apoderar de qualquer cantinho úmido e escuro em sua casa. Saiba como evitar o problema.
A umidade e a baixa incidência de raios solares em Curitiba fazem com que a cidade ofereça condições ideais para o surgimento do mofo. O coordenador da pós-graduação em Microbiologia da PUCPR, Marcelo Pillonetto, explica que o bolor, como também é conhecido, prolifera com facilidade em locais com temperatura entre 20 e 30 graus, escuros, além de úmidos.
De acordo com a pesquisadora em biotecnologia da Universidade Positivo Lígia Cardoso, o microrganismo se instala em qualquer superfície porosa na qual consiga extrair substratos. “Tendo condições adequadas, o mofo se desenvolve em qualquer lugar”, ressalta.
Evite que o bolor tome conta da sua casa
Embora não existam medidas milagrosas que eliminem todas as possibilidades de multiplicação de bolor na casa, é possível minimizar o problema a partir de algumas práticas e técnicas simples, bem como o apoio de aparelhos mais tecnológicos.
A pesquisadora em Biotecnologia da Universidade Positivo (UP) Lígia Cardoso recomenda que as casas sejam bem ventiladas, para evitar a umidade nos ambientes. É interessante também expor periodicamente ao sol sapatos e roupas. “Os raios solares são nocivos aos fungos”, argumenta o coordenador da pós-graduação em Microbiologia da PUCPR Marcelo Pillonetto.
Segundo Lígia, água sanitária, álcool 70 e até mesmo limão podem ser utilizados para remover o mofo. Ela avalia que as tintas anti-mofo também são eficazes, mas devem ser reaplicadas ao longo do tempo. “Estes produtos têm um prazo de validade restrito”.
Outras soluções caseiras e simples são o uso de giz e sachês de sílica, que absorvem a umidade dos ambientes contaminados. Para o coordenador, o efeito produzido pela sílica é mais efetivo que o uso do giz, para absorver o excesso de água do local.
Os revestimentos cerâmicos nas paredes também contribuem para evitar o acúmulo de umidade. “O uso de azulejos acarreta no escorrimento da água, evitando sua permanência”, explica Kassai.
A utilização do isopor como barreira física contra a passagem de umidade, técnica bastante difundida por marceneiros, é questionada pelo engenheiro. Para ele, o isopor, por não ser inerte à ação da água, pode se tornar foco de multiplicação de microrganismos. "O ideal é utilizar o isopor com um móvel que preveja a ventilação permanente do fundo do armário”.
Para quem busca soluções mais tecnológicas, existem aparelhos que desumidificam e esterilizam o ar, eliminando fungos e outras bactérias presentes no ar. Pillonetto ressalta que é importante evitar o uso destas máquinas quando o índice de umidade estiver muito baixo.
O empreiteiro de obras Luiz Paulo Schen avalia que algumas práticas de construção no Brasil também favorecem a multiplicação do bolor. O reboco feito com cal, por exemplo, faz com que as paredes fiquem mais úmidas. O uso de madeira verde, que não passou por um processo de secagem, também propicia a contaminação.
A disposição da construção e das peças em relação à insolação também pode influenciar no aparecimento de bolores. Segundo o engenheiro Hamilton Kassai, é recomendado que os quartos e as salas das residências na região sul do país estejam orientados para a face norte. “Estes ambientes necessitam de insolação para coibir a proliferação de microorganismos”.
No entanto, Pillonetto adverte que não existem soluções que eliminem definitivamente este hóspede indesejável. Para o coordenador, existem medidas que podem amenizar o problema, sem exterminá-lo por completo . “Alguns procedimentos podem causar uma resistência ao bolor, mas ele acaba retornando”, acrescenta Lígia.
A comerciante Lizete Mendes sofre há alguns anos com o bolor que retorna insistentemente para as paredes de sua casa. Ela nunca fez grandes reformas estruturais, mas costuma repintá-la com uma tinta anti-fungos periodicamente. “Em uma das paredes, conseguimos reverter o problema com um revestimento de azulejo”, conta.
Mesmo empregando técnicas para retirar o bolor, a saúde da família de Lizete acabou sendo prejudicada. “Quase todos têm rinite”, afirma. Para Pillonetto, é comum desenvolver alergias respiratórias devido ao contato com estes microrganismos. “Os fungos emitem esporos quando se reproduzem, que se dispersam pelo ar e podem provocar reações alérgicas”, considera.

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